Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 61
Acreditem em Nárnia. Acreditem em Aslam.


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que se vocês puderem ler o capítulo ao som de "Battle At Aslan's How", as coisas podem ficar um pouco mais interessantes ^^
Divirtam-se!



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Como já era esperado, Rabadash não estava entre seus comparsas, que entraram a cavalo, assim como Dama. O zunido das flechas passando por nós se misturava ao soar das lâminas e os galopes dos cavalos. Corremos juntos contra o inimigo com a intenção de mantê-los mais fora o possível, mas é claro que essa tática não deu certo por muito tempo. Lutei de cima de meu cavalo com a espada matando a todos que se punham a minha frente da forma mais rápida que podia. Mas certa hora, Destro foi atingido por uma lança no peito, o que derrubou nós dois. Ergui o escudo e parti contra o que fizera isso, defendendo-me de um golpe com o escudo e degolando-o.

Tentava ser rápido como se tudo aquilo fosse acabar logo, mas não era bem assim e eu sabia disso. Devia ficar ali bloqueando a passagem de qualquer um daqueles infelizes que continuasse vivo.

Uma sombra negra passou por cima de nós e ao olharmos, vimos pela praia se aproximar pequeno grupo de gigante que começou a atacar as torres, conseguindo levar uma ou outra ao chão, levantando uma nuvem de poeira. Alguns escombros caíram perto de mim, mas consegui correr a tempo, porém alguns inimigos e aliados não conseguiram escapar, sendo esmagados.

Vi dois lobos virem contra mim, um deles saltou, mas consegui rebater com o escudo. Aproveitando a brecha, o outro conseguiu agarrar-se a minha perna com os dentes. Grunhi de dor e num giro da espada na mão cortei-lhe o pescoço, furando o outro no mesmo segundo quando saltou contra mim outra vez.

Com a adrenalina fazendo-me aguentar a dor da mordida rasgada, lancei-me na batalha. Eles eram muitos, vinham de todos os lados, toda espécie de seres horrendos trajados com armaduras negras, tigres, ursos. Aquela altura do embate, o frio tornara-se ainda mais intenso começando a vencer a roupagem pesada que usávamos. Isso só significava uma coisa, Jadis estava perto.

Miraz entrou em cena, adentrando o pátio com minotauros. Soube exatamente para onde ir.

Chegou a sua hora, desgraçado.

POV. Pedro.

Haviam pontos estratégicos que foram deixados desprotegidos nas armaduras inimigas, um erro, pois estavam sendo muito úteis a mim. Quando as torres ruíram, achei que Caspian não conseguiria sair, mas logo em seguida o vi de pé. Perdi Edmundo de vista logo depois que a batalha começou, vislumbrei-o algumas vezes, lutando como uma voracidade assustadora.

Corri pelas escadas para dar apoio aos soldados dali, protegendo a entrada para o interior do castelo. Para me prevenir de qualquer ataque ao quarto de Susana, mandei Rilian levar homens para lá. Um soldado da Arquelândia surpreendeu-me pelas costas dando-me poucas chances de defesa, por sorte logo encontrei apoio para contra atacar. Rhindon bateu contra sua espada inúmeras vezes antes de eu conseguir uma brecha e empurrá-lo, fazendo-o rolar escada abaixo.

Porém, o impacto firme de dois pés contra minhas costas derrubaram-me sobre os degraus. Ergui-me no mesmo segundo, tempo que Aller usou para ser deixado pelo grifo sobre a escada. Ele encarou-me com puro ódio e logo avançou contra mim, conseguindo fazer-me recuar, os golpes reverberando pelo escudo.

Aller não tinha medo em avançar contra mim, afinal, não era ele quem estava de costas para o pátio, sendo obrigado a descer às cegas quando necessário.

–Enfim é chegado nosso momento, garoto. - o ouvi dizer.

–É Rei! - corri, golpeando-o.

–Você não é um rei de verdade! - vociferava ele. - Um verdadeiro nobre jamais destruiria uma família como você fez! - acusava.

–Não me culpe por seus erros! - rebati.

Ele grunhiu e usou a raiva no ataque. Pisei em falso num degrau, o que quase me levou ao chão. Abaixei para desviar de um golpe, aproveitando o breve desequilíbrio de Aller para saltar para o lado, subindo no mesmo degrau que ele estava, lutando de igual para igual agora. Golpeando-o ferozmente consegui encurralá-lo contra o corrimão. Aller usava o escudo e a espada em movimentos limitados, possibilitando que apenas se defendesse.

Como ele mesmo dissera, é chegado o momento. Golpeei tão forte que sua espada voou para longe, para o pátio, deixando sua fronte desprotegida. No mesmo segundo ergui Rhindon, pronto para livrar Nárnia de mais um inimigo, quando de repente, senti o chão tremer sob meus pés, durou alguns segundos apenas, mas foi tão forte ao ponto de rachar o pátio em dois e fazer partes do castelo ruírem ao fundo.

Aller agarrou-se ao corrimão, eu, sem qualquer apoio, rolei escada abaixo batendo com força no chão do final dela, bem na borda da fenda.

Com a vantagem lhe entregue de bandeja, antes que eu pudesse me erguer, vi Aller saltar os últimos degraus parando ao meu lado, curvando-se sobre mim com a adaga em punho. Porém fui mais rápido lançando meu braço esquerdo contra ele, fazendo-o recuar com o forte impacto de meu escudo contra seu rosto. Aller praguejou. Ergui-me mesmo sentindo uma aguda dor na perna. Antes que eu alcançasse o desgraçado, algo chocou-se contra mim lançando-me para longe. Um tigre, jogando-me para o outro lado da fenda. Perdi Aller de vista.

POV. Lúcia.

–Segure minha mão, Su. - falou Rany, apertando a mão de minha irmã no mesmo momento que Susana curvara-se para frente, num grito de dor.

Depois que Caspian saiu, tudo foi acontecendo de modo mais acelerado. Susana estava assustada e com medo, e a mancha de sangue em sua cama nos dizia que o parto antecipado pela agressão de Rabadash não seria nada fácil. As contrações ficaram mais fortes e com intervalos menores gradativamente. Houveram outros sangramentos e eu vi na expressão de Lilliandil que ela estava realmente ficando preocupada.

Rany e eu sentamos uma de cada lado de Susana para lhe dar apoio, ela agarrou nossas mãos, seus joelhos estavam flexionados e foram naturalmente separados pelas dores.

–Estou com medo, Lú. - confessou num sussurro, ofegante, franzindo os lábios. Lá de fora vinha o som da guerra. Lilliandil apressava-se pegando toalhas. - Não está na hora de nascer. - fungou. - Estamos no meio de uma batalha, eu... - foi interrompida pelo próprio gemido de dor. Houve o estrondo de algo ruindo.

–Esqueça a batalha, apenas lembre-se de que iremos todos protegê-los e concentre-se agora. - orientei, tentando manter a calma, apertando sua mão tanto quanto ela apertava a minha. Rany ajeitou os travesseiros atrás das costas de Susana. Todas tentando manter a calma. Minha irmã tentava regular a respiração quando Lilliandil se aproximou.

–Está quase na hora. - informou pouco antes de Susana gemer alto.

O intervalo da contração passou num piscar de olhos, sinal de que já era tempo.

–Agora, Su, preciso que você empurre! - falou Lilliandil no momento em que veio a contração seguinte. Susana atendeu o pedido automaticamente curvando-se para frente, apertando minha mão e gritando sofregamente bem mais alto que as últimas vezes, ao mesmo tempo que o chão tremeu.

POV. Tirian.

Quando o chão tremeu, por muito pouco não fui engolido pela fenda que surgiu bem à minha frente. Meu oponente não teve a mesma sorte. O tremor pegara a todos de surpresa, muitos foram engolidos pela fenda, outros caíram dos muros, torres ou escadas, como vi, de relance, acontecer com Pedro.

Caspian lutava contra Miraz há algum tempo e ninguém ousava interferir. Cor e Corin lutavam um ao lado do outro sempre. Os gritos de dor de Susana foram completamente abafados pelo som da batalha.

Edmundo estava irreconhecível, deixava um rastro de destruição por onde passava. Lutava com duas espadas e uma delas não era sua, tornara-se algo letal e frio para qualquer inimigo que cruzasse seu caminho sem sequer alterar a expressão tensa e indecifrável do rosto. Como eu disse, frio, tanto quanto a neve que caía.

Continuei lutando e acabei sendo levado para as proximidades do muro, da parte derrubada pelos gigantes que continuavam fazendo estragos. Catapultas foram trazidas e bolas em chamas eram lançadas contra eles. Um deles, pegando fogo, correu para o mar e por lá ficou. Outros pegavam fogo por ali mesmo. Por azar nosso, uma das bolas inflamadas, tendo seu tiro falhado, passou pela entrada das masmorras e rolou lá para baixo deixando em chamas as portas de madeira, o que impediu a entrada ou saída de qualquer pessoa. Pudemos ouvir os gritos.

Tentei concentrar-me na luta para não deixar que os sentimentos perturbadores agissem no momento errado. Matei meu oponente ali à beira de uma das falhas do muro quando senti respingos gelados. Passei os segundos seguintes paralisado diante da onda que quebrara bem aos pés do castelo. O mar agitado e escurecido pela noite engolira a praia e suas ondas agressivas quebravam com força aos pés de nossos muros.

Não pude me deter ali para divagar sobre o que acontecia logo lançando-me outra vez para a batalha, mas em minha mente uma conexão se fez instantaneamente: Lúcia tinha razão. Nárnia estava tendo os últimos espasmos de sua agonizante morte.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! Review!

Beijokas!!

Contagem regressiva: faltam 5 capítulos.