Another Gilbert escrita por Dani Ferraz


Capítulo 23
Panda POV Nicole


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo amores! Eu sei que é difícil de acreditar, mas SIM, mais um capítulo novinho! Queria compensar vocês pelo pequenininho de ontem, e eu sei que vocês querem saber logo o que o Eric fez, e como a Nikki vai lidar com ele, maaas.... Resolvi separar os capítulos, ia estragar o clima desse. Mas já estou trabalhando no próximo, não vou deixar vocês curiosos por muito tempo haha
Boa leitura!



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Capítulo 22 - Panda

– Nada... Você fica uma gracinha com cara de panda.

Cara de panda. Meu estado deve estar deplorável. Não devia ter dormido de maquiagem, burra, burra...

Damon ria de mim descaradamente.

– Você não presta. - levantei-me do sofá ignorando a minha cabeça que latejava sem parar.

– Você não pareceu ligar ontem a noite. - Ouvi Damon dizendo ainda na sala, aumentando o tom de voz para que eu o ouvisse.

Fechei a porta atrás de mim, sem coragem de encará-lo. Droga.

Flashes da festa começaram a passar em minha mente, desenterrados pelas palavras de Damon. Eu o tinha agarrado em público. Pior; eu o tinha provocado em público, dançando de um modo que eu jamais dançaria se estivesse em meu juízo perfeito.

Um vislumbre de meu reflexo me chamou atenção, por um momento me distraí dos pensamentos sobre o fim da minha dignidade e me concentrei no espelho.

Notei com horror que "cara de panda" havia sido um eufemismo extremo, quase um elogio.

Eu estava destruída.

Tentei tirar alguns nós do cabelo com os dedos, antes de prendê-lo em um coque improvisado.

Minha maquiagem havia borrado e estava um caos, o preto da sombra se misturava ao roxo das olheiras, e várias partes da pele estavam amassadas por causa do sofá.

A palavra sofá me fez notar a dor irritante nas costas. "Agora não, foco nesse rosto destruído" disse para mim mesma. Abri a torneira e tratei de esfregar até me livrar de toda a maquiagem, o que deu um pouco de trabalho. Os amassados já começavam a sumir, o que me deixou aliviada.

Infelizmente não podia me esconder no banheiro para sempre, então respirei fundo e abri a porta pretendendo voltar para a sala.

– Aaaah!! - O gritinho saiu de minha garganta antes que eu pudesse impedir.

O miserável começou a rir. Gargalhar na verdade.

– Desculpa.. - Tenta parar de rir - Eu não queria.. Assustar você.

Encaro Damon com um olhar mortal, contando até dez para não lhe dar um tapa. Ele estava parado bem na porta do banheiro, quase me matando do coração.

– Não tem graça. - Disse ainda o encarando.

– Achei que você estivesse fugindo de mim.. Vim conferir. - Disse me encarando de volta, agora sem rir mais.

Por um momento fiquei perdida naqueles olhos azuis profundos, sabia que devia dar uma resposta, mas não conseguia me concentrar para bolar nenhuma frase coerente.

– Não parece mais um panda. - Suas palavras me fizeram retomar o raciocínio, e não pude evitar rir um pouco.

– Obrigada..? - Ele ainda me encarava e eu sustentava seu olhar, sentindo a tensão entre nós aumentando, como uma corrente elétrica. Respirei fundo, tomando coragem para dizer o que eu queria e tentar recuperar um pouco de minha dignidade perdida. - Olha, obrigada por cuidar de mim ontem, e desculpa pelo jeito que eu agi, não devia ter feito aquilo, definitivamente eu não devia ter bebi..

– Você se arrepende? - Perguntou ele de repente, me interrompendo.

Abri minha boca para responder, porém não sabia o que dizer; mil pensamentos ao mesmo tempo, tentando achar a melhor forma de responder à pergunta.

Damon entende meu silêncio como um sim, e percebo que ele disfarça um olhar triste, assente com a cabeça e vira as costas para mim, pronto para ir embora.

– Hey! - Seguro seu braço antes que ele se afaste, mas ele não se vira para mim. - apesar de estar com vergonha do modo como eu agi.. Eu não me arrependo.

Solto o ar com força depois de conseguir dizer isso. Como ele mexia tanto comigo?

Damon se vira de volta, com uma insinuação de sorriso nos lábios, e seus olhos não estão mais tão sérios.

– Não me lembro de você passar vergonha.. Mas descobri que você dança muito bem - Dessa vez ele abre seu sorriso de lado.

Suspiro e reviro os olhos. Quando estava prestes a responder meu estômago se pronunciou, roncando alto e me matando de vergonha, mais uma vez.

***

Ficava cada vez mais impressionada com o quanto Damon cozinhava bem, e mais ainda com o quanto ele parecia gostar disso.

Almoçamos por volta das três da tarde, e o remédio para dor de cabeça estava finalmente fazendo efeito.

O clima entre nós já estava mais leve, meu estômago acabou me salvando do momento constrangedor. Conversamos um pouco na cozinha, até que ouço meu celular tocando na sala.

Fui até lá, e vi que era Elena.

– Alô?

"Oi Nicole! Como você está? Ainda está com Damon?"

– Oi Elena, estou bem, e você? Estou aqui sim, acabei acordando bem tarde..

"Imaginei! Por aqui também está tudo bem, se não fosse por Eric lá na sala perguntando de você o tempo todo..."

Sua voz demonstrava o quanto ela já estava ficando irritada com ele; uma parte de mim disse que eu deveria voltar pra lá e livrá-la dele, mas o resto gritava para que eu aproveitasse para me manter longe pelo máximo de tempo possível.

– Eu sinto muito.. Não queria encontrá-lo tão cedo - Solto um suspiro - Mas se ele está incomodando vocês, eu volto pra lidar com ele...

Fecho os olhos esperando que ela diga que não é necessário, mas ela não diz. Eu sabia que seria melhor me livrar dele logo, mas queria que pelo menos uma vez minha prima não fosse tão egoísta.

"Ah, ótimo! Te espero aqui, beijos"

Elena não espera que eu responda e desliga. Fecho os olhos e tento controlar a frustração enquanto desligo o celular e o guardo na bolsa.

– Vai mesmo voltar agora? - Pergunta Damon atrás de mim.

– Eu não tenho escolha - Admito desanimada, me virando de frente para ele. Ele me fazia me sentir tão baixinha. - É melhor eu lidar logo com isso, me livrar dele.

– Minha proposta ainda está de pé.

Seu tom era brincalhão, mas seus olhos mostravam que ele estava tenso.

– Obrigada, mas vou tentar do jeito civilizado primeiro. - Respondo dando um sorriso fraco.

Damon assente e vai até uma mesinha de canto, pegando a chave do carro.

Pego minha bolsa e o sigo para fora da casa.

Ficamos em silêncio até a casa dos meus primos, e eu me sinto confortável assim; pelo menos não tenho que responder várias perguntas e acabar mentindo para ele. Damon estaciona em frente à casa ainda em silêncio.

Mas é claro que isso não podia durar.

– Olha, eu sei só de olhar pra cara desse sujeito que ele é um babaca, e que ele fez alguma coisa extremamente idiota pra você terminar tudo e ele continuar atrás de você.

Sua expressão estava séria, e dava para perceber que ele tentava se manter calmo.

– Eu sei também que não sou uma pessoa com um gênio fácil de controlar, mas posso me esforçar pra não quebrar a cara dele.. Se você quiser que eu entre lá com você. - Ele termina de falar e me encara esperando uma resposta.

Isso me surpreende. Por um momento fico perdida, mas logo sinto meus lábios se curvando involuntariamente em um sorriso, e tenho a certeza de que ter Damon ao meu lado me dará muito mais segurança e coragem para entrar lá e encarar Eric.

– Tem certeza..? - Pergunto só por garantia.

– Tenho certeza que vou tentar me segurar, mas não garanto nada. - Responde sorrindo.

– Tudo bem.

Ele sai do carro e vem até a minha porta, abrindo-a para mim. Agradeço e só paro de sorrir como uma boba quando noto o quanto estamos próximos, e seu olhar sobre mim. Damon hesita um pouco, como se esperasse a minha permissão; em um impulso eu me aproximo os centímetros restantes apenas ficando nas pontas dos pés, e o beijo sentindo imediatamente seus braços ao meu redor, me puxando ainda mais para ele. Tudo dentro de mim se agita, beijá-lo era sempre uma experiência completamente diferente, não se comparava com nenhum outro beijo. Passo minhas mãos por seu pescoço, meus dedos encontrando seu cabelo e também o puxando para mais perto, que parece nunca ser perto o suficiente.

Em algum momento eu realmente senti que precisava respirar, e assim me afastei a contragosto.

Pela sensação de calor eu sabia que meu rosto estava vermelho, mas dessa vez eu realmente não me importei.

Damon me olhava com uma expressão relaxada, sorrindo sem aquele ar de segundas intenções, o que era algo surpreendente vindo dele.

– Por mais que eu prefira ficar aqui, Stefan sabe que já chegamos, e deve estar quase dando um chilique.

Não pude deixar de rir um pouco, e me afastei para ajeitar um pouco minhas roupas amassadas. Não havia muito o que fazer, eram as roupas usadas da festa.

– Pronta?

Fiz que sim com a cabeça, e enquanto usava minha chave para abrir a porta senti a mão de Damon segurar a minha.

Não pude conter um sorriso. Respirando fundo, entramos na casa.


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Notas finais do capítulo

E entãoo, o que acharam? Não se esqueçam de me contar nos comentários! beijoos



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