*Kellan POV ON*

Já eram  6 da tarde e um dos caras havia acabado de desligar o celular, estava tocando o terror no pessoal. Para confirmar que a Alice estava realmente com eles um vídeo foi mandado dela dormindo.

Eu não havia saído da cola do cara desde de manhã e quando eles pegaram a Alice eu estava junto. Teria sido muito fácil pra mim impedir, mas eu sabia que eles tentariam outra vez então tive que me controlar pra não interferir. Também não podia sair pra avisar a minha irmã onde eles estavam porque assim eu deixaria a Alice desprotegida.

Estava tudo calmo mas ouvi vozes baixas do lado de fora, pelo visto os reforços haviam chegado. Eu sabia que eles viriam já que a van que ficava parada era do serviço de inteligência, me concentrei nas vozes do lado de fora.

-droga! Eles foram espertos em trazê-la para cá, mal conseguimos chegar aqui devido a super exposição do lugar... – um cara falava bem baixinho enquanto tentava se ajeitar atrás de um monte de ferro.

-seria uma verdadeira benção se  chovesse agora ou pelo menos começasse a ventar, o som que a água ou o vento iam fazer no metal ia deixá-los ansiosos no primeiro momento mas depois iam  relaxar, o que nos daria a oportunidade perfeita para atacar. – uma voz feminina respondeu e ao mesmo tempo se lamentou.

Eu franzi a testa procurando lembrar de onde eu havia ouvido essa voz e sorri um pouco quando reconheci de onde era. Então ela era uma das mocinhas... sorri e trouxe algumas nuvens carregadas e em menos de cinco minutos começou a chover.

Ajudei mais me transformando em vento e passeando ao redor da construção. Numa dessas voltas vi a garota se mover com o cara e foi incrível pois na mesma hora que eu passava ela falou um “obrigado” sussurrado que eu senti no fundo da minha alma. Exatamente da forma que ela havia falado primeiro os seqüestradores ficaram preocupados e muito atentos ao ruídos lá fora, mas depois de mais de dez minutos de chuva eles aceitaram como inevitável e relaxaram um pouco.

Me materializei em forma sólida e fiquei em um canto no escuro esperando a moça lá fora agir. E quando isso aconteceu foi do nada. Com um movimento discreto ela tirou um sentinela de combate e antes que o outro pudesse avisar os comparsas ele foi silenciado pelo parceiro da garota. Quando faltavam apenas quatro bandidos em pé um deles deu o alarme e a partir daí a confusão estava armada.

Ela deslizou por baixo de um deles e atingiu o outro, e com apenas um giro mais um estava fora de combate, enquanto o parceiro dela neutralizava mais um bandido ela acabava com o ultimo.

Com um sorriso ela instruiu o parceiro a algemar os bandidos e foi em direção a Alice, mas parou antes e se virou pro local onde eu estava, antes que eu pudesse respirar ela respirou fundo e sorriu mas não fez nenhum movimento pra chegar mais perto e quase tenho um ataque do coração quando ela olhou diretamente pra mim e falou.

-obrigado mais uma vez e... – ela mordeu o lábio inferior como se estivesse indecisa e eu acompanhei o gesto com os olhos – adoro seu perfume, me faz lembrar da minha infância.

Depois disso ela foi em direção a Alice e eu fiquei parado lá como se estivesse pregado ao chão.

*Kellan POV OFF*

*Alice POV ON*

Eu não sabia onde era aquele lugar e eu estava aterrorizada. Foi tudo tão rápido e quando percebi eu já estava aqui. Me lembrava que eu havia entrado no carro ainda falando com o Yun e quando desliguei e baixei os vidros do carro pra pagar o estacionamento senti uma dor fina no pescoço e acordei nesse lugar.

Quando a chuva começou eu fiquei mais tranqüila porque pelo menos não ouviria a voz daqueles homens. Procurei fechar os olhos mas os abri assim que ouvi a barulheira e os gritos indignados do pessoal. Não me mexi pois estava com muito medo, quando tudo voltou ao normal ouvi apenas duas vozes falando baixinho e depois passos macios vindo em minha direção.

De repente a venda foi retirada dos meus olhos e a ultima pessoa que eu esperava ver na vida me cumprimentou.

-olá Alice...

*Alice POV OFF*

(Yunho)

Faltavam cinco minutos pra dar a hora que os seqüestradores fariam contato, eu já estava esgotado e era provável que eu começasse a chorar a qualquer momento. Percebendo isso todos evitavam ficar comentando e tentavam se distrair. Tentei me distrair e fui me sentar nos degraus da escada, de lá fiquei fitando a televisão e tentando pensar na Alice de volta e no nosso casamento.

Sem querer olhei pro relógio e franzi a testa preocupado, dez minutos haviam se passado e eles ainda não haviam ligado. Comecei a me preocupar e fui até a janela e me assustei quando um carro enorme parou na porta. Era um daqueles carros de luxo enormes e com vidros extra-escuros. Levantei e fui em direção a porta.

-que foi Yun? – o Jun perguntou ainda sentado no sofá e antes que eu respondesse a campainha tocou. Atendi e quase que senti minhas pernas me faltarem tamanho foi o alivio que eu senti. A Alice estava sorrindo pra mim acompanhada de um cara vestido de terno e com óculos escuros.

-Yun... –ela falou e começou a chorar enquanto eu a abraçava bem forte e a trouxe pra dentro.

-Alice, você tá bem amor? – eu perguntei enquanto a conduzia até o sofá e todos nós cercamos ela.

-estou sim, graças a intervenção dos agentes especiais... eles invadiram o cativeiro e me tiraram de lá ao mesmo tempo que prenderam os bandidos. – ela falou e sorriu um pouco pro agente. – falando nisso, agradeça a ela por mim.

-ela quem? – o Jun perguntou enquanto vinha da cozinha com um copo de água pra Alice.

-a uma agente também... ela me ajudou muito. –ela se virou pro homem – diga a ela que sempre estarei aqui e que ela é bem vinda.

-pode ficar tranqüila senhorita, eu transmitirei sua mensagem a ela, agora eu preciso ir. Agora cuide-se e acho melhor ela tomar um banho e descansar um pouco. Uma boa tarde pra vocês. – ele falou e saiu, mas um pouco depois que ele fechou a porta a Alice levantou e foi até lá.

Acompanhamos ela e vimos que ela acenava pra alguém dentro do carro e apenas uma parte do vidro foi abaixada e uma mão feminina acenou um xauzinho e depois o carro partiu em alta velocidade.

Voltamos pra dentro felizes e contentes mas levamos a sugestão do agente a sério e primeiro levei a Alice pra tomar um banho no meio do qual ela quase dormiu, achei melhor colocá-la na cama e trazer algo leve pra ela comer. Depois que ela estava acomodada eu já ia saindo pra buscar o jantar dela mas o Jae vinha chegando com uma tigela de sopa e um pouco depois todos vieram pra saber como ela estava, mas sem fazer perguntas. Depois de comer ela sorriu pra gente, me deu um beijo e se aconchegou pra dormir. Enquanto todos saiam eu fiquei do lado dela só a observando dormir e me sentindo extremamente feliz por ela estar de volta.

Acariciei o rosto dela e a beijei levemente antes de nos cobrir com o edredom. Agora eu me sentia em casa.

(JaeJong)

Duas semanas já haviam se passado desde a volta da Alice pra casa, lembro que no inicio ficamos muito apreensivos e tínhamos um pouco de medo de sair de casa e quando saiamos os vidros dos carro sempre ficavam fechados, o que assustou um pouco nossas fãs.

Era sexta feira quando eu estava na gravadora com o pessoal discutindo sobre a nossas férias já que o novo álbum já estava terminado e pronto para ser distribuído.

-vocês terão férias de dois meses e meio, pode ser? Daí quando vocês voltarem já teremos a programação completa pro lançamento do álbum... – estávamos na sala de reunião e o único problema era o local pra férias.

-eu acho que seria legal a gente ir visitar nossa família, afinal já faz um tempo que não fazemos isso... – o Yoo sugeriu e concordamos, eu fiquei feliz porque nessas férias eu poderia planejar o casamento com a Thata.

-então tá perfeito, vou providenciar as passagens pra vocês e o calendário, provavelmente em dois dias vocês já.... – nessa hora o celular da Alice tocou e ela apenas deu uma olhada – poderão arrumar as malas.

-mas e você Alice, vai visitar seus pais? – o Yun perguntou, mas antes que ela respondesse o celular dela tocou de novo, dessa vez ela olhou quem era e atendeu na hora.

-oi, aconteceu alguma coisa? – ela ouviu durante um tempo e arregalou os olhos pra depois começar a balbuciar no telefone.

-então se vocês diz que é mais fácil por mim tudo bem, é só uma questão de alterar os planos. – ela ouviu mais um pouco – mas... você estará lá também? Não tem problema, eles entenderão... então tá, até mais.

Quando a Alice desligou o celular e percebeu nossa curiosidade, ela apenas sorriu e começou a falar.

-mudança de planos pessoal...

-vamos mais cedo pras férias? – o Jun brincou.

-isso também, a questão é que não vai ser possível vocês se separarem agora por uma questão de segurança.

-que questão? – todos perguntamos ao mesmo tempo.

-o meu... sequestro era apenas um pedaço dos planos e precisam pegar o chefe de tudo isso, só assim estaremos seguros. – ela nos deu um sorriso tenso e vi o Yun cobrir a mão dela e fazer um carinho como que para dizer que estava tudo bem.

-então pra onde vamos agora? – o Yun perguntou um tempo depois.

-vamos para um local isolado e a localização exata nós saberemos apenas pouco antes do embarque, mas a sugestão é que vocês levem roupas para um clima mais quente. – a Alice respondeu enquanto anotava algumas coisas na agenda.

-e quando partimos? – o Chang perguntou já consultando a agenda dele.

-partimos daqui a uma semana, antes vamos ter uma pequena reunião com os responsáveis pela nossa segurança lá e receberemos algumas instruções, nada muito complicado. Mais alguma pergunta?

Como não tínhamos mais nenhuma saímos da sala e fomos ouvir novamente o cd inteiro, entramos no carro e como sempre saímos com os vidros fechados e as portas travadas. Chegando em casa o Yun parou o carro na garagem e só ai saímos do carro, enquanto a Alice ia pro rumo da cozinha eu subi pro meu quarto e fui tomar banho.

Estava debaixo do chuveiro pensando na tal viagem de férias quando alguém bateu na porta.

-amor, você vai demorar muito ai dentro? – a Thais perguntou enquanto colocava a cabeça pra dentro do banheiro, tentei vê-la mas a fumaça havia preenchido todo o box e os vidros estavam completamente embaçados.

-provavelmente não, por quê?

-sem pressa então, é que eu queria conversar com você...

-ah, estou indo. – terminei de retirar a espuma do corpo e um tempinho depois eu estava saindo do quarto com uma toalha amarrada na cintura.

A Thais estava deitada de costas pra mim em cima da cama, estava com fones de ouvido e enquanto cantava baixinho ia escrevendo no caderno dela. fui até ela e dei um pequeno beijo no ombro dela, que virou pra me olhar e sorriu.

-pensei que você ia demorar mais no banho...

-não com você aqui me esperando.

-hmm...

-que foi?

-nada, é só que você fica extremamente tentador usando apenas essa toalha – a Thais falou e me beijou devagar.

Na verdade, foi apenas um encostar de lábios que eu esperei que evoluísse mas ela não fez nenhuma ação pra continuar e eu gemi frustrado. Ela me olhou com um ar divertido e devagar lambeu meus lábios, a ponta da língua passeando preguiçosamente e me aquecendo rapidamente. Quando ela finalmente me beijou eu a pressionei contra a cama e correspondi com certa urgência.

Brinquei por um tempo com os botões da blusa dela mas parei um pouco quando ouvi passos próximos a porta, já me preparando para alguma interrupção... que surpreendemente não aconteceu.

*Yoochun POV ON*

Depois que a Alice decidiu uq íamos jantar eu subi pra tomar um banho, uns quinze minutos depois voltei pra cozinha quase sonolento, já que a água estava quentinha e depois que sai parece que todo o cansaço do dia pesou. Cheguei na cozinha e me joguei em cima de uma cadeira.

-nossa Yoo... daqui a pouco vai ser preciso comprar outra cadeira... – o Chang comentou mas eu nem dei atenção.

-antes que isso se torne uma briga, o jantar esta pronto. Tá faltando quem? – a Alice perguntou e foi saindo da cozinha.

-pode deixar que eu vou chamar o pessoal Al... se não eu acabo dormindo em cima da mesa... – sorri pra ela e fui subindo as escadas, passei pelo quarto do Jun, depois do Yun e quando estava pra bater na porta do quarto do Jae a Alice apareceu no corredor e falou.

-nem pense em bater nessa porta...

-nossa Alice, que susto você me deu.

-sorry, mas vamos lá jantar. – ela falou enquanto vinha pra perto de mim e colocou a mão na minha cintura e começou a andar um pouco mais rápido.

-mas eu nem chamei o Jae e ele vai ficar bravo se souber disso.

-da ultima vez que eu vi ele estava tomando banho e a Thais tá aqui em casa sabia? Então não atrapalha... – ela esperou eu entender mas continuou andando, eu tava tão zerado de sono que quando fui entender eu já estava sentado á mesa com a comida na minha frente, então fingi que não era comigo.

*Yoochun POV OFF*

Quando os passos se afastaram da minha porta eu sorri maliciosamente pra Thais e voltei a me dedicar a tarefa de abrir os botões da blusa dela, quando cheguei no ultimo botão tive meus lábios capturados em outro beijo, dessa vez mais sensual e provocante.

-você definitivamente quer me matar hoje Thais...

-eu te traria de volta apenas pra ver você fora de controle. – ela sussurrou enquanto me ajudava a desabotoar o short dela, quando a peça saiu apenas jogamos ela pro lado e continuamos a nos beijar. Me afastei um pouco pra admirar o corpo dela e dei um pequeno sorriso ao ver o sorriso um pouco envergonhado da Thais, ela até fez um gesto para se cobrir mas vendo meu olhar ela sorriu abertamente e se tornou mais ousada.

Ainda olhando nos meus olhos ela abriu o fecho do sutiã e esperou, sem entender qual a intenção dela já ia abrindo a boca pra perguntar quando ouvi a voz dela na minha mente.

É sua vez de agir amor, acho que minha ousadia vai até ai no momento.

Continuei olhando nos olhos dela enquanto fui baixando as mãos e só parei quando enganchei os polegares nas bordas da calcinha dela e fui descendo-a bem devagar. Percebendo que finalmente estava completamente nua a Thais fechou os olhos e eu resolvi testar o nosso novo canal de comunicação soprando pra ela meu pensamento.

Simplesmente linda... e toda minha. A minha Thais...

Ela abriu os olhos e sorriu pra mim, voltei a beijá-la enquanto deixava a consciência dela se misturar com a minha tornando tudo mais intenso e mais sensorial. Cada toque era sentido no corpo e na mente e enquanto a beijava meus dedos foram passeando pelo corpo dela, rosto, seios, as curvas da cintura, os quadris...

Senti um baque na minha mente depois que a Thais arfou quando percebeu que minha boca seguia o mesmo caminho traçado por meus dedos. Pequenos gemidos saiam dos lábios dela e quando vi senti o quarto de desfazer como se fosse uma pintura e mudar o ambiente ouvi uma voz divertida na mente.

Pra evitar comentários mais tarde...

Ri da ideia e continuei provocando-a lentamente com pequenos beijos e quando senti que ela estava pronta olhei pra ela e sussurrei.

-Eu te amo... – e fui me introduzindo lentamente pra evitar machucá-la.

-também te amo... – essa foi a ultima coisa que ela disse por um tempo, pois partiu pra ação, colocando as pernas em volta do meu quadril e me beijando com mais avidez enquanto me acariciava as costas, provavelmente me deixando alguns arranhões.

Quando estávamos perto do clímax me esforcei pra me concentrar e misturei minha mente com a dele mais uma vez e foi a melhor experiência da minha vida, pois o prazer foi multiplicado ao invés de dividido. Juro que eu senti a terra se mover ao nosso redor. Já sem força beijei a Thais mais uma vez e descansei o rosto no colo dela.

Um tempo depois estávamos quietinhos e eu sentia as pontas dos dedos da Thais passeando pelos meus ombros, olhei ao redor e vi que estávamos em mais um local desconhecido então perguntei.

-onde estamos dessa vez?

-você vai acreditar se eu te dizer que não faço a menor ideia?

-como assim? – perguntei enquanto a puxava para mais perto do meu corpo e a beijava de leve.

-eu não sei, o primeiro lugar eu sabia, era a minha casa em Karedes, mas agora eu não faço a menor ideia...

-então como viemos parar aqui? E aliás... você sentiu o pequeno tremor agora a pouco?

-senti mas também não fui eu...

-isso tá ficando confuso... – eu falei e me assustei um pouco quando a Thais se sentou rápido na cama.

-Jae! Eu sei o que tá acontecendo!

-algum problema Thais? – sentei também porque fiquei preocupado quando os olhos dela marejaram um pouco.

-mamãe uma vez me falou isso, mas nunca pensei que você possível... ela me falou que algum dia eu iria me unir de corpo e alma com meu par perfeito. E isso – a Thais falou apontando pra nós juntos – foi tão mágico e foi tão fácil estabelecer a comunicação entre as mentes, foi algo como se fizéssemos parte um do outro e você teve acesso aos meus dons.

-você tá querendo dizer... – eu comecei meio indeciso.

-quer dizer que foi você que nos trouxe pra cá e também causou o pequeno tremor. Vai lá na janela e vê se você reconhece alguma coisa. – mais pelo leve empurrão que ela me deu do que por curiosidade eu levantei da cama e olhei pela janela, reconhecendo imediatamente a majestosa Torre Eiffel erguida no meio de Paris. Estávamos no mesmo hotel que eu estive com o pessoal quando produzimos o Bonjour Paris.

-viu? Eu estava certa... – a Thais falou e riu da minha cara de espanto, depois fez um gesto bem provocante – agora vem cá que eu preciso provar mais de você...

Nem pensei em recusar o convite dela e voltei pra cama pronto pra fazer todas as vontades da dona do meu coração. A minha Thais.