Herois do Olimpo - a Profecia. escrita por whitesparrow, Equipe Os Imortais


Capítulo 1
I - Olimpo .


Notas iniciais do capítulo

Hey semideuses! Como estão?
Primeiro capitulo da 3ª fase.
Espero que estejam ansiosos.
Bem, queria dedicar o 1º capitulo para o fofo do Heithor. Eu prometi o capitulo como um presente de aniversário. E isso foi no começo do mês.
Enfim, nos vemos lá em baixo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/132937/chapter/1

Manuella.


 O elevador subia aos solavancos. Eu me mantive séria. Naquele momento, parecia o jeito certo a ficar. Andar número 600? De onde tia Joana tirou essa idéia? Mas após relembrar os últimos acontecimentos, perguntei-me se não estava ficando paranóica. Aquilo não se parecia em nada com o mundo ao qual estava acostumada a enxergar. Não era assim que eu queria encontrar meus pais... Seja quem forem.

      — Estamos quase chegando! – tia Joana disse com um sorriso calmo nos lábios. Lendon parecia cansado, mas mesmo assim, limitou-se a rolar os olhos.

      Estávamos no andar número 27. À medida que os andares aumentavam, meu coração acelerava em desespero.

      — Sei. – Lendon disse entediado, escorando na barra de ferro. Alexander apenas fitava tia Joana como se esperasse que ela explodisse ou algo do tipo. Gabriela olhava para o chão, escorada na parede. Não parecia se importar com algo. Isabela estava sentada aos meus pés. Os cabelos empapados de suor. Soluçava um pouco alto, porem, ninguém fez questão de acalmá-la. A situação não era agradável.

      — Isso sempre demora? – Alexander perguntou com os olhos cerrados. Tia Joana sorriu, fitando o chão. Ela parecia submersa em pensamentos... Memórias agradáveis.

      — Sim! Na maioria das vezes. – ela respondeu distraída. Continuei a olhando. Ela parecia velha demais ara conseguir atirar flechas em demônios ou matar monstros.

      O elevador começou a ir mais rápido. A musiquinha infernal provocava-me.

      — Finalmente. – ela suspirou irritada.

      O marcador indicava o andar 592. Pisquei freneticamente. Em seguida, dirigi meu olhar para Alexander que parecia tão surpreso quanto o resto de nós.

      A porta se abriu. Um brilho dourado quase nos cegou. Coloquei as mãos sobre o rosto. Aos poucos o brilho apagou-se e pude ver a beleza do local. Tia Joana caminhou para fora do elevador com os ombros rígidos. Por alguns segundos tive a breve impressão de que sua forma física estava mudando. Como uma serpente de fogo, uma luz avermelhada foi subindo pelo seu corpo. Meio minutos depois ela era uma jovem que aparentava ter pelo menos 25 anos. Os cabelos vermelhos e ondulados até o meio das costas estavam presos numa trança firme. Seu corpo definido era magro e esguio. Os olhos castanhos tinham um brilho medonho. A boca curvava-se em um semblante sorriso desafiador. As mãos com diversos aranhões e pequenos calos. As unhas compridas estavam pintadas de preto, porem, estavam lascadas como se tivesse caminhado por uma montanha carregando pedras em chamas. Trajava talvez uma regata preta, e também uma jaqueta de couro escura. Uma saia tipo exercito, toda desfiada no meio das coxas musculosas. Botas pretas de couro brilhante que iam até um pouco abaixo dos joelhos. Ela estralou o pescoço de um modo assustador, o suficiente para fazer o lugar perder sua graciosidade.

      — Venham! – ela disse autoritária. Entreolhamos-nos assustados e a seguimos. As nossas chances de fugir dali haviam escapado há meio segundo. As portas do elevador se fecharam, o guiando para as centenas de andares abaixo.



Alexander.


      Fiquei encantado com o lugar a primeira vista. Era uma praça imensa com ruas feitas de tijolos lustrosos. Logo no centro do local, havia um grande circulo de tijolos de bronze plantados no chão. Dentro havia uma musa com uma lira nas mãos, centrada no meio do circulo. Uma linda fonte de águas tão azuis quanto o próprio mar.

      Pelas ruas viam-se as lojas, restaurantes, anfiteatros e tudo o que possa imaginar.  Como Joana informou-nos; dríades, ninfas, musas, sátiros, deuses menores e até os exércitos do Olimpo e do Mundo Inferior, andavam pelas ruas do Olimpo. Em todo lugar, estatuas dos deuses.

      — O que você é? – Isabela perguntou inocentemente curiosa.

      — Sou Joana, a deusa da manipulação e dos guerrilheiros justos. Filha de Ares. – ela sorriu desafiadora, como se aquilo fosse uma grande honra.

      — Mas por que cuida de crianças? – Gabriella perguntou.                                                                               

      Joana olhou duramente para ela, mas percebi que seu olhar ainda transmitia o mesmo carinho de sempre. Ela empinou o nariz e olhou para frente.

      — Zeus castigou-me. - ela disse fria e seca. O assunto parecia perturbar-lhe.

      — Algum motivo especial? – Lendon persistiu. Os olhos dele ganharam um brilho brincalhão. Joana sorriu.

      — Brigas. Algo saudável e super normal para os filhos de Ares. Mas alguns deuses não gostam que machuquemos suas servas. Há vinte e oito anos atrás entrei em uma briga com uma dríade. Elas realmente são bem tontas. Então Zeus resolveu me punir. – ela deu de ombros, sentindo-se pouco a vontade.

      — Dríades? Elas não são servas de Poseidon, o deus dos mares? – Isabela perguntou um pouco curiosa.

      — São sim, mas não me perguntem o motivo que levou Zeus a ficar do lado de seu irmão. Do jeito que eles brigam, Zeus preferiria apoiar Artemis em tornar todas as mortais em Caçadoras, do que apoiar o irmão mais velho em alguma coisa. – ela disse enjoada. – Mas vai saber! No fundo eles realmente se amam.

      — Quanto tempo de punição? – Manuela perguntou.

      — Passar cem anos cuidando de crianças humanas e semideusas. – ela disse secamente. – Algumas décadas depois me enviaram Annamar Grace, filha de Zeus. Eu deveria cuidar e termina-lá de criar para que fizesse parte da Grande Profecia.  – ela completou. A doçura ao falar da filha de Zeus era presente. A garota parecia seu maior orgulho. Seu melhor trabalho. Uma das transgressões de Zeus que acabou dando certo.

      — Minha mãe? – Manuella perguntou incrédula. Joana assentiu. O fato de nossa “babá” ser a mesma que criou Annamar Grace quando criança assustava não apenas ela, e sim a todos. Estávamos subindo uma larga e comprida escadaria de prata que nos levava a uma sala de portas grossas e compridas. Tinham um brilho prateado.

      — Você me parece familiar. – eu disse observando as longas portas que se abriam lentamente a cada vez que nos aproximávamos mais.

       Joana riu.

      — Você geralmente me vê nas aulas de história. – ela disse risonha. Pela primeira vez na vida, fiquei confuso. E eu odiava aquilo.

      — Minha nossa! Você é a Joana Dar’c? A dos livros? – Isabela perguntou perplexa. Joana riu em desdém, como se já tivesse passado por isso diversas vezes, e todas as vezes fossem engraçadamente prazerosas de se observar.

      — Eu mesma. – ela confirmou, apontando para si mesma.

      — Que maneiro! – Lendon quase gritou de animação, mas Joana o repreendeu.

      — Isso é impossível! Joana Dar’c foi queimada em uma fogueira. – contei-lhe aos sussurros. Estávamos a menos de vinte degraus da sala.

      — Quando me amarraram a fogueira e atearam fogo, Ares se apiedou de minha alma. Quando morri, ele pediu para que Zeus convencesse a Hades que me trouxesse de volta a vida. Claro que Hades pediu algo em troca. Ele pediu algo simples. Pediu para que Zeus mantivesse os meios-sangues longe da entrada do Mundo Inferior. E Zeus fez. – ela contou, respirando fundo quando tocou o piso branco do Salão. Ela parecia entediada em contar essa história.


      Prendi a respiração quando notei o Salão a minha frente. Ele era totalmente azul no teto. No centro, um circulo de tijolos de ouro pareciam mostrar algo. Talvez fosse de várias funções. Tanto um campo de visão quanto poderia ser uma lareira – como estava agora. As labaredas ganharam um tom meio azulado. Os tronos formavam um U ao redor do campo de visão/lareira.

      O trono principal era enorme. Era um trono feito de mármore que aparentava ser egípcio, era negro e polido, decorado com ouro. Sete degraus, cada um esmaltado com uma das sete cores do Arco-Íris, conduziam ao assento. No braço direito do trono ficava pousada uma águia dourada com olhos de rubi, trazendo nas garras laminas metálicos com bordas recortadas em zigue zague, mostrando que Zeus destruir os inimigos que quisesse disparando seus raios sobre eles. Nos livros aprendi que Zeus era um deus bravo, forte, estúpido, barulhento, violento e presunçoso. O deus Ares deveria ter para quem puxar.

      O trono ao lado esquerdo do trono de Zeus era marfim sobre três degraus de cristal. Algumas folhas de salgueiros e penas de pavão multicoloridas enfeitavam o trono de Hera. Algumas vezes ela não gostava de ser mulher de Zeus, pelo fato dele traí-la com diversas mortais. Além do pavão, a vaca que era o animal mais maternal existente e o leão, eram seus símbolos.

      O trono ao lado direito de Zeus, era o segundo maior. Era de mármore verde acinzentado com listras brancas, ornado com coral, ouro e madrepérola. Os braços do trono tinham monstros marinhos esculpidos. Cinco degraus na cor do mar erguiam o trono de Poseidon. Logo reconheci minha paixão pelo mar. Poseidon era meu avô, obviamente. E conseqüentemente, Gabi era minha tia.

      Junto a Poseidon, um trono de mármore completamente escuro – um negro temeroso. Erguido também por cinco degraus escuros, os braços do trono destacavam-se por serem feitos de ossos. No espaldar do trono poderíamos ver um fogo negro queimando inocentemente. O trono de Hades não era o mais assustador ali.

      Ao lado de Hades estava seu sobrinho Hefesto. Sendo o deus do ferro, joalheiros, ferreiros, pedreiros e carpinteiros, seu trono era esplêndido. Todos os tipos de metais e pedras preciosas existente foram utilizados no trono do deus. No espaldar de seu trono, havia um martelo de ouro. Nas histórias, Hefesto fora atirado do Olimpo por Zeus, quando ainda era apenas um bebê. Casado com Aphrodite, o deus não era o tipo de pessoa que eu imaginava ver casado.

      Diante de Poseidon estava Athena, a deusa da sabedoria. Nos livros dizia que fora ela quem ensinou Hefesto a manipular as ferramentas.  Seu trono de prata tinha nas laterais, linhas de outro puro. Uma coroa de violetas ficava como uma faixa ao redor de seu trono. Os braços eram impressionantes. Pergaminhos caindo, como se estivessem sendo abertos formava a imagem do trono da deusa. Cabeças de corujas terminavam os braços; e uma púnica brilhava no espaldar de seu trono.

      Ao lado de Athena, sentava-se Aphrodite. O trono de Aphrodite era de prata, incrustado de detalhes de ouro. Sob os pés do trono ficava um tapete dourado bordado em bronze abelhas, maças e pardais. No espaldar de seu trono era visível uma pomba de ouro, com um minúsculo coração de prata no peito.

      Ao lado de Hefesto, sentava-se Ares. O trono do deus da guerra era feito de bronze, muito forte e feio. Tinha grandes relevos em forma de armas de diversos tipos. Sob seu trono, no espaldar meio entortado, estava uma lança cravada na cabeça de um javali. Era um bronze quase da cor do sangue. Era intimidador até.

      Ao lado de Ares estava o trono de Apollo, o deus da música, medicina, sol, poesia e rapazes solteiros. Seu trono, de ouro muito brunido, era coberto de inscrições mágicas. Em seu espaldar, o sol pendia em ouro. Era tão brilhante que eu não duvidava que fosse um milésimo do brilho real. Os raios do sol eram em forma de flecha, enquanto o sol as manipulava. Liras desenhadas na cabeceira de seu trono.

      Diante de Apollo sentava-se sua irmã gêmea, Artémis, a mãe de Bela. Era a deusa da caça e das moças solteiras, com quem aprenderá a medicina, e o arco e flecha. Algumas vezes era reconhecida como a deusa da noite, pois gostava e representava a lua. O trono da deusa da noite era de prata pura, com alguns desenhos de lobos e ursos correndo pelo trono. O espaldar de seu trono estava mostrando uma flecha cravada na lua. Os braços de seu trono terminavam com uma cabeça de lobo cravada no lado direito e a de um urso no lado esquerdo.

      Ao lado de Apollo estava Hermes, o deus dos ladrões, viajantes, banqueiros, comerciantes e adivinhos. Seu trono foi talhado a partir de um único bloco de pedra cinza, com braços esculpidos em forma de serpentes. No espaldar estava  sua arma: o caduceu, entrelaçado em duas cobras.

      Ao lado de Hermes estava Dionísio, o deus do vinho. O trono do deus era de pinho folheado         a ouro, ornado de cachos de uvas esculpidos em ametistas de cor violeta. As videiras eram verdadeiras, e subiam na parte de trás de seu trono, depositando logo acima da cabeceira, uvas reais. Nos braços do trono estavam cabeças de tigres com olhos cor de jade e bocas abertas brilhando a bela sardônia.

      De frente a Hermes estava um trono simples de madeira muito lustrosa e impecavelmente clara e limpa. Fogo vermelho e ardente queimava ao redor do trono sem causar efeito algum a madeira brilhante. Os braços queimavam quase que por completo sem desgastar a madeira. No espaldar do trono de Héstia, estava uma tocha que brilhava em um fogo vermelho e ardente.

      Ao lado de Héstia e de frente a Dionísio, estava o trono da deusa Deméter.  Seu trono, em malaquita verde-vivo, era decorado com espigas de cevada em ouro e com porquinhos também de ouro aos seus pés, para dar sorte. Nos livros dizia-se que raramente Deméter sorria. Algumas vezes apenas quando visita sua filha. No espaldar do trono estava uma papoula, o símbolo da deusa. Era uma espécie de flor que nascia rubra como o sangue em meio a cevada. Mas notei que havia mais do que 14 tronos ali. Havia mais. Novos seis tronos lustrosos.

      Ao lado de Deméter, estava um trono de prata com alguns enfeites de madrepérola ao seu redor. Livros e antigas maldições em grego estavam cravados pelo trono. Mas também havia ondas e ondas do mar, arrastando as palavras como numa ilusão de ótica. No espaldar do trono estavam livros de ouro.  Cravado em grego – como no de todos os deuses – estava escrito em minúsculas letras: Annabeth.

      De frente ao trono de minha mãe, estava um trono de mármore verde brilhante, enfeitado pelas pedras jades. Ondas do mar, cavalos e tempestades enfeitavam o trono de Perseu. Os braços do trono eram realmente diferentes. Eram duas longas espadas de bronze enfeitadas por jades. No espaldar do trono de meu pai, estavam duas espadas de ouro cruzadas.

      Ao lado do trono de meu pai, estava outro trono de mármore negro. Como ilusões de ótima, era possível ver como se fosse o inferno: fogo queimando, pessoas correndo de um cão de três cabeças e caveiras caindo. Assim como o de Hades, os braços do trono de Nico Di Ângelo eram de ossos longos. No espaldar do trono estava uma caveira em frente a dois ossos cruzados. Seus olhos eram dois ônix brilhantes. Se você olhasse por muito tempo para o rosto encaveirado, parecia que ela dava-lhe um sorriso convidativo para morrer. Estremeci, recebendo o gentil aperto de Manu.

      De frente ao trono do novo deus dos mortos, estava um trono de ouro enfeitado por diversas safiras. Ao redor do trono, desenhos que representavam a vida estavam esculpidos junto a diversos raios. No espaldar do trono de Annamar Grace, estava uma linda rosa azul brilhante e esbelta, representando a deusa da Vida. Mas o que me chamou atenção foram os braços de seu trono ser dois raios. Seu trono tinha uma ilusão de ótica tão real, que fiquei embasbacado. Se você olhasse por algum tempo para os desenhos de seu trono, parecia que eles moviam-se conforme o vento que poderia passar por entre os raios.

      Ao lado do trono de Annamar Grace, estava um trono de pedra verde brilhante. Eram esculpidas diversas benções em grego, dando esperança e fé. Esmeraldas enfeitavam o trono. No espaldar no trono da deusa Storm que representava a esperança e a fé, estava um trevo de quatro folhas prata.

       E por último, de frente a deusa da esperança, estava um trono de prata com diversos diamantes, dando um novo brilho ao trono. Frases que representavam a paciência estavam esculpidas por toda a extensão do trono bem desenhado. Escrito nos braços do trono, estavam palavras de tranqüilidade e equilíbrio. No espaldar do deus Luke Castellan, estava uma balança de prata, representando o equilíbrio entre as realidades, os deuses e os monstros.

      Os tronos dali mediam cerca de 6 metros, assim como os todos os deuses mediam, talvez, 7 ou 8 metros – que estavam de pé, discutindo alto o suficiente para que toda Nova York escutasse.

      — Espere! Tem mais tronos do que deuses. – Gabi reclamou. Joana negou. – São apenas quatorze deuses, contando Hades e Héstia, claro.

      — Não leu pequena? Os outros tronos ali são de seus pais. Veja! – Joana acenou com a cabeça em direção aos nomes cravados. Gabi apertou os olhos.

      — Quem é aquela? – Bela perguntou, apontando para algum lugar. Ao segui seu olhar, notamos que ela observava uma linda deusa com um vestido verde cor esmeralda. Era a deusa da esperança. Ela estava debruçada em um dos braços de seu trono. Os olhos estavam vermelhos, como se passará a noite inteira chorando.

       — Certamente. Aquela é Storm, deusa da esperança e da fé. Filha de Perséfone e Hades. Casada com Luke Castellan. – Joana disse formalmente. – Mãe de Lendon Julius Castellan.

      Os olhos dele se arregalaram. Involuntariamente deu um passo em direção a mãe, mas foi interceptado por Joana.

      —Vamos fazer isso direito. – ela disse nos arrastando para dentro do Salão, um pouco afastados da porta e mais próximos aos enormes tronos.

      — Aqueles são Ártemis, Poseidon e Athena. Ártemis é deusa da caça e da lua. Poseidon o deus dos mares, cavalos e terremotos. Athena é deusa da sabedoria e guerra justa. – Joana disse entediada. – Ártemis é mãe de Isabella L. Devon. Os ex-rivais são pais de Gabriela Minerva M. . – as garotas sorriram.


      — Chega de discussão. – uma voz feminina e autoritária surgiu das grandes portas.

      Era uma moça loira. Seus cabelos cacheados iam até o meio das costas. O vestido cinza o deixava durona e inteligente. Seus olhos cinza estavam escuros como uma tempestade. Ao lado dela estava um rapaz loiro de olhos azuis e cabelos cor areia – meio escuros talvez – curtos. Uma cicatriz seguia do queixo até um pouco abaixo do olho esquerdo. Musculoso igual ao rapaz moreno do outro lado da garota loira. Os cabelos eram negros e bagunçados. Era igual o meu: nunca ficava penteado por muito tempo. Os olhos eram verdes meio azulados da cor do mar, iguais aos meus. Eles brilhavam de expectativa. Ambos os rapazes vestiam terno. O de um era cinza claro, enquanto o do moreno era um cinza escuro.

      — O loiro da cicatriz bizarra é Luke Castellan, filho de Hermes com a mortal May Castellan. É o deus do Equilíbrio e dos Enigmas. É casado com Storm. Ao menos sabemos de quem Lendon puxou a beleza, o ego e o sorriso convencido. – Joana admitiu, com um sorriso brincalhão. Lendon sorriu.

      — A loira é Annabeth Chase, filha de Athena com o professor mortal e problemático, Frederick Chase. É a deusa da Paciência e Raciocínio Lógico. É casada com o moreno ao seu lado, Perseu Jackson, filho de Poseidon e da mortal Sally Jackson. É o deus da Luta e coincidentemente da Lealdade, seu defeito mortal. Pais de Alexander Chase Jackson. – Joana sorriu. Porem, nada se encaixava. Eles eram deuses. Por que não nos mantiveram aqui, afinal de contas?

      Meus pais caminharam até o circulo de discussão dos outros deuses, enquanto Luke caminhava até o trono da deusa da esperança. Abraçou-a.

      — Fiquem quietos! – Joana disse seriamente. Meu instinto protetor entrou em alerta. Passei meu braço direito pelos ombros de Manu. Ela me olhou de esguelha.

       — O que acha que está fazendo? – ela perguntou mortalmente calma. Virei meu rosto em direção ao dela.

       — Não me sinto muito bem não te protegendo. – sussurrei para ela calmamente, tentando parecer convincente. Não funcionou! Seus olhos faiscaram. Seu cotovelo bateu contra minhas costelas. Um choque percorreu meu coro, minha pele formigou e pés tremeram. Tirei meu braço dela, completamente assustado. Ela me olhou com olhos arregalados, como se eu fosse a coisa mais estranha e nojenta que ela já vira em toda a vida. E eu duvidava muito disso! Já tínhamos visto coisas bem piores do que eu.

      — Silêncio casal 16! – Gabi disse raivosamente, acertando seu cotovelo nas minhas costelas. E mais uma vez a dor começou, porem, sem o choque. Dei alguns passos ara trás, quase que caindo no chão. Por sorte ou azar, eu não sei, mas Manuella agarrou a gola da minha camisa para que eu não caísse. A parte ruim foi o fato de ela estar me enforcando.

      — Creio eu que semideuses não podem matar um amigo do mesmo time. – Bela disse duvidosamente. Erguemos nossos olhos para ela. Ela deu de ombros que se fosse apenas um pensamento ao qual ela possuía intensa vontade de colocar em pratica. Para confirmar minhas suspeitas, ela lançou um olhar presunçoso para Lendon. Ela apenas rolou os olhos e me encarou... Como sempre costumava fazer.

      — Faça isso de novo e eu arranco seus olhos. – Manu soou mortalmente fria. Olhei ara ela assustado e engoli em seco com a ameaça. Joana nos olhava. Rolou os olhos e murmurou algo como Aphrodite.

      — Vejam! – Joana disse por baixo da respiração. Olhamos em direção a porta.

      Um casal todo de preto estava parado na entrada do Salão. O homem – assim como todos os deuses – media 8m. O corpo musculoso, como o de Perseu e Luke. Engoli em seco. Os cabelos negros eram ondulados e cortados em um corte não tão curto. A boca era rosa como a de Manuella, e estava espremida numa linha fina. Seus olhos negros estavam duros e sombrios. Carregava no rosto pálido uma expressão séria. O cenho franzido. Em um tamanho humano seria alto o bastante para parti-me ao meio. Ele trajava um terno negro, assim como os sapatos lustrosos.

      Ao seu lado, a mulher era linda. Talvez a deusa fosse tão bela quanto Aphrodite. E percebi que Manuella havia definitivamente herdado o rosto dela. Seus longos cabelos eram negros e lisos até a cintura. Eram longos como o de Manu. Os olhos azuis elétricos eram claros como o céu em um dia de sol, e inteiramente ferozes e frios. Seu rosto era jovial e seu tom de pele era quase tão claro como a pele pálida do rapaz ao seu lado. O delineador nos olhos fortemente aplicado fez um choque de medo correr pelo meu corpo. Seus lábios eram marcados por um batom vermelho vivo. O vestido negro caia pelo seu corpo e a cada balanço que ele dava, o ar parecia ficar ora fresco, ora rarefeito. O salto preto entrelaçava em seus pés batia freneticamente no chão, e senti como se o Salão pudesse cair em nossas cabeças só pelo fato daquele casal estar ali.

      — Nico Di Ângelo, filho de Hades e Maria Di Ângelo. Deus dos mortos. Casado com Annamar Grace, filha de Zeus e da atriz Elizabeth Grace. Deusa da vida. – Joana disse em um tom sério; mas ainda sim era visível a pontada de orgulho. – Pais de Manuella Grace Di Ângelo.

      — Sério? – Manu balbuciou ao meu lado. Sua pele parecia quente. Joana acenou.

      O casal caminhou até seus tronos. Os outros deuses acomodaram-se em seus tronos, cruzando as mãos.

      Hermes bateu levemente seu caduceu no chão. Os olhos de nossos pais viraram-se em direção ao deus. Aflição pairava.

      — Noticias Hermes? – Annamar perguntou aflita, mas a expressão ainda sim era fria. Hermes negou.

      — Você é o deus dos viajantes. Você tem que saber onde eles estão. – a voz fria de meu pai, Perseu, raspou feito uma lamina.

      — Sinto-lhes em informa-lhes que é algo que não está em meu poder. São jovens poderosos. – Hermes lamentou-se. Nico apertou o braço de seu trono.

      — Tem que haver um jeito. – Luke soou pensativo.

      — SEMPRE há um jeito. – Nico soou calmo e frio, olhando para ele como se sentisse nojo e guardasse algum rancor. Luke limitou-se apenas em semicerrar os olhos. Um olhar esperto e calculista era o de Nico.

      — Devemos manter a calma. Uma briga agora não resolverá nada. – Annabeth disse calmamente, lançando um olhar duvidoso para Annamar que limitou-se apenas a corar.

      Joana apertou o ombro de Lendon amigavelmente e olhou para Gabi e Bela. Caminhou mais a frente, com passos duros.

      — Sinto-lhe dizer que isso é impossível. Não há como algum de manterem-me calma. – Storm soou furiosa, mas para Hermes. Ele encolheu-se no trono.

      — De fato, Annabeth está correta! Isso não deve nos afetar. – Poseidon tentou soar gentil, mas estava nervoso.

      — Sim, Poseidon está certo. Joana aparecerá... – Athena não terminou. Fora interrompida por Joana, que agora media cerca de 8m.

      Annamar Grace arqueou uma sobrancelha e olhou para o chão vazio. Abriu a boca e sugou o ar. Fechou os olhos rapidamente e espremeu os lábios. Os olhos se abriram guardando uma fúria ardia. Ela levantou de seu trono e caminhou mortalmente calma ate Joana, que teve a coragem de manter um semblante sorriso divertido.

       — Demorou! – Annamar disse ríspida. Joana riu e olhou para ela.

      Suas mãos tremiam e Joana estava ciente disso.

      Joana olhou para nos e apontou com queixo para que fossemos a frente. Perto deles, parecíamos pequenos demais. Storm colocou a mão sobre o coração e assoprou em nossa direção.

      Lá estávamos nós. Cinco adolescentes que acabaram de destruir um internato ao lado de uma deusa que foi queimada numa fogueira, e que recentemente – leia-se quase 60 anos atrás – foi punida pelo deus dos céus por brigar com uma das servas do meu... Avô?

      Todos com quase 6 metros de altura, sujeira e suor nos cabelos, arranhões e sangue seco  pelo corpo.

       Os deuses pareciam perplexos, mas ao mesmo tempo felizes. Joana chacoalhou as mãos pedindo silenciosamente para que nos curvássemos. Curvei com certa dificuldade, pois os olhos do deus dos mortos analisavam cada movimento que eu dava. Tive a leve sensação de que seu maior desejo era me decapitar ali e agora. Os olhos da deusa do amor pareciam tão emocionados, que não duvidei que fossem capazes de saltar para fora. Encontrei os olhos de meus pais.

      Olhei para Manuella, Lendon, Gabriella e Isabela. Tímidos sorrisos presentes no rosto de cada um.       Caminhei para meus pais e novamente curvei-me para eles. Quando me ergui novamente, não perceber o olhar alegre de minha mãe era impossível. Fui pego em um abraço com cheiro de flores, mar e livros tanto novos quanto antigos.

      — Meu Alexander! Estamos tão felizes por você estar aqui meu amor. – minha mãe garantiu. As lagrimas caindo. Ela apertou-me mais ainda. O cheiro salgado se intensificou ao meu redor. Alguém bagunçou meus cabelos, e eu já possuía uma breve noção de quem.

      — Tudo vai ficar bem garotão. – meu pai afirmou duvidoso, porém cheio de esperança. Ao que me pareceu, ele estava tentando convencer-se mais a si mesmo do que há eu. Mamãe depositou um beijo em minha testa, mas pareceu preocupada com as palavras de meu pai. Ergui meus olhos acima dos ombros de minha mãe, apenas para ver os outros sendo tão bem recebidos como eu.


      — Minha princesinha, minha garotinha! – a voz firme e fria de Nico, ganhará um tom doce e calmo. Meu coração bateu forte ao ver Manu chorando nos braços de seus pais.

      — Manu, minha pequena. Você está conosco agora. Está tudo bem! – Annamar sorriu alegremente para a única filha.


      — Menino, você quase me matou do coração. Nunca mais lute sem minha autorização. – Storm brigava alegre e sorridente com Lendon. Era notável nos olhos de Lendon como ele estava iluminado.

      — Storm, amor. Ele é um guerreiro como o pai. É meu filhão! – Luke apertou os ombros do filho e da mulher, alegre. Selou seus lábios com os da deusa da esperança.


      — É inteligente como a mãe! – Athena disse confortável, ao ter Gabi abraçada a si, sentada no colo do pai.

      — Ela puxará mais para o pai bonitão dela. – Poseidon garantiu, beijando a face da filha, que riu. Athena mostrou língua para Poseidon, sem desviar os olhos de sua pequena.


      — Oh, minha única filha. Eu morreria quase perdesse você meu amor. – Ártemis, deusa da lua sorriu calidamente para sua filha única. Os lábios dando um beijo na testa de sua filha que era paparicada por ela e pelo deus do sol.


      — Deuses e heróis Olimpianos. É chegada à hora! – a voz de Zeus estremeceu as estruturas do Salão. Meus pais trocaram olhares, porem, voltaram-me a atenção.

      — Você deve ir agora, mas nos veremos logo. Eu quero que você prove a todos que é importante não por quem somos, mas sim por quem você é. Não importa o que disserem ou fizerem a você, basta acreditar que é capaz. As coisas não serão fáceis, mas... É tudo apenas questão de tempo. Sempre foi questão de tempo. – meu pai disse, parecendo ter ganho 100 anos a mais. Mamãe deu uma cotovelada nas costelas de meu pai, mas foi inevitável não perceber seu olhar pesado e assustado. Ela suspirou e ergueu o queixo. A expressão séria e ameaçadora voltando como se ela nunca houvesse dado um sorriso na vida.

      — Nós amamos vocês, crianças. – as vozes firmes dos deuses soaram em meus ouvidos. Minha visão ficou turva e eu apaguei.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!