Scorpius esperava ansioso na sala de astronomia pela ruiva que fazia seu coração disparar. Era um lugar inabitado quando não tinha aula, sempre estudavam lá. Colocava as mãos nos bolsos, retirava dois segundos depois para passar as mãos no cabelo louro prateado, desarrumando-o. Mas a cada minuto que ela não vinha agradecia internamente, estava com uma certa vergonha e medo, coisa que nunca sentira. Teve tantas meninas aos seus pés, as conhecia bem, mas Rose era diferente.

- E se ela não aceitar? - murmurou - Eu nunca me importei tanto assim com alguém, ainda mais por uma garota que eu nem ao menos sei se gosta de mim. 

Algum tempo depois, suficiente para Scorpius achar que ela não viria, e pensar das coisas mais românticas até as coisas mais absurdas, Rose chegou. Ela estava um pouco suada e um pouco descabelada, sinal que correra sabendo que estava atrasada, tinha nas mãos três livros que quase caiam e a bolsa de um ombro só estava aberta deixando alguns pergaminhos para fora. 

- Me desculpe ... Malfoy! -ela tentou recuperar o folego - Tive ... uma aula de Herbologia que tinha esquecido. - ela hesitou.

- Desixe me ajudar! - ele disse indo até ela e pegando os livros e a bolsa, os pergaminhos no chão, em seguida segurou sua mão e fez um gesto para que se sentassem.

- Obrigado Scorpius, mas... - ela mordeu os lábios - O que você queria me dizer? Eu também tenho algo para falar, mas não acho que vá gostar. - ela disse fitando o chão.

- Você não quer falar primeiro?

- Não por favor, fale você.

- Rose ... -ele respirou fundo, olhava para o chão tentando procurar algo. "Palavras? Mas é tão fácil dizer isso, não é?" - ele pensou.

- Malfoy? - ela o encorajou

- Sabe, quando eu pedi para você estudar comigo na biblioteca? - ela assentiu - Então, naquele dia eu só te queria para isso uma professora particular. -Ele sorriu com a última palavra - Mas aí o tempo foi passando, em 1 mês eu comecei a te respeitar como pessoa, como Grifinória, como mulher! Em 2 meses minha admiração aumentou mais ainda e eu não entendi o que era. Ficava ansioso para te ver quase todas as noites e quando me despedia era como se eu fosse mergulhado num poço tão fundo que não havia luz, ficava lá na escuridão até você aparecer com essa sua luz própria, e ai eu apenas não conseguia parar de te olhar, de observar cada detalhe. Se você me perguntar quantas sardas tem eu seria capaz de responder. - ele parou por um momento a olhando e viu que ela estava prestes a chorar e mesmo que o choro fosse de desgosto ou de alegria ele continuou, tinha que continuar. - Então se passaram 3, 4, 5, 6 meses até ontem. Eu estava lá no jardim pensando como faria meu trabalho de Defesa Contra as Artes das Trevas e você passou rindo e brincando com os suas amigas, então foi como se o mundo tivesse parado e só existisse você, ai eu entendi... Entendi que esse é meu mundo! - ele sorriu e segurou sua mão, Rose já chorava e o olhou - Meu mundo é você Rose Weasley! - e então como um impulso do seu coração que não aguentava mais um minuto longe dela ele a beijou, como se não houvesse amanhã.

Rose não protestou, quia aquele beijo tanto quanto ele ponto. Ela o puxava pelos cabelos sedosos enquanto ele segurava sua cintura fina a puxando para mais perto de si. Quanto mais o beijava mais se sentia culpada. No final do beijo Scopius não conseguia falar, ela chorava tanto que estava com medo de ser rejeitada. Ficaram minutos se olhando, seus olhos cinzas estavam fixos naquelas esmeraldas que considerava as mais lindas.

- Por que está chorando, amor? - ele tomou coragem de perguntar e isso a fez se desesperar e chorar mais ainda. "Amor"? Ele nunca havia lhe chamado assim, seria um castigo? Sua dor era tamanha que sentia como se estivessem apunhalando seu coração. Ela agarrou suas próprias pernas enterrou seu rosto, sentiu o loiro afagar seus cabelo, mas não teve forças para olha-lo ficando ali por minutos. Então ela fez o que seu coração mandou, não era justo com ele, com ninguém. Levantou a cabeça decidida limpou as lágrimas e disse.

- Eu te amo tanto. - essa frase fez Scopius abrir um sorriso maior que sua boca, mas ela continuou e por um momento pensou que tinha se esquecido de que tudo na sua vida tinha um lado ruim. - Hoje Albus me pediu em namoro, e eu aceitei por pensar que você não sentia o mesmo por mim. - ela fitou o chão voltando a chorar.

O queixo do Sonserina caiu. Durante todo tempo que estudaram Rose falou poucas vezes do primo e quando observava Rose perto de Albus sempre achava que ela o olhava como um irmão, Scorpius sabia que ele não sentia o mesmo, percebia pelo jeito que a olhava pela proteção que tinha e os segundos a mais que ele a abraçava. Mas nunca pensou que Rose sentia o mesmo isso fez sentir traido, e disse a única coisa que veio a sua cabeça.

- Você nunca falava dele. - ele murmurou tentando se convencer. Levantou e ficou fitanto a parede.

- Nunca falaei porque você o odeia, sempre deixava isso bem claro.

- Quando? - sua voz estava fria e sem emoção, isso fez Rose se arrepiar de medo.

- Eu não estava na aula de Herbologia... - ela disse baixinho, ele quase não conseguia entender. - Ele me pegou de surpresa, disse que queria falar comigo e do nada me pediu em namoro. Eu ia te contar hoje mesmo, eu disse que tinha algo para contar, mas...

- MAS O IDIOTA AQUI ACHOU QUE A QUERIDA ROSA DELE O AMAVA!! - Ele cuspia as palavras enquando socava um pequeno armário. A dor pouco importanva, não era maior do que sentira no peito.

- Scopius não faça isso comigo por favor! Eu não sabia que gostava de mim tanto quanto eu gosto de você... E o Albus é o meu primo, eu jamais poderia fazer essa desfeita, tudo que tio Harry fez pela minha família e vice-versa.

- Pouco me importa se você o ama ou porque você aceitou. - agora ele falava baixo com aquela voz seca de antes.

-EU NÃO GOSTO DELE, POR MERLIN! EU TE AMO, SCORPIUS MALFOY! MAS PARECE QUE VOCÊ NÃO TENTA ME ENTENDER! - ela não sonseguia nem vê-lo mais de tanto que sua vista estava embaçada por causa do choro.

- Você nunca fez questão de me entender, Weasley. - E então ele se foi, deixando-a aos prantos.