Ela estava lá, de novo, escutando a outra implorar para ela aceitar.

- Ah vamos Athena, vai ser legal poxa, por favor.

- Não Afrodite, eu já te disse que não vou.

- Mas... Mas você está tão cansada, algum tempo fora faria bem, sabia? E ajudaria Hefesto – Afrodite a olhava quase chorando, mesmo que fosse de mentira.

- Você não vai mesmo me deixar em paz não é? – Athena perguntou suspirando e cruzando os braços.

Afrodite abriu aquele sorriso sapeca que ela costumava fazer quando ia aprontar alguma.

- Você sabe que não.

Athena suspirou mais uma vez antes de voltar a se sentar na poltrona.

- É, algum tempo fora faria bem afinal.

Ah sim, Afrodite ia aprontar. Mas ela não estava sozinha nisso.

Desde que as criaturas do Olimpo estavam mais interessadas em programas mortais do que na TV Hefesto, Afrodite viu uma brecha incrível – como ela mesmo disse – para pôr seu plano milenar em prática.

Agora, só faltava Apolo cumprir com sua palavra.

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- Hey cara-de-peixe, você está aí!

Ele ouviu aquela vozinha irritante que tanto te perturbava há dias. E agora voltara. De novo.

- Apolo, se for aquele assunto de novo...

Poseidon levantou os olhos. Apolo estava parado à porta de seu templo, escorado no batente, ouvindo música num iPhone. E isso só podia significar uma coisa: Ele não sairia dali enquanto não recebesse uma resposta positiva.

Ou seja: Fudeu.

- Ah fala sério titio, pelo menos você tem essa chance! Eu nem pensaria em recusar essa proposta se a recebesse. Imagina só, uma casa só pra você na beira da praia sem responsabilidades? Como você consegue negar uma coisa dessa?

- Já te disseram que você puxou o dom de persuasão do seu pai? – ele perguntou, voltando os olhos pros papéis que tinha que analisar.

- Sinceramente? Sim, já disseram isso. Eu sei que eu sou incrível e você sabe que não vai conseguir negar algo para seu sobrinho preferido – Apolo disse, sorrindo como uma criança feliz.

- Sabe, você também puxou o egocentrismo...

- Ah, já chega, eu sei que você quer aceitar. Deuses, sua esposa foi embora, você não está deprimido?

- Nem um pouco. Aliás, ela já foi tarde.

- Até que ela não era de se jogar fora – ele ouviu Apolo murmurando.

- Como disse?

- Nada não, eu estava só... Pensando alto. É, isso. Pensando alto.

- Bem alto – Poseidon falou com um sorriso torto. Aquela pose de cara sério não ia durar pra sempre, né? – Muito bem, não deve ser tão ruim assim.

Apolo tinha conseguido. A primeira parte do plano estava completa, agora tudo estava nas mãos da deusa do amor.