Capítulo 1

Salva por um anjo

Já havia amanhecido na pequena cidade de Forks. Allice ainda estava adormecida em um sono profundo, sua expressão era serena. O dia do lado de fora do quarto da jovem garota era nublado e frio demais, o que não seria tão agradável. Mesmo assim a garota tinha de acordar, pois teria de ir à aula.

Allice é despertada pelo toque ensurdecedor de seu despertador e assustada, seus olhos se abrem completamente. Ela tomba a cabeça para o lado, desligando-o e encerrando assim o barulho. Senta-se na cama e passa a ponta dos dedos em seus olhos tentando despertar, é quando olha para o lado e vê seu celular piscando, ela o pega e abre o flap, lendo a mensagem que sua melhor amiga Isabelle havia mandado e dando um breve sorriso responde rapidamente e pula da cama um tanto animada.

Enquanto Allice tomava seu banho e se arrumava para ir à escola, seu tio Oráculo preparava o café da manhã. Allice era uma garota perdida e sua vida cruzou com a de seu tio ainda aos primeiros dias de vida da garota, e desde então, a família dela se resumia a ele. Oráculo estava distraído enquanto fazia as panquecas que sua amada sobrinha tanto gostava, quando a mesma desce as escadas e chega à cozinha com um sorriso iluminado.

- Bom dia sobrinha. – Disse Oráculo virando-se para a garota e sorrindo.

- Bom dia tio. – Disse Allice retribuindo o sorriso e aproximando-se de seu tio, da um beijo em seu rosto.

O homem retribui o gesto com grande carinho, e em seguida ela senta-se à mesa e espera que ele lhe sirva. Oráculo deposita as últimas panquecas que estava a preparar no prato e leva à mesa sentando-se na outra cadeira e ambos se servem. Enquanto se alimentavam começaram a conversar sobre o dia que estava nublado, até que Oráculo faz uma breve recomendação a sua sobrinha.

 - Tenha cuidado minha linda não vá à alta velocidade por essa estrada úmida, e qualquer coisa me liga.

Allice assentiu a recomendação de seu tio e terminou seu café da manhã e, levantando-se da cadeira, vai até ele, dá-lhe um beijo na testa e ele afaga fraternamente seu braço. Assim que a garota se dirigiu para a sala Oráculo levantou-se e foi retirar os pratos da mesa. Allice seguiu até seu carro com a mochila no ombro e notando que a chuva ameaçava a começar, apressou seus passos, entrando no carro e logo ligando o aquecedor.

Enquanto dirige para a escola, se distrai escutando a música que tocava em seu mp4 acompanhando a batida da música com a cabeça, não vendo o celular tocar. O caminho estava deserto demais, quando ao longe ela vê algo estirado no meio da estrada. Ao notar o corpo, Allice fica tensa e logo tira os fones do ouvido, diminui a velocidade parando no acostamento e desce de seu carro, ela encontra um rapaz completamente machucado e ensangüentado, parecia estar desmaiado.

Ela vai se aproximando lentamente até que se inclina para tocá-lo e num movimento rápido aquele corpo imóvel agarra a mão da garota que solta um grito agudo, mas como num passe de mágica ele a segura com uma força sobre-humana e tapa sua boca, com uma voz aveludada ele sussurra ao pé do ouvido dela.

 - Não se preocupe docinho, será rápido e indolor. – Disse o rapaz com a voz carregada de crueldade apesar do tom suave.

 Allice se mexia tentando fugir ou ao menos gritar sem nada adiantar. Damon crava seus dentes afiados no pescoço de Allice sem ao menos ter dó do desespero da garota que chorava enquanto sua vida era tirada. A alguns minutos dali, na floresta, Emmett Kl estava distraído lendo encostado em uma das arvores quando escuta um grunhido de dor que chama sua atenção, ele sabia que aquele som tinha vindo da estrada que ficava a minutos, algo no interior dele fez com que seu lado humano, até então adormecido, agisse. E largando o livro ele e parte na direção do som, encontrando a cena deplorável de um predador e sua presa.

Entre as dores, Allice consegue apenas mover seus olhos para o lado daquele rapaz. Algo em seu olhar tocou o coração silencioso dele, mesmo que ele soubesse que aquilo era sobrevivência não podia deixar que aquela menina morresse enquanto ele cruzava os braços e assistia. Damon pressente a presença de mais alguém largando Allice que cai ao chão se contorcendo enquanto o veneno ia agindo lentamente em seu corpo. A dor era intensa e ela revirava os olhos conseguindo apenas soltar alguns grunhidos abafados, enquanto Damon encarava seu adversário como se protegesse sua presa. Kl apenas dá um breve sorriso antes de partir para cima daquela criatura e sem nenhum esforço imobiliza seu adversário, decapitando-o.

Olhou com desdém para o que restou dele, apenas jogando um isqueiro aceso e o fogo fazia o resto do trabalho. Allice já estava perdendo os movimentos e mantinha-se agora parada.

- Me... Ajuda... - Ela sussurrava com dificuldade.

Ele escuta nitidamente o sussurro da garota e foca sua atenção a ela, chegando próximo de Allice segura sua mão. Ela tinha a respiração entrecortada e seu olhar estava apagado. O veneno corria lentamente em suas veias. Mesmo que ele quisesse ajudá-la não saberia como, mas ele sabia que precisava tirá-la dali, pois queira ou não ele também tinha de manter o segredo dos vampiros escondidos dos humanos, já que ele e seus irmãos correriam risco se descobrissem. Então, em uma fração de segundos Kl a pega no colo e parte para casa...

***

Dois dias depois do acontecido, Allice, que agora estava acomodada em uma cama de casal, sofria o fim do círculo de transformação. O veneno se foca apenas em seu coração. A dor era insuportável para ela que apertava o lençol.

- Está próximo do fim, princesa! – Sussurra Kl, que acompanhou todas às 48 horas da transformação de Allice, sem nunca sair de seu lado.

Assim que conclui a frase, o coração de Allice bate mais duas vezes, falhando e se silenciando por fim. Ela abre os olhos lentamente, agora encontrando uma nova forma de ver o mundo. Sua visão apurada a encanta, e vai virando o rosto até encontra o rosto que tinha sido sua ultima visão de quando humana. Aquela cena agora era turva para Allice. Kl dava um sorriso de covinhas que a encanta, e sem notar, ela se coloca de pé notando em seguida sua desvantagem de tamanho.

Nesse momento, o som da porta de abrindo chama a atenção dos dois. Allice vira e se depara com um rapaz idêntico ao anjo que a salvou. Confusa a garota olhava de um para o outro, tentando compreender aquela cena inusitada. Então o outro se aproxima com um sorriso tímido e se apresenta.

- Eis aqui nossa nova irmãzinha. Finalmente desperta. Prazer, Kn. – Allice para por um momento então sussurra.

- Er... Allice! – Ela se impressiona com sua própria voz, então abaixa a cabeça e suspira. – O que aconteceu comigo? O que vocês são?

- Venha! – Diz Kl com um sorriso estendendo a mão para a garota.

Ele segura a mão de Allice e a conduz até o espelho, Allice que estava de cabeça baixa até o dado momento levanta a visão encontrando a imagem de uma linda garota, a pele era branca, o rosto mais angelical que havia visto, emoldurado por longos cabelos castanho claro, seus olhos eram avermelhados num tom de Rubi, Allice estava abismada com aquela imagem, era ela mesma mais numa forma mais bela, sem saber o que dizer ela gira e olha para ambos os rapazes, esperando pela explicação...