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Finalmente o fim de semana chegou. Seria o dia do torneio de Arco e Flechas.Tinha treinado muito e as chances de ganhar eram grandes. Todos iam lá me ver competir. Mamãe, Souta, Shippou e Miguel. Sabia também que nunca chegaria a gostar de Miguel, mas ele tinha proporcionado á mim momentos de extrema raiva e logo depois, de extrema alegria quando eu contava minhas aventuras naquele restaurante.

Logo no portão de entrada entregamos os alimentos. Minha família seguiu para a arquibancada e eu fui até a fila organizada para os competidores.

Através de um sorteio, formaram duplas. Destas duplas sairiam apenas um que novamente, através de sorteio formava outra dupla e assim por diante. Em cada rodada existia uma prova diferente. Na primeira era apenas acertar o alvo, quem acertasse mais perto do centro ganhava, depois ia dificultando, como acertar um alvo em movimento e etc.

Eu estava feliz da vida quando os juízes informaram quem estaria na final. Agome Higurashi e James Shimada. Nos posicionamos nos locais indicados e esperamos o alarme para podermos começar a prova.


__Ele não vai agüentar!—gritava Kaede.
Ela tentava atirar algumas flechas, mas não adiantava. O monstro não
morria. Inuyasha estava fraco e a Tessaiga não passava de uma espada comum agora. Kikyou não estava lá para ajudá-lo. Se algum milagre não acontecesse ele morreria. Inuyasha não estava fraco apenas por causa dos ataques. Kaede via-o definhar dia após dia, com seus pesadelos. Nem mesmo Kikyou o acalmava mais, mas ainda podia-se notar o brilho em seu olhar quando a via. Talvez a história tenha se alterado, talvez o brilho seja porque ela lembrava Agome.

Inuyasha caiu com mais uma patada recebida do youkai Urso. Ele sentia suas forças se esvaindo de seu corpo. Ele não agüentaria mais um ataque daqueles.

__Não posso morrer agora... Preciso pedir desculpas a Agome. –resmungava.

Pensou em Agome. Era o que mais tinha feito ultimamente. Talvez nunca mais a visse. Maldita hora em que a Tessaiga perdeu os poderes. Ele não podia morrer. Não podia. O youkai se aproximava. Sua vista foi ficando cada vez mais embaçada e antes de ser dominado pela escuridão, gritou com todas as forças restantes chamando por Agome. Não queria que ela viesse e o salvasse do youkai, queria que ela o salvasse da culpa e do remorso que sentia.



Quando eu estava me preparando para atirar minha flecha, a flecha decisiva, senti uma dor imensa no peito e caiu ao chão. Podia escutar Inuyasha chamando por mim. Senti dor naquele chamado. Ele precisava de sua ajuda. Muitas pessoas correram até mim para saber o que havia acontecido. Me levantei rapidamente. Gritei por Shippou.

__Vamos Shippou. Temos uma incumbência. Corra!

Movi meus lábios dizendo: Desculpa, para meus familiares e para Miguel. Eu não tinha tempo para explicar como eu sabia que Inuyasha precisava de mim. Apenas sentia.

Shippou pulou no meu colo e eu corri. Por sorte um táxi passava lá. Acenei para ele e entrei pedindo para que fosse até minha casa com urgência.

Por sorte o trânsito ajudou muito e em dois minutos eu já estava em casa. Entreguei uma nota alta ao motorista e não esperei o troco.

O fragmento estava em meu pescoço. Abri as portas do templo e pude ver o poço. Não pensei muito. Apenas pulei.

Quando eu cheguei na outra Era, subi rapidamente as escadas e
quando saí do poço, Kikyou estava lá.

__Saia da minha frente Agome...—ela sorriu diabolicamente

Ouvi o grito de dor de Inuyasha.

__Por favor, Kikyou... Depois pode pegar minha alma! Pode pegar tudo o que quiser, só deixe-me passar! –implorei

Ela não se moveu. Apontei uma flecha para ela. Ela riu.

__Acha que uma flecha sua pode ferir a grande sacerdotisa Kikyou?!

__Não sei... Mas posso tentar!

Inuyasha. Inuyasha. Você me fez tanto mal, mas não pensei duas
vezes antes de vir te ajudar. Isso deve ser amor de verdade não?

Não seria tão fácil passar. Ouviu Inuyasha gritar seu nome mais uma vez. Desta vez, mais baixo.

__INUYASHA!!! –gritei com todas as minhas forças e atirei a
flecha.

A flecha parecia que corria em câmera lenta. Kikyou não conseguiu
repeli-la e a flecha cravou em seu coração. Não esperei para ver se ela morreria de verdade ou não. Ela não importava. Corri até Inuyasha e o vi sendo atingido mais uma vez pelo Youkai Urso. Era fácil ver que ele não tinha mais forças. Ele iria morrer se eu não fizesse alguma coisa; agarrei minha última flecha e atirei. O Youkai caiu em só golpe. Corri até o corpo que estava caído. Me ajoelhei tão rápido que cheguei a esfolar meus joelhos.

__Oh Inuyasha!

__A-Agome!

E depois ele abriu um sorriso imenso.

__Me perdoe Agome! Me perdoe!

__Sim, eu perdôo.

Eu nunca iria resistir a este pedido. Eu era fraca demais; mas me sentia bem com esta atitude, pois eu também não conseguia viver sem ele. Era um fato irrefutável. Meu coração pertencia à ele, o dele, bem, o dele eu não sabia direito à quem pertencia, queria acreditar que a mim.
Vovó Kaede me ajudou a levá-lo até o vilarejo, onde eu fiz os curativos dele enquanto ele dormia (para falar a verdade, ele havia desmaiado!). Shippou dormia e vovó Kaede começou a falar comigo.

__Como soube que Inuyasha estava em perigo?

__Bem, eu não sabia. Apenas senti... Em meu coração.

__Entendo. Agome, você é a reencarnação de minha irmã Kikyou. Além da alma, você herdou a sua ligação com Inuyasha. E essa é a prova mais concreta disto. Você sentiu a dor dele e sei que ele também sentia a sua, só não estava preparado para vencer o orgulho que o dominava. Ele ficou muito feliz por você ter vindo.

__Bem, para ele foi cômodo. Eu que me rebaixei por ter vindo. Ele venceu.

__Não, Agome, pelo contrário. Você provou que é a mais forte, você teve a coragem de vir até aqui quando ele não era capaz nem de dizer seu nome sem entristecer. Por mais que ele mostre esta carapaça dura por fora, ele é muito fraco.

__Você acha que ele a esqueceu?—perguntei receosa da resposta.
A Sra. Kaede suspirou e eu soube a resposta. Ela não precisava dizer...

Fui me deitar sem dizer mais nada. Eu queria chorar, mas as lágrimas não vinham. Quando ela saiu da cabana,
me sentei e comecei a ver Inuyasha dormindo. Tão sereno.

__Kikyou...—ele sussurrou dormindo.

Segurei um soluço. Eu não queria que ele acordasse e me visse chorando. Levantei-me e saí para caminhar, tomar um ar; eu estava
precisando.

Quando eu já estava à alguns metros da cabana, comecei a sentir que estava sendo seguida. Ouvi um barulho. Virei para trás e nada. Voltei a caminhar e novamente ouvi o barulho. Não deu tempo nem de respirar, dei de cara com Kikyou, acompanhada de dois homens que me eguraram e colocaram as mãos sobre minha boca para que não gritasse e me levaram sem nada dizer até um descampado.