Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 97
Doce Novembro.


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ SUAS LIIIINDAS TTT CHEGUEI, COM MAIS UM POOOOOST, HOHO.

Gente, que emoção, tô com 54 leitores! E claro, amei e me emocionei com as recomendações da Erica Alves e da Laly_Gates. E à Fluorescent que fez uma conta pra acompanhar a fic, que linda.

Obrigada meninas, adoro vocês ♥

Agora... mais um cap *-*



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Já havia completado um ano da morte de Johnny, quando nossa vida começou a se tornar uma loucura. Como previsto, as gravações do filme terminariam no fim de Abril... e Tim, naquela neurose absurda que não ia dar tempo, botou-nos para trabalhar até de sábado. Se bobeasse, de domingo também.

Um dos únicos momentos livres que eu tinha... era com Syn, deitada na cama dele, falando sobre absolutamente nada. Se vocês querem mesmo saber... conversávamos tanto que até esquecíamos de fazer outras coisas, como transar (isso, nunca fizemos isso, tá?).

- Você sabe o que nos tornamos, né? – riu certo dia, acariciando meus cabelos. Eu estava deitada em seu colo, com uma tigela farta de batatas sobre a barriga.

- Confidentes? – arrisquei, fazendo uma careta. – Somos estranhos, cara...

- Yeah... mas gosto disso. Menos na parte que tenho que fingir que você não é gostosa, e que sou doidinho pra te pegar loucamente.

- Mas ficamos tão entretidos nas nossas discussões que acabamos esquecendo disso.

- É... nunca aconteceu isso comigo antes.

- Mas então, Brian Haner... não vou perguntar se você me ama como mulher, porque eu sei que a resposta será não. Mas não tem nenhuma pessoa que faça seu coração... disparar?

- Ah, já teve, lógico que teve... – respondeu, com um pouco de dificuldade, corando aos poucos. AHÁ, eu sabia, dentro daquele sem vergonha havia um cara meigo louquinho pra amar alguém. E eu queria saber quem era!

- Quem? – perguntei, levantando-me.

- Hum... no começo, você. Senti aquela coisinha estranha... mas vi que era diferente do que achava que era. E tem... a... – mas interrompeu-se, fingindo estar com uma crise de tosse. Dei-lhe um tapa, de brincadeira, sem mudar o foco da conversa:

- A...?

- Esquece.

- Não, esquece nada! Conta quem fez seu coraçãozinho safado bater mais forte.

- Melissa Prado, okay? – desembuchou, por fim, corando ainda mais. – Ela... é legal.

- PERAÍ. – gritei, dando um pulo na cama, sem conseguir conter minha alegria. – A MEEEEEL? CARA, SOU CEGA, COMO NÃO PERCEBI!?

- Xiu... fica quieta, não quero que ela ouça. – implorou, tentando tapar minha boca com a mão. – Não quero mesmo. Foi só no começo, quando você sofreu o acidente.

- Cara, que foda... você e a Mel. – festejei, cada vez mais eufórica. A ideia de ter Syn como meu cunhadengo de coração... soava bem. E nem me importava que... se isso ocorresse, seria passada pra trás.

Foda-se, ver a felicidade dos meus amigos era tudo pra mim. Ainda mais Mel, que enfrentava cada coisa na vida que ninguém tinha ideia...

Ela merecia a felicidade.

- Não, Marie! – negava, relutante. – Esquece isso que falei. Isso Syn, filho da puta, abra a boca demais, idiota. Só falo bosta.

- Atá... to sabendo, uhum. – ironizei, voltando a deitar. – Cara... mesmo assim...

- Prefiro ficar do jeito que estou, pelo menos assim não corro riscos de machucar alguém com minhas idiotices.

Não o respondi, de imediato. Fiquei mentalizando um plano. Isso mesmo, um plano, que desse pra juntar Mel e Syn de vez. Ah cara... ia ser tão foda!

Tudo bem que a última vez que tentei ser cúpida... não deu muito certo. Mas... foda-se infinitamente... não vou desistir dessa nova profissão.

“Marietta Genoom, resolvendo seus problemas do AMOOOOOR”.

Alguns minutos depois, alguém bateu na porta (diga-se de passagem, com tanta força que parecia querer arrombá-la).

- QUEM É O FILHO DA PUTA? – gritou Syn, na sua forma meiga e educada de perguntar “Quem é?”.

- SOU EU, O COMEDOR DA SUA MÃE. – responderam do outro lado, num tom rouco que caracterizava, de longe, M. Shadows.

- TÁ, PODE ENTRAR QUE NÃO TO FUDENDO SUA IRMÃ.

- Ainda bem. – riu Matt, entrando no quarto. Assustou-se um pouco com minha presença... e talvez tenha se assustado ainda mais, por me ver de roupa.

Digamos que...  ver mulheres vestidas na cama de Syn não é algo tão comum de se encontrar.

- Ér... to interrompendo algo? – questionou, olhando-nos. Neguei com a cabeça, junto de Syn. – Ah, que bom... acho.

- Que houve para vossa excelência visitar minhas alcovas? – brincou Syn, fingindo ser um daqueles reis cusões. Matt tirou a jaqueta e amassou, jogando na dele.

- Deixa de ser idiota... quero conversar com vocês... sobre Anne.

Xii... sobre Anne. Tá que aquele era o último assunto que eu gostaria de conversar com Matt e Syn, mas... prometi ser flexível. Vamos tentar né, fazer o quê?

- Anne? – perguntei, levantando-me, dando espaço para que se sentasse perto de nós.

Péssima ideia... aquela de ficar perto do Ogro Engibizado, de olhos verdes que brilhavam cada vez mais. Seu semblante estava iluminado... e com óculos, ou sem eles, ficava incrivelmente lindo. O amor estava fazendo muito bem pra ele... acho.

- Cara, ela é uma loucura. – sorriu, esfregando as mãos. – Sério... foda demais. É difícil conhecer mulheres como ela... cheia de atitude... sem medo de se arrepender.

- Ah mano, acho que o Matt está apaixonado. – sorriu Syn, caindo sobre o amigo. – AAAAH CARA, QUE FODA, QUE FODA.

-É, muito foda. – murmurei, olhando para os lados.

Oh senhor... aquele sentimento de dias atrás estava voltando. Aquela nostalgia, de saber que Matt estava... amando. Que... talvez fosse feliz com Anne, que poderia deixar de gostar de Jared.

Não tinha como não amá-lo, depois de um tempo de convivência. É... talvez Anne o amasse e os dois formassem uma família, mais pra frente.

Talvez eu fosse a madrinha solteirona do casamento. A madrinha do bebê. A madrinha do amor que... agora, se torna mais forte.

Seria madrinha da minha própria infelicidade. Que bosta.

- Gente, ela é uma loucura. Só transei dessa forma uma vez na vida... com uma única mulher... – continuou, e entre as pernas de Syn, olhou para mim. – Uma única mulher.

- Quem foi essa mulher? – perguntei, sem mesmo me dar conta. Foi automático... curiosidade total... para saber quem foi a outra mulher que... mexeu tanto com Matt, a ponto de diferenciá-la das outras que passara a noite.

Podia ser Valary. Ou Lilith. Ou...

Antes de obter resposta e de terminar meu raciocínio... Mel entrou em nosso quarto. Suas feições estavam péssimas, vermelhas e molhadas. Pela primeira vez, em muitos anos, voltara a ter o tique de morder os lábios, a ponto de arrancar sangue.

Olhei, rapidamente, para sua mão. Era seu celular, quebrado.

- O que houve, Mel? – perguntei, pulando para fora da cama.

- Meus pais... ligaram. – contou, entre soluços. – DEPOIS DE SETE ANOS, ELES LEMBRARAM QUE TEM A PORRA DE UMA FILHA!

- Mas... Melissa, por quê?

- Vovó está morrendo... – sussurrou, olhando para a mão. – E quer uma última ceia de Natal, com todos nós reunidos.

- Vão voltar para o Brasil, então? – questionou Matt, já sério. Syn também parara de rir, devido à situação.

Mel balançou a cabeça, enxugando os olhos com a manga da camisa.

- Não volto “praquela” casa nem morta.


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