Remember escrita por K Valentine


Capítulo 53
Efeitos




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[Tom Narrados Mode-On]

Fui até em casa, peguei uma mala pequena e comecei a colocar minhas coisas dentro... Eu não precisava de muito, só de roupas confortáveis, um par de tênis e um de chinelo. Seria o bastante para passar a semana junto dela. Estava muito animado!

No caminho de volta, passei na farmácia para comprar os remédios e fui pensando numa forma de tentar esconder de Alicia que eu estou na casa dela durante toda a semana. É importante saber o quanto ela vai ficar dormindo para poder me programar, de forma que tudo saia como esperado. E preciso arrumar uma forma de me ocupar e não morrer de tédio! Lembro-me que, por sorte, meu notebook está no carro. Vou levá-lo também.

Chego no apartamento, entro e encontro Bill ao lado dela sentado na cama, encostado na cabeceira. Coloco minhas coisas no quarto de hóspedes e vou ao encontro dele, que ao me ver, levantou e foi para a sala.

— Estávamos conversando e ela caiu no sono. – diz baixinho, olhando para dentro do quarto. – Preciso ir, Tom... Não fiz a prova das fotos que tirei mais cedo e marquei de almoçar com a produção. Mais tarde eu volto! Me mantenha informado sobre o estado dela!

— Pode deixar. – pego em seu ombro. – Vou acordá-la agora para começar a tomar os remédios, espere para se despedir.

— Vamos lá. – ele me acompanha.

Entramos de volta no quarto e eu me sento na cama.

— Alicia! – passo a mão por seus cabelos. – Está na hora de começar a tomar os medicamentos.

Ela abre os olhos, ainda sonolenta e sorri ao me ver.

— Tudo bem. – senta-se na cama.

— Minha querida, tenho que ir! Mais tarde volto para te ver, ok? – Bill se aproxima e a abraça, dando-lhe um beijo na testa em seguida. Ela retribui.

— Não se preocupe! Consegui um enfermeiro idêntico a você que cuidará muito bem de mim! – ela ri e me olha.

— Tenho certeza disso! – Bill faz o mesmo. – Até mais então! Fique bem!

Vou até a cozinha pegar água para que ela possa tomar os remédios e meu irmão vai embora. Olho no relógio e me dou conta que já é quase hora do almoço. E eu não sei cozinhar! Só um macarrão com um molho especial, mas talvez seja muito pesado para ela comer massa de tomate nesse estado...

— Aqui está! – lhe entrego os remédios e o copo d’água. – Já é quase na hora do almoço, Alicia... O que você quer comer?

— Você vai cozinhar para mim? – ela pergunta e noto uma certa animação.

— B-bem... A ideia não era essa... – faço uma pausa. – Na verdade eu pensei em sair para comprar algo que você goste. Não sou muito bom na cozinha... – digo, sem a olhar.

— Pois eu ouvi dizer que seu macarrão com molho é dos deuses!

COMO ELA SABE DISSO? Fico perplexo! É como se tivesse adivinhado meus pensamentos.

Mas é claro, como sou burro! Ela é fã da banda e na certa já viu alguma entrevista que citei essa minha especialidade!

— Quer que eu faça então?

— Se você não se incomodar, quero sim! – diz, com um sorriso lindo. – Estou com muita fome... Precisa de ajuda?

— Não, pode deixar! É melhor você ficar ai descansando. Quando estiver pronto, te aviso. – disse, já saindo do quarto.

— Tem tudo que você precisa nos armários da cozinha! – a ouço dizer.

Peguei os ingredientes necessários e preparei o macarrão. Arrumei a mesa e voltei para a cozinha, a fim de montar nossos pratos. Percebo a presença de Alicia, que saiu do quarto e sentou-se. Peguei seu prato, junto com um copo de suco e fui ao seu encontro, para servi-la.

— Você ainda se sente fraca? – pergunto, colocando o prato na mesa.

— Um pouco ainda, mas vai passar.

— Não coloquei muito molho, pois é um ingrediente bastante pesado e pode te fazer mal. – volto à cozinha para pegar meu macarrão.

— Tudo bem! - diz animada, fazendo a primeira garfada.

Comemos e conversamos por alguns minutos. Ela não comeu muito, mas elogiou bastante a minha massa, dizendo que poucas vezes experimentou um macarrão tão bom e que eu estava realizando um sonho, pois sempre quis provar essa minha especialidade.

— Estou com um pouco de sono... – confessa. – É melhor eu ir tomar um banho e me deitar. Mas acho que a pessoa que mais está precisando descansar aqui, é você!

Para não da muito na cara, concordei com ela sem hesitar e disse que voltaria na hora que deveria tomar as próximas doses dos medicamentos. Ela concordou e foi tomar banho. Fingi que fui embora, retirei minhas chaves da porta e me escondi no quarto de hóspedes. Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e fiquei alerta para saber todos os seus passos. Ela terminou o banho, trocou de roupa e ligou a televisão.

Algum tempo depois, eu acordei assustado. Tinha cochilado na cama. Me levanto e tento ouvir se ela ainda estava vendo TV, mas o apartamento estava silencioso. Vou cuidadosamente até o quarto e percebo que ela está realmente num sono profundo. Como haveria momentos em que as doses de remédio seriam de madrugada e noto que em um dos criados ao lado de sua cama tinha um relógio, resolvi retirá-lo de lá para que ela não desconfiasse de nada.

Como Alicia não acordará tão cedo, decido arrumar minhas coisas no quarto de hóspedes. Valentim vem junto comigo e senta no chão, me olhando.

— Caso ela chegue a vir até aqui, não pode notar nada de diferente, amigão... Portanto preciso esconder minha mala!

Retirei dela meus sapatos e coloquei em baixo da cama. Havia um guarda roupa no cômodo, que eu abri e procurei um espaço para colocar minha bagagem. A maioria das coisas presentes dentro dele, eram roupas de cama travesseiros e cobertores. Mas o que me chamou mais atenção foi uma caixa vermelha, que estava perto de onde enfiei a mala.

Primeiramente, pensei em deixar isso pra lá. Mas como minha curiosidade fala mais alto e eu estava atoa, mudei de ideia. Pego a caixa, que era grande e pesada.

— O que será que temos aqui?

Abro a caixa que estava repleta de fotografias. Pego algumas delas e vou vendo uma por uma. Havia fotos dela quando criança, adolescente e recentes. Muitas junto com a família, amigos e as meninas da Sweet Poison.

Fico encantado como ela sempre foi linda. O que ela tem? Alguém pode me responder, por favor? Tudo bem, ela tem um rosto que fica lindo até quando faz careta, mas e aí? Ah, claro, tem um corpo que… Caramba! Essa menina… Essa menina veio para me pegar em cheio!  Por que você tem que ser assim, Alicia? Você tinha mesmo que ser exageradamente linda? Estupidamente apaixonável, de uma forma tão incrível... Que eu não consigo resistir.

Continuei passando as fotos, até que me deparo com a presença do babaca do Bruno em algumas delas. Minha vontade era pegar meu isqueiro e por fogo em todas! Maldito cara que sempre gosta de brotar nas horas inapropriadas!

À medida que fui tirando as imagens e esvaziando a caixa, me dou conta de que há um pen drive com um selo escrito “vídeos”. Fico mais curioso ainda para ver quais filmagens são esses e pego meu notebook, junto com os fones de ouvido. Quando o encaixo na USB e abro, haviam várias pastas datadas por ano, desde o que ela nasceu. Abri as que eram mais recentes de sete, oito anos para cá e comecei a ver os vídeos.

Em um deles, ela está no quarto mexendo em seu notebook e alguém chega filmando por trás. Dá para perceber que o plano de fundo do desktop é uma foto do Tokio Hotel e uma voz feminina ao fundo da filmagem fala algo que eu não entendi, pois dizia em português, e Alicia aponta para o Bill e ri.

Continuo vendo outros, mas morto de curiosidade por não entender uma só palavra. Até que abro uma pasta de três anos atrás, que me interessa. Pelo visto, nessa época ela já fazia parte da Sweet Poison e já era bem famosa no Brasil, pois há filmagens de alguns meets e dos shows, além dos bastidores. Em uma cena, ela tocava Monsoon no violão e cantava baixinho.

Estava tudo maravilhoso, até que quem aparece? Isso mesmo, o Bruno! Nessa filmagem, eles estavam passeando por um jardim super florido, que parecia de uma casa. Ele filma aquela fuça horrorosa que tem e em seguida vira a câmera de volta pra ela, que está falando coisas que eu não entendo. Alicia parecia estar se divertindo muito, pois ela abria sorrisos lindos de satisfação e alegria, com um olhar tímido e ao mesmo tempo penetrante e hipnotizante.

Olho para a cena dela e por Deus! Haja adjetivos para tantas qualidades existentes em uma única pessoa! Mas quer saber? Nunca gostei tanto de que minha vida fosse mudada de tal maneira. Ela chegou com esse mesmo sorriso, e porra! Que sorriso, hein? Mesmo que eu quisesse, eu não conseguiria fugir, não há como resistir à tamanha perfeição... É inexplicável os efeitos que causa em mim. E ela não tem noção nenhuma disso.

[Tom Narrados Mode-Off]


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Notas finais do capítulo

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