Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 138
A escuridão (31 de julho)


Notas iniciais do capítulo

PARABENS PRA LEITORA KARINEEE QUE ACERTOU O QUE ACONTECERIA NA FIC! AEEE FLOR, logo logo você surge na fic, hoho. Você não vai se arrepender, BOTA FÉ EM MIM HAHAHAHA!
Bem, devo confessar que nesse capitulo, na hora que a Marie está com o coração palpitando, o meu tambem começou. Ficou tão ansiosa que achei que fosse passar mal, mesmo sabendo o que iria acontecer! HUSAHHSUHUA sou estranha, bjs. ENTÃO, BOA LEITURA!
TRAGÉÉÉÉDIAS



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Dia 31 de Julho, 20 horas, boate “Mega Metropolitan”.


(Terceira Pessoa)


Synyster andava de um lado para o outro, com o celular em mãos. Melissa e Zacky estavam de seu lado, fiscalizando se Marietta não estava se aproximando.

O pior acontecera: Matthew não iria à festa. À própria festa.

– Aquele filho da puta. Nossa caralho, vou matar ele. – esbravejou Synyster, dando um chute na mesa. – Todos nossos amigos estão aqui, e ele diz simplesmente que não vai poder sair?

– O que ele exatamente disse? – perguntou Melissa, no mesmo tom púrpuro que o namorado. Temia que a melhor amiga soubesse do ocorrido. Queria poupá-la de mais um estresse.

– Que aconteceram imprevistos e que não poderemos sair. E desligou o celular... e agora... não atende essa porra. Nossa que filho da PUTA! FILHO DA PUTA! VAI PRO CARALHO, MATTHEW SANDERS! VAI PRO CARALHO!

– Calma amor... oh meu Deus, Marie vai ficar tão... tão... decepcionada. Ela estava pretendendo fazer as pazes com aquele idiota. Puta man, o que aquele seu amigo tem na cabeça?

– Merda, só isso. Calma... ela tá se aproximando, disfarça que eu me ajeito. – apressou-se em dizer, escondendo o celular no bolso. Forçou um sorriso amarelo, agarrando Melissa pelo braço. Zacky também virou o rosto, passando as mãos pelas bochechas coradas.

Se Marietta soubesse da mais nova putice de Matthew Sanders, com certeza daria um surto. Pior do que os anteriores, e de conseqüências mais drásticas. Era bom não correr o risco.


(Primeira Pessoa).


Syn, Mel e Zacky estava em um canto afastado, cochichando. Como anunciei minha chegava, com aquele barulho irritante do salto, trataram de disfarçar, talvez, querendo omitir alguma coisa de mim.

E arretada do jeito que sou, acha que permiti uma coisa dessas? Necas. Tratei de questioná-los, com os braços cruzados.

– Aconteceu algo?

– Algo? Não... obviamente não... – mentiu Syn, evitando um contato visual. Atá, se eu não conhecesse aquela praga há tempos, talvez ele pudesse me enganar. Prova disso, que me aproximei, com a cara fechada:

– Vão me esconder as coisas mesmo?

– Não Marie... é que... Matthew...

– Matthew? – interrompi, agitando as mãos. – Algo com Matthew? Algum problema?

Os três se olharam por algum momento.

– Matthew está se sentindo mal. – desembuchou Melissa, cortando Syn, que fizera menção de falar. – Noite passada comeu a pizza estragada e agora está meio enjoado... acho que ele não vai poder vir.

– Poxa, sério isso? – tentei confirmar, para ter certeza que não era mais alguma brincadeira ou mentira daquele trio. Eles, ainda desconcertados, balançaram a cabeça. – Nossa... e a festa?

– Eu expliquei pra ele... ficou mega chateado. Mas... disse que depois é pra levar um pedaço de bolo... ou que, se ele se sentir melhor, vai vir. Só não podemos cancelar... estão todos aqui. Vamos ver que desculpa mais digna daremos... – continuou Syn, entrando no joguinho de Melissa, que parecia um pouco mais aliviada.

Apenas assenti com a cabeça, afastando-me aos poucos.

Não tinha palavras de descrever minha decepção. Poxa... justo naquele dia, Matthew tinha que ficar doente? Lógico também... fica bebendo e comendo como se fosse sair de moda. Era óbvio que mais cedo ou mais tarde, teria uma intoxicação.

Vocês devem imaginar que eu ficaria puta, né? Era essa minha reação, a tudo que envolvia aquele Ogro Maldito que completava seus 31 anos. Mas no dia em questão, minha putice foi substituída por uma preocupação, e pela necessidade de poder ajudá-lo. Não era justo passar o aniversário em uma cama, com náuseas, ou no banheiro, mandando até alma descarga a baixo.

De súbito, uma ideia viera à cabeça. Olhei para a porta da cozinha, em que alguns cozinheiros mexiam no confeito de um bolo negro. Aquele bolo, no caso, era o que Matthew ganharia, caso estivesse ali.

E... se eu levasse um pedaço para ele e... e...

– Oh que ideia maravilhosa! – gritei, dando alguns pulinhos acompanhados de palmas. – Posso levar um pedaço de bolo para Matthew! Assim... posso achar uma desculpa para ficar com ele nessa data tão importante.

Infantil? Imaturo? Totalmente irracional? Bem vindas ao meu mundo, pessoas. Sou tudo isso quando se trata do amor da minha vida. Porque, inegavelmente, aquele ogro engibizado era a pessoa mais importante para mim. E, mesmo que não fosse correspondida, estava contente com apenas um sorriso, ou abraço. Só que, a necessidade de mantê-lo perto de mim era mais forte. E... talvez naquela ocasião, tudo se ajeitasse, sim? É! Ajeitaria! Eu... poderia... me reconciliar... para voltarmos a ser amigos, a falar merda, a comentar de basquetebol e de outras coisas que não me recordo no momento...

OH SIM, que ideia magnífica. Talvez a mais perfeita de todas.

Eufórica, parecendo uma criança ao encontro de seu namoradinho da escola, corri para a cozinha, furtando um pedaço de bolo sem que ninguém percebesse.

Guardei em um pote descartável. Sai de fininho, olhando para os lados. Se meus amigos vissem o que eu estava fazendo, capaz de me descerem o esporro, por deixá-los ali, sozinhos, para acompanhar Matthew, que caçara seu próprio mal estar.

Não importava isso no momento. Importava que eu não deixaria Matthew sozinho em um dia tão especial. Porque, francamente, não é todo dia que um homem daquele chega em forma aos 31 anos. E bota “em forma” nisso. TÁ, PAREI, juro que parei, mas vocês concordam que eu sei, suas horrorosas.

Peguei um táxi por volta das 21 horas, e cheguei ao nosso lar vinte minutos depois. Tudo silencioso, a princípio. Todas as luzes estavam apagadas... exceto a do quarto de Matthew.

De certo, deveria estar lendo ou navegando na internet, como sempre fazia.

Entrei de mansinho, sem bater a porta. Não queria fazer barulho. Larguei a bolsa sobre a mesa, fui até a cozinha, e ajeitei o pedaço de bolo em um prato mais “apresentável”.

– Deve haver alguma velinha por aqui, eu me lembro... – murmurei, abrindo as gavetas do armário com rapidez. Mas nada da tal velinha. – AH, foda-se... vai assim mesmo.

Subi as escadas rapidamente. Talvez eu estivesse tentando acompanhar meus batimentos cardíacos, que estavam cada vez mais acelerados.

Parei-me defronte sua porta. Ergui a mão para bater, mas não o fiz. Olhei para os lados, e estalei os dedos da mão desocupada, pensando no que falar.

“Um feliz aniversário? Parabéns? Eu te amo? Não... vai, abre a porta e vê o que você fala... no improviso tudo é melhor”, pensei comigo mesma, abrindo a porta de uma vez só.

Mas, diferente do que eu imaginei, não esbocei aquele sorrisão, acompanhado de um “FELIZ ANIVERSÁRIO”. Nem apresentei o pedaço de bolo, como se isso fosse melhorar sua intoxicação.

Emiti um grito abafado, deixando o bolo cair no chão. Meus olhos, sem ao menos piscar, presenciava a cena mais desagradável e esdrúxula de toda minha vida.

Por essa eu não esperava.


(MÚSICA TEMA: Tonight The World Dies - Avenged Sevenfold)


Matthew transava com uma vadia ruiva, em sua cama, enquanto carregava um cigarro na mão. Seus olhos, visivelmente vermelhos, fitaram-me. E o cheiro, aquele cheiro insuportável, inundava o quarto e o corredor.

Por algum tempo, não esbocei qualquer reação. Estava em choque diante daquela situação tão ridícula e constrangedora.

– Marietta! – berrou, largando a bunda daquela desgraçada, que tentava se trocar com rapidez. Ele ria, balançando a cabeça, totalmente brisado. – E aí? Quer um?

– Só quero arrancar o seu coração... da mesma forma que você fez comigo. – rosnei entre os dentes, mudando o foco do meu olhar. Fitei aquela vadia desgraçada que saía de fininho do quarto, como se tivesse medo que lhe agredisse ou algo pior. Simplesmente acenei, exibindo um sorriso irônico. – Pode ir... volte sempre. Não estarei aqui para ver essa sua cara de vadia no cio.

– Ow, fica quietinha aí... ela me deu muito prazer essa noite... – gargalhou Matthew, levantando-se da cama, meio cambaleante. Vinha em minha direção, mas me afastei, a ponto de encostar-me à parede.

– Nunca imaginei que você fosse chegar tão baixo. – murmurei, acirrando os punhos. – Chegou ao ponto de convidar uma vadia pra nossa casa, e acompanhando a farra total, trouxe drogas e bebidas. Você está drogado, olha seu estado! Mentiu pra mim e pra todos.

– Qualé Mariettinha, tá irritada porque não era você quem eu estava comendo? Pode vir, aguento mais uma... – disse, aproximando-se cada vez mais. Tentei acertar-lhe um soco, mas não consegui. Já estava sendo agarrada por dois braços mais fortes que os meus.

– ME LARGA MATTHEW!

– Vai fugir de mim? Não é isso que você queria, que eu fizesse com você o que eu fiz...

– MATTHEW, ME SOLTA! – berrei, sem poder fitá-lo nos olhos. – SE VOCÊ OUSAR TOCAR EM MIM, EU MATO VOCÊ.

– Uauá, eu devo ter medo da PODEROSA Marietta!? – revidou, apertando-me com mais força.

– ME LARGA MATTHEW SANDERS! VOCÊ É A ESCÓRIA DESSE GRUPO. SÓ TROUXE DESGRAÇA PRA GENTE. ESPERO REALMENTE QUE JIMMY ESTEJA VENDO O QUÃO PODRE VOCÊ SE TORNOU. VOCÊ NÃO VALE NEM MESMO UMA MERDA, SEU DROGADO!

Matthew não gostou por eu ter citado Jimmy na história. Prova disso foi que tentou me beijar, mesmo a força, por mais que me debatesse. E, aterrorizada pelo o que aconteceria naquela noite, decidi apelar. Levantei o joelho com força e acertei-lhe as partes íntimas, aproveitando a brecha para correr. Pediria ajuda a alguém... porque se eu continuasse nessa casa, algo ruim poderia acontecer.

Mas não deu tempo.

Logo que cheguei ao início da escada, Matthew voltou a me abordar, agarrando-me com uma mão só pelo cabelo. Desequilibrei-me no degrau, jogando os braços para trás. Se Matthew me soltasse, eu rolaria escada a baixo. Rolaria todos os mais de trinta degraus, ou mais de dois ou três metros de altura, sei lá.

– E agora, o que você vai fazer? – provocou, puxando-me com mais força. – FALA ALTO!

– Aproveita a chance. Solta meu cabelo. Mate-me. Você queria que eu morresse, não?

– Boa ideia. – riu, segurando-me com o outro braço. Voltei a ter equilíbrio, e mesmo que me soltassem, não cairia mais. – Mas seria fácil.

– Só uma coisa, Matthew: você vai se arrepender do que fez essa noite comigo. – ameacei, percebendo que meus braços já estavam dormentes de tanta agressão. Porque, por mais que me doesse falar isso, estava sendo agredida. - E se eu for pro inferno, você vai junto, SEU DEGRAÇADO!

– CALA A BOCA! – gritou, empurrando-me com força. Segurei-me em seu braço, mas não foi suficiente para evitar a queda.

Cai para trás, junto de Matthew. Sentia que cada degrau que batia em meu rosto e em meu corpo, correspondia a uma facada. Como se estivesse sendo morta aos poucos. E, que quando eu me estabilizasse no chão, cairia em uma escuridão infinita, sem chances de volta.

E que venha a escuridão.


(Terceira pessoa)


Marietta e Matthew caíram pelas escadas, agarrados um ao outro. Mas, perto de seu final, o rapaz se soltou, agarrando-se no parapeito. Já ela, continuou a rodar, até chegar ao chão, com os braços e o rosto ferido.

Seus olhos mantiveram-se fechados.

– E aí, achou divertido? – riu Matthew, tentando se levantar, achando muito divertida aquela brincadeira com a amada Marietta.

Teriam história pra contar. Que após uma briga bobinha, rolaram escadas abaixo, e que em breve, riram do acontecido, expondo a cena para todos os amigos.

Mas acabou fazendo uma careta de dor, ao esticar o braço. Só que, mesmo diante da gravidade do acidente, continuou a gargalhar, descendo as escadas com dificuldade.

Aproximou-se de Marietta e cutucou-a com o pé.

– Deixa de graça... você não está morta.

A moça não respondeu.

Matthew tentou reanimá-la por mais uma três ou quatro vezes, mas o corpo inerte no chão parecia morto.

Por um minuto de desespero, ajoelhou-se ao seu lado. O efeito da maconha deveria estar passando... ou só dando sinais de seu efeito inconstante.

– Você não está morta. – repetiu, virando-a. Assustou-se com a cena que se deparara e, apavorado, afastou-se, com a mão na cabeça.

O rosto de Marietta estava sangrando. Sua coluna, torta com a queda, parecia ter dado um “nó”, se assim podemos dizer. As pernas pareciam mole, ainda apoiadas no último degrau.

– NÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ MORTA. – gritou, sentando-se do outro lado, enquanto um misto de desespero e irritação o dominara. As risadas, cada vez mais altas, demonstravam sua confusão. Já não era mais dono da sua razão.

– Não, não, não... não! NÃO, não... – repetia, balançando-se, enquanto as lágrimas caíam.

Rezava, mesmo sem saber, para que alguém chegasse logo. Precisava de ajuda. Não podia carregar a culpa de ter machucado sua pequena Marietta, a escritora que tanto amava.

Não podia carregar a culpa de... trazer a sua vida mais uma tragédia.

Não... posso... perdê-la.

E lá fora, a chuva caía. E a escuridão tomava conta.


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