Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 37
Orgulho feminino.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... talvez essa semana demore mais porque vou ter aulas de carro... e terei prova, OH GOD! Enfim... continuem comentando, adooro ler todos os comentarios, embora nao de pra responder todos de uma vez *-* e manda ver o/



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Eu e Mel ficamos a noite inteira tomando sorvete com chocolate. Tentamos falar sobre tudo, mas o assunto sempre caía nos meninos do Avenged. Aqueles filhos da puta do caralho que nos deixaram LARGADAS na boate.

E se tivesse algum bebum que quisesse nos violentar? A solução seria EU, EUZINHA, dar porradas com muleta.  Muletas essas que estava usando por culpa daquele Matthew lazarento!

Enfim, revoltas a parte... ou não...

Não preciso nem dizer que nós duas, no puro entusiasmo de se vingar daqueles três, planejamos maldades, muitas delas. Uma delas era castrar, mas seria clichê demais. Outra, pendurá-los pelas bolas, até pedirem perdão. A mais simples, talvez, fosse amarrá-los em trilhos de trem. Eficaz, talvez.

Foi por volta das sete horas da manhã quando recebi uma mensagem no celular. O número era desconhecido, mas quando vi, pude reconhecer de cara... que era Syn ou Zacky. Aquela mensagem desesperada de amante pego no fragrante... era óbvia!

- Mensagem deles. “TAMO FUDIDO, MARIE. AJUDA. VAMOS SER MORTOS PELO CORNO.” – li em voz alta. Mel deu um sorrisinho, acompanhando o meu.

- O que isso quer dizer?

- O marido de alguma delas pegou eles na cama.

- E o que faremos? – sorriu ainda mais, esfregando as mãos. Não pensei duas vezes na atitude que ia e deveria tomar.

- Meu celular está fora de área. – ri maldosamente, desligando o cel. – Vamos ver como eles se resolvem sem “moi”.

Respiramos maldade! Eu sei, vocês também respiram, e fariam coisas piores!

(...)

Por volta das oito horas, Mel foi embora. Fui pega por um sono muito bruto, visto que não tinha dormido nada, a noite toda. Esborrachei-me naquela cama quentinha e macia, e varei as duas da tarde. Acordei, dei uma espiadela nas horas. Pensei: “Ah não, vou dormir mais cinco minutos”. Ou cinco horas.

- Marie, Marie, já são sete horas da noite. Precisamos jantar. – gritou Mel, escancarando (de forma nada delicada) a porta do meu quarto. Dei um pulo da cama, caindo de cara com o chão.

- PORRA MEL! – berrei, tentando me virar. A perna não colaborava, se querem saber. – PRA QUE TANTO ESCÂNDALO?

- Foi mal... mas se eu deixasse, você dormiria o dia todo!

- MAS JÁ É NOITE CARALHO! AMANHÃ TENHO QUE ACORDAR CEDO. E QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? VAI PRO SEU HOTEL!

- Aí que você se engana, best linda! Mudei-me pra esse hotel, ahá! – riu Mel, batendo palmas.  O que me deixava mais puta era que eu, EU, com a perna toda fodida, tentava me levantar, apoiando-me na cama. E AQUELA VADIA, NEM PRA ME AJUDAR! .

- Uau, que foda, que legal, essa merda de informação vai mudar minha vida! – murmurei com notável sarcasmo, passando as mãos pelo rosto.

- Vamos jantar, vem, vamos.

- Calma criatura, preciso me arrumar.

- Você está ótima assim, vamos...

- MEL, SAI DO MEU QUARTO. ESPERA NA PORTA, QUE JÁ VOU. – berrei, tacando-lhe um travesseiro. Ela riu da minha cara de louca, obedecendo minha ordem.

Depois de aproximadamente uma hora (mulheres sempre demoram pra se arrumar, mesmo aquelas que não têm nada pra arrumar, como eu), apareci devidamente apresentável. Com o frio que fazia, me restou usar aquele casaco cheio de botões que comprei, uma meia-calça de fio bem grosso... e bota. A linda e poderosa bota.

Descemos pelas escadas, porque me neguei a ir de elevador. Lógico, vocês devem estar pensando “WTH? Como uma moça de muleta vai descer escadas?”. Pois bem, apresento-me, Marietta, a “fazedora” de coisas impossíveis tudo por causa de fobia idiota. Única pessoa que me fez perder aquela cisma com elevador foi Matthew. Ainda se valesse a pena salvar a vida daquele miserável!

TIRANDO MATTHEW DA CONVERSA... NOVAMENTE...

Depois de uma hora, chegamos lá embaixo. Não ficaria surpresa se não tivesse mais janta a ser servida... mas por sorte, tinha. Massas... com creme 4 queijos.

- Vou virar uma baleia! – sorri para Mel, que faltava saltar a língua de fora, depois da “caminhada”. Por uma parte, eu e ela podíamos ser diferentes, mas quando se falava de comida... AHÁ! Dava até vergonha, porque... umas três pessoas comeriam, com fartura, em nosso prato. Porra, eu estava morta de fome, e aquele friozinho caía como uma luva com massas.  

- Isso aqui está uma delicia! Achei que britânicos não comessem nada da Itália. – resmungou Mel, com a boca cheia de macarronada. Alguns ingleses, um pouco mais senhores, olharam feio para nós. Ou era o fato de estarmos falando português... ou por Mel ser uma porca.

- Franceses. Eles não gostam dos franceses, “mon amour”. – murmurei, tentando evitar aqueles olhares. Não adiantou. O garçom que nos servia lançou-me uma olhadela muito “fulminante”, depois de ouvir minha expressão. Ah porra, vai se fuder.

- Boa, ein Marietta? – riu Mel, que por pouco não se engasgou. Dei um longo gole no meu refrigerante e suspirei, tentando manter a pose.

- Fica quieta e come. De preferência, com boca fechada.

Por pirraça, Mel abriu a boca cheia de comida. Atitude tola, porque eu já estava acostumada com aquelas nojeiras. Joguei-lhe um guardanapo, para ver se ela sossegava. Até que deu resultado... se não fosse...

- Olha quem tá vindo aí. – sussurrou para mim, apontando sutilmente para a porta. ADIVINHA? CADÊ A FACA? CADÊ A FACA?

- Droga, essas facas de restaurantes não cortam... como vou conseguir ser homicida assim? – ironizei, esperando que Matthew, Synyster e Zacky se aproximassem da nossa mesa. Todos usavam óculos de sol. Deviam estar usando protetor genital.  ERA DISSO QUE ELES PRECISAVAM!

- E aí meninas... – começou Syn, acenando. – Como estão?

Mel, com a boca cheia de comida, só acenou. Eu sorri (falsa nada) e respondi, passando as mãos pelos cabelos:

- Ótimas. E vocês, onde estavam? Como foi a noite?

- NÃO ME FALA DESSA PORRA DE NOITE, por favor. – gritou Matt, puxando com força uma cadeira na mesa vizinha. Sentou-se no nosso lado, massageando a cabeça. Syn e Zacky continuaram de pé, sem graça.

- Ér... não tão... agradável. – murmurou Zacky, pausadamente.

- E pra que esses óculos? – perguntei, exibindo aquele mesmo sorriso falso e amarelo de quando você está a ponto de enfocar alguém.

- Dor de cabeça infinita, não tá vendo? – resmungou Matt novamente, erguendo a mão, acenando para o garçom. – UM CAFÉ, PELO AMOR.

- Com conha...?

- SEM CONHAQUE, CARALHO!

- Alguém por aqui está de ressaca. Isso, mandam ver no absinto, idiotas. – riu Mel, largando o garfo no prato. – Syn, querido, não quer acompanhar Matt e tomar um café? Com conhaque, talvez?

- Não... fala... de álcool... – pediu Syn, ajeitando os óculos. – Virei menino puro. Nada que chape.

- Atá. – eu e Mel dissemos em coro, levantando da mesa. Matt também levantou, erguendo os óculos para nos enxergar melhor. Tinha a marca de um soco em um dos olhos:

- Eu sei que amanhã temos reunião com o elenco e os diretores... mas... o que vocês farão por essa noite? Que tal a gente...

- Só em algum de seus melhores sonhos, Matthew Charles Sanders! – gritei, tacando um guardanapo (talvez aquele sujo por Mel) no peito dele. – Pra quê? Pra deixar-nos novamente sozinhas, na boate, somente com um par de muletas pra nos defender? Vá caçar sapos, senhor “macho alfa fodelástico da situação”.

Mel se juntou comigo e, finalizando meu discurso moralista-feminista, deu um tapa na cabeça de cada um:

- Isso pra aprender não trocar uma amizade que pode durar anos... por uma transa que durou somente algumas horas. – sorriu, afastando-se comigo. Ah, e antes de sairmos completamente, Mel gritou, sem nenhum pudor: - E QUANDO FOR PEGAR ALGUMA MULHER... CERTIFIQUE-SE QUE ELA NÃO É CASADA, SEUS IDIOTAS!

AAAAAH! Eu amo a Mel! Eu amo nosso orgulho feminino que ruleiou a situação.

Deixamos para trás aqueles três bocós, que recebiam olhares de todos os lados (lógico, a maioria dos britânicos são puritanos e tradicionais. Se o fato deles cantarem metal já influenciasse a “má” primeira impressão, agora tinha esse de serem amantes de mulheres casadas).

Matthew, irritado por toda situação, bateu na mesa, com as mãos fechadas:

- CADÊ A PORRA DESSE CAFÉ!?


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