Capítulo 21 – A grande batalha.

Tínhamos reunido os 28 membros da AD, mais o Esquadrão de Elite dos Aurores, Aurores estagiários, mais alguns amigos de família, todos os Weasley, Hagrid e Grope, todos os professores de Hogwarts, mais alguns alunos do sétimo ano que eram nossos amigos. Os membros da AD trouxeram mais gente com eles também, alguns trouxeram até mesmo seus pais e irmãos para lutar conosco. Os Cullen reuniram 22 vampiros, sem incluir eles mesmos e os Denali, com isso a conta era de 34 vampiros maduros prontos para combate, como Emmett havia dito há alguns minutos trás e também minha família e amigos. Sem contar os 16 lobos Quilleutes, tínhamos mais de 100 aliados ao nosso lado. Os Volturi iriam parar, pois assim que nos vissem saberiam que um passo em falso que eles dessem mais de 80 varinhas estariam apontadas diretamente para eles, 16 lobos estaria prontos para mutilar e arrancar suas cabeças, e que 34 vampiros não sentiriam pena deles. Havíamos formado um grande exercito de aliados.

Eu não considerava aquilo um exército, eu não queria que houvesse uma luta, mas para proteger a minha família e aqueles que eu amo eu estaria disposta a matar outra vez se fosse necessário. Todos ali que estavam reunidos a nós, estavam ligados a nós de alguma forma, os lobos pela amizade que havíamos construído em tão poucas semanas, e os bruxos que cresceram com nós e lutaram a nosso lado contra Voldemort, bruxos que participaram de nossa educação e nos ensinaram valores, e o vampiros que estavam dispostos a proteger a família Cullen, porque eles eram os mais próximos de família que aqueles nômades tinham e cada um ali naquela clareira estava disposto a lutar e proteger, todos estávamos ali para ganhar. Quando o dia amanheceu ninguém tinha sequer uma única sombra de dúvidas de que nós sairíamos vencedores, a maioria desejava que não houvesse luta, pois quase todos éramos pacíficos ali, mas se tivéssemos que lutar lutaríamos.

A exceção a essa regra era Emmett que pulava de um lado para o outro se alongando e exercitando seus músculos, Rosalie tentava controlá-lo, mas nem ela conseguia no final aquilo era uma distração para todos nós. Alice e Jasper estavam à um canto afastados. Alice se concentrava tentando ver o desfeche do dia de hoje, mas ela bufava a todo segundo, pois como ela havia me explicado, com tantos bruxos e lobos envolvidos ela não conseguia ver nada e aquilo lhe rendia uma dor de cabeça horrível, Jasper estava lá para acalmá-la com seu dom incrível. Carlisle e Esme estavam de mãos dadas um olhando nos olhos do outro fazendo com que fosse falta de educação olhar mais do que alguns segundos, pois aquilo era um momento intimo entre eles. Eu estava ao lado de Edward que me segurava pela cintura, todos os meus amigos estavam a nosso redor. Hermione e Rony estavam abraçados como se o mundo de fora não existisse ali entre eles, e Harry e Gina se beijavam.

A duas noites atrás havíamos nos reunido, Hermione, Gina e eu, em meu quarto para uma espécie de festa do pijama, Rose e Alice queriam ter vindo, mas haviam saído para caçar com o resto de sua família. E eu havia descoberto coisas muito mais do que eu queria.

-Já faz alguns meses que eu e Harry... Ah vocês sabem! –Gina disse corando enquanto estávamos sentadas em rodinha no chão, comendo sapos de chocolates.

-Não acredito! –eu disse colocando a mão na boca.

-Eu e Rony também... Na noite passada. –Hermione parecia um pimentão, ela estava de cabeça baixa, fingindo interesse por seu sapo de chocolate que pulava à sua frente.

-Sério? –disse Gina com uma risadinha maliciosa.

-Não me olhe assim! –Mione disse quando viu meu olhar chocado em sua direção, eu não tinha palavras.

-Bella como se você e o Edward já não tivessem... –Gina deixou a sugestão no ar e eu bufei irritada.

-A gente não fez nada! –eu resmunguei desconfortável.

-Como não? –disse Gina se ajoelhando a minha frente. –Com um namorado lindo desses e você ainda é virgem!

-Nem vem há alguns meses atrás vocês duas ainda eram virgens! –eu falei corando.

-Eu sei, mas... É serio nadinha mesmo? –Gina olhou para mim cm um olhar cheio de esperanças.

-Edward quer esperar pelo casamento. –eu disse emburrada.

-Casamento? –Hermione e Gina disseram ao mesmo tempo.

-Ele me pediu e eu aceitei. –então uma enxurrada de perguntas me bombardeou.

-Eles estão vindo. –disse a voz de Edward ao meu lado e voltei ao presente.

Todos a nossa volta enrijeceram e se colocaram em seu lugar. Os lobos estavam em nossas laterais escondidos pela floresta, se houvesse realmente uma luta, eles seriam uma carta na manga com o ataque surpresa que haviam planejado. Os vampiros ‘normais’ - aqueles que bebiam sangue humano - amigos dos Cullen estavam ao nosso lado. Os bruxos mais novos estavam atrás de nós, e alguns membros da AD também, o Esquadrão de Aurores estavam logo mais a frente lado a lado com vampiros fortes e lutadores, liderados pelo Ministro da Magia e ex-auror, Quim Shacklebolt. Hagrid e Grope estavam atrás de todos, Grope segurava um grande cajado de madeira e eu sabia que com um único movimento que alguns de nossos inimigos seriam eliminados. Eu, meus amigos e os Cullen estávamos no centro de tudo, onde uma pequena clareira se abria nos revelando. Então eu os vi aparecer.

Foi como um enxame de abelha surgindo na orla da clareira. Uns sem número de vampiros apareceram, muito mais do que sonhávamos, por volta dos 50. E logo atrás vestidos em mantos pretos e máscaras de ferro, Comensais da Morte fugitivos. Lobisomens de verdade estavam ali transformados, e pelo visto alguém havia preparado a poção de Acônito para eles, pois eles estavam super controlados e na ciência de quem eram. Não era toa que os Volturi haviam escolhido uma noite de lua cheia para aparecer, eu já desconfiava de que os lobisomens pudessem estar ao lado deles. Outras criaturas das trevas estavam ali, havia até mesmo trasgos, duendes e alguns centauros, e dois gigantes surgiram assim que todos haviam se prostrado a nossa frente, com uma distância de uns cinqüenta metros entre nós, os gigantes derrubaram algumas árvores pelo caminho e cada um foi se colocar em uma ponta no lado inimigo. O lado inimigo estava em número maior que o nosso e pela primeira vez senti medo e percebi que meus amigos também, não contávamos que eles fossem conseguir tantos aliados assim.

Com um comando invisível, os vampiros e bruxos vestidos em mantos pretos se abriram como um grande leque dando passagem a seis vampiros, três deles em mantos tão negros como a noite e os outros três em mantos vermelhos, todos eles com capuzes sobre a cabeça. Havia um vampiro de manto vermelho no centro de mãos dadas com os outros dois de mantos vermelhos, os outros três os rodeavam, e logo atrás deles uma figura solitária pairando por ali, como se desejasse estar no meio deles.

-Uma bela noite para uma reunião. –disse o vampiro de manto vermelho que estava no meio dos outros dois,

-Este é o mestre dos Volturi, Aro. –Edward sussurrou para mim.

-Mas que falta de educação a nossa. –disse Aro como se estivéssemos nos reunido para uma tarde de chá e bolinhos. –Irmãos deixem-me apresentá-los. –ele disse soltando suas mãos e dando um passo a frente. –Sou Aro e estes são Caius e Marcus, meus irmãos. –ele apontou para as outras figuras de mantos vermelhos. –Esta é Jane e seu irmão Alec. –ele apontou para duas figuras de manto preto que abaixaram o capuz e eu me surpreendi o ver que eles deviam ser muito jovens, seus rostos passavam à imagem de crianças de 12 anos. –Esta é Renata. –ele apontou para a outra figura ao lado dos irmãos. –E logo atrás... Vocês já a conhecem, Victória queria se reunir a nós sim? –ele disse tão gentil que passava mesmo a imagem de uma reunião amigável ali. –Carlisle nos apresente seus novos amigos.

-Claro. –Carlisle disse se soltando de Esme e vindo a nossa frente. –Esta é Bella a companheira de Edward. –ele apontou para mim.

-Mas que agradável. –disse Aro sorrindo. –Meus parabéns jovem Edward sua companheira é belíssima.

-Obrigada Aro. –Edward disse em um tom rígido e muito polido.

-Estes são a família de Isabella. –Carlisle apontou para os Weasley, Harry e Hermione.

-Uma grande família. –Aro disse. –Como eu gostaria de ter tempo para poder saber mais sobre cada um deles. –ele suspirou. –Mas infelizmente o tempo nunca esta a nosso favor.

-Infelizmente. –sussurrei irritada e ouvi Aro gargalhar.

-Sua companheira tem personalidade! –disse Aro com ar de riso. –Uma pena nós não podermos conhece-la melhor. –ele juntou a ponta dos dedos em um gesto que eu já havia visto milhares de vezes antes, mas em outro alguém, alguém bem melhor e digno do que ele, Alvo Dumbledore.

-É uma pena que pensem assim. –disse Carlisle apaziguador. –Não queremos que haja uma luta aqui hoje.

-Se não o desejam... –Aro olhou para todos a sua frente. –Porque essa pequena reunião de pessoas a sua volta meu caro amigo?

-Não queremos que haja uma luta, mas isso não significa que aceitaremos calados. –disse Carlisle. –Estamos todos aqui para nos defender e lutar por quem amamos.

-Mas você entende meu amigo, que o que vocês fizeram foi uma ofensa muito grande para o nosso mundo. –disse Aro.

-Protegemos apenas nossa família. –disse Carlisle. –Não é muito diferente do que você teria feito.

-Não. –disse Aro. –Mas eu não mataria um irmão para proteger um inimigo.

-Bella e seus amigos não são nossos inimigos. –disse Carlisle. –E se este argumento não basta então terei que apelar para o cumprimento da lei suprema dos vampiros. –ele disse e vi Aro lhe dar um sorrisinho malicioso. –James, companheiro de Victoria tentou matar Isabella, companheira de Edward.

-Argumento bom, mas veja bem... –disse Aro. –Não foi Edward que o matou não é? –vi Carlisle estreitar os olhos. –As leis são bem claras, se um vampiro tenta matar companheira ou companheiro de outro vampiro, somente o vampiro em questão poderá matá-lo. E não foi isso o que aconteceu. –seus olhos caíram sobre mim e ouvi um rosnado surgir do peito de Edward.

-Mas vocês também estão se reunindo ao inimigo para matar seus irmãos. –eu disse em tom alto e claro e vi o sorriso de Aro murchar. –Se suas leis são tão válidas assim então vocês também deverão ser julgados. –Aro tinha uma expressão feroz no rosto, vi a esperançar surgir no rosto de Edward, mas rapidamente ela se afastou.

-O fato é minha cara: eu sou o Juiz. –disse Aro.

-O fato é que você se intitula o juiz. –eu disse me afastando de Edward e dando um passo a frente. –Você já pensou em questionar sua legião de seguidores, até mesmo os demais de seu mundo, se é assim que todos desejam. Alguém o escolheu para ser seu juiz, líder ou mestre?

-São coisas que sua mente limitada não é capaz de entender. –disse Aro.

-Não é minha mente a limitada aqui. –falei e ouvi alguns rosnados de seus seguidores. Os vampiros do meu lado tinham expressões chocadas misturadas ao orgulho.

-Apresente as queixas Aro. –disse Edward.

-É claro. –ele sorriu. –Estamos todos aqui hoje reunidos, para julgar os Cullen pela ofensa que cometeram ao nosso mundo, ao deixarem que uma humana, ou melhor, uma bruxa, uma inimiga de nossa raça, matasse um dos nossos. Victória nos deu seu testemunho dos fatos e diante disso deliberaremos para então condenar.

-Uma pergunta. –se pronunciou Hermione pela primeira vez, e vi que Rony resistiu ao soltá-la de seus braços.

-Sim minha jovem...

-Hermione Granger. –disse ela vindo para meu lado.

-O que gostaria de saber? –ele olhou inquisidor para ela.

-Como nós bruxos podemos ser seus inimigos, se até pouco tempo não tínhamos conhecimento da existência da sua espécie de vampiros? –ela disse. –Tínhamos o conhecimento de uma maneira bem restrita e geral, só sabíamos que existiam e mesmo assim os vampiros que tínhamos conhecimento eram de uma espécie totalmente diferente da de vocês. Como então podemos ser inimigos? Até pouco tempo nem mesmo os Cullen, nem esses outros vampiros aqui hoje reunidos tinham conhecimentos sobre o mundo bruxo.

-Como eu disse a mente limitada de vocês minha jovem, não é capaz de entender a amplitude de nosso mundo. –disse Aro, Hermione se escandalizou e eu me senti ultrajada pessoalmente ao ouvi-lo dizer que Hermione tinha uma mente limitada, ela era a bruxa mais mente aberta e inteligente que eu conhecia. –Não estamos aqui para julgar o conhecimento sobre nossos mundos, mas sim para julgar a ofensa cometida pela jovem Isabella ao nosso mundo. –ele se virou de costas para nós então. –Deliberemos. –ele se juntou aos outros de mantos vermelhos e eles se reuniram em um circulo fechado.

-Nossas chances são mínimas. –Edward se prostrou novamente ao meu lado.

-Abafiato. –ouvi Hermione sussurrar e Edward sorrir para ela.

–Os gêmeos Alec e Jane são os mais perigosos, se conseguirmos destruí-los, nossas chances aumentam. Depois temos os lutadores, Felix e Demetri, creio que Jasper e Emmett darão conta deles. Temos que tentar diminuir o arsenal dele meus irmãos e eu focaremos nos habilidosos.

-Nós ficamos com os Comensais da Morte. –disse Harry.

-Nós com os lobisomens. –um grupo de vampiros africanos se aproximou de nós. –Sabemos como enfrenta-los.

-Grope e eu ficamos com os centauros, duendes e gigantes e trasgos... –e assim nossa família e nossos aliados foram se dividindo, cada um escolhendo quem teriam que matar.

-Chegamos a um consenso. –ouvimos a voz de Aro e Hermione retirou o abafiato em torno de nós.

-Diga. –disse Carlisle.

-Há duas opções a vocês meus amigos. –disse Aro. –A primeira é: nos entregue Isabella e a executaremos sozinha, ou então...

-Ou então lutaremos, porque não vamos entregá-la. –disse Harry e todos ali olharam determinados para os Volturi, ninguém ali hesitava em suas decisões.

-Harry eu...

-Quieta. –ele disse e eu me calei, olhando chocada para o modo como ele falou comigo, ouvi Rony dar uma risadinha e Hermione bater nele.

-Lutaremos. –ouvi um coro de vocês dos meus amigos.

-Então lutaremos e venceremos. –disse Aro e vi inúmeros vampiros se posicionarem para o ataque, inúmeros bruxos erguerem as varinhas, centauros riscando o chão com seus cascos, duendes desembainhando espadas, gigantes balançando suas clavas, trasgos erguerem seus cajados e os lobisomens rosnaram.

-Acho que não. –disse uma voz de mulher, todos olharam a nossa volta a procura de onde a estranha voz vinha ela parecia vir de dentro de nós. Todos estavam paralisados até mesmo os Volturi haviam voltado para a posição anterior, como se nunca tivessem realmente se mexido.

Então surgindo do lado oposto a grande clareira vinha uma mulher alta de cabelos negros e cumpridos até os pés de pele clara e fina como papel de seda, atrás dela um sem número de pessoas a seguiam.

-Vocês... –ouvi Aro ofegar.