Com a noite caindo, Matt e Lilith, Zacky e Baju, saíram de onde estavam. Enxugaram-se (porque estava fazendo um puta frio) e acabaram caindo na cama junto de Syn e Cammys. Ficaram lá por um tempo, falando merda, até que adormeceram. Só foram acordar na manhã do dia seguinte, com um berro vindo do andar de baixo:

- Querida, cheguei.

- QUERIDA? QUEM AQUI É CASADA!? – murmurou Zacky, esfregando os olhos. Estava mais lúcido, mas com dor de cabeça dos diabos. Ou melhor, todos eles estavam. Uma mistura de absinto com friagem não é muito saudável.

Cammys levantou a mão, acanhada. O trio de rapazes entrou em desespero, tentando achar a roupa largada por todo canto. Bem feito, bem feito para eles.

- COMO VOCÊS FAZEM UMA ORGIA NUMA CASA ONDE A MULHER É CASADA, PORRA? – gritou Syn, andando em círculos. Cammys tentou se defender, levantando-se em um pulo. Baju e Lilith o mesmo fizeram, assustadas.

- Meu marido tinha ido viajar... – explicou. – Ele viaja e passa muito tempo fora.

- MATT, NÓS VAMOS MORRER CARA, FUDEU, FUDEU! – gritou Syn desesperado, andando de um lado pro outro, tentando chacoalhar os ombros do amigo. Lógico que não conseguia, ele não ficava parado.

– É só enfrentar ele. – propôs o mais alto, cruzando os braços. – Não sou forte desse jeito pra fugir de briga. QUE VENHA!

Zacky e Syn vibraram, batendo palmas. Fizeram pose de mal, apoiando a decisão de Matthew.

- Três contra um. Ele encara?

- Syn... ele anda com uma arma. É promotor.

A expressão bovina no rosto dos três foi algo impagável.

- FUUUUUUUUUDEU CARALHO, FUDEUUUUUUUUU! – berraram, correndo para pegar as roupas do chão. Cammys, acenando para a varanda, explicou que havia uma árvore que eles podiam descer, e chegar aos jardins. E lá foram eles, fazer o que foi aconselhado. Fugiram todos peladões, arranhando-se com os galhos e cascos da árvore. Matt segurava a dor, mas Syn...

- CARALHO, O MEU PINTO! – berrou, soltando o galho que estava pendurado. Caiu a uma altura considerável, levando os outros dois junto dele. Nada muito grave, lógico, visto que já estavam perto do chão.

- FILHO DA PUTA, VAI TOMAR NO CU CARALHO! – xingou Matthew, levantando-se num pulo. Tentou vestir a roupa, mas estava nervoso demais. Sua mão tremia. – Eu sou um idiota! Olha onde me meto, tudo por causa de mulher. INFERNO!

- O pior está ainda por vir... – sussurrou Zacky, tentando calçar uma camisa (isso mesmo, calçar a camisa). – Se não morrermos na mão do tal promotor... morreremos na mão da Marietta e da Mel. Lembram?

- Estamos fudidos da mesma forma. – lamentou Syn, corado. – Cara, que a gente faz?

- Vamos vestir nossas roupas e... ir até o portão. Pronto, saímos sem balas! – sugeriu Matthew, com energia. E lá foram os três, novamente, tentarem se vestir, para fugir. Só que, ao chegar perto dos portões, adivinha? AHÁ, estava trancado.

- Liga pra Marietta, liga pra Marietta. – gritou Syn, voltando a andar em círculos.

- Ela não vai atender.

- Manda mensagem, Matt! MANDA!

- ELA VAI MANDAR A GENTE TOMAR NO CU!

- MANDA, ZACKY, MANDA!

Zacky, pegando o celular com dificuldade, abriu-o. Escreveu o tal SMS, enviou-o cheio de erros e suspirou, lamentando ter saído antes de se despedir de Baju. Mas seu pensamento foi bruscamente dissipado. Eles não estavam mais sozinhos.

- Quem está aí? – gritaram de longe. Seria a hora certa de dizer que os três estavam com o cu na mão?