Entre o Amor e a Mentira escrita por With


Capítulo 1
Capítulo Um - Vou te levar daqui




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  CAPÍTULO UM: Vou te levar daqui

  Pelas ruas de Rukongai, já eram ouvidos barulhos vindos de uma casa ao sul, com todas as luzes acesas. Não só barulhos de coisas quebrando como também gritos desesperados. Todos sabiam que aquela família eram a mais violenta de todas que moravam no Distrito 89, mas não se atreviam a se intrometerem.

  Sabiam também que eles tinham filhos, mas odiavam crianças, só as pegavam para criar e nada mais.

  Os olhos dos moradores daquela rua eram de tristeza e pena, enquanto abaixavam a cabeça e iam se recolher. Não queriam arranjar problemas.

  A porta da casa se abriu e por ela saiu uma garotinha de curtos cabelos negros, olhos turquesa vestida com apenas uma yukata que ia até seus joelhos e com o obi afrouxado. Tinha ferimentos por todo o corpo e não eram tão superficiais. Seu olho esquerdo estava roxo e inchado enquanto que o olho diretio só estava apenas vermelho. O sangue não parava de sair de um corte profundo em sua testa e uma região próxima a boca. Limpava o sangue com a manga da yukata, mas a única coisa que conseguia fazer era fazer sair mais sangue.

  Machucada, arriscava alguns passos, mas a dor ia aos poucos aumentando. As marcas das agressões estavam ficando visíveis em seu pequenino corpo. Cerrou os olhos e foi deixando seu corpo cair com esperanças de ir de encontro ao chão, mas o puxão dado em seu cabelo a fez obrigatoriamente ficar de pé.

  Seu rosto foi virado por causa do forte tapa. O sangue começou a sair por sua boca e acabou desmaiando por causa da dor que já tinha aumentado.

  O homem a soltou e a deixou caída no chão, mas antes de deixá-la sozinha deu um forte chute nas costelas da menina que foi arremessada para longe com grande facilidade.

  O céu começou a fechar e as carregadas nuvens de chuva foram tapando as estrelas. Algumas gotas começaram a cair e, antes que engrossasse ele virou-se para voltar para casa.

  Seus olhos se arregalaram ao ver o braço de sua esposa para fora da porta. Correu até ela e a viu cheia de sangue, morta. A colocou em seu colo e queria saber o quê e quem fizera aquilo. Virou os olhos e pôde ver um par de pés a seu lado. Foi subindo o olhar e deparou-se com um homem de cabelos castanho-escuros, olhos frios e com uma katana na mão, manchada de sangue Antes que pudesse perguntar algo, sentiu uma dor profunda no peito e em instantes já não enxergava mais nada.

  O moreno passou por eles e guardou a espada. Viu o pequeno corpo caído no chão e caminhou até ela. Quando a pegou no colo ouviu um resmungo de dor, mas não fez questão.

  A chuva que agora caía com mais intensidade molhava ambos. Ele tentava protegê-la da mesma a apertando contra seu peito, mas foi vão.

__________ * * * __________

  Limpava os ferimentos com cuidado e gentileza atento a todos as expressões de dor que ela demonstrava inconscientemente.  Sua roupa já estava trocada agora por uma quente e seca. A febre já estava abaixando para sua felicidade. Ficou sentado um bom tempo ao lado dela no futon apenas velando-a. Parecia estar mais calma.

  O que lhe preocupava mais era a forma como ela iria reagir a sua presença e quando soubesse que ele matara seus “pais” a pouco instantes. Mas, ordens são ordens, então nada podia fazer.

  A menina abria os olhos devagar para que estes se acostumassem com as luzes do quarto. A imagem de tudo foi ficando nítida e percebeu que não estava em casa. Em pensamentos agradeceu por não estar. Tombou a cabeça um pouco para o lado e fixou os olhos no homem que a observava com um sorriso. Sentou-se na cama e não escondeu a confusão e o medo, mostrando a ele o quanto estava sofrendo. Não retribuiu o sorriso.

  – Está se sentindo melhor? – ele atreveu-se a perguntar para quebrar o clima de silencio.

  Ela apenas assentiu com a cabeça, mas não mudou em nenhuma expressão, embora estranhamente ele a deixasse segura.

  – Como se chama? – levou a mão a dela, mas ela a tirou afastando-a. Por mais que ele lhe passasse conforto não queria ser tocada.

  – Hitsugaya Kazume. – respondeu com voz baixa e desconfiada. O trauma que passara desde que chegou a Rukongai era grande e não queria dar liberdade a ele.

  – O meu nome é Aizen Sousuke. E como seus pais morreram ficarei responsável por você. – pulou a parte em que dizia “eu matei seus pais”.

  – Foi você. – não foi uma pergunta, ela afirmou. – Não precisa mentir. Eu vi, mesmo que por um breve instante, você matando aquelas pessoas.

  – Que bom que sabe a verdade, Kazume-san. – sorriu. Vendo que ela ainda estava insegura em relação a ele, decidiu tentar acalmá-la. – Não precisa ter medo de mim, não vou te machucar.

  – Eu sei. – não era necessário ele dizer, isso ela sabia. – Mas, não vou dizer que já confio em você, por que estaria mentindo. – baixou um pouco o olhar.

  – Não tenho pressa. – colocou a mão no topo da cabeça dela e sorriu.

  Kazume sentiu o peso e o calor da grande mão tomar-lhe o corpo aos poucos. Uma fina lágrima escapou do canto de seu olho e pingou no lençol que forrava o futon. Esse foi o calor que sempre quisera sentir na vida. Talvez não o certo, mas para ela que nunca soube o que era carinho estava de bom tamanho.

  Aizen podia sentir o corpo pequenino tremer. Talvez fosse frio, talvez não... Por enquanto não importava a ele saber, ia deixar que ela mesma falasse.

  – Já ouviu falar de Seireitei?

  – Um pouco. Por quê? – não estava gostando do rumo da conversa.

  – Você entrará para a Academia de Formação de Shinigamis. – não se surpreendeu com a cara de espanto que ela fez. – Mas, não vamos falar disso agora. Descanse, amanhã discutiremos isso.

  Ela ainda estava desconfiada e confusa, mas teria que passar a confiar nele.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e aceito de tudo, menos ameaças de morte!



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