Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 143
I'll find you somewhere.


Notas iniciais do capítulo

Bem, o Nyah tá bugando, então vamos ver se posta dessa vez. Beijos para Cammys que voltou e beijos para a Karine que hoje receberá parte de seu premio relativo ao concurso. Se houver algum erro... ignorem HSAUHS pra variar. Boooa leitura, e peço muuuuuito que comentem... esse cap é realmente importante pro final da fic. A MUSICA TEMA DE HOJE È SOMEWHERE DO WITHIN TEMPTATION



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PS: esse capítulo está com problemas na formatação, NÃO saiu o hifen. Logo, não me xinguem, HHHSAUSHA.


Não sei, mas eu devia estar morrendo. Minha vista ficava cada vez mais nublada, embora eu quisesse ficar bem sã para saber o que aconteceria. No calabouço que me aprisionaram, convivi os cinco dias inteiros com uma pessoa: a prostituta a qual Matthew se relacionava, a traficante Giulia.

Olhava para mim com expressão triunfante. Agia como se eu fosse seu troféu. Isso, um troféu da vingança obtida, de um companheiro vingado... como se isso resolvesse muita coisa. Coitada dela... ela acha realmente que minha morte atingiria tanto a Matthew? Se fosse Syn no meu lugar, seria bem mais válido.

No primeiro dia, ela não conversou. Ficava me fitando, apreciando a cena de sua inimiga de tabela estar toda amarrada, tremendo de frio. Naquela noite, senti muita febre, e meu corpo todo se contorcia de dor.

No segundo dia, veio acompanhada de um homem. Esse, que me agarrou pelos cabelos, gritava o quanto lamentava ter que matar uma mocinha tão gostosinha como eu, mas era necessário. Talvez se a traficante não estivesse ali, ele fizesse coisas piores comigo.

No terceiro, que por mais que sentisse que a ferida em minha barriga estava cada vez mais aberta, decidi apelar: comecei um diálogo. Sou louca? Que nada, foda-se, se eu fosse morrer (o que era quase certo) deveria fazer algumas antes, como mandar aquela vadia tomar no meio do olho do cu!

Acha realmente que assim se vingará de Matthew? debochei rindo, corando com violência. Acho que você se enganou, cara.

Manteve-se em silêncio, à princípio. Analisou-me por um tempo e acabou murmurando, com um meio sorriso:

Pesquisei muito antes de achar o alvo certo.

Como sou o alvo certo? Não sou nada mais que uma caipira que Matthew teve contato e nada mais.

Ele sempre quis que você morresse, minha cara. Confessava isso todas as noites, enquanto estava do meu lado. provocou, com audácia, tentando captar de mim alguma alteração de humor. Enganara-se totalmente: aquilo que falara não era novidade.

E? Você está fazendo um favor, não uma vingança.

Giulia afrouxou os olhos, um pouco surpresa. Talvez não esperasse muito de mim, uma moribunda caipira e fodida. É minha filha... eu poderia até morrer, mas morreria com todos meus palavrões em dia. Bem na sua fuça, desgraçada. E aproveitando a brecha, continuei, com empolgação:

Uow! Que vingança, Giulia! O cara mesmo sempre quis que eu morresse... e você pra se vingar, dá esse presentão? Talvez você queira garantir que ele te arrombe mais algumas vezes, depois da minha morte. Realmente, Matthew deverá muito a você.

Shadows passa uma imagem tão forte... mas é fraco. Não levaria adiante o plano de dar um sumiço em você.

Nem precisaria, eu já sumiria sem ele pedir. Foi o que fiz por esse tempo todo.

Pior coisa para Matthew será a culpa, o remorso por ter sido causador da escritora que... por mais que odeie...

Meu Deus, isso está tão Pinky e Cérebro. Garota, até eu sei me vingar melhor. Vamos... perca o tempo dizendo qual o plano maquiavélico que você vai seguir. Eu quero rir.

Giulia me deu um tapa no rosto, me derrubando da cadeira. Acabei gargalhando, já um pouco alucinada, balançando a cabeça. Continuei a ofendê-la a modo que as agressões intensificavam. Eu sentia meu rosto queimar e meu nariz sangrar... mas minha boca, essa realmente estava aberta, muito por sinal. E minha língua, afiada, por mais que eu a mordesse em consequência aos socos e a tremedeira da febre.

Não sei quanto tempo demorou, mas um cara chegou ao quarto. Puxou Giulia para longe de mim e gritou um VOCÊ QUER MATÁ-LA? NÃO PODEMOS FAZER ISSO. NÃO AINDA!.

Que legal, meu prazo já estava definido e eu não sabia. Que excitante a minha vida, não é mesmo pessoal?

No quarto dia, acordei pior. As agressões de Giulia surtiram efeito... embora eu não sentisse mais dor nenhuma. A barriga, com uma ou duas balas alojadas, sei lá, não dava mais sinais de sangramento. E minhas pernas, cada vez mais difíceis de movimentar, travavam.

Ah, foda-se. Já estava tudo fudido mesmo. Foda-se mais uma vez.

Mas aqueles filhos da puta dos bandidos não queriam entender o meu foda-se. Ao contrário, estavam dispostos a tornar tudo bem pior para mim. E fizeram isso, quando ordenaram que eu ligasse para Matthew pedindo resgate.

Nem preciso dizer o que fiz, né?

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! OH CEUS, SEUS IDIOTAS!

Digo e repito: queria mais que tudo se fodesse. Onde já se viu, uma vítima falar isso para um bandido? Oh não, eu não seria um vítima e sim a pedra no sapato de todos. Dificultaria o máximo... como aqueles espiões dos filmes fazem. Morro na tortura, mas não conto porra nenhuma.

Tá, comparação idiota, mas levem em consideração.

A reação daquele bando de bocós? Me agrediram... mas acabaram desistindo. Apelaram para Giulia, que não tão atrevida como eu, obedeceu.

Olá meu querido, sentiu saudades de mim? começou. Previ que Matt fosse dizer um Vem cá que eu te fodo novamente, gostosa, mas para minha surpresa, acabou imitindo um grito bem sinistro. A traficante riu, colocando a ligação em viva voz.

MATTHEW, DESLIGA ESSA PORRA! acabei berrando, sem querer. Dois caras apontaram a arma para mim, enquanto Giulia ria, aproximando o celular de mim.

Matthew, você deve estar cheio de remorso. A garotinha que você queria tanto que morresse... vai salvar sua vida. Como é se sentir uma bosta, hum? continuou, arqueando as sobrancelhas. Vamos Matthew, diga algo.

Eu vou acabar com sua raça quando te encontrar, sua maldita.

A voz dele fazia tão bem. Sempre quis que... fosse a última coisa que eu ouviria antes de morrer. Talvez o momento houvesse chego. Ou não.

Ui, que medo do grande poderoso Matthew, o cara que possui mais complexos que um nerd magricela do colegial. Você é tão fraco... só se salva na cama. Aí sim, você sabe realmente como fazer uma mulher se sentir mulher. Ah, me desculpe... a jovem Marietta não pode ouvir isso. Ela não teve a chance de provar de um homem como você. E talvez nunca tenha, se você não fizer o que eu mandar.

Na hora que imaginei Matthew fazendo sexo com aquela desgraçada, acabei sentindo ânsia de vômito. Não demorou muito para que eu soltasse meus bofes para fora, com um urro abafado de dor. As coisas estavam piorando.

Marietta, por favor, espere, eu vou te buscar! gritaram pelo telefone. Giulia continuou com seu tom de deboche, e instruiu:

Sábado, às 10 horas da manhã, a praça de sempre. Você sabe qual. Três milhões de euros e três passagens para os Estados Unidos. Você, apenas. Estaremos em um carro preto, parado na rodovia principal. Você vai surgir e nos seguir até o lugar do acordo. Se surgir mais alguém... Marietta morre, como todos os outros que estiverem por perto. Se a polícia for notificada, vai ser pior. Sei onde sua família mora, e todas as pessoas que você ama. Quer realmente dificultar nossa negociação, ou vai ser bonzinho?

Olhei para a janela, a única a permitir que um pequeno feixe de luz iluminasse o lugar. Eu sentia que... meus olhos estavam se fechando. Estavam fracos, como meu corpo todo. A crise de vômito não veio em uma boa hora. Soltara o único alimento que eu mantinha na barriga. Não sabia o que era comer desde meu aniversário.

Não aguentei esperar pela resposta. Cai, com os olhos fechados e as mãos dormentes. Minha vida já estava no limite.

O som alto chamou atenção de Matthew que, pelo telefone, perguntou o que estava ocorrendo. Giulia negou explicar a situação, e refez a pergunta: iria ajudar ou permitira que as pessoas amadas morressem?

Com frieza, ele só respondeu, antes de desligar o telefone:

Tudo que mais amo está com você nesse momento. Não vou posso perder mais nada.

Apaguei.


(Terceira Pessoa Matthew)


Matthew arremessou o celular contra a parede, dominado por uma crise incontrolável de raiva. Agarrou as primeiras coisas que viu pela frente e quebrou, com agressividade. As mãos sangravam por conta de um copo de vidro que estatelara, no momento da negociação.

MALDITA. DESGRAÇADA! EU VOU TE MATAR, GIULIA, EU VOU TE MATAR! berrava, descontrolado.

Melissa, naqueles dias, não sabia fazer nada além de olhar para o teto, deitada no sofá. Não chorava e nem esboçava qualquer reação. Nem mesmo quis explicar a situação para os pais de Marietta, que ligaram desesperados querendo saber notícias da filha. Quem foi incumbido de acalmá-los foi Zacky:

Calma senhor, a Marie ficará bem.

COMO MINHA FILHA FICARÁ BEM? A CULPA É DE VOCÊS QUE DEIXAM MINHA FILHA NA PERDIÇÃO, VULNERÁVEL!

Eu só lamento. resmungou, ouvindo com paciência todas as ofensas. Até que entendia o lado dos Genoom. O medo de perder a filha era maior que qualquer coerência. E tudo piorava pelo fato de não poderem ir à Londres acompanhar as negociações de resgate de perto, já que possuíam problemas de saúde que complicariam com a viagem. E nem mesmo os aeroportos permitiam que isso ocorresse.

Brian, o único psicologicamente estruturado naquela casa, era responsável por passar as informações à polícia, de forma secreta. Era óbvio que aquela balela de não fale para a polícia não iria adiantar. Era necessária forças maiores para intervir naquele sequestro, que já tomava proporções maiores que o projeto original.

E Matthew definhava aos poucos com isso.

Minha culpa, sempre minha culpa. murmurava, enquanto Syn, que já havia notificado a polícia do pedido de resgate, tentava arquitetar um plano com o investigadora.

O grupo é pequeno, e sendo que apenas três passagens foram exigidas... acredito que dê para fazer dessa forma: Matthew vai passar pela rodovia principal, e seguirá o carro preto até a praça. Estaremos esperando nas encostas, perto do túnel para o subúrbio. sugeriu Karine, pegando o celular da bolsa. Temos que esquematizar muito bem... qualquer erro pode ser...

Matthew a interrompeu, com um aceno. Levantou-se, passou a subir as escadas e gritou lá de cima, eufórico:

Saberei cuidar bem de minha menina. Não vou perdê-la novamente.

Karine não entendeu o que Matthew queria dizer. Na verdade, ninguém entendeu. E nem era necessário... o estado do cantor era pior do que imaginavam, então tudo que falava tornava-se compressível, embora indecifrável.

A culpa o atormentava dia após dia. Lembrava-se das ameaças, das brigas, de tudo de mal que havia feito para a jovem caipira. Agora estava ali, arrependido, querendo que tudo se resolvesse.

Mas havia esperança. Ela não estava morta. Como pudera ouvir pelo telefone, Marietta estava sóbria, conseguia falar. Então, se tudo desse certo (e esperava que isso acontecesse), sábado voltaria a tê-las nos braços. E teria tanta coisa para dizer, para se desculpar!

Mesmo que destinado à solidão, não lhe cabia o direito de ser tão cruel e machucar com tanta intensidade a pequena criaturinha.

Sorriu, fazendo planos. A levaria para jantar... e cantaria sua música favorita. Voltariam para casa em seu carro, e se despediria com um beijo no rosto e um boa noite, te vejo no café!. Mesmo não sendo namorados, era do afeto que precisava. Apenas uma forma de saber que ela estava presente na sua vida.

A foto no porta-retrato tomava vida todas as noites. A maravilhosa noite que... por uma única vez na vida, soube o que era fazer amor com uma pessoa. Sentia um arrepio só de pensar.

Marietta era vida.

Como conseguiu ser burro suficiente para esquecer disso? Como conseguiu ser burro o suficiente para entregar sua felicidade nas mãos erradas?Como foi burro suficiente de permitir que Marietta estivesse longe de sua proteção?

Não são essas atitudes que grandes guerreiros tem para com suas princesas...

Perdido na escuridão

Esperando por um sinal

Ao invés disso só há silêncio

Você não pode ouvir meus gritos?

Preciso saber onde você está

Mas uma coisa é certa

Você está sempre no meu coração

Eu te encontrarei em algum lugar

Eu continuarei tentando

Até o dia da minha morte

Eu só preciso saber

O que quer que tenha acontecido

A verdade libertará minha alma

Onde quer que você esteja, não vou parar de procurar

Seja o que for necessário, eu preciso saber.



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