Capítulo 12 - Super Velocidade Assusta

Depois de respirar fundo umas mil vezes, decidi que era hora de sair dali.

Levantei-me da cama de Damon e saí pelo quarto à procura de minhas roupas imundas. Vi uma bolsa em cima da mesinha de cabeceira. Eram as roupas que Elena havia trago para mim. (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=38579594&.locale=pt-br)=(N/A: ignorem a cor do cabelo, é só pra mostrar a trança)

Fui para o banheiro para me trocar, e ao ver meu reflexo no espelho percebi o quanto tinha ficado vermelha de raiva. É uma droga corar o tempo todo, principalmente quando Damon estava perto. Percebi que nunca havia conhecido uma pessoa que me irritasse tanto, em toda a minha vida. O que eu faria agora? Toda essa história de vampiros, bruxas e lobisomens ainda não parecia real, acho que ia levar um tempo para absorver tudo..

Tentei imaginar uma solução enquanto me arrumava. Estava sendo mais difícil do que eu pensei. Não tinha para onde fugir, não por enquanto. Não conseguiria aceitar tudo numa boa, como se eu fizesse parte dessa confusão sobrenatural. Não, o melhor seria não me meter. Eu podia ignorá-los, talvez desse certo. Bom, com certeza não ter Damon em minha vida seria o mais inteligente a se fazer. Agora eu podia ouvir meus instintos, eles gritavam "PERIGO", ele era confusão.

É, eu podia fazer isso.. Certo?

Saí para evitar pensar demais no assunto, senão acabaria mudando de ideia. Deixei a blusa de Damon em cima da cama, e levei a bolsa de Elena, agora com minhas roupas dentro.

Desci as escadas correndo e tentando não fazer barulho ao mesmo tempo. Assim que coloquei a mão na maçaneta da porta da frente..

– Ia sair sem se despedir?

Dei um pulo. Não tinha notado ele se aproximar. Me virei para encará-lo, e para minha surpresa ele estava mais perto do que eu imaginava. Quero dizer, praticamente colado.

– Err.. Obrigada por tudo, desculpa o incômodo. - Enquanto eu falava procurava a maçaneta às minhas costas. Aqueles olhos azuis estavam à centímetros dos meus, tirando minha concentração.

Quando achei a bendita maçaneta, a girei com força e puxei a porta.

– Tchau Damon - Disse me virando para sair, suspirando de alívio. Só não esperava que ele batesse a porta antes que tivesse a chance de sair.

– Está fugindo de mim? Não acredito que ainda esteja com raiva. Me desculpa, eu não disse aquilo por mal. - me virei pra ele de novo, perplexa. Ele estava me pedindo desculpas? Por me irritar??

– Não estou com raiva.. é só que.. eu preciso pensar. - Eu disse mordendo o lábio para não sorrir. Em seu rosto eu via que ele estava sendo sincero, e se sentia culpado! Hoje ia chover canivete! - Sabe, é muita coisa para a minha cabeça..

–Tudo bem.. Vem, eu te levo em casa. Acho que Elena vai passar o dia aqui.

– Ahh, não precisa, eu.. - Pensa em uma desculpa, pensa em alguma coisa! - Vou a pé! - Disse sorrindo amarelo.

Ele fez aquela cara de 'aham, acredito', como se tivesse pego uma criança no flagra.

– Claro, porque você realmente sabe o caminho de volta, né? E percebeu que a distância é enorme apesar do tamanho da cidade e estamos quase no inverno.. E que agora você está ciente do perigo que corre se andar sozinha pela cidade.. E mesmo assim você vai a pé?

Percebi que ele estava se segurando para não rir de mim.. de novo.

– Bom.. eu gosto de andar.. e sei me defender. - Eu disse frustrada e ao mesmo tempo não ia aceitar me dar por vencida.

Ele bufou. - Anda, deixa sua caminhada pra outro dia. - Ele pegou meu braço e praticamente me arrastou até o carro.

Cara, ele era forte!

– Não é justo você usar essa sua 'super-força'! E eu sei me cuidar muito bem! - Disse fechando a cara enquanto ele me empurrava para o banco do carona e fechava a porta. Em um segundo já estava ao meu lado, no banco do motorista. Soltei um pequeno grito de susto.

– Damon! Não é só porque me contou a verdade que você já pode fazer essas coisas! Vai me matar do coração.

– É bom pra você ir se acostumando. - Disse ele dando aquele meio sorriso maravilhoso.

Resolvi não responder, senão a gente ia acabar discutindo de novo, e eu estava cansada. Encostei minha cabeça na janela e fechei os olhos. É tudo real.. Não são só histórias de terror.. O quão ruim a verdade podia ser?, pensei. Eu estou sozinha no carro com Damon agora. Um vampiro está me dando carona. A teoria era muito mais assustadora que a prática.

Talvez eu pudesse aceitar o sobrenatural.. Era só não pensar demais nisso. Será que Jenna também já sabia? E Jeremy?

– Um centavo pelos seus pensamentos. - Disse Damon me trazendo de volta à realidade. Olhei para ele e vi que me olhava com expectativa.

– Bom..Estava me perguntando.. Jenna e Jeremy já sabem..?

– Já. Jeremy perdeu duas namoradas só no ano passado.. Elas eram vampiras.. e morreram.

– Não acredito! Pobrezinho..

– Mas agora ele está bem, está namorando aquela bruxinha, Bonnie.

– De repente todo mundo que eu conheço está ligado à essa loucura.. - Eu disse suspirando.

– Vai por mim, não é tão ruim quanto parece. Chegamos.

– Bem, obrigada. Por tudo.

– Disponha. - Saí do carro e estava prestes a fechar a porta, quando ele me chamou.

– Hey, Nikki. Se precisar de alguma coisa.. - Sorri agradecida. - A gente se vê por aí.

Fechei a porta evitando dar uma resposta. A partir de agora eu tinha que me manter afastada. Será que eu ia conseguir?

Peguei as chaves que Elena deixou na bolsa e entrei em casa.

Jenna veio correndo em minha direção.

– Nicole, graças a Deus você está bem! Eu fiquei tão preocupada!

– Me desculpe, Jenna. Não queria te preocupar, e ainda por cima estraguei seus planos para o jantar.

– Não se preocupe, a gente pode jantar hoje. Que tal lasanha?

Sorri para ela. Era sempre tão boa e carinhosa.

– Parece ótimo. - Eu disse sorrindo.

– Bom, porque não sobe um pouco enquanto eu preparo? Jeremy estava maluco quando disseram que você sumiu..

– Tudo bem. Se precisar de ajuda..

– Pode deixar, pode ir.

– Ok.

Subi as escadas e deixei a bolsa em meu quarto antes de ir até o de Jeremy. Bati na porta e ouvi um "pode entrar Tia Jenna".

Abri a porta e ele estava na cama, estudando.

– Sou eu, Jer.

– Nicole! Que bom que você voltou! - Ele pulou da cama e veio correndo até mim, me dando um abraço de urso.

– Jer.. não consigo.. respirar..

Ele me soltou.

– Me desculpa, é que eu tava tão preocupado..

Eu ri; era tão bom estar perto dele. Era como o irmão que eu nunca tive.

– Tá tudo bem, me desculpa pelo susto..

– Elena disse que você se perdeu..

– Pois é.. - Eu disse querendo mudar de assunto.

– Vem, senta aqui. - Disse ele me puxando pra cama bagunçada. Criei coragem para puxar o assunto. Decidi ser direta.

– Sabe.. hoje de manhã eu.. bom, eu descobri tudo.

– O que? Sobre o que você tá falando?

– Não precisa fingir que não sabe, Jeremy. Eu ouvi eles conversando e depois Damon me contou tudo. Sobre vampiros, bruxas, lobisomens..

– Nossa, Nicole, eu nem sei o que dizer.. Você está levando numa boa? Eu sei que é muita coisa mas.. se precisar conversar..

– Bom, é sim tudo muito confuso.. mas vou sobreviver, certo? Todos vocês devem ter descoberto mais ou menos assim, não?

– É.. foi. Com o tempo você se acostuma com a ideia.

– Espero que sim.. Bom, não vou atrapalhar seus estudos, porque amanhã você tem aula. Acho que vou tirar um cochilo.. - Eu disse e ele fez uma careta super fofa.

– Haha, pode gozar com a minha cara o quanto quiser, mas você também tem aula amanhã, mocinha.

– O quê??

– Há! Por essa você não esperava! - Ele disse rindo. - Acontece que ontem depois do almoço Jenna foi até a escola conversar com o diretor, e fez sua matrícula. Você começa amanhã, colega. Bem-vinda de volta ao Ensino Médio!

– Para de rir da desgraça alheia, Jeremy! - Eu disse e joguei um travesseiro nele. Acabei rindo junto.

Depois ficamos conversando mais, ele me contando sobre a escola daqui. Jenna nos chamou para jantar e o resto da noite foi tranquila; um milagre considerando tudo o que aconteceu nesse fim de semana.

Ai ai, amanhã seria meu primeiro dia de aula, já no fim do ano. Adeus boa noite de sono!