Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 47
Estou Tão Feliz Que Você Tenha Voltado.


Notas iniciais do capítulo

Narnianos do meu coração, cheguei. Estava com saudades de postar aqui, então, sem mais delongas. Divirtam-se!



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POV. Edmundo.

Jay arfou. Fui bem claro em minhas ordens e obriguei-me a ignorar o olhar dolorido dela quando os soldados se aproximaram e levaram Julian, fazendo-o escorregar por seus braços. Lúcia fechou os olhos e abraçou-me novamente ao tempo em que Jay correu escada acima, tentando esconder o choro.

Acompanhei minha irmã até seu quarto e saí quando a mesma me garantiu que estava bem. Segui para o meu, mas fui abordado por Helena que pediu para eu explicar a situação à Susana, que estava muito preocupada. Tentei ser breve ao falar com minha irmã, mas acabei por levar tempo demais. Quando Susana estava mais calma, saí para meu quarto em busca de Jay.

POV. Julian.

Apoiei a cabeça nos joelhos, sentado ao chão, em algum canto menos úmido e sujo da cela. Como isso foi acontecer? Lúcia jamais me perdoaria, e com razão. Foi um momento de fraqueza do qual não consegui fugir, só me arrepender. Rachel me seduziu e não consegui fugir dela, como também não consegui fugir de Renere quando estávamos acampados, depois de deixarmos a Calormânia.

–Mas... Rachel também tem culpa. No mínimo merece a mesma pena que eu. - sussurrei de repente, com meus botões. Ouvi uma respiração na cela ao lado.

–Você a condenaria à morte, Julian? - era Renere. - Sabe que o erro foi seu. Você traiu Lúcia, não ela. A denunciaria para que fosse executada também? Por que esse será seu destino, não é? Mas Jay agora é praticamente uma rainha, ela não salvará você? Ah, não... Esqueci... Toda rainha é submetida às leis. - Renere sorriu de lado. - Ela assistirá sua morte.

–Cala boca! - Joguei-lhe o prato de comida, mas ele espatifou contra a grade que dividia as celas. Renere riu. Eu estava tão enfurecido com as provocações dela que sequer me passou pela cabeça como ela soube do ocorrido.

POV. Edmundo.

Depois de respirar fundo, bati suavemente na porta com os nós dos dedos e entrei logo em seguida, fechando a porta. Jay estava na janela, a vista perdida no horizonte que eu não conseguia ver. Ela percebeu minha entrada, deu uma rápida olhada por cima do ombro e voltou a olhar para fora. Jay chorava, não daquela forma desesperada e incontrolável, mas chorava; seu rosto estava molhado, olhos avermelhados como a ponta do nariz. Ela não falou nada e eu me aproximei, parando ao seu lado, também olhando para fora. Olhei para seu rosto, mas ela não olhou para mim. Respirei fundo.

–Sinto muito, Jay. - falei sincero. Ela fechou os olhos, passou o dorso da mão no nariz e olhou para baixo. - Muito mesmo. Eu não tive escolha. É meu dever aplicar a lei a quem erra e Julian err...

–Não precisa me dizer que ele errou, por que eu sei que ele errou. - interrompeu ela, num sussurro, sem olhar para mim.

–Só tenho uma escolha por enquanto. - falei. - Não queria que fosse assim, mas ele escolheu seu caminho. Ele traiu Lúcia, a magoou profundamente e esse tipo de traição também é crime... Não posso livrá-lo disso... Por favor, não queria que isso tivesse acontecido, muito menos hoje... Não quero que me culpe...

–Julian foi o único que Aller não me tirou. Ele é a única família que eu tenho. - sussurrou.

–Isso não é verdade. - toquei seu braço, aproximando-me mais, falando calmamente. - Você tem a mim agora, meus irmãos e Caspian vieram de brinde. Você passou a fazer parte dessa família quando coloquei a aliança no seu dedo hoje.

–E por acaso todos os outros substituiriam a falta de um? - ela me olhou com lágrimas caindo pela face. Olhei-a sem saber mais o que dizer. Toquei seus cabelos e a abracei. Jay abraçou-me de volta e eu pude ouvir seu choro. Apoiei meu queixo no alto de sua cabeça. - Eu sei que Julian errou, eu sei que ele deve pagar, mas ele ainda é o irmão que cresceu comigo. Sei que a lei é sua obrigação, mas ainda é meu marido mandando à morte meu único irmão. - soluçou.

–Sinto muito, Jay.

Ela desfez o abraço para olhar-me nos olhos.

–Existe alguma esperança a qual eu possa me agarrar?

–Pretendo esperar Caspian e Pedro retornarem, mas eles provavelmente me apoiarão. - falei calmamente. - Lamento.

Ela desfez o abraço e secou o rosto com as mangas, afastando-se de volta à janela, dando-me as costas.

–Por que isso tinha que acontecer...? - murmurei comigo mesmo, aproximando-me dela de novo. Queria tanto consolá-la, mas isso parecia impossível quando era eu, tecnicamente, que acabava por provocar esse sofrimento. - Essa era para ser uma noite tão especial. - passei a mão em seu cabelo. A ouvi suspirar. - Vamos, Jay, você precisa descansar... - pela janela, o amanhecer dava sinais de sua chegada. Jay assentiu e voltou-se para mim.

–Você também precisa descansar.- disse ela, voltando-se para mim. - Eu... Vou voltar para meu antigo quarto por enquanto...

Meu coração apertou. Aquilo era mesmo que estar pedindo um tempo, não era?

–Jay, não...

–Eu preciso ficar um pouco sozinha, Ed. - justificou. - Só esta noite.

–Não. - falei. - Esta noite já foi estragada o suficiente, não posso deixar que fique pior. - toquei seu rosto quente. - Venha dormir... Amanhã conversamos melhor.

POV. Susana.

Minha mente me dizia para acordar, apitando, afinal, aquele era o dia em que Caspian e eu completávamos um ano de casados; mas decidi ficar mais na cama, sabia que ele não estaria ali. Além disso, é bem provável que ele se esqueça. Caspian é péssimo com datas.

Foi quando identifiquei um perfume diferente, incomum em meu quarto, o que me fez despertar. Fazia alguns dias desde que, bem... Desde que Julian fora pego no flagra. Noite passada adormeci lendo mais uma vez a carta de Caspian, para variar. A claridade era forte, o que me fez coçar os olhos enquanto sentava, apoiada com o cotovelo. Quando finalmente consegui abrir os olhos, estaquei de susto.

Ele estava deitado de lado, de frente para mim, tinha o cotovelo apoiado na cama e a cabeça na mão, segurava uma rosa com um sorriso torto sapeca no rosto. Do outro lado da cama, Caspian me lançava o mais terno olhar.

–Por Aslam, Caspian! - Eu ri, completamente feliz e atônita. Jogando-me cuidadosamente para abraçá-lo. Ele riu e me abraçou bem forte.

–Que saudades, Su! - ele respirou fundo em meus cabelos bagunçados. Abracei-o da forma mais forte que podia.

–O que está fazendo aqui, não devia estar no acampamento? - perguntei, sentando-me sobre minhas pernas, de frente para ele.

–O acampamento foi destruído, Su. - falou, erguendo as sobrancelhas.

–Ah, é verdade... A tempestade de raios... Lembro, lembro.

–Partimos para cá na manhã do dia seguinte. - contou. - Chegamos há poucas horas e ficamos muito assustados quando vimos que o castelo também tinha sido atingido pelos raios. Ninguém se feriu, não é?

–Não. As torres que caíram estavam vazias, por sorte. - Os outros já sabem que vocês chegaram?

Ele deu de ombros.

–Não sei. Assim que chegamos eu vim ver você, mas você estava dormindo, então tomei banho e fiquei vendo você dormir. - sorriu, sentando sobre as pernas como eu.

–E para quê essa rosa? - indiquei a flor ainda em sua mão.

–Sabia que você ia perguntar. - ele riu. - Bom, ela veio junto com essas aqui. - ele se inclinou para trás, pegando algo que estava no chão, ao lado da cama.

Junto com sua mão veio um buquê de rosas iguais a que ele tinha na mão. Eu encarava as flores com a boca entreaberta, encantada. Caspian segurou o buquê a sua frente, sorrindo escandalosamente para mim. Nem preciso dizer que sorria da mesma forma.

–Cas...!

–São para você, amor. - disse ele, com a voz calma e terna que me derretia. - Feliz aniversário para nós!

–Você lembrou! - peguei as flores.

–Claro que lembrei. - disse ele, fingindo-se de ofendido. - Por que? Você achou que eu tinha esquecido nosso aniversário de casamento?! Não acredito que você achou isso de mim! Estou profundamente magoado...!

Eu o encarei com um sorriso torto logo depois de sentir o cheiro das flores, então ele parou e sorriu também, ficando de joelhos e inclinando-se para me beijar.

–Feliz aniversário, querido. - falei, não muito longe de seu rosto. Caspian beijou-me novamente e senti sua mão afagar minha barriga.

–Como está minha menininha? - perguntou.

Pensei alguns segundos antes de responder.

–Com fome. - nós rimos.

–É, o pai dela também está com fome. Vamos descer.

POV. Rany.

E lá estava ele. Doce, maravilhoso, sedutor. Mordi o lábio. Você não pode, Rany, pense no que Jay diria, você sabe que é arriscado. Mas lá estava ele, chamando-me para junto de si. Eu não pude mais resistir. Deliciei-me com o enorme pedaço dele em minha boca. Podia sentir um toque amargo, mas, principalmente, o gosto doce do chocolate. Estava um delícia e quando o que estava em minha boca acabou, olhei para frente e vi o bolo, que parecia derretido em chocolate, olhando para mim. Estava pronta para outra mordida. Não importava o que vinha depois, ou se minha cara estava toda melada, eu precisava de mais. Estava chegando mais perto, estava quase mordendo o bolo novamente, quando ouço um barulho que tira completamente minha atenção.

Sentei na cama num salto de susto. Quando consegui lembrar onde eu estava e quem eu era, percebi que batiam na minha porta. Dei uma rápida olhada pela janela antes de levantar, ainda estava amanhecendo. Bufei jogando os lençóis para o lado e levantando, encaminhando-me para a porta pronta para reclamar com o desocupado que se atrevera bater à minha porta àquela hora tirando-me de meu sonho achocolatado. Abri a porta em rompante.

–Escuta aqui...!

Um sorriso branco e brilhantes olhos azuis logo abaixo dos - agora mais compridos – cabelos louros tiraram minha fala. Pedro estava parado à minha porta com os cabelos molhados pelo recente banho, encarando uma Rany que parecia não se dar conta de sua presença ali. Quando viu que eu não saia daquele transe, apontou com o queixo para mim, ainda com o ombro escorado na curva da parede.

–Gostei da camisola. - sorriu de lado, mais sedutor que o chocolate do meu sonho. Corei violentamente e sorri, ajeitando uma mexa do cabelo atrás da orelha. Por Aslam, eu devo estar horrível.

–Obrigada.

Mais silêncio. Até que Pedro voltou a falar.

–Sinceramente, eu achei que você pareceria mais feliz com meu retorno. - riu nervoso. Ri também.

–Desculpe. - pedi, envergonhada. - Eu... Só estou surpresa. As batidas na porta me acordaram num susto, num momento eu estava de frente para um bolo de chocolate e agora estou olhando para você que estava a milhas de distância, o que me deixava morta de saudades e acho que eu estou um pouco zonza...

Nós rimos.

–Bem – começou ele, logo se interrompendo. Ajeitou-se e puxou-me contra si, beijando-me ardentemente. Senti as pernas bambas com seu beijo. Claro, já havia beijado-o antes, mas nunca de forma tão intensa. Pedro abraçava-me contra si, forte, e meus braços deram a volta em seu pescoço. Interrompeu o beijo, porém não desfez o abraço.

–Estou tão feliz que você tenha voltado. E vivo! - disse.

–Eu também senti muitas saudades suas, mas acho que não é uma boa conversarmos de pé aqui. - disse, sorrindo de lado, indicando o corredor, ao tempo que hesitava com os olhos. Senti meu coração acelerar quando o vi morder o lábio inferior rapidamente. - Não vai me convidar para entrar?


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Notas finais do capítulo

A fanfic está indo para o fim. Finalmente! HAHAHA Brincadeira. Bem, não sei quantos capítulos ainda restam, mas a Última Batalha está bem perto. Contudo, só chegaremos lá com reviews!
Beijokas!!