Um ano se passou, e aqui Harry estava. Na frente da porta da casa de Hermione, ainda criando coragem para tocar a campainha. Ela provavelmente deveria estar casada com Ron, mas ele tinha voltado com um propósito: iria ter a mulher que amava, e não duvidava disso. Harry respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e finalmente tocou a maldita campainha. Ele ouviu uns passos arrastados se aproximando, e uma voz tão conhecida. - Quem é? - Sou eu Hermione, Harry! Ela abriu a porta, e ficou parada apenas encarando o amigo. Não acreditava que ele realmente estava ali, depois de um ano. Flashbacks da última noite em que se viram vieram como uma bomba em sua mente. - H-Harry, você voltou? Ela gaguejou um pouco. Harry apenas deu um passo e a abraçou com força. Inalou o perfume dela, que sentira falta por tanto tempo. Ele ainda estava em estado de choque, ainda tendo certeza que era ela ali mesmo. Ela retribuiu o abraço, e eles ficaram ali por alguns segundos, apenas sentindo a presença do outro. - Entra Harry. Ela deu espaço para ele entrar e fechou a porta. - Então Herms, como foi o casamento? Ele disse tentando esconder o desapontamento na voz. - Por que você voltou? Ela foi direto ao assunto. Ele ficou tenso e se sentou no sofá. Eu vou ser bem sincero contigo. Eu voltei porque não agüentava mais ficar longe de você. Ele disse num único fôlego. Ela mordeu o lábio inferior. Harry, não vamos fazer isso ficar mais difícil... - Você casou com ele? Ele questionou. - Não. Ela virou-se e fitou a janela. - Porquê? O moreno não escondeu o sorriso. - Porquê Harry? Você ainda pergunta? SOMENTE porque no dia do meu casamento, meu melhor amigo vem me dizer que me ama, não aparece na minha cerimônia entre outras coisas. - Isso quer dizer que você também sente algo por mim? - Amizade. É isso que eu sinto. Agora eu sei disso, mas a um ano atrás eu fiquei super confusa, afinal, só você é que não percebia que eu sempre gostei mais de você Harry. Aquelas palavras atingiram ele como pedras. - Essa doeu. Ele colocou a mão no peito, se fingindo de magoado. - É a verdade. Onde esteve esse tempo todo? Ela perguntou com uma sobrancelha levantada. - Austrália. Harry respondeu prontamente. - Sério Harry? Pra cima de mim? Agora ela estava com raiva. Você realmente achou que não iriam atrás do Eleito? Harry agora ficou mais tenso. Esse é um dos motivos que eu também acreditei que não gostava de você. Aposto que você não viu a matéria da Skeeter, fotos suas com vagabundas trouxas lá em Las Vegas. - Hermione, aquilo foi só um final de semana! Você sabe que eu te amo. Ele gesticulava. - Harry, não comece. Eu não sinto nada por você! Ela se exaltou um pouco, tentando mais convencer a si mesma do que tudo. - Se você não sente nada por mim, tenho certeza que isso não vai significar nada. Hermione ia protestar, mas foi interrompida pelos lábios de Harry no dela. A língua dele pediu passagem e ela por incrível que pareça não negou. Começaram um beijo rápido, urgente. Harry a imprensou na parede fazendo com que seus corpos ficassem o mais colados possíveis. Ambos agindo totalmente por impulso, Hermione passou a mão por dentro da camisa de Harry puxando-a para cima com força. Enquanto Harry depositava chupões e mordidas em seu pescoço. Hermione, como se tivesse saído de um transe, empurrou o amigo no sofá com força ainda acalmando a respiração. - Vai embora Harry, por favor. Ela fechou os olhos e respirou fundo. - Desculpe por isso, eu não me segurei. Mas você ainda nega que não existe nada entre nós? Nada que passe de amizade? - Você não tem o direito de voltar depois de um ano fora, e querer bagunçar tudo que já estava arrumado desde que você partiu. Vai embora, por favor. - Eu voltei com um propósito, e não vou descansar enquanto alcançá-lo. Desculpe por tudo Herms. E ele saiu, fechando a porta atrás de si. Hermione encostou-se na parede e escorregou até sentar-se, com as mãos segurando a cabeça. Deixou rolar todas as lágrimas que estivera segurando durante todo esse tempo. ... Hermione acordou pela manhã ainda no sofá da sala, aonde dormira junto suas lágrimas e cansaço. Preparava-se para levantar, quando a campainha tocou. Arrastou-se até a porta a abriu sem vontade. - Hermione Granger?- Um homem moreno disse enquanto segurava um buquê de rosas vermelhas. - Sim? Ela olhou-o desconfiada. - Flores para você. Ele disse entregando o buquê à ela. - Quem mandou? Ela perguntou ainda sonolenta. - Tem um cartão. Ele indicou um pequeno cartão no meio das flores. Tenha um bom dia. A morena fechou a porta e pegou o pequeno cartão bege. Desculpe por ontem. Está cada vez mais difícil me controlar perto de você. H. Hermione mordeu o lábio inferior. A quem estava tentando enganar? Não iria cometer o mesmo erro novamente, não mesmo. ... Harry estava deitado em sua cama, mudando de canal constantemente, sem estar realmente assistindo nada. Sentiu seu celular vibrar, tirou-o do bolso, havia uma mensagem de Hermione. Estou subindo. Preciso falar contigo urgente. Ele levantou-se, colocou uma camisa qualquer e esperou o soar da campainha. Praticamente se arrastou até a porta, e abrindo-a em seguida. Deu de cara com a amiga que logo quando o viu, praticamente pulou em cima dele. Harry a segurou, não entendendo muito o que estava acontecendo. - Hermione, o que foi? Ele perguntou ainda sendo agarrado. - Eu sinto! Ela gritou. - Sente o que? Não estou entendendo nada, você por acaso... Ele dizia quando Hermione apenas o beijou o que ele não relutou contra isso. Parando depois para buscar por mais ar. - Alguém me explica o que foi isso? Ele perguntou não evitando o sorriso. - Claro que eu sinto algo por você, sempre senti e sempre sentirei. Eu fui uma burra há um ano atrás e ia acabar sendo novamente. E se eu te perdesse mais uma vez, eu não iria me perdoar nunca. - Isso é sério? - Sim! Eu te amo, e não só como amiga. Desculpa por ter sido uma boba e demorado tanto para perceber. - Eu acho que eu to sonhando... Ele riu. E Ron? - Eu contei tudo para ele, desde aquele dia. Ele merece a verdade Harry, eu gosto muito dele, só que não do jeito que eu pensava. Ela disse e Harry engoliu em seco. - Acho que ele não gostou muito né? - E isso importa? Agora que estamos juntos? Ela passou os braços em volta do pescoço dele, beijando-o mais uma vez. - Pode deixar que eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. - Ele sorriu e depositou alguns selinhos nela. - Eu não tenho a menor dúvida disso. Ela disse e encostou sua testa na dele, fitando aqueles perfeitos olhos verdes.