Fruto do Nosso Amor escrita por Jajabarnes


Capítulo 26
Impossível...


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais uma ideia crazy que surgiu do nada ;D Espero que gostem. Ah! E leiam as notas finais, eim? Vejo vocês lá!



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POV. Ranyelle.

            Espreguicei-me, levantei e depois de me trocar saí da tenda, a procura de Renere. Peguei uma maçã e fui comendo-a. A medida que vagava por entre as tendas. Encontrei com Lilliandil, e seguimos juntas, conversando sobre diversos assuntos. Até ouvirmos um grito.

            - NÃO! SOCOR...! – eu conhecia aquela voz. Comecei a correr em direção a ela seguida por Lillian. Parei ao ver Renere e Julian... Aos beijos. Fitei a cena incrédula. Quando vi, do outro lado, Lucia, Tirian e Rillian. Eles também encaravam a cena boquiabertos.

            Uma lágrima escorreu pelo rosto de Lucia antes de ela sair correndo.

            - Lu, espera! – Rillian foi atrás dela.

            Edmundo chegou parando ao lado de Tirian.

            - Julian! – berrou Tirian. Só então o loiro pareceu acordar. Separou-se de Renere num susto e a mesma começou a chorar. Havia alguma coisa errada ali. Renere nunca chorava...

            Julian por sua vez parecia atônito, desnorteado. Aproximei-me dele e os outros me imitaram.

            - O que está acontecendo aqui?! – perguntou Edmundo.

            - Ah, Edmundo! – Renere soluçou - Esse... Esse... Eu não sei o que deu nele, vim apenas trazer um pouco de água... Então ele me atacou... – se referiu a Julian.

            - Eu o que...? – ele murmurou.

            - Julian, por que você fez isso? – indagou Lilliandil. Ele ficou calado, com a confusão estampada em seu rosto. Ele não conseguia responder.

            - Eu não esperava isso de você, Julian. – comentou Edmundo enquanto tentava acalmar a Renere que se desmanchava em lágrimas.

            - Mas e-eu... – Julian gaguejou.

            - Sem “mas” – Edmundo o cortou e começaria um sermão se Lilliandil não falasse.

            - Venha, Renere, eu a levo para sua tenda. – disse ela. Renere largou Edmundo (que pareceu aliviado) e, continuando a chorar, falou.

- Não. Eu quero ficar sozinha. – e então correu, correu para longe de nós. Edmundo balançou a cabeça negativamente e saiu na direção oposta à Renere. Tirian e eu encaramos Julian, exigindo explicações.

            - Será que vocês poderiam me explicar, por favor, o que aconteceu? – ele nos olhou com os olhos suplicantes.

            - Achamos que você poderia nos dizer. – disse Tirian.

            - Eu não sei o que aconteceu... – Julian estava nervoso. – Estávamos duelando – olhou para Tirian – Ai a Renere chegou, pediu para você sair, me ofereceu um pouco de água, eu tomei, então “apaguei”. Só lembro-me de você me chamando, Tirian, e eu estava... Você sabe.

            - O que quer dizer com isso? – indaguei.

            - Que eu não sei o que aconteceu. – vi que Julian estava atordoado. Rillian chegou correndo até nós, tentando recuperar o fôlego.

            - Onde está a Lucia? – perguntei aflita.

            - Eu não consegui acha-la... – ofegou. – Ela correu para o bosque, mas eu a perdi de vista, andei, andei, mas não a achei.

            - E... Por que ela foi para o bosque? – Julian quis saber, com receio da resposta. Rillian o fuzilou com os olhos.

            - Você ainda pergunta? – flou azedo.

            - Ela viu você e a Renere. – explicou Tirian.

            - Oh, não...

            POV. Lucia.

            Corri. Corri sem saber que rumo estava tomando. Nem a grossa camada de neve no solo me fez parar de correr. Eu pude ouvir Rillian correndo atrás de mim e chamando o meu nome, mas não parei. Continuei como se quanto mais me afastasse menos fosse doer.

            Como Julian pode fazer isso comigo? Eu simplesmente não podia acreditar...

            Fui desacelerando, até me apoiar, cansada, em uma árvore. Junto com o ofegar vieram lagrimas e soluços. Chorei sozinha escorada ao tronco daquele carvalho, deslizando devagar até chegar ao solo, sentindo o vento forte e frio chicotear-me. Por mim continuaria correndo, mas aquele frio cortante junto com a neve que começava a cair em grande quantidade me impedia, meus músculos enrijeceram, minhas mãos e meu maxilar começaram a tremer, eu sequer tinha forças para me erguer e a respiração trazia ar frio aos pulmões fazendo-os doer. Minhas roupas estavam frias e aos poucos fui percebendo as rachaduras em meus lábios, meus olhos ardiam com o vento e, sem forças para evitar, a escuridão cobriu meus olhos.

            POV. Renere.

            Saí correndo tentando evitar qualquer pessoa e consequentemente as indagações. Entrei na primeira tenda que encontrei e por sorte ela estava vazia. Ali havia vários livros, mapas, pergaminhos e um telescópio. Não precisei pensar muito para saber que aquela tenda pertencia ao mago Coriakin. Respirei fundo e decidi esperar um pouco para poder sair, torcendo para ninguém entrar naquele lugar esquisito.

            Foi quando avistei, em um canto afastado, mais exatamente no canto da tenda, um pilar e sobre ele havia um livro iluminado por uma luz amarelada e fraca que eu não sabia de onde vinha... Parecia emanar do próprio livro. Aproximei-me lentamente.

            Ele tinha a capa de um tom meio cinzento prateado envelhecido, sua borda era adornada de desenhos em relevo, tinha um tranca e diversas letras desorganizadas. Tentei destrancá-lo, mas não consegui. Então, alguém ou alguma coisa soprou próximo ao livro. Puxei ar profundamente e soprei sobre a capa. Encantada, vi as letras se moverem sobre a capa, organizando-se. Então se formou o título.

            “O Livro de Feitiços

            Tentei mais uma vez abrir a tranca, conseguindo dessa vez. Abri a capa e passei a contracapa. Sem duvida era um belo livro, havia diversas gravuras coloridos e feitiços dos mais diversos.

            “Feitiço Para Dores de Dente

            “Feitiço do Esquecimento

            - “Fale as palavras como se deve, e ao redor você verá neve...” – li em voz alta um feitiço escrito em prateado em uma folha negra. – Se eu quisesse ver neve é só ir lá para fora... – resmunguei e já ia virando a folha quando um floco branco caiu suavemente sobre a mesma. Olhei em volta completamente encantada vendo a neve cair dentro da tenda. Ao voltar minha atenção para o livro a neve branca e fofinha escondia suas folhas. Enchi o pulmão de ar e soprei-os dali. As folhas do livro começaram a passar ferozmente. Meti a mão fazendo-as parar. Uma névoa verde e espessa sumiu num piscar de olhos com toda a neve. Voltei a olhar para o livro com as sobrancelhas unidas. Na pagina em que eu o fizera parar havia um feitiço escrito em letras douradas e na folha ao lado o retrato de uma bela mulher.

            - “Um feitiço infalível para virar ela, que você sempre julgou ser mais bela” – li. Durante segundos nada aconteceu, mas então olhei para o lado, para o retrato da mulher que aos poucos foi se desfazendo, dando lugar a um espelho.

            Nele pude ver meu reflexo. Os cabelos loiros, os olhos azuis claro, as sobrancelhas finas estavam unidas, e os lábios numa linha rígida de um misto de curiosidade e receio. No momento seguinte tais traços mudam, olhos tornam-se castanhos escuros, os cabelos mais compridos castanhos com alguns fios meio dourados e com leves cachos, o maxilar forte com um leve furinho no queixo, a pele alva... Eu estava boquiaberta. E ela também. Olhei em volta buscando qualquer coisa que pudesse refletir minha imagem. Corri até a armadura de bronze e a imagem que vi foram os mesmo cabelos loiros. Voltei até o livro, ao me refletir no espelho ainda era ela. Mas a imagem da mulher que havia primeiro ali foi voltando, fazendo o espelho sumir. Pus a mão sobre a página como se fosse segurar o espelho com isso, não adiantou e ele sumiu. Senti minha respiração ofegar com a possibilidade que me surgiu. Na borda da página onde a mulher estava pintada havia letras pequenas que seguiam o rumo da folha.

            - “Faça-me ela, que é mais bela...” – li rapidamente um trecho. Arranquei a pagina lentamente com cuidado para não rasga-la. Escondi-a sob o vestido, fechei o livro e saí às pressas dali.

            Tentei transmitir a tranquilidade fajuta de quem supostamente acabara de ser atacada. Caminhei até a tenda que dividia com Ranyelle. Ela não estava ali, provavelmente estaria com todos os outros, os preocupados com o sumiço da queridinha Lucia. Sentei na cama retirando a folha do esconderijo.

            Desenrolei-a e hesitei, com a respiração falha diante do retrato da mulher.

            - “Faça tudo direito, me torne um ser perfeito; cílios, lábios, sem defeito; faça-me ela, que é mais bela, do que eu tão singela”. – Nada aconteceu. Olhei para mim mesma e nada havia mudado. Um silêncio profundo tomou o lugar, olhei em volta e vi o meu espelho comprido, iluminado com uma luz parecida com a que irradiava do livro. Levantei e caminhei em passos lentos e hesitantes, a frente dele, vi que estava como sempre fui. Suspirei, desapontada por meu novo plano ter ido por água abaixo. Ajeitei a saia do vestido conformada. Olhei de volta a meu reflexo vendo se estava bom. Então a surpresa.

            Vi o vestido esverdeado dar lugar a calça, botas, uma camisa azul e um sobretudo com bainha e espada. Os cabelos cresceram, escurecendo e cacheando levemente com seus fios mais claros, a pele alva, os olhos castanho escuro, o queixo forte... Olhei para mim mesma e vi que as mudanças eram, de fato, reais. Sorri vitoriosa já prevendo as vantagens que aquilo me trazia.

            POV. Edmundo.

            - O que aconteceu? – perguntou Susana, aflita. – Encontraram a Lucia? – neguei com a cabeça, pesaroso. Ela parecia que estava prestes a desmaiar, até tombou para o lado, mas Caspian a segurou.

            - Rillian, lembra o rumo que ela tomou? – perguntou Pedro.

            - Isso não faz sentido! – Pronunciou-se Polly. – Que motivos fariam Lucia correr para o bosque?

            Julian se encolheu.

            - Não há tempo para tentar descobrir o que a fez ir para lá. – arrematou Cor.

            - Temos que ir procura-la logo... – disse Aravis, mas sua voz foi se perdendo quando, Caspian, Susana, Pedro e principalmente, Julian, Rany e eu, assumimos expressões surpresas e olhares a beira do pânico enquanto abriam caminho para a pessoa que acabara de chegar. Não podia ser. Isso era impossível...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??? Bom, imagino que vocês, talvez, gostassem de ver alguns dos personagens, principalmento os criados por mim, ou alguns cujo não tem ator específico, como Cor, a Aravis, o Corin, o Rillian e o Tirian e etc. Me digam, por que, se vocês quiserem, eu acrescento um capítulo com os personagens, ok?
Beijokas!!