Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 30
Desmascarada.


Notas iniciais do capítulo

Enfim o capítulo que todos esperavam! Eu acho... Bom, eu gostei, espero que vocês gostem também!



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POV. Ranyelle.

            Expliquei tudo a Pedro. Cada detalhe, cada informação... Então tudo fez sentido. Tudo pareceu tão claro que me perguntei como não consegui compreender tudo a princípio. Num espanto eu corri em direção a porta da biblioteca.

            - Rany, para onde você vai? – perguntou Pedro, confuso com minha repentina epifania.

            - Desmascarar a desgraçada da minha irmã. – respondi ainda correndo. Subi para o quarto dela e fui direto para a cama, me ajoelhei ao lado dela para olha abaixo da mesma. E lá estava a pagina, enrolada e presa entre o colchão e a grade da cama. Renere nunca foi boa para esconder coisas. Puxei a folha, desenrolei-a e identifiquei-a como a página do livro que Jay me mostrou no sonho. O feitiço estava escrito na borda da folha, peguei a mesma e a pus contra a luz da janela, só assim foi possível ver o antídoto na parte mais clara da pagina, sem a luz, seria impossível enxerga-lo. Saí correndo do quarto direto para o de Coriakin onde eu sabia que a encontraria. Abri a porta devagar e a vi foleando o livro furiosamente em busca daquela folha.

             - Não... Não é possível! – sussurrou ela. - Deve estar aqui em algum lugar... Tem que ter um antídoto!

- Por acaso é isto aqui que você está procurando... Renere? – perguntei lentamente pronunciando seu nome com desdém, os dentes trincados e os dedos segurando a folha na altura do rosto.

Ela virou para mim num susto, buscando apoio no pilar onde estava o livro. Os olhos arregalados e a respiração descompassada demonstravam o pânico que ela sentia enquanto eu a encarava. Olhando agora, era possível perceber a cópia barata. Aquela não era Jay. Nem nunca seria. Como não percebemos isso antes...?!

- Rany... Rany me entrega essa folha... – ela estava ofegante, como se estivesse correndo. – Eu preciso dela... – estendeu a mão, esperando. – Edmundo depende dessa folha... Dá o antídoto pra mim... Por favor.

- Claro... – respondi. Em seguida dobrei a folha até deixa-la bem pequena e guarda-la entre os seios, dentro do vestido.

- O que está fazendo? – perguntou temerosa.

- Eu vou lhe dar o antídoto que você merece.

            - Claro... Você vai me dar a folha... Somos irmãs, Rany – ela deu um sorriso nervoso – Você vai me ajudar... Não vai?

            Eu ri sem humor, os olhos enchendo de lágrimas de decepção e raiva, avançando passos até ela, que só não recuou por que havia o pilar a impedia.

            - Não sou mais filha de Aller, lembra? Ele mesmo disse que não me reconhece mais como filha... E agora... Eu não a reconheço mais como uma irmã. – falei com os dentes trincados, as lagrimas rolando de pura raiva enquanto eu fechava as mãos em punho ao lado do corpo, encarando-a. – Você não presta Renere... – dei ênfase a palavra “presta” – Você é igualzinha ao seu pai... Você não merece viver! – gritei a ultima parte e voltei a falar entredentes. – Mas... A morte seria um premio para alguém do seu nível... Para uma mentirosa, falsa, hipócrita! – voltei a gritar – UMA CRETINA!

            Ela não suportou ouvir tudo isso e se achou no direito de erguer a mão para mim, mas antes que ele fizesse qualquer coisa eu a acertei no rosto com uma tapa sonora, Renere cambaleou para o lado, tentou apoiar-se no pilar, mas ela caiu levando-o junto. Eu a encarava de cima. Ela me olhou por entre o cabelo bagunçado num misto de raiva surpresa.

            - O que aconteceu com você...? – ela murmurou.

            - Jay abriu meus olhos.

            - Impossível – ela riu debochando. – Ela está morta e ardendo no fogo do país de Tash!

            Abaixei-me e agarrei uma das mãos em seus cabelos, erguendo-a. Renere esganiçou de dor.

            - Quem merece ir para lá é você. – falei firme. Ri. – E você ainda me perguntou como Edmundo poderia amar ela e não você... Você não presta Renere! – empurrei-a para fora do quarto. Ela caiu no corredor. Antes que pudesse ficar de pé e reagir, agarrei-a pelos cabelos outra vez, ignorei os gritos dela e puxei-a pelos fios para o pátio do castelo. Todos precisavam saber quem era aquela cretina.

            Renere gritou enquanto eu a puxava pelo castelo, trazendo a atenção dos presentes. Logo estávamos todos no pátio tentando entender o que estava acontecendo. Pedro foi o primeiro a chegar, pelo visto ele estava me procurando depois que eu saí correndo de suas vistas na biblioteca.

            - Rany, o que está acontecendo?! – perguntou ele, enquanto Julian, Rillian, Caspian e Susana se juntavam a nós. Empurrei Renere com força, fazendo-a cair próxima a fonte.

            - O que deu em você? – Julian estava furioso, correndo em direção a ela e a ajudando a levantar. Tisroc e os outros chegaram.

            - Eu descobri tudo. – falei, encarando Renere.

            - Tudo o que? – questionou Caspian.

            - Ela é uma farsa! – apontei para Renere. – Lembra-se do sonho, Pedro, que lhe contei mais cedo? Pois é... – eu estava ofegante. – Tudo fez sentido para mim enquanto eu lhe contava. Quando saí da biblioteca fui ao quarto dela... Encontrei isso debaixo da cama. – tirei a folha dobrada de dentro do vestido e entreguei a ele. Pedro a abriu; viu do que se tratava e olhou boquiaberto para Renere.

            - Como você pode?! – ele estava vermelho. – COMO TEVE CORAGEM DE ENGANAR A TODOS NÓS?!

            - Do que vocês estão falando? – perguntou Julian, olhando confuso para a garota ao seu lado, afastando-se dela.

            - A verdadeira Jay morreu – aquilo me doeu, mas eu sentia no fundo que ela estava bem – Morreu mesmo ao cair da varanda. Morreu no mar. Renere foi à Calormânia porque sabia que iriamos para lá e se infiltrou como espiã do inimigo em nosso meio. Ela armou para você, Julian, e por causa dessa armação Lucia foi para o bosque, se perdeu e agora está nessas condições. Enquanto estávamos procurando Lucia ela encontrou o livro de Coriakin, lá ela recitou o feitiço e assumiu a aparência da Jay se fazendo passar por ela. Assim, ela atraiu Edmundo para o bosque onde a Dama já esperava e depois voltou como vítima! – gritei. Renere assumiu uma pose de indiferença.

            - Você não pode provar nada! – ela gritou, avançando para mim, mas a fiz recuar acertando-lhe uma tapa sonora. Ela ergueu o rosto por entre o cabelo bagunçado com a mão sobre a marca vermelha em sua bochecha, ofegante.

             Estendi a mão a Pedro e ele me entregou a página mágica. Coloquei-a contra a luz e li em voz alta o que estava “escondido na escuridão”, como Jay disse no sonho.

“A luz revelará o antídoto escondido no feitiço”

Aos poucos os cabelos loiros voltaram, os olhos retornaram a cor normal... Renere estava de volta causando um arfar nos presente.

- Você nunca esteve sob os poderes dos inimigos, era tudo uma farsa para encobrir o feitiço. – completei.

- Como você pode...? – ouvi Helena sussurrar, cobrindo a boca com uma das mãos.

- Então... A Jay... Morreu mesmo...?

- Sim, Julian, mas ela está num lugar melhor agora... Longe desse mundo e de certas pessoas que vivem nele. – Pedro encarou Renere. Ela sorriu provocante.

- O que você acha? Acha que vai ganhar Rei Pedro? – ela debochou. – Você sequer conseguiu proteger Lucia e Edmundo de mim, acha que vai continuar dando segurança a Susana e o monstrinho que ela carrega?! – provocou. Antes que Pedro respondesse, alguém se pronunciou.

- Monstrinho vai ser a água dessa fonte entrando em seus pulmões sua vagabunda! - Susana avançou para ela, mas Caspian a segurou antes que ela machucasse a si mesma e ao bebê.

- Você não merece viver, Renere. – Cor se pronunciou.

- Mas a morte seria uma recompensa para tudo o que você fez. – acrescentou Aravis.

- Você envergonhou seu sangue real – arrematou Corin. – Bem merece o pai que tem.

Ouvimos um barulho. Os portões do castelo foram abertos violentamente causando um estrondo horrível. Todos olharam para lá.

Havia o pó das paredes atingidas embaçando a visão. Do meio da nuvem de pó surgiram três pessoas andando de modo desafiador em nossa direção. O do meio tinha sua camisa rasgada e um pouco queimada, a espada estava na mão, a calça também tinha parte das pernas rasgadas e escurecidas e negras, como se tivessem pegado fogo, ele tinha o rosto sujo de fuligem e o cabelo castanho estava desgrenhado. As outras duas pessoas eram mulheres; a da direita tinha os cabelos avermelhados balançados pelo vento, seu rosto também estava sujo nas maçãs, suas roupas estavam com partes queimadas também, ela usava calças, camisa e estava descalça. A da esquerda tinha os cabelos longos presos num coque desajeitado com alguns fios pendendo ao lado do rosto, suas roupas pareciam ter pegado fogo, mas estava encharcada; ela segurava o punho da espada embainhada, a calça estava com as duas pernas rasgadas na altura das coxas e sua camisa estava sem as mangas que provavelmente foram arrancadas.

O pó, o vento e as expressões desafiadora e ao mesmo tempo cansada dos recém-chegados deram um efeito incrível àquela entrada triunfal. Eram as três pessoas que eu não imaginava ver naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Que acharam dessa entrada triunfal, ein??? Eu achei mt diva! Tipo, a ideia veio na hora e BUM aí está! Espero que tenho gostado!
Beijokas!!