(Zero)

A casa dos Kuran seria a única saída, então fui até lá. Chegando lá, estava tudo um silêncio, escuro. Entrei pela porta da frente, nada escutava. De repente...

-ZERO!!! – ouvi um grito conhecido.

-“Y-Yuuki?” – pensei.

-YUUKI! – gritei. Ela estava em perigo, eu sentia e ouvia isso...

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(Kaname)

Via as lágrimas de Yuuki inundar meu ser, eu me sentia muito triste de deixá-la naquele estado, mas ela havia me traído e logo com quem mais odeio: Kiryuu.

-ZER- Hunn~ - Yuuki tentava gritar, mas tampava sua boca, para ela não gritar mais.

-Kuran! Solte-a!  -o maldito havia chegado.

-Por que eu faria isso?! Para vocês viverem felizes para sempre, hein?! – falava descontrolado, com sede de sangue. Olhei para Yuuki, indefesa, medrosa, frágil. Toquei em seu rosto e senti um medo passar por ele, me contive para não machucá-la de ódio.

-Kaname-sempai... Se você quiser meu sangue, eu lhe darei... Mas não machuque Zero... P-Por favor... – Yuuki me implorava sem o menor indício de quem refletiu a decisão. Ela realmente o amava. Mas por que logo ele Yuuki...?

Só sei que a abracei, não querendo soltá-la nunca mais, mas a soltei. Ela parecia meio sem fôlego. Olhei-a com lágrimas esquecidas em meus olhos, lágrimas que nunca se soltaram de meus olhos, só quando você se separou de mim Yuuki...

Cheguei perto de seu pescoço, tão atrativo para quem estava um pouco ferido, como eu estava, o lambi com tanta avidez pelo seu sangue e finquei sem dó nem piedade minhas presas no meu pescoço delicado.

O gosto explorava minha boca e meu ser, seu aroma infiltrava pelos meus poros, me fazendo ficar louco. Seu sangue era único Yuuki. Não era de se estranhar que o Kiryuu se apaixona por você...

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-Hã? Onde estou...? – eu me perguntei depois de ter fechado os olhos, degustando o sangue de Yuuki. Eu estava deitado na margem de um rio. Sereno, calmo, belo e brilhante... Eu estava encharcado, parecia que alguém me tirou dele. Olhei para todos os lados e nada via.

-Kaname-sempai? – alguém falou atrás de mim, olhei e vi quem era.

-Y-Yuuki? O que faz aqui? – perguntei vendo-a com um vestido azul céu, todo molhado, com seu cabelo cheio de gotículas de água. Ela parecia ter se molhado também.

-Ora Kaname-sempai, eu te salvei desse rio sujo e negro. – Yuuki falava olhando para o rio que na verdade, era bonito em meus olhos.

Era.

Quando olhei o rio novamente, ele era de águas negras, sujo, sem vida, sem aquele brilho. O que eu via na verdade era tudo belo, mas o que era feio e ruim, eu via bom. O que tinha de errado comigo na verdade?

-Venha. – Yuuki chamou minha atenção, me puxando pelo braço e tentando me levar á algum lugar. A segui, nós parecíamos estar numa floresta escura e deserta, sem vida, sem cor. De repente, vi uma luz á sua frente.

Meus olhos estavam curiosos para ver o que era aquela luz tão interessante. Continuamos e quando chegamos, vi algo tão belo que parecia mentira. Um campo florido e colorido ao chão. O céu tão límpido com um sol radiante. Pássaros voando, animais vivendo felizes. Só eu quem queria viver do lado ruim daquele lugar?

-Isso é real Yuuki? – perguntei a ela, que afirmou.

-Sim, você vivia numa floresta sem nada, e se afundou em mágoas, mas decidi te salvar e lhe trazer onde eu vivo. Obrigada por me fazer amar uma vez Kaname-sempai. Seja feliz e não esqueça: te amo como um irmão. – Yuuki falava dócil, com um sorriso belo no rosto e foi se distanciando, na imensidão florida.

Mas o que eu iria fazer lá? Sozinho, sem ninguém...?

-Kaname! – alguém me chamava. Olhava para todos os lugares e não encontrava quem falou. – Kaname!

De repente, eu parecia estar sendo obrigado a fechar os olhos e sair daquele lugar, eu fechei mesmo os olhos.

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-KANAME-SAMA! – gritava Seiren, tentando me acordar.

-S-Seiren...? – falei preguiçoso.

-K-Kaname-sama! – Seiren gaguejava meio chorona e me abraçou. Eu sentia a mesma energia que senti quando estava naquele campo. Seria isso o campo? Seiren?

-Seiren... O que houve? Onde estão os dois? – perguntei. Ela ficou seria.

-Bem, Kiryuu-san separou você de Yuuki-sama e ele se foram. Yuuki-sama pediu para lhe dar isso. – Seiren explicou retirando um objeto do seu bolso. Quando vi, meus olhos pareciam se inundar.

-A-A rosa em resina que dei a ela... – falei comigo mesmo. Peguei das mãos de Seiren e entendi que Yuuki não queria ser que nem a rosa nessa resina, ela queria ser livre da sina que carregou a vida toda, queria amar quem quisesse. Eu entendi o recado. E a deixarei livre com quem ama Yuuki.

-Venha Kaname-sama, eu o ajudarei. – Seiren pediu permissão para me tocar, assenti. Ela me ajudou á andar até o fim daquela sala obscura onde ficava o caixão de Rido.

          Falando de você Rido, fique ai para sempre...

Adeus seu grudento...

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5 anos depois...

-Aaiai... Que manhã fria... – falei comigo mesmo. Sim, havia passado 5 anos após todas aquelas monstruosidades que fiz.

Nunca mais falei com Yuuki ou Kiryuu. Fui embora de onde tudo se concentrava e fiquei no centro da cidade, morando lá. Estava andando para comprar umas coisas quando alguém me chamou:

-Kaname! – Seiren me chamou. Sim, eu e ela estávamos juntos. Ela cuidou muito bem de mim logo após tudo aquilo. E ela se declarou para mim, ela me amava mesmo. – você esqueceu a lista boba! – ela me deu bronca.

-Desculpe, huhu. – eu ri. Ela me entregou a lista. Peguei-a pelo braço e lhe dei um beijo discreto, ela corou.

-Pare disso Kaname! Hehe. – ela riu também, mesmo brava.

Ficamos olhando as lojas de sempre, ela vivia querendo comprar roupas, mas minha herança não era eterna. Olhando para os lados, vi um vulto conhecido. Arregalei meus olhos.

-O que foi Kaname? – Seiren perguntou.

-E-Espere aqui um momento. – falei. Segui aquela presença e fui indo, até quando a vi. – Y-Yuuki...?

Sim, era ela. Olhando uma vitrine, sorrindo. E estava com uma barriga grande... De grávida... Ela parecia feliz. Do nada, vejo Kiryuu saindo da loja, com uma torta nas mãos, sorrindo junto a ela, e a beijando.

Eles pareciam felizes...

Yuuki me olhou e ficou surpresa, chamando a atenção de Kiryuu... Kiryuu olhou e sorriu para mim. Eles iam vindos em minha direção...

-Kaname! O que- ah! Yuuki-sama e Kiryuu-san? Que coisa! Haha. – Seiren os viu e acenou. Os dois riram.

Vi todas as lembranças que tive com esses dois...

Talvez nos tornem amigos não?

Espero que sim...

Eu seria muito mais feliz com isso...

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FIM