Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 76
A simples "Nova vida" (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Oii geeeente ttt espero que tenham gostado da ceninha que fiz ontem pra agradar a todas, hoohooo. HUSAUHSUHAS AH não se assustem com a rapidez da mel (logo vocês entenderão) porque ela é assim mesmo HUSAHUSHUSHUSHUUHSE desculpem se o capitulo nao saiu bom... ou se está com erros de portugues, fiz de tudo pra postar ainda hoje, mas tava f*** sair inspiração HUSAHUUHAS mas saiu, isso que importa.Bem... vamos lá. boa leitura, e agradeço imensamente a todos os reviews *-* HUSAUSHAHSHASHUSHSAUH



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(Primeira pessoa – Marietta)


Deixe-me situar vocês. Segunda-feira, 11 horas da manhã. Nota: deveria estar nos estúdios às 7, leia-se: ATRASADA PRA PORRA.

- MEU DEUS, EU NÃO FIZ ISSO! – berrei, dando um pulo na cama, olhando desesperada para os lados. Estava à procura dos vestígios de um homem (na verdade, um ogro) da noite passada. – NÃO, EU NÃO FIZ, DEUS, NÃO, EU NÃO FUREI O OLHO DA MEL!

Vocês devem estar se perguntando: WTH, o que essa doida está gritando? Como assim, furar o olho da Melissa? Saibam de algo: NEM EU SABIA DIREITO!

Não... Deus, o que eu tinha feito? Sabia, não podia ter bebido... ah caralho! Perdi marido (tá, pra mim foi uma sorte) e capaz de perder a melhor amiga.

SENHOR, POR FAVOR, FAÇA QUE TUDO ISSO SEJA UM PESADELO!

Vasculhei o chão, averiguando se havia alguma roupa que denunciasse minha dispersão da noite passada. Nada. Corri para o banheiro, tomei um banho no maior desespero, me vesti idem (ignorando meu surto de querer roupas diferentes, não estava com saco pra inovar) e vazei, “roubando” o carro do hotel. Matt e Mel já haviam saído, e Syn e Zacky deviam estar ainda dormindo.

Bem... milagre 1: eu estava dirigindo. E em alta velocidade, precisando encontrar minha amiga antes de qualquer coisa. Tá, a polícia nem quis saber se eu tive ou não meus motivos para atingir 120km na rodovia... então... levei muita, por excesso de velocidade.

Foda-se. Tudo parecia melhor que o soco que Mel daria, quando soubesse de tudo que ocorreu entre eu, sua melhor amiga, e Matt, seu peguete. AI DEUS, POR QUE? Por que tinha que me meter em tanto rolo?

Cheguei aos estúdios totalmente corada, com uma cara de choro. Procurei, por todo lado, Melissa, para explicar a cagada que eu havia feito. Vai que ela me perdoasse, por ser sincera, ein? Ou simplesmente adiantaria uma morte totalmente dolorida. Estava até vendo escrito nos jornais: “Melissa Prado, acusada de matar sua melhor amiga e patroa Marietta Genoom. Motivo: M. Shadows, que está em coma no hospital, com um taco de baseball enfiado no ânus”.

Mas, por azar (ou sorte, sei lá), encontrei Matthew primeiro, parado com um copo de café. Devia estar no intervalo de suas gravações, já que trajava a roupa antiga de Jonathan. Ao me ver, acenou, como se nada houvesse acontecido:

- Hey Marie... menti ao Tim que você estava doente... por causa do atraso. Não desmente. – avisou, servindo-se de mais café. – Ele é legal e tals, mas se emputece com atrasos e...

- Cadê a Mel? – interrompi, agitando as mãos (como se estivessem queimando). Queria resolver logo aquela bodega.

- Mel está almoçando com a produção. Por que, o que houve?

- Matt! Nós dois... eu, você... ontem... MEU DEUS, ELA VAI ME MATAR! – cochichei, passando a mão no rosto, afastando-me de todos que tentavam me cumprimentar. – Que loucura! E VENHA CÁ, HOMEM! – minha tentativa de manter a calma e falar baixinho, nem tinha dado certo.

- Nem foi loucura. – retorquiu, arqueando uma das sobrancelhas. Terminou de beber café, e jogou copo no cesto. Com calma, voltou a me olhar. – Não foi mesmo.

- Não foi loucura?

- Ué... comprar roupas, fazer tatuagem, beber absinto, não me parece nada de errado. E além disso... eu e ela não estamos mais juntos.

- Como assim? Mel? Por causa da gente? - repeti, entrando em um colapso nervoso. Ai gente, como que uma noite podia fuder a vida de tanta gente! Atrapalhei o namoro dos meus melhores amigos. Fiz besteira. Fiz cagada. E agora, aquele idiota, que também tinha culpa no cartório... agia como um... um... desentendido.

- Marietta... o que você acha que aconteceu entre nós, pra começar?

- Você está drogado? A gente transou, lembra? ISSO! Bebi, fiquei alegre... e... ah meu Deus, eu... eu... aah você também, não me deixou solução. Precisa ser tão gato, ein? Sou uma mulher na puta escassez de um homem e...

Ai gente, já perceberam o quanto falamos merda ao entrarmos em desespero?  Isso, eu era o sinal claro que... a culpa fode tudo! E pra ajudar... Matthew começou a rir, como se não entendesse nada que eu falasse. E ria alto, atraindo os olhares curiosos.

- Você acha que foi isso? – perguntou, escorando-se na parede.

- Você tá rindo da minha desgraça, maldito? – esbravejei, dando-lhe tapas. Um, dois, três, até que ele calasse a boca, e pedisse para que eu parasse. Enfim confessou porque tanto ria, daquele momento trágico. Trágico mesmo.

- Eu to rindo que... você teve um sonho erótico comigo. Que hilário.

QUE QUE QUE COMO? COMO ASSIM, SONHO ERÓTICO?

- Não Matthew, aconteceu! – insisti, agarrando-o pelo braço. – ACONTECEU, NÃO TÔ FICANDO...

- Você é uma doida, acabou bebendo mais absinto do que eu pedi. Aí, chapou geral, e tive que levá-la embora. Janny está de prova, se não acredita em mim. Depois disso, fui ao apartamento da Mel, porque ela havia pedido... e terminou tudo comigo. – explicou.

- Como assim ela terminou com você? Acho que estou dormindo ainda. – suspirei, esfregando os olhos (a ponto de deixá-los vermelhos).

- Mel disse que era “fogo de paia” (acredito que seja essa a expressão que usou, embora eu desconheça o significado) ficarmos juntos. Concordei. Foi ótimo assim... nos tornamos amigos. – contou, com naturalidade, ainda interessado nos meus relatos do tal “sonho”. – Mas e aí, conta do sonho, fiquei curioso.

- Não, definitivamente não! – neguei, correndo em direção a Tim, para tentar me explicar. Deixei para trás Matt, que ainda ria do que eu havia dito:

- Everything... everything...

***

Tentei dar uma desculpa bem chucra para Tim, como um acidente automobilístico ou uma perseguição policial... mas acabei abraçando a mentira de Matt e disse que acordei com mal estar... e que não estava boa pra gravar.

Olhou-me um pouco desconfiado (na verdade, minha cara denunciava o fato de ainda estar de ressaca), mas por saber da história de minha separação, apenas sorriu, concordando com a cabeça. Voltou a se preocupar com as gravações dos outros personagens, enquanto eu corria para o refeitório, em busca de Mel. E lá estava, aquela bonitona, comendo e papeando com produtores gatinhos. Bem a cara dela. Eu, aqui, preocupada por ter pego Matt (em sonho)... e ela lá, paquerando. Vaca.

- Hey Marie. – acenou, ao me ver. Credo... engraçado, Matt disse a mesma coisa, ao me ver. E fez a mesma menção. Estranho... – Soube que estava doente, então não quis acordá-la. Vem cá... ou melhor, vou aí, tenho que te contar um bafo.

A animação de Melissa, em plena manhã de segunda-feira... era de dar inveja a qualquer bocó, como eu.

- Mel, você tem fogo na bunda? Não me disse que estava gostando do Matt mesmo? – repreendi, voltando a encarnar o papel “irmã mais velha de uma namoradeira”.

- Ah droga, ele já contou. – resmungou, dando um soco no ar. – E... você me conhece. Eu estava totalmente seduzida por aquele par de olhos verdes, e aquele corpo que DEUS ABENÇOA TOTALMENTE... mas daí, não rolou.

- Não rolou... o que? Sexo? Melissa, você troca de amor como troca de calcinha, cara!

- NOFÁ, BEE, NÃO ME OFENDE ASSIM, OKAY? – gritou ofendida, afastando os cabelos dos ombros. - Sei lá... eu tenho certeza que Matt gosta de alguém, por isso não consegue se envolver.

- Ué, e por quem ele estaria tão apaixonado? – perguntei, curiosa (até demais pro meu gosto). Quem seria a vadia que... tomaria todo tempo de Matt, e... o impediria de se divertir conosco, nas boates, nos piqueniques, EIN? QUEM SERIA A VA-DI-A?

- ANNE! – disse com rapidez. – Está óbvio, não?

Acho que minha cara de alívio ficou bem visível.

- Ué, o que pensou?

- Eu? Não, não pensei em nada... – menti, coçando a testa. – Hum... ah, acho que Matt já contou do que aconteceu, né?

- Contou! E fiquei mega orgulhosa de você, amiga. – vibrou, abraçando-me. Mudávamos de assunto com tanta rapidez, que até assustava.  – Agora você pode pegar aquele gato do Syn sem sentir remorso nem nada.

- Não quero pegar ninguém, por enquanto. Não preciso de homem pra ser feliz. Estou bem só.

- Ai que tonta, gente! – praguejou, soltando-me. – Aquele homem é uma perdição... além de lindo e engraçado. Vai gata, arrasa.

- Falando dessa forma, até parece que estou soltando a franga.

- Por mais que mude, sempre terá essa Marietta cusona e tradicional dentro de você. – brincou, puxando meu cabelo. – E nem me chamou pras compras né, sua maldita.

- Eu não estava tão bem assim... minha cabeça doía, pelos chifres.

Rimos, caçoando do que estava acontecendo. Bem, nada iria mudar o fato que eu era corna, né? Então: vamos rir. Única solução.

- Marietta... MARIETTA. – chegou Anne gritando, para que todos do refeitório ouvissem. Eu só tinha amiga escandalosa, fala sério.

- Eita mulher, quem deu cria? – provocou Melissa, exibindo um sorrisinho maldoso. Por incrível que pareça... Anne ignorou, e respondeu COM EDUCAÇÃO:

- Matthew se machucou! Vem cá, corre.

- Como assim MATTHEW SE MACHUCOU? – gritei em resposta, seguindo-a. Mel, sem cerimônia alguma, foi também, querendo saber o que tinha acontecido (como a boa fofoqueira que era, é. E hoje to rasgando elogios aos meus bests, perceberam?).

Quando cheguei aos estúdios, com palpitação cardíaca, encontrei Matt caído, com a mão sobre o braço direito. Alguns médicos já estavam lá perto, enquanto Tim praguejava:

- Quem que foi o doente que colou esse cenário dessa forma? Olha o que deu!

- Matthew, Matthew, o que houve? – perguntei, furando a barreira (constituída por atores, curiosos e afins) que impedia qualquer um de se aproximar (menos eu). Ah caramba... será que ele estava muito machucado? Meu Deus, cadê ele?

Imagina aqueles filmes... que a mocinha tenta encontrar o mocinho, mas tem porre de gente na frente. Pois bem, resumi a cena. Enfim, quando consegui chegar até ele, ajoelhei.

- Caí em cima do braço, caralho! – contou, mordendo a mão. Parecia sentir muita dor.

- Mas por quê? Que aconteceu?  

- A culpa foi minha, não prestei atenção... estava com a cabeça longe. PUTA QUE PARIU, COMO ESSA PORRA DÓI, INFERNO!

Mesmo preocupada com o que estava acontecendo... não consegui esquecer do assunto que o fizera ficar tão distraído. Talvez se chamasse Anne. Talvez fosse minha grande amiga estilista, de longos cabelos ruivos... que agradara tanto.

Podia ser ela.

***

Logo que chegamos ao hall do Hotel, Syn e Zacky se assustaram quando viram Matt chegar de braço engessado. A princípio, averiguaram se estava tudo bem. Depois, pra desmanchar aquele clima de velório, começaram com zoações:

- Oia Zacky, quem tá aí... o cara com o braço de gesso. – brincou Syn, pulando nas costas do amigo. Talvez quisesse ajudá-lo, da pior forma que encontrara. – FALA AI PUTO, SAIU NO BRAÇO COM CHUCK NORRIS?

- Ele caiu. – contei, largando as chaves do carro na recepção.

- Caiu? Que coisa de gay. HOMEM QUE É HOMEM NÃO CAI! Só... sofre uma queda. Pequena. – gritou Zacky, pulando em cima de Syn. Gente, que surubada que rolou por ali, fala sério.

- Vai tomar no cu, gordo do caralho. – resmungou Matt, tentando se soltar de todos eles. Quando conseguiu (uns dez minutos depois), sentou-se em um das cadeiras da recepção, exausto e irritado. – Ah caralho, como vou filmar com essa porra no braço?

- Ué, finge que Jonathan está com o braço machucado e boa. – sugeri, fingindo estar animada com a ideia. Que nada... minha cabeça estava longe. Muito longe. E eu ao menos entendia por quê. – Hey, vocês quatro... vão pro restaurante e guardem um lugar. Vou... pegar recados com a Janny.

Esperei que todos eles se afastassem, e corri para minha amiga recepcionista, como se estivesse bancando a Sherlock Homes versão Cabeluda.

- Janny... você estava no turno noturno, quando cheguei ontem, com Matt?

- Sim. – confirmou, sorrindo.

- E... ér... que horas eram?

- Aproximadamente meia-noite. Em seguida, enviei o recado da senhorita Melissa... e Matthew subiu. Não voltou a descer.

- E eu... estava... normal? – ah vá, se eu não sabia, quem iria mais saber?

- Estava deitada no colo dele. Ele disse que você tinha tido um dia agitado... e estava cansada. Ah, lamento pela sua separação. Deve ter sido difícil.

Agradeci Janny e fui até o restaurante, certa que Matt dissera a verdade. Felizmente (ou não), a transa da noite passada não passava de um sonho. Quente, muito quente... mas irreal.

A realidade que me cabia... era encontrar Syn com uma garrafinha de cerveja, fazendo uma serenata (no meio de todo mundo) para Matt (talvez no intuito de animá-lo). Zacky e Mel ajudavam-no, fazendo o backing. Estavam todos ajoelhados, diante dele, enquanto ele gargalhava, encenando.

- Shadows... – gritava o líder, seguido do coro.

- SHADOOOWS...

- A sombra da escuridão ativa da noite que caiu no meeeeu COOOORAÇÃÃÃO...

- ÃÃÃÃÃÃÃÃÃO.

- E VOU PARAR ANTES QUE A MARIETTA FIQUE COM CIÚMES DO MELHOR AMIGO ESTAR POSSUINDO O CORPINHO DO AMOOOR DEELAAAA... – incrementou, olhando que eu havia chego. Bem... quem era quem no papel? Nem eu mais sabia.

- EEELAAA.

- Vocês são doentes, viu. – ri, ainda de pé. Zacky correu até mim, abraçando-me, dançando uma valsa imaginária.

Aquela cena já havia acontecido antes, mas com outra pessoa. Ah, não importava, realmente. Aquela era minha realidade... tão simples e divertida. Não podia reclamar: estava em ótima companhia.

- Vamos deixar de putaria e comer. A turma já está achando que somos anormais. – sugeriu Mel, sentando-se. Deu uma piscadinha para Shadows e sorriu, apertando-lhe a mão livre:

- E aí cara, quando tempo.

***

Olha... depois que minha vida se tornou uma loucura, eu nem sabia mais o que era deitar no sofá e comer batatas, assistindo o notícias ou séries. Sem preocupação, sem agitação... só eu, a comida calórica e a TV.

- Essa vida de sedentária... – sorri para mim mesma, enfiando na boca uma batata. – Tão... tão...

Antes de achar a palavra que me faltava, bateram na porta. Lamentando abandonar o sofá tão quentinho, a coberta macia... pus o chinelos, e fui até a porta, abrindo-a com desânimo. Ah, esse sentimento não durou muito não. Exibi um grande sorriso, quando dei de cara com Matt, um pouco sem jeito, com um objeto em mãos.

- Ér... Marie. – começou. – Hum... estou atrapalhando sua noite livre, eu sei, mas... é que eu esqueci de te falar algo. Você... tem que voltar ao tatuador semana que vem... e... toma. Uma lembrança por ontem. Eu... me diverti muito.

- Eu... também. – sorri, pegando o objeto que estava sendo entregue, por aquele cara que conseguia ser tão desajeitado... e tão... acanhado.

- Bem... boa noite então, amanhã a gente se vê. – e antes de esperar minha resposta, saiu pelos corredores.

Fechei a porta lentamente, analisando com atenção o presente que havia ganho. Um porta-retrato, com uma foto nossa juntos. Ele tirou de dentro do carro, enquanto eu estava dirigindo. Riamos.

Pus na escrivaninha do meu quarto. Dormi olhando para ela... lembrando do quanto o domingo foi divertido para mim.

Se eu fosse um mosquitinho... saberia que ele estava fazendo a mesma coisa. Deitado, pensando... o quanto podia se divertir... com as coisas mais simples e pura da vida.


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