Corre! escrita por Bea


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

É uma fanfic Shenny.



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-CORRE!

Quantas vezes Sheldon havia dito para Lenard não gritar? Era só virar o dedão da mão direita para baixo em sinal de negativo que ele saberia que teria que fugir. Será que era tão difícil? De qualquer modo, Sheldon disparou pela saída de emergência sem se preocupar em olhar para trás, sabia que Leonard o seguia.

Podem-se fazer várias coisas com um alto QI. Existem vários caminhos, várias escolhas e várias decisões. Eles poderiam ser dois físicos brilhantes que passariam a vida inteira atrás de um prêmio Nobel que nunca conseguiriam.

Ao contrário de seguir os planos “normais”, Sheldon e Leonard optaram por outro tipo de vida. Suas mentes unidas os tornariam um dia os melhores ladrões da Califórnia. Mas enquanto isso não acontecia, testavam suas teorias sobre assaltos em pequenos estabelecimentos, como nessa joalheria, onde nossa passagem começa.

Sheldon não tinha pego nada e falava pequenas ofensas para si mesmo enquanto corria em qualquer direção. Logo o medo de ficar perdido estava aparecendo. Ser preso ou ficar perdido? Pensou na prisão e na quantidade de germes e bactérias que teria lá e então decidiu acelerar o passo. Ao virar à esquerda na esquina, bateu forte contra uma garota.

- Hey, seu maluco! – Ela xingou antes de olhar quem havia esbarrado nela. – Sheldon? É você?

- Não, não sou eu. – Ele levantou também e olhou quem era. Penny. – Bem, sou, mas finja que não sou.

- Onde vai com tanta pressa?

- Ao Reino Unido.

Foi a primeira resposta que veio em sua mente e Sheldon soube no segundo seguinte que era estúpida. Olhou para trás tentando ver Leonard. Haviam se perdido.

- Ah legal, posso ir junto? – Penny adicionou uma nota de sarcasmo, apesar de saber que ele não iria identificar.

- Tenho que ir. – Ele começou a andar rápido. – Tchau Penny.

- O que vocês roubaram agora?

- Quê? Roubar?

Sheldon parou e olhou para Penny. Ao longe ouvia a sirene de uma viatura da polícia se aproximar. Precisava mais tempo do que possuía para criar mentiras. Era por esses e outros motivos que tinha Leonard como parceiro. Ele é bom em mentiras. Resolveu ignorar.

Penny soltou o ar vagarosamente e teve que correr para alcançar ele.

- Sheldon! Espera! Quero te ajudar.

Ele não respondeu.

- Sei onde pode se esconder.

Não tinha muita escolha. Ele parou e se virou abruptamente e os dois se chocaram.

- Não gosto disso. – Ele falou.

- E eu? Meu amigo é um ladrão!

- Shhh!

- Vem.

Ela pegou o pulso dele e começou a levar ele por onde tinha vindo. Ele olhou assustado, ouvindo o barulho da sirene ficar cada vez mais alto.

- Você é da polícia?

- Sim, e estamos indo para o Reino Unido.

- Estamos indo para o Reino Unido?

Penny revirou os olhos e entrou num prédio antigo. Era uma academia abandonada, com os aparelhos jogados e quebrados, cobertos de poeira. Sheldon entrou em estado de choque no mesmo instante, ficando parado no lado de fora da porta.

- Sheldon entre! Se for pego vou ser presa também!

- Não vou entrar aí!

- É isso ou a prisão.

Ele ainda ficou parado, pensando. Penny revirou os olhos e o puxou pela camisa e fechando a porta depois.

- Como tem as chaves? – Ele perguntando, se esquivando de um aparelho.

- Usamos o vestiário lá atrás para ensaiar às vezes. Lá está limpo.

- Vocês limpam com que frequência?

- Toda semana.

- Raios, não é o suficiente.

- Sheldon cala a boca e vem comigo!

Novamente ela o segurou pelo pulso e o levou por um corredor. Mais uma dessas, ela estaria expulsa de seu ciclo pessoal, ele pensou.

O lugar realmente mais limpo que o anterior. Bem mais limpo. Sheldon começou a analisar cabine por cabine.

- Por que está me ajudando?

- Porque você é meu vizinho.

- Mas não está ajudando Leonard.

- Se ele estivesse com você, também o ajudaria.

- Acho que é pelo fato que quando Leonard disse o que éramos você terminou o relacionamento. Você ainda se sente culpada por isso e que me ajudar.

- Você sabe que eu não gosto mais do Leonard, Sheldon.

- Sim, você me disse algo sobre isso.

- Eu disse algo sobre isso? – Ela soltou uma risada incrédula – Eu me declarei e você me diz que eu disse “alguma coisa”?

- Foi o que você fez. Disse alguma coisa.

- Seu homem estúpido! – Ela se aproximou de Sheldon e deu um empurrão.

- Tenho certeza que me chamou de estúpido sem ter a mínima ideia do significado deste termo, que no caso é...

- Cala a boa e me escuta! – Ela foi severa e ele se assustou com isso – Seu ladrãozinho pé de chinelo! Eu te toco fora daqui e nem aviso sua mãe que você foi preso! Vai morrer na prisão sem nenhum advogado para te defender e cheio de maldições de sua mãe, pois vou fazer ela acreditar que você fugiu dela. Então para de reclamar e me escuta!

Sheldon mal respirou. Arregalou os olhos assustado. Leonard estava certo, ninguém nunca quer ver Penny nervosa. Engoliu seco e assentiu uma vez.

- Vocês são dois ladrões que provavelmente vão ser preso mais cedo ou mais tarde. Eu quero ajudar vocês. Eu já namorei Leonard e agora gosto de você. Se é estranho? É. O mais estranho é que eu sei que lá no fundo você também gosta de mim.

Ficaram os dois se encarando por alguns segundos constrangedores. Sheldon balançou a cabeça tentado reorganizar as ideias.

- Você é cara certo! – Ela incentivou.

- Não! Não existe essas coisas Penny, são seja boba!

- Me diga um bom motivo!

- Sou um ladrão?

- Eu disse bom.

- Okay, okay! Eu tenho Síndrome de Asperger. É o que a mãe do Leonard diz. Isso deve significar alguma coisa!

- Eu não me importo!

- Você ao menos sabe o que é Síndrome de Asperger?

- Não.

Ela tinha os olhos tristes. Ele vacilou por um segundo, soltando os ombros. Penny aproveitou o momento para por suas mãos nos ombros de Sheldon e então por seus lábios sobre os dele.

Sheldon não lembrava qual fora a última vez que tinha beijado alguém e aquilo foi estranho. Estranhamente... bom. Os dois separaram e Sheldon permaneceu com os olhos fechados, paralisado.

- Sheldon? Sheldon? Você está bem?

Ele abriu os olhos e a encarou por alguns segundos. Então levou uma mão ao pescoço dela e a trouxe para perto, a beijando de verdade, como tinha certeza que nunca fizera com ninguém.

Agora ele tinha certeza que a vida de ladrão era bem melhor que a de um físico.


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