Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 103
O retorno de Melissa.


Notas iniciais do capítulo

Olá caras leitoras. Fiquei meia "chateada" pelo ultimo capitulo ter tido muuuuuuuuito pouco review, mas era que não dava pra escrever algo com mais climax mesmo. Mas... não sei se é boa ou má noticia... mas não estou mais trabalhando. Estava há quase 3 meses, mas eles precisam de alguem com experiencia pro fim do ano, e como eu nunca trabalhei... acabei dançando ontem :// Bem... se isso me consola, estudarei o diiiia todo pro vestibular, minhas provas estão chegando. Então... como acontecia antes, terei minha hora de almoço dos estudos... pra escrever. Logo, voltarei postar todos os dias, felizes? ^^ Espero que sim.
Espero realmente que vocês comentem esse capitulo, fiz inspirada na minha depre de ter o primeiro sabado sem trabalho... e... vamo que vamo, né? A vida segue.



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Passaram-se três dias infernais naquele hospital. Nada de alteração do quadro clínico de Melissa e nada de alteração no humor do cão de Brian e Matthew (esse último, sinceramente, não tinha nem motivos para estar assim. Frescura no rabo, fato).

Enfim, vamos ao importante: o estado da minha melhor amiga.

No quarto dia, logo pela manhã, eu e Zacky (enquanto Matt e Brian tomavam café no térreo) percebemos uma agitação suspeita no quarto de Mel. Dr. Connor entrava e saía, sem sequer olhar para os lados.

Lahrissa, sua esposa, ficava todo momento lá dentro, tendo saído só uma única vez, e retornado alguns minutos depois.

- O que está havendo? – cochichei a Zacky, tentando disfarçar o olhar. Já ele, desengonçado e escandaloso como sempre, disse em bom tom, com os olhos arregalados:

- Será que a Melissa morreu?

Não pensei em nenhuma outra atitude a não ser tapeá-lo com entusiasmo, por dizer coisas tão idiotas, numa hora não tão propícia. Só depois (bem depois) cheguei a pensar se ele não estava certo. E se... e se... Melissa houvesse piorado, e todos estavam tentando reverter seu estado tão crítico?

- Cara, por que me bateu? - resmungou, massageando o braço, enquanto eu fixava o olhar na maçaneta da porta. Bem... se corresse rapidinho, ninguém, nem mesmo Zacky, poderia me impedir de saber o que estava acontecendo.

Mas... eu podia ver Mel morta. Ou quase morta.

“Foda-se, eu preciso saber que está acontecendo nessa porra. E não, isso não é curiosidade jornalística.”, pensei comigo mesma, dando um salto da cadeira. Zacky, ao perceber minhas intenções, tentou me pegar, mas acabou caindo no chão, por ter pego nada além que vento.

Corri, corri feito uma maluca, em direção a tal porta (que, por detalhe, parecia mais longe do que realmente era). No fim do corredor, vi que Matt e Brian se aproximavam, e ao me verem tão pertinho do quarto, berraram:

- Não Marietta!

Agora, pensem bem: eu, Marietta Genoom, ouço alguém quando estou decidida?

Quem respondeu sim, é um completo idiota que não presta atenção em nada que escrevo nessa porra. Quem disse não... parabéns, você entende o quão doente sou.

E o que eu fiz? Simples: sem cerimônia alguma, num estrondo ensurdecedor de quando alguém se choca contra um carrinho de comida... entrei no quarto.

- Então eu gritei: “Não Marie, isso não é cocaína, é minha insulina!” – ria Mel, sentada ao lado de Lahrissa, gesticulando com as mãos (ainda ligadas aos aparelhinhos e mangueirinhas). Ao ser interrompida com minha entrada triunfal (isso, de derrubar tudo no chão), olhou para mim, com um sorriso de orelha a orelha:

- MARIETTA! Achei que fosse morrer sem falar que você me deve dois euros.

É nessa hora que uma pessoa PERDE o juízo RESTANTE.

- DOIS EUROS? DOIS EUROS, MELISSA PRADO? VOCÊ NÃO MORREU? POIS BEM, AGORA EU VOU TE MATAR ENFORCADA! – berrei, tentando avançar nela com as mãos esticadas. Lahrissa me barrou no caminho, quase tropeçando nos pratos caídos no chão.

- Calma. – esse “calma” de doutores e derivados são expressões que nos emputessem ainda mais.

- Calma? CALMA O CARALHO. Melissa Prado, essa foi a PUTAGEM mais tensa que você fez comigo. Não só comigo, como com aqueles tontos lá fora que faltam morrer pra saber sobre você. E o Brian, puta que pariu, quase teve um revertério, tudo porque você é uma irresponsável que decidiu fugir SEM LEVAR O CARALHO DA INSULIIIINA! QUER BANCAR UMA MARIN DA VIDA? VAI, MAS PELO AMOR DA PUTA QUE TE PARIU: LEVA O REMÉDIO, E DE PREFERÊNCIA, NÃO SE EMBEBEDA. SABIA QUE VOCÊ PODIA TER MORRIDO, SUA LOUCA? EIN? SORTE QUE PERDEU SÓ O DEDINHO.

- Perdi o dedinho? – questionou, olhando automaticamente pro pé. É, fui a primeira a lhe dar tão “boa” notícia. – Poxa vida.

- Poxa vida, é, poxa vida, sua vadia de quinta! – esbravejei, afastando os cabelos do rosto.

Tá, foda-se, era minha forma de demonstrar toda a tensão reprimida daquela semana. E, também, a felicidade de vê-la bem, com aquelas brincadeiras tão sadias e tão... tão... aaaaaaaaaaaaaah não sei que dizer, fico nervosa só de lembrar.

Depois, não me recordo com exatidão do que houve. Sei que Lahrissa pediu, pela décima vez, que eu mantivesse a calma, e que talvez fosse melhor para a paciente que saísse do quarto. Mel, enrugando a testa, não permitiu.

- A Marie fica! Eu preciso conversar com ela, saber dos bafos da semana que estive “away”. – sorriu, esticando o braço, acenando para mim.

Não tinha como ficar com raiva por muito tempo. Mel era tão inocente, que chegava a ser infantil. Seus atos eram impensados, e sem maldade alguma. Talvez ela fosse, sem zuera alguma, a pessoa mais pura que eu conhecia.

Como culpá-la do que aconteceu?

Quando, enfim, conseguiu convencer Lahrissa que podia ficar só comigo, acenou a cama, batendo no colchão. Passou a língua nos lábios, e sorriu, fingindo estar tentando me seduzir:

- Vem cá, sua LINDA!

- Você deve ser a única pessoa que acorda do coma... nesse pique. – murmurei, aproximando-me aos poucos da cama. Não, se eu chegasse muito perto, era capaz de começar a chorar, e não ia ficar um bom clima. Mel já tinha problemas o suficiente para aguentar uma amiga emotiva.

- Pelo menos eu acordei, okay? – riu, tentando amarrar o cabelo em um rabo baixo. Não conseguia. – Hum... você se importa de me ajudar? Essas porras aqui só fodem minha independência física. – só para detalhar, ela se referia aos aparelhos.

- Claro. – suspirei, pegando de sua mão o elástico. Pedi que ela virasse, tentando amarrar da melhor forma que podia. Era inútil, minhas mãos tremiam mais do que eu podia controlar. Estava na beira de uma crise emocional.

- Ér... o que você tem? Aconteceu algo?

- Aconteceu algo? Melissa, você realmente não faz ideia do que tudo isso... que aconteceu... – gaguejei, limpando os olhos com a manga da camisa, tentando manter a voz (agora embargada) normal. – Você entrou em coma diabético, sabe a gravidade disso?

- Eu sei, e sobrevivi duas vezes ao mesmo problema. – suspirou, olhando para baixo. – Mas eu sei que vai chegar uma hora que não vou resistir, e vou ter que descumprir a promessa que te fiz.

- Cala a boca e não fala mais isso. Não vai ter próxima vez, porque vou te vigiar bem de pertinho, sua louca! – gritei, irritando-me com aquela conversa. Os cabelos de Melissa, agora, estavam em um emaranhado mal feito, mas que servia para evitar contato com o rosto. – Nada de bebidas, nada de esquecer insulina, nada de comidas tensas que vivíamos comendo. Dieta!

- Ah, esquece, não há santo que me impeça de comer um bom Mcdonalds. – retrucou, cruzando os braços. – E aliás, você nunca deu uma de vigilante da diabetes, pra que isso agora?

- Porque se minha melhor amiga morrer, vou perder a parte mais importante de mim. Está feliz agora? ESTÁ FELIZ?

Melissa não respondeu. Olhou de esgoela para o quarto, e talvez tivesse pensado, pela primeira vez desde que acordara, que sua vida era zelada por muitas pessoas. Muito mais que podia imaginar, embora não parecesse.

- Me desculpa, Marie. – disse por fim, fazendo o possível para não me encarar. – Eu não sabia que... talvez vocês fossem... ficar assim.

- É, talvez estivéssemos tão focados em nossos problemas, que esquecemos que você também os tem. Mas... isso não muda o fato que você faz parte da nossa vida. Sua falta seria... um... baque, não entende?

Mais um tempo de silêncio, para complicar ainda mais aquela situação.

- Marie?

- Eu.

- Deixou de ser besta e catou Syn com vigor? – riu, mudando o rumo da conversa. Talvez se sentisse melhor assim, sem debater todas aquelas depressices.

- Não estamos mais juntos. – sorri, olhando-a. E não, minhas caras, não estou com problemas de memória e nem louca.

- O que? COMO ASSIM? – questionou, visivelmente surpresa. – Quando isso?

- Ainda não aconteceu... mas vai. Falando nisso, preciso avisá-los que você acordou. Talvez muitas coisas precisem ser resolvidas hoje.

- Como o que?

- Como o rumo dessa história... que está, enfim, tomando sua reta final. – e sai, à procura de Brian.


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