Castlecalibur ou Soulvania (reeditado) escrita por TriceSorel


Capítulo 4
PARTE 4: o cavaleiro errante e o segredo de Mathia




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         Enquanto isso, um jovem rapaz alemão de vinte e três anos, longos cabelos louros, olhos azuis e pele rosada caminhava usando uma armadura pesada e uma grande espada em mãos.

         - Nossa, de repente tudo ficou escuro aqui... essa floresta me dá calafrios! – comentou ele. – Aposto que é coisa do Nightmare, o famoso Azure Knight! Ele deve ter pego a espada demoníaca Soul Edge e trazido o caos para esse lugar! Mas eu, como dono legítimo da Soul Calibur, vou destruir essa espada maldita e restaurar a paz na Terra! Mas antes preciso achar um lugar para pernoitar...

         O jovem de porte atlético e olhar misterioso enfrentou as trevas da floresta até chegar em um castelo enorme já mencionado anteriormente. Apertou a campainha e a ponte levadiça desceu rapidamente, num estrondoso “pif”.

         PIF!

         O alemão pensou que esse era o sinal para entrar e foi caminhando até chegar no saguão vazio do castelo.

         - Ó de casa? Tem alguém aí? – perguntou.

         - Bem vindo a Castlevania... – disse uma voz misteriosa vindo do interior do castelo. Um homem apareceu à luz, no parapeito das escadas. Era Walter. – Em que posso servi-lo?

          - Meu nome é Siegfried Schtauffen, um guerreiro alemão!

         - Eu sei quem você é, eu li o seu perfil no Facebook e um artigo sobre você na Wikipédia... nascido em solo germânico, fez parte de um grupo chamado Schwartzwind, matou seu pai por acidente, exilou-se, ficou louco bipolar, conseguiu a Soul Edge e assumiu a personalidade do Azure Knight chamado Nightmare, depois percebeu o erro e procurou pela Soul Calibur, assumindo de volta a personalidade de sempre...

         - Não! Isso é mentira! O safado do Nightmare andou espalhando esses boatos e hackeou meu perfil do facebook! Eu sou eu mesmo, e nada tenho a ver com o Nightmare ou com a maligna espada Soul Edge! – defendeu-se Siegfried.

         - Mas você tem a espada espiritual Soul Calibur com você...

         - Sim, consegui-a com muito esforço, tive que enfrentar diversos inimigos perversos para ter a posse dessa poderosa espada e assim... redimir meus pecados.

         - Então, você é um herói.

         - Sim! Sou um herói peregrino, e peço estadia em sua casa por uma noite e, em troca, posso protegê-lo de todos os perigos, que devem ser muitos! Enquanto vinha para cá ouvi dizer que existem vampiros vagando por essa região.

         - Vampiros, é?

         - Sim, dos perigosos. Ouvi falar que o próprio Lorde Drácula mora perto de Castlevania!

         - Você acredita nessa história?

         - Eu particularmente, não. Acho que vampiros são seres criados pela Stephanie Meyer para seduzir adolescentes descerebrados e vender livros. Mas já passei por situações assombrosas demais em minha curta e tenebrosa vida para renegar a existência desse tipo de seres sem luz do submundo.

         - Sim, você pode ficar aqui em Castlevania... seja bem-vindo.

         - Danke schön, Herr...

         - Walter Bernhard, ao seu dispor.

         - Muito obrigado, Herr Beethoven, serei eternamente grato.

         - Não me agradeça... – respondeu o vampiro. – Venha, deixe-me mostrar o quarto de hóspedes...

         [n.a: danke schön, Herr..., em português significa “muito obrigado, senhor...].

         Nesse momento, na biblioteca do castelo, Leon e Mathias conversavam.

         - Então, Mat... você ainda não cansou de pesquisar e estudar esses assuntos complicados? – perguntou Leon, pegando uma tabela periódica feita por Mathias, com quatro quadradinhos apenas. – O quê?? Descobriram outro elemento? Não são mais só água, fogo e terra?

         - Não, agora o ar também é considerado um elemento... – respondeu Mathias, sabiamente.

         - E aqui também tá dizendo que não é o Sol que gira em torno da Terra!!! – surpreendeu-se Leon.

         - Não. É a Terra que gira em torno do Sol. E também descobri que a Lua não é um planeta.

         - Nossa! Você é mesmo um gênio, Mat! Mas viver com a cara enfiada em livros vai só fazer você ficar cada vez mais sem vida social. Você nem sai mais de casa, não pega mais sol... está até ficando muito pálido! Vai ficar doente se continuar assim...

         - Você sabe que eu prefiro estudar de noite, que é mais silencioso... e por isso acabo dormindo quase todo o dia.

         - Entendo. Mas me conte... o que é que o aflige? Nos conhecemos desde... desde sempre eu acho! Crescemos juntos, estudamos juntos, fomos treinados juntos e até lutamos nas cruzadas juntos. Pode confiar em mim! O que o preocupa?

         - Bem, Leo... é que... você sabe essas coisas que andam dizendo por aí sobre vampiros?

         - Claro! Mas é tudo mentira, não se preocupe! Ninguém provou nada de que eles realmente existam... – comentou Leon despreocupado, mexendo nas coisas da biblioteca.

         - Não. Eles existem! Eu confirmei a história.

         - Se você confirmou, então deve ser verdade. Mas não se preocupe, Mat! – e Leon virou-se para a direção de Mathias. – Eu estou aqui e não vou deixar nenhum vampiro se aproximar de você! Se eles realmente existem, eles são criaturas vis e sanguinárias, e eu prometo que vou acabar com cada um deles!

         - Não! Quer dizer... não quero que você se arrisque...

         - Para proteger o meu melhor amigo eu faria qualquer coisa! – disse Leon, colocando a mão no ombro de Mathias. – E depois... é meu dever proteger o povo de Valáquia contra essa terrível praga que até minutos atrás eu acreditava serem criaturas fictícias. Mas se meu melhor amigo está com medo deles, então é mais um motivo para eu não dormir até acabar com essa raça maligna!

         - Não, Leon! Você não precisa fazer isso!

         - Já decidi, Mat! Não vou descansar até acabar com cada um dos vampiros que existam em Valáquia... e no mundo!

         Leon estava decidido a livrar o mundo desse mal.

         - Agora vou dormir, Mat, se você não se importa...

         - Tudo bem. Pode ficar com o seu quarto de sempre... você sabe o caminho, não é?

         - Sim. – e Leon se dirigiu até a porta. – Mat?

         - Sim?

         - Vai estudar a noite inteira?

         - Não estou com sono.

         - Você está mais magro e está ficando com olheiras... devia descansar.

         - Vou daqui a pouco...

         - Okay, boa noite. – e Leon se retirou.

         Mathias sentou-se em sua cadeira atrás de sua escrivaninha. Pegou sua caneta pena, mergulhou no tinteiro, puxou um pergaminho em branco e posicionou sua mão para começar a escrever, mas nada escreveu. Colocou a mão na testa, pensando em um jeito de contar a Leon.

         “Não posso mais esconder dele... se ele descobrir que eu sou um vampiro, ele nunca vai me perdoar”, pensou consigo. Foi então que a porta abriu e Walter entrou.

         - Pela lâmpada de Édison, Walter!! Você não bate mais antes de entrar? – incomodou-se Mathias.

         - Esse castelo é meu, não devo satisfações a ninguém. – explicou Walter.

         - Você está me atrapalhando, Walter, estou no meio de uma pesquisa importante!

         - Eu vim convidar você para um jantar noturno, ou melhor, um ataque noturno, antes que toda a população de Valáquia volte para suas casas. Faz tempo que não saímos juntos para morder pescoços!

         - Eu já disse que não vou mais fazer isso! E depois, estamos com visitas, esqueceu? Não podemos chamar tanta atenção.

         - Você adora ver a casa cheia de gente, não? Mas não deveria... alguém pode descobrir o seu segredo. O nosso segredo!

         - Boa noite, Walter! – resmungou Mathias, querendo que Walter saísse do laboratório. O vampiro ruivo dirigiu-se até a porta.

         - Você não devia me tratar tão mal assim, Mat... ainda mais estando o ex-Lorde Barão tão próximo e... desprotegido. Afinal, ele ainda é um mortal, não é?

         - Não ouse fazer nada contra o Leon, Walter! – Mathias encarava sério o rapaz em sua frente, que sorria cinicamente.

         - Eu não vou encostar um dedo sequer no senhor Belmont, pode ficar tranqüilo, Mathias Cronqvist... ou devo dizer... Lorde Drácula.

         Mathias estremeceu e bateu sem querer no tinteiro, que derramou tinta em todas suas anotações.

         - Saia daqui, Walter!! – berrou ele, ficando em pé.

         Walter riu alto e bateu a porta num estrondo.


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