Uma Segunda Chance escrita por Inez_twilight


Capítulo 7
Capítulo 7




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— Edward? – Eu o chamei, minha voz saiu fraca.

Ele não disse nada, apenas virou-se e disparou floresta adentro. Eu não sabia se devia segui-lo. O que eu ia querer que ele fizesse se eu houvesse escutado ele falar para outra que a ama? Pensar em Edward se declarando para outra pessoa me machucava, me trazia uma dor quase física. O que deve estar passando na cabeça dele agora?

Se eu fosse atrás dele seria muita covardia? Mas como eu poderia deixá-lo pensar atrocidades sobre mim sem nem poder me explicar?

Eu dei uns passos em direção a floresta até me lembrar de uma coisa de vital importância. Eu me virei e voltei correndo para casa. Eu abri a porta e de lá mesmo falei; berrei, na verdade:

— Pai, posso sair? – Eu não poderia sair sem falar com Charlie antes, ele já quase teve um ataque de coração na última vez que saí sem avisá-lo. E eu estava proibida de andar em florestas, se fosse sair teria que ser de caminhonete. Ele também nunca me deixaria ir para a casa dos Cullens. Na verdade, quando Charlie descobrir que eles estão de volta, é capaz de ele me proibir até de ir para a escola (ok, exagero... Mas eu iria pra escola escoltada). Então eu tinha que pensar rápido em alguma desculpa antes que Charlie perguntasse para...

— Para onde você vai? – Ele verbalizou a pergunta antes que eu pudesse pensar em alguma coisa. Eu não gosto de mentir, principalmente para o Charlie, mas eu precisava inventar alguma desculpa e rápido. Eu precisava falar com Edward.

— Vou para La Push, eu preciso falar com Jacob. – Charlie me olhou desconfiado. Ele não tinha engolido essa.

— E você não pode falar com ele pelo telefone?

— Não, pai. Eu preciso falar pessoalmente com ele.

Dessa vez ele pareceu entender. Assim que ele me permitiu eu peguei as minhas chaves e, com cuidado, entrei em minha caminhonete. Eu dirigi o trajeto inteiro me xingando mentalmente pelo que eu tinha feito com Edward e xingando minha caminhonete que se recusava a correr mais do que oitenta quilômetros por hora. Quando finalmente cheguei à casa dos Cullens, mesmo fora de casa, eu pude ouvir Esme e Carlisle conversando, o ruído da televisão ligada dentre outros sons vindos do interior da casa.

Eu entrei sem tocar a campainha ou ao menos dar umas batidinhas na porta (eles não precisavam trancar a porta. Quem assaltaria uma casa com cinco vampiros? Um ladrão muito azarado). Eu corri rumo ao quarto de Edward, o lugar mais provável para encontrá-lo.

— Oi para você também. – Alice disse com sarcasmo quando eu passei por ela na sala sem falar nada.

— Me desculpe, mas é urgente. Você não viu? – Eu falei quando eu parei um momento no meio da escada. Alice me olhou interrogativa.

— Viu o quê? – Ela perguntou. O quê? Eu achei que Alice já estava sabendo de tudo, ela sempre sabe de tudo, afinal, ela não prevê o futuro? Eu explicaria para Alice, mas essa conversa teria que esperar. Falar com Edward era o meu foco no momento. Eu só olhei para o final da escada e Alice entendeu o recado. – Ok, depois. Ele está no quarto.

Eu saí corri o mais rápido que pude em direção ao quarto dele e entrei apressada, fechando a porta atrás de mim em seguida. Quando entrei, vi Edward deitado em uma cama, com o olhar distante.

— Edward, posso falar com você uns minutos?

— Bem, você já está falando. – Ele disse sem emoção, sem nem olhar para mim.

— Você... – Eu parei. – Uma cama? Para o que você precisa de uma cama? Ah, deixa para lá.

Eu fiquei calada por um momento.

— Era só isso que tinha para me falar? – Ele perguntou com a voz dura.

— Não, eu só estou esperando você olhar para mim para eu poder começar. – Eu disse. Ele se apoiou com os cotovelos e ficou quase sentado na cama, olhando para mim. Eu esperava ver raiva em seu olhar, mas tudo o que consegui encontrar foi tristeza, isso me fez sentir mal. Eu fui sentar ao lado dele na cama King Size. – Edward, me desculpe.

— Pelo que você pede desculpas, Bella? Não fez nada de errado. Na verdade, o único que errou fui eu. Eu não devia ter te espionado, isso não foi certo. – Ele olhou para baixo novamente, entristecido.

— Edward, me desculpe se o que você ouviu não lhe agradou é que...

— Tudo bem, Bella. Eu entendo. Eu cheguei tarde demais. – Ele respirou fundo. – Não se preocupe comigo, não se preocupe se o que você sente me desagrada. Eu te amo, Bella, mais do que tudo, mais do que a mim. Eu te quero ver feliz, acima de tudo. Nem que isso custe a minha própria felicidade.

— O quê? – Minha voz saiu esganiçada por conta da surpresa. – Ok, por isso eu não esperava. Não está bravo comigo? – Ele meneou a cabeça. – Não mesmo?

— Não. Eu só sinto raiva de mim mesmo. Se eu não tivesse ido embora talvez isso não tivesse acontecido. – Ele disse com a voz chorosa. Eu sabia que se ele pudesse, ele estaria chorando. Meu coração se apertou mais ainda e eu sentia uma dor intensa na garganta, e sabia que não tinha nada a ver com a sede.

— Isso o quê? – Eu perguntei cautelosa.

— Se eu não tivesse ido embora talvez não tivesses se apaixonado por outro homem. – Ele olhou para baixo e fez uma careta de dor.

Então eu comecei a rir. Tipo, rir mesmo. Rir descontroladamente. Ele me olhou como que questionando minha sanidade. Antes que ele perguntasse se eu havia enlouquecido eu decidi acabar com esse sofrimento dele.

— Edward, pode parar. – Eu sorri. – Eu não estou apaixonada por ninguém... Digo, eu estou apaixonada por alguém, mas esse alguém não é o Jacob. – Ele me olhou, não menos preocupado.

— Então quem é esse alguém? – Seria possível que Edward fosse tão tapado assim? Já não estava na cara o suficiente que eu o amava?

— Bem, esse alguém tem... – Fiz uma pausa e olhei para ele de cima a baixo. – Braços fortes... – Eu disse acariciando seus braços. Ele arregalou os olhos, surpreso com a minha proximidade. – Tem olhos lindos, muitas vezes eu me perco neles... – Eu disse olhando-o nos olhos. – Tem um cheiro muito bom... – Eu rocei o meu nariz em seu pescoço e Edward ficou tenso com o gesto. – Tem cabelos ruivos... – Eu baguncei um pouco o cabelo dele. – E tem uma boca deliciosa. – Eu insinuei que ia beijá-lo, quando eu quase toquei os nossos lábios eu me afastei. – Então, adivinha quem é?

A cara de desapontamento que Edward fez quando eu me afastei era impagável. Eu comecei a rir e logo depois ele me acompanhou. Eu voltei a mexer no seu cabelo, coisa que eu sempre tive muita vontade de fazer.

— Tem cabelos ruivos? Então Mike Newton com certeza não é. – Ele disse. Eu dei um tapa em seu braço, que saiu mais forte do que eu esperava. Ele gemeu e passou a mão em seu braço, massageando.

— Me desculpa por isso. – Eu pedi envergonhada. – Ainda não aprendi a me controlar. Alguém falou que me ajudaria sabe, mas até agora não me ajudou em nada. – Eu fiz um biquinho.

— Ah, e esse alguém é o mesmo alguém a quem você ama? – Ele perguntou sorrindo. Eu assenti. – Esse alguém vai te ensinar, mas só com uma condição.

— Condição? – Eu perguntei surpresa. – E qual seria?

— Um beijo. – Ele disse e me beijou. Segurou os meus braços como se aquilo fosse me impedir de fugir. Não era nem por eu ser muito mais forte que ele que eu o pararia, como o próprio já havia me explicado (N/A: Ele explicou um bocado de coisas para ela enquanto eles estavam matando aula no capítulo 4, lembram?), mas por que o meu próprio corpo não me obedeceria caso eu resolvesse parar aquele beijo.

Edward nos virou na cama, me deixando deitada em baixo dele, e aprofundou mais o beijo. Não precisávamos parar para respirar, não precisávamos para nada, mesmo assim Edward o fez; interrompeu o beijo e começou a beijar o meu pescoço, sem conseguir me conter, acabei gemendo.

Edward não era mais frio e duro, agora ele era quente e... Ah, deixa pra lá. A pele dele era tão confortável à minha. Agora eu poderia abraçá-lo sem ter hipotermia ou sem ter que ligar o aquecedor e ficar com medo de acordar Charlie de noite.

Eu fiquei rígida com esse meu último pensamento. Charlie! Minha nossa, eu já devo estar aqui há muito tempo. Será que ele ligou para o Jacob? E se ele descobrir que eu não estou na casa de Jacob? Charlie teria um infarto!

Eu empurrei Edward de cima de mim e, como ele não estava esperando por esse ato, ele rolou da cama e caiu no chão. Eu ajustei a minha roupa e meu cabelo e segui em direção à porta, mas antes de alcançá-la Edward estava lá, bloqueando a minha passagem. Eu olhei horrorizada para ele.

— Edward, me deixe sair! – Eu pedi.

— Não. Pelo menos não antes de você me dizer: o que eu fiz de errado desta vez? – Ele perguntou preocupado.

— Hmm? Você? Nada. Ou melhor, agora você está bloqueando a minha passagem. – Ele rolou os olhos.

— E por que você está fugindo de mim às pressas? Eu fiz algo que não devia?

— Não, Edward. Mas eu fiz. Eu estou de castigo, lembra? E se eu não chegar em casa o mais rápido possível, Charlie vai me matar! – Eu quase gritei.

— Ele não pode te matar, você sabe disso. – Ele zombou.

— Não, mas ele pode fazer pior. – Eu fiz uma pausa dramática. – Ele pode me deixar de castigo pra sempre! – Edward riu. – Edward, é sério, eu preciso ir. Amanhã a gente se fala na escola.

— Ele não deixou você sair?

— Sim, ele deixou. Mas para ir para a casa de Jacob e não para perder a virgindade com o meu namorado enquanto os seus pais e seus irmãos escutam do primeiro andar. – Edward riu e eu olhei para baixo envergonhada. – Tenho que parar de falar coisas sem pensar.

— Não, tudo bem. – Edward disse sorrindo torto. – Eu sou seu namorado?

— Vai me deixar sair agora? – Eu pedi com a minha voz mais doce.

— Promete que não vai me tratar com indiferença?

— Prometo.

— E promete que vamos terminar de onde paramos? – Ele perguntou com olhar malicioso. Eu bufei e ele me deu passagem. – Nem sei para que tanta pressa, com esse seu carro você só chega lá amanhã. – Ele disse enquanto eu descia a escada.

— Hey, ninguém – fora eu – pode falar mal da caminhonete! – Eu disse, mesmo sabendo que ele falava a mais pura verdade.

Eu me despedi de todos antes de sair, e pedi que me desculpassem por ter entrado sem ter falado com eles antes.

— Quer dizer que você não vai me explicar o que aconteceu? – Alice disse emburrada. Ela cruzou os braços no peito e fez bico, mais parecia uma criança.

— Eu, hoje, não. – Eu disse. – Mas Edward está aí ao seu dispor. – Sorri para eles.

— Essa não. – Sussurrou Edward. Eu sabia que a fadinha não descansaria enquanto não soubesse de toda a história do mal entendido e de todos os seus detalhes. Fora o que ouviu de mim e de Edward em seu quarto, claro.

— Vejo vocês na escola. – Disse para Alice e Edward e fui embora.


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