Renesmee decidiu que iriam pegar um taxi, afinal ela não queria causar confusão logo no princípio. Teria que chegar de mansinho e conversar com os seus pais com toda a calma do mundo. Mas para sua surpresa havia um senhor com uma placa com as escritas “Renesmee Cullen”.

- Foi meu pai que mandou você aqui? – perguntei assim que me aproximei.

- Ora e cadê meu pai? – questionou Jacob.

- Me acompanhem, por favor. – o senhor disse enquanto pegava o carrinho com as bagagens.

Dorotha, Jacob e Renesmee o seguiram de imediato.

- Aposto que tem dedo do seu pai nessa história, estamos encrencados. – murmurou Dorotha.

Renesmee ficou calada, tudo indicava que Dorotha estava certa.

Os três pararam diante de uma limosine preta, o motorista abriu a porta para que entrássemos.

- Espera ai? Isso não é coisa do papai. – Renesmee disse antes de entrar no carro.

E ela tinha razão.

- Você como sempre fazendo entradas exuberantes, tantos carros e logo esse? – Renesmee revirou os olhos.

- Ora Ness você sabe muito bem com quem está falando, Carter Miller não viria de jegue te buscar. – disse o garoto branco, forte, os olhos castanhos escuros, seu cabelo liso estava desgrenhado e caía sobre sua testa. Ele deu uma piscadela para Renesmee e olhou para Jacob parecendo surpreso por ele estar ali entre eles. – E ai cara! – Carter estendeu a mão para um aperto de mãos.

Renesmee olhou para os lados na busca por sua amiga Lavínia, mas nenhum sinal dela. Carter percebeu de imediato.

- Ela não veio, não que ela não quisesse, mas negócios são negócios e pode requerer partirmos para o lado negro da coisa, quero meu bebê longe dessas coisas. – Carter disse.

- Seu bebê? – Renesmee perguntou surpresa, Carter disse com um carinho tão imenso que a surpreendeu, talvez Lavínia o tenha domado.

Carter sorriu e não disse nada a respeito.

- Ah propósito vocês passaram três semanas em Juneau apenas jogando cartas e fazendo bonecos de neve? – perguntou Carter malicioso.

Renesmee sentiu seu rosto corar. “Droga”!

Carter riu.

- Como eu pensei... Ah Jacob fala sério se você passasse três semanas ao lado dessa preciosidade sem sequer um beijinho eu te enforcaria, ou então te chutaria de lá e com todo o prazer assumiria seu posto de guarda costas. – disse Carter brincalhão.

Todos riram a vontade, ai era uma diferença entre Carter e Josh, Jacob via em Josh um risco em potencial, ele não é confiável. Carter era diferente afinal se ele quisesse Renesmee teria corrido atrás. Não era nada mais que uma amizade sólida.

- Eu não sou assim tão tapado! – Jacob respondeu rindo.

- Mas vamos ao que interessa. Quem foi o pilantra? Vamos pegar ele, custe o que custar. – Carter disse agora em um tom mais sério.

- A pergunta mais apropriada seria: quem foi a vadia? Foi uma mulher. – Renesmee contou novamente o episódio ocorrido no banheiro da boate. Carter ou viu com toda a atenção da mesma maneira que Jacob e Dorotha.

- Só pode ter sido ela. – Jacob disse com firmeza. – Mas... Como encontra-la em meio a tanta gente? Se é que ela esteja ainda aqui.

- Meu caro, se ela estiver aqui nós iremos encontra-la. Eu garanto, revirarei essa cidade de pernas para o ar. Ness se lembra de como ela é? Essa garota, Jenny não é? – Carter perguntou.

- Lembro claro, ela parecia uma dessas modelos sabe? Loira alta seus olhos... – Renesmee disse.

- Ótimo. Por favor Mike, vamos até o Queens, preciso ver o West. – Carter disse ao motorista.

- Queens? – perguntou Renesmee boquiaberta. – Tem certeza Carter?

Renesmee nunca botara os pés no Queens por justamente ser um bairro periférico, aquele local era considerado como fora da margem de segurança.

- É minha rainha infelizmente teremos que sair da nossa zona para entrar em local desconhecido, bom, mas não é tão ruim quanto parece além do mais é lá que teremos uma boa ajuda. – Carter respondeu.

- O que exatamente encontraremos lá? – perguntou Jacob.

- Um amigo, ele é excelente para encontrar pessoas... – Carter disse.

- Mas sem uma foto e apenas um nome que nem sabemos se é verdadeiro? – questionou Jacob cético, talvez aquilo tudo seja apenas uma perda de tempo.

- Cara você não faz ideia mesmo de quem sou eu. – Carter comentou despreocupado.

- Senhorita? Não acha melhor ligar para seus pais? Informá-los? – questionou Dorotha.

- Depois Dorotha, não iria ao Queens se não fosse importante. – respondeu Renesmee olhando a janela o ambiente mudando drasticamente dos prédios monumentais a pequenas ruelas que pareciam não ter fim; pessoas mais simples, umas caminhavam, outras andando de bicicleta, uma garotinha aparentando 10 anos andava com um pacote com balas oferecendo aos transeuntes que passavam. Ela olhava admirada, percebeu que passou tanto tempo olhando para o seu próprio umbigo e ignorou o mundo real, nem todos nasceram num berço de ouro como ela.

- Chegamos. – Carter disse quebrando o silêncio que se estabelecera no carro.

- E não é perigoso Carter nós numa limosine no Queens? – Renesmee perguntou.

- É, mas o amigo de quem eu falei sabia que eu viria, ninguém pode mexer comigo aqui, pelo menos enquanto eu for amigo dele. – Carter respondeu.

Renesmee um pouco insegura fez um gesto afirmativo.

Eles chegaram a um prédio aparentemente abandonado, contudo logo na entrada um homem com vestes mal cuidadas e desleixadas veio nos abordar. Jacob puxou Renesmee para o mais próximo de si possível, pensando se ainda era uma boa ideia ter vindo ali.

- Carter Miller, vim ver o P.J. ele já sabe que eu viria. – Carter disse.

O homem permitiu a nossa entrada no prédio e para a surpresa de Jacob, Renesmee e Dorotha ao subirem as escadas sujas e mal cuidadas nos deparamos com uma porta grande Carter abriu a porta e os convidou a entrar, por trás daquela porta não havia nada abandonado apenas uma sala bem cuidada com pessoas bem vestidas.

Um senhor aparentando 40 anos aproximou-se de nós, um pouco calvo, magro e baixinho. Jacob imaginou outra imagem do tal amigo do Carter, talvez mais forte com pose de traficante. Este já parecia um ser inofensivo e insignificante.

- Carter. – ele estendeu a mão para Carter.

- P.J. – Carter estendeu a mão para um aperto de mãos.

- E então? Você parecia ter urgência, do que se trata? – o senhor chamado P.J. disse olhando-nos curiosos.

- Preciso encontrar alguém que armou para cima da minha amiga. – Carter me indicou com a cabeça. – Mas estamos sem muitas informações apenas o primeiro nome e uma descrição que ela tem em mente.

- Difícil hien?! – resmungou P.J.

- Mas nada impossível, tome isso talvez facilite as coisas para você. – Carter disse enquanto entregava um envelope nas mãos de P.J. assim que pegou o envelope o senhor abriu e rapidamente a conversa assumiu outro tom.

- Certamente, então mãos a obra. Venha querida vamos até um dos meus ajudantes ele é um excelente desenhista, diga a ele as características da pessoa e ele fará um retrato dela.

Após duas horas ajeitando aqui e ali um traço, o nariz, por fim o desenhista fez um retrato semelhante ao da jovem daquela noite. Renesmee fitou a foto por alguns instantes e sentiu o seu interior ferver, ali estava quem deixou-a em maus lençóis. Renesmee queria encontra-la e perguntar inúmeras coisas, a principal ainda era o mistério maior: Por quê? Por que com ela?

Essa pergunta parecia por fim que em breve seria respondida.

- É essa? – P.J. perguntou observando a imagem. – Bonitinha... Jenny não é?

- Exatamente. – Renesmee respondeu.

- Manteremos contato assim que encontra-la os aviso.

- É sempre bom fazer negócio com você P.J. ah lembrando que você tem 8 dias para encontra-la. – Carter respondeu.

P.J. arregalou os olhos surpreso.

- Apenas 8 dias? Mas Carter você sabe como é Los Angeles é enorme e... – argumentou P.J.

- E daí? Você está sendo bem pago, se está achando difícil eu posso muito bem encontrar outra pessoa que ficará contente em nos ajudar. Você como eu sou generoso, o último envelope virá com o dobro. – Carter disse com tranquilidade.

P.J. apertava o envelope com firmeza e por fim deixou-se levar pelo dinheiro.

- A encontraremos Carter. – o senhor respondeu.

Descemos as escadas e voltamos ao carro, o motorista saiu dali o mais depressa que pôde. Renesmee se aconchegou nos braços de Jacob, ela estava preocupada com ele, pois durante todo aquele tempo desde chegaram em Los Angeles ele não se manifestou muito. Questionaria isso com ele assim que chegassem em casa. Ela apenas se pôs a olhar pela janela aquelas imagens distorcidas do Queens, e elas iam ficando cada vez mais distantes.

- Nessie!

Renesmee assustou-se quando deu de cara com a sua imensa casa em Beverely Hills. Tinha se esquecido de como a sua casa era bonita e exageradamente imensa.

- Entregues sãos e salvos. – Carter disse satisfeito.

- Obrigada por tudo Carter. – Renesmee disse enquanto se espreguiçava.

- Eu sei, eu sei, sem mim você não faria nada... – disse Carter cheio de si.

Renesmee revirou os olhos e saiu do carro, olhou da casa para o Jacob e vice versa. Um friozinho na barriga a tomou de imediato.

O que seus pais diriam sobre seu relacionamento com Jacob? Não que isso importasse muito, porque a aprovação dos pais era irrelevante. Jacob já estava aprovado em seu coração, isso bastava. Mas e se eles de repente quiserem afastá-lo? Ela não sabia o que fazer se simplesmente chegava de mãos entrelaçadas a de Jacob ou se aguardava um pouco mais. De repente tudo pareceu se complicar.

- Está tudo bem? – Renesmee sentiu dois braços fortes a envolvendo.

- Uhum. – respondeu Renesmee contra vontade, ela não queria compartilhar esses pensamentos com Jacob isso poderia preocupa-lo ou afastá-lo dela.

Logo de imediato Billy o pai de Jacob veio ao encontro deles aparentemente surpreso e intrigado ao ver uma proximidade pacífica de Jacob e Renesmee.

- Nossa... Mas já chegaram? Quer dizer nem nos avisou senhorita, poderíamos ter preparado a casa para recebe-la da melhor forma. – Billy disse olhando de Renesmee para Jacob e vice-versa.

- Não queria causar alarde. A propósito e meus pais? – perguntou Renesmee.

- Bom eles viajaram esta manhã e só chegarão semana que vem. Para o seu... Julgamento. – Billy respondeu.

Renesmee não sabia se ficava mais aliviada ou mais preocupada... Mas, ela já estava ali e um dia teria de esclarecer muitas coisas aos seus pais.

- Ótimo. – respondeu Renesmee. – Agora apenas o que eu quero é um banho e uma cama...

- Está bem, e algo para se alimentar também. – Dorotha disse enquanto entrava na casa.

- Bom então... – Renesmee ficou confusa sem saber se convidava ou não Jacob para entrar, isso com certeza soaria estranho. – Jacob aproveite para colocar o papo em dia com o seu pai, depois nos falamos. – Renesmee lhe deu um olhar que dizia mais que mil palavras, Jacob rapidamente entendeu e foi com o seu pai até a pequena casa dos fundos, pelo jeito ele teria uma longa e séria conversa com o seu pai.