A Alma de Agome escrita por biatarosso


Capítulo 10
A flor de Inuyasha


Notas iniciais do capítulo

''Às vezes as pessoas dizem que se importam, que te amam, que nunca irão te machucar, que morreriam por você Às vezes as pessoas mentem.''

Este capítulo está enormeeee! Leiam com carinho, por favor.



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Acordei mais cedo que Shippou, me levantei para comer alguma coisa e deixei-o dormir mais um pouco.  Já nas escadas, Souta entrou em minha frente, impedindo minha passagem.

__O que foi Souta?

__Mana... Posso te perguntar uma coisa? –disse ele corando.

__Claro. Pergunta.

__Tem uma garota lá da escola... eu vou encontrar com ela hoje...

__O que? –perguntei incrédula e feliz.

__Shiuuuu!—pediu ele colocando o dedo indicador sobre os lábios

__Tudo bem... O que você quer?

__Eu queria levar uma flor para ela... Pode me ajudar a escolher?

Agachei para ficar na sua altura e disse:

__Depois que a gente tomar café da manhã eu vou com você na floricultura ao lado. Combinado?

Ele balançou a cabeça feliz.

__Agora vem então! Você precisa comer... Ou acha que as mulheres gostam de homens fracos?

Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas não disse. Nem insisti para que continuasse. Eu sabia o que ele dizer.

__Parece que levantou bem disposta hoje Agome!—disse meu avô

__Ah sim.... Tenho um encontro hoje. –anunciei

__Com quem Agome?—perguntou minha mãe preocupada

__O nome dele é Miguel... Ele quase me atropelou ontem quando eu estava indo na casa da Eri. Ele que ligou ontem.

__O que acha dele?

__Bem, pareceu-me ser boa gente.

__Para onde vão hoje?

__Não sei... Ele disse que seria num restaurante chique e que é pra eu me arrumar um pouco mais!

__ Você odeia restaurantes chiques Agome! Porque não disse isso á ele?

__Às vezes é bom mudar... Vamos ver no que dá. –dei de ombros

__Shippou ainda não acordou Agome?—perguntou vovô

__Ainda não. Não quero acordá-lo... Sei que ele demorou um pouco para dormir ontem e quero que ele descanse.

Terminado o café da manhã, Shippou ainda dormia e eu segui com Souta até a floricultura ali perto.

Procurávamos, separados, a “flor ideal”. Vi tulipas vermelhas em um canto e caminhei até lá. De perto reconheci a flor. Lembranças invadiram minha mente.

Flash Back:

“Andávamos somente eu e o Inuyasha. Ou melhor, ele corria me carregando nas costas. Discutíamos sobre minha volta á minha Era por uns dias. Eu dizia que precisava voltar e ele insistia em me impedir. Estávamos tão concentrados nisso que nem víamos o barranco logo à frente. Rolamos barranco abaixo que não era tão alto e caímos em um campo todo lotado de flores brancas. Com a queda, levantou uma nuvem de pétalas brancas no ar. Lembro-me de rir á beça do Inuyasha. Ele estava tendo um ataque de espirros por causa de seu faro tão delicado. Aquelas flores me lembravam tulipas, mas uma coisa não se encaixava. Tulipas não tinham perfume e aquelas exalavam um cheiro delicioso... Talvez com o tempo, elas tenham perdido o cheiro.

Algum tempo depois, Inuyasha se acalmou e também ficou extasiado com aquela maravilhosa paisagem branca. Eu estava agachada fitando aquelas flores quando ele chegou por trás de mim. Senti sua presença e me virei, levantando-me. Ele segurava uma flor igual ás outras, só que do vermelho mais belo que eu já tinha visto. Ele me estendeu aquela flor e só uma coisa me hipnotizava mais que a flor. Seus olhos.

__Esta é diferente. É vermelha. Pegue para você. –disse ele baixinho.

Sorri e agradeci. Aspirei o perfume daquela flor e não era só a cor que a fazia diferente. Ela tinha outro cheiro, muito mais adocicado e inebriante. Levantei meus olhos mais uma vez e pude vê-lo mais perto de mim. Ele sussurrava meu nome enquanto aproximava seus lábios dos meus. Ele nunca tinha se aproximado tanto de mim. Eu queria. Deixei que ele viesse até mim. Ele se aproximava devagar como se pedisse permissão. Segundos depois seus lábios macios tocavam os meus e nossas línguas se entrelaçavam. Não era um beijo com fogo, era apenas amor. Puro. Calmo. Por um instante a flor foi esquecida, nos entregamos completamente.

Era se ele tivesse levado um choque porque se afastou de mim com grande rapidez. Não dissemos nada um ao outro. Nosso primeiro e único beijo. Com o tempo, esquecemo-nos dele.”

Acordei de meu transe com Souta puxando a barra de minha saia. Trazia as mãos vazias e estava meio desanimado, mas ao olhar a flor em minhas mãos sorriu e falou: É esta.

Paguei pela flor. Ele seguiu para o parque e eu voltei para casa. Quando cheguei, Shippou já estava acordado. Sugeri que fossemos assistir um pouco de TV. Ele ficava impressionado com cada cena que aparecia. Assistíamos programas infantis e ele não desgrudava o olhar da TV por nada neste mundo. Parecia vidrado.       Meia hora depois, Souta voltou cabisbaixo e sem dizer nada, subiu para o seu quarto. Corri atrás dele.

__Souta, o que houve?—disse delicadamente

Ele não respondeu.

__Ela não gostou da flor?

__Gostou.

__Mas então o que houve? Diga logo pelo amor de Deus!

__Ela riu de mim. Perguntou o porquê da flor. Disse que gostava dela e ela riu de mim e se foi.

__Oh! Souta... Não se preocupe. Virão tantas outras... Você vai ver! Não siga meus exemplos Ok?

Ele era um garoto tão bom. Não merecia sofrer por amor.

Foi chegando 8 horas. Eu estava com um vestido curto vermelho e todo bordado. Sapato de salto mais ou menos alto e cabelo solto. Minha mãe dava os últimos retoques quando ouvimos a campainha lá embaixo. Ele estava lá.

Desci as escadas e ele já me esperava na sala de estar. Sorriu a me ver. Pareceu ter gostado do modelito. Ele segurava um ramalhete de flores vermelhas. Rosas. Não me chamaram tanto a atenção como aquela única tulipa. O vermelho não era tão vivo, o cheiro não era tão bom quanto, tinham espinhos e eram muitas. Eu gostava de simplicidade. Uma bastava.

Sorri acanhada e agradeci pelas flores, pedindo que minha mãe as colocasse na água. Depois de me despedir de todos e antes de entrar no carro, vislumbrei um vulto vermelho correndo. Inuyasha estaria lá? Caminhei um pouco para averiguar. Nada. Olhei para Shippou. Ele teria sentido o cheiro se Inuyasha estivesse lá.

__O que houve Agome? –perguntou minha mãe.

__Nada. Tchau. –disse entrando no carro.            

__Boa sorte!!

De dentro do carro continuei a forçar a vista para o lado de fora procurando algum vestígio. Nada. Eu me sentia um pouco desapontada.

__O que procura tanto?—perguntou Miguel sem desviar o olhar da rua.

__Não procuro nada...

__Você vai ADORAR o restaurante que eu fiz reserva. É o mais caro da cidade... –gabou-se.

__Não precisava ter feito isso.

__Não se preocupe com isto.

 Paramos na frente do restaurante que mais parecia um castelo do lado de fora. Miguel entregou as chaves do carro para um senhor e entramos no restaurante. Ele passou o braço por trás de mim e tentou segurar minha cintura. Desviei sutilmente e entramos de mãos dadas.

Indicaram-nos uma mesa iluminada com velas e tudo mais que o cliente teria direito. Só faltavam aqueles caras tocando violino. Olhei melhor e os vi na mesa ao lado. Realmente não faltava mais nada. O garçom logo apareceu para anotar nossos pedidos.

__Eu quero o melhor vinho tinto da casa. E você? –disse virando o rosto para mim.

__Hum... Um suco de laranja.

Ele olhou para mim e fingiu que não me ouviu.

__Ela quer um vinho também.

__Não. Eu quero um suco de laranja. Não tomo álcool. –disse decidida.

Ela olhou pra o garçom sem graça e mandou voltar mais tarde.

__Um suco de laranja?

__Sim. Algum problema?

__Este é um restaurante chique. Não pode pedir isso!

__Porque não? Eu peço o que eu quiser.

__Olha, vou pedir um coquetel sem álcool para você, Ok?

Suspirei. Ok!

Em dois minutos nossas bebidas já estavam lá. Quando ficamos novamente sozinhos, ele tentou segurar minha mão em cima da mesa. Retirei minha mão debaixo da dele e ele se ajeitou na cadeira.

__E então? Tem algum esporte que você aprecie? –perguntou ele

__Ah... Eu gosto muito de atirar flechas. —disse eu sorridente.

__Disse... Algum esporte de verdade? Vôlei, basquete...

Respirei profundamente. Que petulante!

__Não. Só na escola, mas não aprecio nenhum. —disse sarcasticamente. O que você faz da vida?

__ Eu? –ele riu da minha pergunta. – Eu não faço nada! Meu avô me deixou uma herança enorme. Não preciso trabalhar por umas três vidas. Mas não falemos de mim, conte algo de você.

__O que quer saber?        

__O quer fazer da vida?

__Ainda não sei, mas pretendo ser útil em alguma coisa. –nossa, que indireta bem direta!

__Se for minha mulher, não precisará trabalhar. —anunciou ele

Sua mulher? Ih!, Ta meio longe pra isso não acha?

Sorri sem graça para disfarçar meu desconforto.

__Gostaria de pedir alguma coisa já?—ofereceu ele.

__Adoraria. Estou morta de fome!

Ele acenou para o garçom e este veio até nós com sua caderneta na mão. Ficaram esperando o que eu diria.

__Não tem cardápio?—perguntei

O garçom respirou fundo e se foi buscar um exemplar. Não demorou muito e ele voltou segurando um cardápio minúsculo com apenas 5 itens. E depois chamam isso de chique??

Passei o dedo pelas opções. Escargot. Ostras. Caviar. Lagostas e Canja de Ganso. E bem embaixo escrito: Acompanhamento: Salada

__Posso pedir apenas o acompanhamento? –perguntei inocentemente arqueando as sobrancelhas.

Miguel havia pedido ostras e não pareceu feliz com meu pedido.

__É vegetariana?

__Não, sou carnívora até demais, mas é que... Bem, esses não são meus tipos de carne preferidos... Se é que isso é carne!

E virando para o garçom perguntou que carne eles tinham mais.

__Temos porção de picanha com salada.

__Perfeito. Pode trazer-me uma desta?

__Claro senhorita.

Enquanto esperávamos nossas comidas, ele continuava a me perguntar sobre coisas banais e eu perdia a paciência com as repostas que ele me dava. Como ele era filhinho de papai, ou no caso dele, de vovô.

Nossos pratos demoraram uma eternidade. Era certo que o restaurante estava lotado, mas depois de recebê-los, não pude segurar meu queixo e minha boca.

__Isso? Isso é “porção” de picanha com salada? Ta parecendo mais porção de salada com um quadradinho de picanha. --resmunguei

Era isso mesmo. Um prato lotado de salada e no centro um mísero quadradinho de picanha. Era por isso que eu odiava restaurantes chiques. Odiava a mão de vaquisse deles.

No prato do Miguel, tinham três ostras que ele fazia o favor de comê-las o mais ruidosamente possível. Acabei com a minha porção em dois segundos e meu estômago ainda roncava. A salada era horrível e eu me arrependi de ter comido a picanha primeiro.

Ele não tinha nem terminado de tomar a primeira ostra e eu já queria ir embora. Era o pior encontro da minha vida. Era tão nojento ouvi-lo comer que pensei em correr ao banheiro vomitar, mas não fui por alguns motivos que meditando um instante, pareciam corretos. Primeiro não tinha muito que vomitar. Segundo, se eu me desfizesse do mísero prato que eu tinha comido, eu não agüentaria ficar de pé depois. Até poderia pedir outra porção, mas era melhor dormir com fome do que ficar olhando Miguel por mais uma hora.

Desobedecendo a “vossa alteza”, pedi um suco de laranja. Eu poderia até me forçar a ter um pouco mais de classe, mas era impossível. Nem o melhor dos artistas conseguiria tal feito.

No caminho de volta, ele me interpelou do porque dos meus atos.

__Eu não quero ser mal educada, mas eu não consigo ser assim. Não pode fazer isso, não pode fazer aquilo... Não pode pedir isso, nem aquilo... Desculpe-me, mas eu não sou assim.

__Deveria ter dito antes.

__Eu sei.

__Onde teria escolhido ir?

__Para falar bem a verdade... Ali. –Apontei um carrinho de cachorro quente. Minha barriga roncava.

__Ali?—perguntou ele meio enojado.

__Vamos. Para aí. Preciso comer alguma coisa de verdade.

No fim de tudo, ele disse que estava satisfeito e não comeu. Eu me deliciei nos meus dois cachorros quentes. Eu parecia ter vindo da Etiópia e ri da cara que ele fazia de mim.

Conversamos um pouco mais a vontade e no fim, ele se revelou um bem rapaz. Apenas estava desacostumado com isso. As garotas com quem ele saía eram sempre metidas e tal... Não queriam saber de outro lugar a não ser o restaurante parecido com castelo.

Depois, ele me deixou na porta de casa e eu o convidei para ir ao torneio de Arco e Flechas sábado que vem.

Entrei em casa rindo e gritei para mim ainda na cozinha: Mãe. Tenho muita coisa para te contar. Você não vai acreditar!!


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Notas finais do capítulo

Amei os comentários e as dicas que me mandaram sobre o capítulo anterior, mas isto não pode parar Ok? Quero mais comentários e recomedações. Lembrem-se: Qto mais comentários, favoritos, novos leitores e recomendações tiver, mais rápido postarei!
Obrigadaa!
Mandem suas dúvidas, que responderei na medida do possível!
Beeijos e até o próximo capítulo:Segredos Revelados.



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