Ive Never Been Anywhere Cold as You. escrita por rumpelstiltskin


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

obrigada *-*
acho que o ryan vai apanhar. :3



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Quinze



A noite caiu e os dois trabalhavam sem notar a hora passar. Na verdade, eles mal trocavam olhares que fossem de amor, era sempre banhado a um profissionalismo e só perceberam que era noite quando a barriga de Brendon deu um ronco tão forte que fez Ryan rir. Brendon anotou mentalmente que fome fazia Ross rir e depois de muita insistência do menor, Ryan o deixou fazer algo pra comer e ele comeu poucos pedaços, mais para não fazer desfeita que por estar mesmo com fome. Urie fez uma torta salgada que havia aprendido com sua mãe. Eles comeram em silêncio. Nunca haviam tido tanto trabalho como estavam tendo agora e por isso tudo o que era pessoal era deixado para um segundo plano.


Vez ou outra, Ryan falava – reclamava – sobre alguma coisa a respeito da faculdade ou da monografia de Brendon que, no fim das contas, havia deixado isso de lado para ajudar na tese que com certeza lhe acrescentaria mais. Brendon sabia que Ryan tinha lido o desabafo dele, mas sabia que ele não ia comentar absolutamente nada, embora vez ou outra o menor observava Ryan como se o último quisesse lhe perguntar alguma coisa. Ryan não ia se abrir, porque ainda não confiava em B. Tudo ainda estava como no início. E até um pouco melhor.


“Ryan.” Chamou Brendon Urie ao terminar de comer um pedaço de torta. A boca de Brendon estava cheia e ele tentava falar assim para arrancar uma risada do maior, mas só conseguia fazer o garoto ficar com a expressão mais fechada.


“Você é civilizado, Brendon, coma direito.” Advertiu.


“Estava olhando pros meus lábios é?” Brendon falou ao engolir. “Você estava, mesmo, olhando pros meus lábios, Ryan Ross?”


“Não.” Girou os olhos ao passar a mão pelos pedaços de torta mastigada que Urie deixou cair por sua cama. A expressão fechada de Ryan não assustava, parecia divertir o menor, e era isso que voltava a incomodar. Sim, voltava. Ross também percebia estar no início da relação com Brendon e se lembrava que usou tudo o que conhecia para afastá-lo e sabia que se fosse um cara doce, aí sim que Brendon se instalaria em sua vida de uma vez por todas? “Eu só estava achando nojento você tentar falar comigo com a boca cheia.”


“Não mente pra mim.” Insistiu, se aproximando. “Diz, vai, que você estava doido pra me beijar?”


“Sai.” Empurrou. “Eu prefiro desenterrar o corpo do Peter e beijá-lo do que tocar em você outra vez.”


Ponto fraco. Cruel demais. Muito mais cruel do que o próprio Brendon merecia. E o Brendon merecia crueldade? Não, é claro que ele não merecia, mas Ryan não sabia – mais – expor os seus segredos em uma mesa. Brendon sabia que Ryan estava pronto para cair em toda a tentação que ele havia se tornado, mas aquelas palavras o fizeram se afastar imediatamente. Pronto, Ryan, ponto para sua falsa vontade de afastar Brendon Urie.


“Está certo, Ryan.” Assentiu com a cabeça. “Eu vou embora.”


“Tchau.” Falou primeiro, forçando o sorriso mais cínico que pôde. Machucado, Brendon viu o cinismo inexistente, mas então ouviu o trovão e quando Urie se levantou.


Afinal, e se Brendon morresse ao dirigir? E se ele tivesse que carregar a morte de outro amor no coração? Uma morte de mais um homem que o fez feliz, um homem que ultrapassou todas as barreiras impostas e que o fez tentar – apenas tentar – viver novamente e ter um “felizes para sempre” ao seu lado. O único que fez Ryan cogitar a quebra de uma promessa que era inabalável, inquebrável, inatingível. Uma promessa que não era justa com quem estava vivo e ele sabia muito bem disso.


Viu Brendon recolher as suas coisas que estavam espalhadas pela cama, colocando-as cuidadosamente dentro de uma mochila. A chuva continuava a banhar Los Angeles, e de repente, começou a preocupar o maior. Visivelmente abatido, Brendon descia as escadas sem falar uma palavra sequer. Ross correu até ele, abraçando-o por trás, num maldito impulso de proteção – que foi repreendido por Ross assim que este percebeu o que estava fazendo. Tarde demais, B também havia notado e tinha segurado os braços do seu amor para que ele não se afastasse


“Está chovendo e com chuva você não vai dirigir.” Ryan justificou. “Fica até a chuva passar.”


“Por quê?” O menor perguntou, virando-se para Ryan.


“Porque por mais decepcionado que eu esteja, não quero que morra.” Ryan falou, encolhendo os ombros. “Eu não suportaria outra--”

“Shh. Tudo bem.” Forçou um sorriso. “Eu fico até a chuva passar.”


“Só até a chuva passar?” Franziu o cenho. “Sempre achei que você fosse fazer mais drama e dar um jeito de implorar para que ficasse mais tempo. Não pensei que seria tão fácil assim me livrar de você.”


“Porque você me decepcionou agora, Ryan.” Ergueu um pouquinho dos pés, dando-lhe um beijo protetor na testa. “E essa é a minha vez de desistir. Não sou o Peter, nunca serei, não vou chegar nem perto de ser. O que você me disse hoje fez o meu coração cogitar a idéia de odiá-lo, mas eu não consigo.”


Ryan abaixou a cabeça e assentiu, afastando-se. Em silêncio, eles fizeram as camas. Eles dormiram em lugares separados, sem reclamação alguma da parte de Brendon Urie. Talvez a decepção causada em Brendon – que não era bem decepção, a palavra certa era mágoa, mas Urie quis usar alguma palavra que mexesse com os instintos de Ryan.


Ele conseguiu tirar o sono do maior e muito mais que isso. Conseguiu fazê-lo ver que essa regressão fazia mal aos dois.



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