Filhas da Lua. escrita por JehNicolau


Capítulo 1
Um olho na comida o outro observando.


Notas iniciais do capítulo

Que droga. Ser caçada por vampiros não basta, tinha que ter um bando de aberrações para esquentar as coisas.



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Ainda não sei como pude chegar tão longe, ainda mais com a pequena Helena nas costas. Ela está tão exausta quanto eu, mas não podemos parar agora, não quando si tem vampiros ti caçando. Falta pouco para anoitecer, então só vou precisar de um esconderijo para Helena e esperar a lua cheia para me transformar.Pelo menos teremos alguma chance de lutar por nossas vidas, diferente da nossa família que foi aniquilada por aqueles desgraçados. Por mim eu ia atras deles agora, mas eu tenho Helena para cuidar, ela é tudo pra mim agora.

Finalmete civilização, pelo menos estaremos um pouco mais seguras já que eles não podem andar entre humanos. Mas esse lugar não é muito seguro. Acho que é nublado demais, por sorte estamos no verão e hoje o sol esta queimando.

Tenho que ser rapida, o sol vai si por daqui a cinco horas. Encontro uma casa que parece vazia e chuto a porta. Helena não acordou, esta cansada demais pra acordar. Coloco ela num pequeno sofa e vou pra cozinha. Quando abro a geladeira minhas unhas arranham a porta e tira um pouco a tinta.

Não tenho tempo pra cozinhar nada então pego uma vazilia com bife cru, a fome é tanta que poderia comer tudo de uma vez, mas tenho que alimentar Helena primeiro. Abro a vazilia e o cheiro é tentador, então fecho depressa, mas quando olho pro lado Helena esta parada em pé, o cheiro da carne a despertou.

Nossas refeições eram muito turbulentas, eramos tomados por nossos instintos e as vezes brigavamos.Meus irmãos eram mais fortes então sempre ficava com os restos. Agora não, tenho que estar sã, por Helena. Ela está sentada no chão devorando a carne, ela lembra muito Samuel, nosso irmão mais velho, um olho na comida e outro observando em volta. Suas unhas estão grandes, da pra ver suas presas quando ela abocanha um pedaço de carne e suas roupas estão rasgadas. Meu estomago ronca e tira minha concentração, tenho que me conter para não arrancar a comida dela. A geladeira não tem nada que mate a fome de uma lobisomem jovem. Então tenho que me satisfazer com comida humana. Tem meia duzia de ovos, que já melhora um pouco as coisas, quebro um deicho cair na boca, a gema estava ótima. Repito o prossesso até acabar todos os ovos.No freezer tem um frango congelado. Sinto muita fome mas acho que da pra esperar o microondas descongelar um pouco. Helena acabou de comer e esta chupando os dedos, ela sorri um pouco.Não vejo esse sorriso a muitos meses.

-Satisfeita?- pergunto com um meio sorriso.

-Sim, obrigada.-ela si levanta está mais disposta agora-O frango parece bom.

-Acho melhor ficar longe si não quiser mi servir de refeição no lugar dele.

-Não obrigado.- e sorriu pra mim.- vou dar uma olhada por ai.

-Seja rapida, já estamos de partida.

-Já?! Não acho que eles tenham nos seguido até aqui, devem ter perdido nosso rastro quando atravessamos o atlântico.Não é? Não tem como nos acharem aqui não é Suzana.?! Estamos seguros não estamos?

Pensei isso da ultima vez, tinhamos cruzado o Pacífico, rumo a Ásia, mas eles de algum modo nos acharam, nossa sorte era que estávamos em uma rua movimentada em Xangai, eu pude ver um deles em um carro. Foi com muito custo que conseguimos chegar até Istambul. Quase morremos de fome até chegar na Túrquia. Depois foi só um a questão de meses até chegarmos na África, e dias para chegarmos em Serra Leoa. Chegar em casa foi fácil, havia muitos navios cargueiros que iam de Serra Leoa direto pro Brasil.

Dessidi que seria mais seguro ir pra América. Conhecia muito bem o Continente Americano, então seguia sempre as rotas mais seguras. Foi mais fácil chegar onde estamos, do que atravessar a Ásia.

Fiquei perdida relembrando nossa jornada que só o toque do microondas me despertou.

-Então Suzana.?!

-Eu não sei. Só não podemos ficar paradas muito tempo.

-Não podemos fugir pra sempre.

-Quem disse que vamos? É só o tempo de você ficar forte o suficiente para lutarmos.

Tirei o frango do microondas e Helena foi para a sala. Quando acabei de comer e só restavam os ossos do frango resolvi dar uma olhada na casa. Ela tinha um cheiro familiar. tinha o cheiro da nossa casa, dos nossos irmãos. Na sala Helena estava sentada no sofa com um album de fotos no colo. Ela parava tempo demais em cada foto. Subi as escadas, e entrei num quarto. Tudo aconteceu muito rápido. No segundo em que eu senti o cheiro de vampiro concentrado naquele quarto, havia pessoas na porta da casa. Não dava mais tempo de gritar por Helena, eles estavam entrando.

-Cuidado Charlie, ainda pode ter alguem aí dentro.-falou uma voz feminina.

-Fique aí fora.-deve ter sido o tal Charlie.

Por um segundo pensei que fossem vampiros, mas si fosse já teriam nos descoberto e eu estaria morta no mesmo segundo. Silenciosamente fui até o topo da escada ver si encontrava Helena. Pelo som do seu coração ela estava na lavanderia. O telefone toca.

-Alô?-sussurra o homem.

-Pai?- uma voz feminina no telefone.

-Ah, Bella... o que foi?

-Algum problema? Porque está sussurrando?

-Alguem invadiu a casa.

-O que?Pai sai daí agora, estamos indo pra í.

-Caso você não saiba Bella sou policial.

-Não pai, estou falando sério tem algo estranho aí. Saia agora daí.

-Bells eu posso...

-Pai não é humano.

-O que?

-Seja lá o que esteja aí não é humano.

-Como assim Bella.?

-Pai me escuta passa o telefone pra Sue.

Tinha alguma coisa errada, como a mulher no telefone sabia que não somos humanas?

-Sue saia daí com o Charlie, Alice não consegue ve-los e Jake disse que todos da alcatéia estão com Sam. Tem algo errado.

-Charlie vamos.

-O que?

-Agora.

-Sim senhora.

Eles sairam e no mesmo minuto fui até a lavanderia sem ser ouvida. Helena tinha arrastado a maquina de lavar e si escondeu atras dela.

-Garota esperta- disse enquanto ajudava ela sair de lá.-temos que ir.

-Tem algo errado, você ouviu a mulher no telefone?

-Você tambem ouviu?Estou surpresa, seus sentidos estão evoluindo rápido. Mas não é por isso, tem cheiro de vampiro no quarto lá em cima.

-Não.-Helena arregalou os olhos de pavor-Ele nos encontraram?!?

-Não, não são eles. Mas as coisas estão estranhas demais para ficarmos por aqui, vamos.

Quebrei a janela e corri com Helena nas minhas costas.

-Eu sei andar sabia.?!?

-Mas não sabe correr. Pelo menos não rápido o suficiente.

Corremos para uma floresta, corri por um bom tempo até sentir um cheiro famíliar.Então parei. O sol já tinha si posto.

-Está sentindo esse cheiro?-perguntou Helena.

-Claro.

-Tem o cheiro da nossa casa.

-É maravilhoso-senti uma lagrima escorrer pelo meu rosto-Samuel...

-Lúcio, Miguel.-Helena soluçava agora.

Deitei na grama pra sentir melhor o cheiro. Derrepente ouvi trotes na terra.

-Ouviu isso?

Levantei rapido e fui para perto de Helena.

-Corações?!-sussurrei.

-Não pode ser.

Ouvi claramente quatro corações, rápidos como os nossos. Agora o cheiro estava mais forte do que nunca. Corri para onde o som dos corções me guiavam. Helena não foi rápida e ficou para tras. Derrepente vi quatro lobos gigantes. O do meio era preto e maior que os outros, haviam mais um acinzentado e outros dois marrons.

Não eram eles. Eles pareciam tão confusos quanto eu, não sabiam o que fazer, e nem eu. Talvez eles me entendam.

-Ola?!?

-Suzana.!-gritou Helena.

No mesmo segundo corri e senti os lobos correrem atras de mim. Senti a lua aparecer, me transformei, e corri para Helena. Dessa vez não perdi a consciencia, estava ciente do que estava acontecendo a minha volta. Quando cheguei até Helena, havia mais lobos, estavam cercando ela. Eram dois, um maior que os outros marrom avermelhado, estava exitante e confuso. Mas havia um lobo magrelo e cinza que não exitava, estava pronto para ataca-la. Ela parecia um gato cercada por cães.Mostrava os dentes e as garras.No mesmo instante que o lobo cinza deu seu primeiro passo em direção a Helena, os lobos atras de mim chegaram e eu ataquei. Entrei na frente de Helena e com um tapa joguei o lobo cinza em direção ao lobo preto. Os outros tentaram atacar mais eu uivei tão forte que seus rosnados sessaram, e eles quase fugiram. Eles estavam entre as árvores mais ainda nos cercavam.

-Pra onde vamos?-perguntou Helena e na sua voz havia pavor.

Coloquei minhas mãos no chão pronta para correr e abaixei o maximo que pude, e fiz sinal para que Helena subisse. Senti suas unhas cravarem nas minhas costas, e ela si ageitar.

- Eles são muitos.

Derrepente ouvimos o som de ossos quebrando, no meio das árvores.

-Hei! Ola.- uma voz grave saiu do meio das árvores.- Por favor só queremos conversar.

-Nos deichem ir.-Helena gritou de volta.

-Posso ir aí?! Só pra conversar.

Esperei um momento, então fiz que sim com a cabeça.

-Tudo bem. Mas venha devagar por favor.

Um homem musculoso, sem camisa, só de shorts apareceu por entre as árvores. Ele tinha uma tatooagem no braço esquerdo.

-Sou Sam.- ele disse.

-Sou Helena. E esta é minha irmã Suzana..

-Esta é minha matilha.

-O que são vocês?-perguntou Helena

-Loisomens- rosnei entre minha respiração-E vocês?

-Não, não são.-disse ela séria- Nós somos lobisomens, vocês não são como nós.

-Olha eu não sei o que vocês são. Mas vocês invadiram a casa de um de nós. O que vocês querem?

A lua foi tampada pelas nuvens e eu comecei a voltar ao normal. Helena caiu das minhas costas, mas caiu de pé. Droga, eu estava nua na frente de um suposto inimigo. Helena me ajudou a levantar, não era hora de eu sentir vergonha.

-Não tinhamos a intensão de prejudicar ninguem.- disse colocando Helena atras de mim.-Pesso desculpas.

-O que querem?-perguntou Sam.

-No momento... ir embora.

-Não posso fazer isso.

-Suzana....- sussurrou Helena

-Vocês não me deicham escolha. Eu só vou falar uma vez- a lua estava voltando- saiam do meu caminho.

-Não posso.-respondeu Sam

-Quando tiver chance, quero que corra e não olhe para trás.-sussurrei no ouvido de Helena- Vocês não me deicham escolha.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo...
Amigas depois do primeiro soco.

Espero que tenham gostado.



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