Capítulo 8 – Sugestões.

A rotina matinal no dia seguinte foi à mesma. Fomos com meu carro até a escola, conversando animados. O Volvo dos Cullen já estava lá. Quando sai do carro vi Edward e seus irmãos saindo do deles. Quando eu e meus amigos passamos por eles, indo na direção de nossas salas. Vi Edward sorrir para mim e sorri timidamente de volta.

Como hoje havíamos resolvido que teríamos que conversar mais com as pessoas me preparei mentalmente para conversar com Ângela durante a aula de inglês. Eu já estava sentada quando ela chegou.

–Bom dia Ângela! –eu cumprimentei animada.

–Olá Bella. –disse ela. –Como foi seu primeiro dia ontem? –perguntou.

–Legal, o pessoal daqui é bem animado. –e então para entrar no meu personagem eu franzi o cenho com uma expressão preocupada.

–O que foi? –perguntou ela.

–É que ontem ouvi uns garotos sentados atrás de mim na aula de espanhol comentando sobre algumas mortes aqui em Forks... Achei estranho. –eu dei de ombros.

–É só o que se tem falado ultimamente. –disse ela.

–Então é tudo verdade? –perguntei. –As mortes.

–Sim, seu tio não comentou com você? –neguei. –Foram encontrados há algumas semanas atrás.

–E já descobriram as causas da morte? –perguntei.

–Não, ninguém sabe o que é. –disse ela. –O pessoal daqui brinca com a idéia de lobisomens. –me arrepiei com esse nome, ele não me trazia boas lembranças, apesar de ter conhecido um lobisomem bom, apenas o único que existia, meu padrinho Remo Lupin. –Sabe como é, criaturas sanguinárias e tal. –disse ela fazendo um gesto de descaso com a mão. –Mas não pode ser isso não é? Se fossem realmente lobisomens, eles encontrariam os corpos estraçalhados e irreconhecíveis não é? –era um pergunta retórica, mas mesmo assim respondi.

–Sim. –aquela teoria estava descartada completamente, mas mesmo assim eu comentaria com meus amigos, apesar deles terem que concordar comigo de que não poderia ser lobisomens. Os corpos não sumiram em época de lua cheia, meu tio provavelmente já teria verificado isso e se ele achasse que fosse possível teria comentado conosco.

Meus pensamentos foram interrompidos quando Edward Cullen entrou na sala, eu não me lembrava dele aqui ontem, eu e o resto da sala olhávamos igualmente espantados. Ele se sentou ao lado de um garoto moreno na mesa atrás de mim e segundos depois o sinal tocava e o professor entrava dando inicio a aula.

Hoje a aula passou bem rápida e logo o sinal tocava. No corredor, em direção a aula de história, me encontrei com Harry.

–Falou com alguém? –perguntei.

–Sim. –disse ele. –Nada muito convincente, esses trouxas tem a mente bem limitada. –ele comentou com uma risadinha.

–Lobisomens? –perguntei e ele acenou.

–Quem sabe Rony e Hermione tenham tido mais sorte do que a gente? –ele disse.

–Aposto como Hermione deve ter descoberto algo interessante, ela não deixa passar nada. –eu disse e ele riu concordando.

Entramos na aula e comentamos mais um pouco sobre as especulações dos trouxas sobre a causa dessas mortes. Estávamos esperando o professor chegar quando Edward Cullen entrou na sala.

–Estranho. –eu comentei com Harry. –Ele não fazia essa aula coma gente ontem, nem a de inglês comigo. –eu disse.

–Ele esta na sua aula de inglês também. –disse ele olhando discretamente para Edward enquanto ele seguia para uma das mesas vazias a pouca distancia da minha mesa. –Já reparou na forma como ele fica olhando para você. –disse Harry me tirando de meu transe.

–Como assim? –perguntei.

–Não finja que não reparou em como ele e metade da ala masculina dessa escola olha para você. –ele disse meio irritadinho.

–Ciúmes? –perguntei lhe dando um soco de brincadeira sem eu ombro.

–Só te protegendo. –disse ele. –Eu ainda me lembro da ultima vez e...

–Chega. –eu disse me virando para frente e Harry não me disse mais nada.

Ainda doía demais. Eu me envolvi com alguém que não era para mim e fui traída, eu pensava que tudo era real, e então em um belo dia de sol eu acordo e percebo que não foi, mas aí já era muito tarde para lamentar. Minha estupidez em acreditar no amor foi à causadora de muitas mortes, inclusive de pessoas que eu amava e admirava talvez eu nunca superasse esse fato.

Harry colocou um papel em minha mesa e o abri.

‘ME DESCULPE’ –era o que estava escrito ali em letras garrafais e extremamente grandes.

Eu sorri.

‘TUDO BEM’ –eu escrevi de volta, tentando imitar seu garrancho garrafal e quando ele viu aquilo deu uma risadinha.

Depois ele voltou a fazer seus desenhos. Dessa vez Hermione corria atrás de Rony com uma vassoura na mão. Eu não pude controlar meu riso.

–O que é de tão engraçado srta. Swan, compartilhe conosco. –disse o professor, e não pude deixar de reparar em como ele parecia com meu antigo professor de história, o professor Bins, que era um fantasma que se recusava em ir para a luz. –Talvez a senhorita conheça essa matéria e possa nos responder algumas perguntas. Diga-me quando foi o auge da gripe espanhola?

–Mas ontem não estávamos vendo sobre a guerra civil? –perguntei confusa.

–É sempre bom saber que os alunos realmente prestam atenção às aulas. –disse ele voltando ao quadro negro.

–O que é gripe espanhola? –perguntei para Harry.

–Uma gripe comum, acho, deve ter sido lá na Espanha não? –ele disse confuso, então ouvimos uma risadinha atrás de nós. Edward parecia se divertir com nossa conversa sem pé nem cabeça. Ele escreveu algo em uma folha de papel com sua letra perfeita e me entregou.

“Gripe Espanhola foi uma gripe, realmente, só que ela matou milhares de pessoas ao redor do mundo, o seu auge foi em 1918.” –ao ler aquilo tive uma idéia cabeluda.

–Professor. –eu chamei e então ele se virou me encarando feio.

–Algo a compartilhar senhorita?

–Na verdade sim. –eu disse. –Não respondi a pergunta que o Senhor me fez lembra-se? –eu disse sorrindo internamente ao ver a sua cara. –Então o auge da Gripe Espanhola foi em 1918, matando milhares de pessoas por todo o mundo. –eu respondi e ouvi risadinhas ao redor da sala.

–Vocês acham Gripe Espanhola engraçada? –perguntou ele ao resto da sala e foi ai que os alunos riram mais, me controlei para não cair gargalhada, o que não foi o caso de Harry. Eu estava estranhando esse comportamento ‘rebelde’ de meu amigo, ele não costumava agir tão despreocupadamente assim em Hogwarts e nem na Aurores Academy.

–Obrigada Edward. –eu disse olhando para ele e ele sorriu lindamente.

No fim da aula o professor ainda me encarava feio.

–Não acredito que você fez aquilo! –disse Harry passando um braço em meus ombros enquanto saiamos da sala, vi Edward passar por nos com uma expressão magoada.

–Harry não estou te reconhecendo. –eu disse olhando para meu amigo. –Você nunca foi tão despreocupado na escola assim antes.

–Acontece que antes se eu repetisse de ano eu me ferraria, mas agora eu não tenho que realmente estudar de verdade para me dar bem né? –disse ele piscando e dei uma risadinha.

–Aposto como a Mione vai se matar de tanto estudar. –eu disse.

Aula de espanhol normal, mas com um único adendo. Edward Cullen também fazia aquela aula comigo. Será que ele faltou ontem nessas aulas? Estranho porque a Mione disse que teve aulas com ele ontem, alguma coisa aconteceu que o fizesse mudar suas aulas.

Não foi nenhuma surpresa para mim quando entrei no refeitório e vi a loira encrenqueira sentada na mesa que ela dizia ser deles, minha teoria estava certa afinal. Hermione que estava ao nosso lado riu sarcasticamente.

Ao sentarmos na mesa que os Cullen se sentaram ontem Hermione logo tratou de lançar o ‘abafiato’ e como em toda vez que ela fazia isso eu e meus amigos olhávamos cheios de malicia com sorrisinhos irônicos na cara e ela bufava...

–Ah parem com isso. –disse ela. –Conversaram com alguém? –ela perguntou dando uma mordida em sua maçã.

–Sim e não descobrimos absolutamente nada. –eu respondi por mim e por Harry.

–Lobisomens? –perguntou Rony dando uma mordida em seu pedaço de pizza.

–Sim. –dei de ombros.

–Sabemos que não são lobisomens não é? –disse Hermione. –As mortes não aconteceram em dia de lua cheia e os corpos muito menos foram encontrados em lua cheia. –ela repetiu o que Ângela havia dito na aula de inglês. –Mas é claro que não podemos descartar a possibilidade de ser algum tipo de criatura. Nada humano poderia fazer isso.

–Nós sabemos disso, mas o que poderia ser essas coisas? –perguntei.

–Será que seu tio poderia conseguir uma cópia das fotos dos corpos encontrados? –perguntou Hermione refletindo com ela mesma. –Talvez nós pudéssemos encontrar alguma marca ou sinal nos corpos, qualquer tipo de evidencia. –comentou ela.

–Não havia pensado nisso ainda. –comentei um pouco mais animada. –Mas sim, acho que meu tio pode conseguir isso pra gente. –eu disse buscando meu celular em minha mochila.

–O que vai fazer? –perguntou Harry.

–Pedir as nossas evidencias. –eu disse buscando na discagem rápida o numero da delegacia e ligando para meu tio. –Alo?

–Alo, quem esta falando. –disse a voz de meu tio do outro lado da linha.

–Tio é a Bella. –eu disse.

–Aconteceu algo querida? –perguntou sua voz preocupada.

–Na verdade sim, mas nada de mal comigo. –eu o tranqüilizei. –É uma coisa que queremos te pedir. –eu disse.

–Claro o que é?

–Tio o senhor poderia conseguir para nós as cópias das fotos que foram tiradas dos corpos encontrados? –perguntei.

–Sim, vocês acham que encontraram alguma pista? –perguntou ele.

–Ainda não, mas se vermos as fotos talvez a gente encontre algo que possa ser útil. –eu disse.

–Quando vocês chegarem em casa as fotos já estarão os esperando. –disse ele.

–Obrigada tio. –eu disse desligando o celular. –Ele vai conseguir as fotos para a gente. –guardei meu celular em minha bolsa e então o sinal tocou. Eu teria biologia agora. –Até a Ed. Física, Harry. –eu disse andando em meio ao aglomerado de pessoas.