-Alô? Hm...Marcar hora? Claro, claro...Okkei...Ah..- ruborizou. – A voz da senhora também é linda...Certo, terça feira às 3. Tchau.

Desligou o telefone e riu um pouco.

É, sua nova profissão estava fazendo sucesso.

Anotou o horário e o dia que a mulher marcara em sua agenda.

O loiro se espreguiçou e se levantou, coçando o peito desnudo.

‘Trabalhava’ em casa mesmo.

Atendia ligações, marcava horários e encontrava os clientes.

Arrumou a samba canção e foi até a cozinha, pegando algo para beber.

Esse será o nosso...Hm...Coadjuvante? Ou um protagonista também? Ah, sei lá...

O nome dele é Takashima Kouyou. Usa o nome Uruha em seu ‘trabalho’. Tem 19 anos. Acabou de largar a faculdade de psicologia.

O típico garanhão.

Passou a mão pelo cabelo descolorido, mas não menos bonito, o arrumando.

Bebeu um pouco de suco de laranja e foi tomar um banho, pronto para sair e encontrar uma cliente.

Tinha forma mais fácil de ganhar dinheiro do que dar conselhos amorosos?

Bem, com o corpo que Uruha tinha, com certeza tinha, mas ele não iria se prostituir em Shinjuku, nee?

Chegou em casa tarde.

Dois clientes seguidos.

Se jogou no sofá, suspirando.

Ligou a tv.

Estava passando um filme interessante no canal que pusera.

Se deitou no sofá, assistindo o tal filme.

Logo adormecera.

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Reita passara o dia todo olhando para o celular.

“Ligo ou não ligo?”

Reita se sentia a escória da humanidade tendo que ligar para um conselheiro amoroso pra se dar bem na vida.

Bufou, resolvendo que ligaria sim.

Olhou para o jornal, pronto para copiar os números em seu celular, mas...

Estava sem óculos e não conseguia enxergar nada.

Correu e pôs os óculos, voltando a atividade de ler os números.

-5...4...9...8....4...1....2 – conforme falava, anotava no celular.

Apertou o botão ‘verde’, iniciando a chamada.

Quando deu o terceiro toque, desligou o celular, nervoso.

Suspirou, suando frio.

Se ele fosse ligar, que o fizesse antes de seu pai resolvesse ir ao seu quarto.

Mordeu o lábio inferior, coçando a nuca.

Pegou o celular de novo, olhando para o display.

-Nah... – jogou o celular na cama, bufando.

Não iria ligar.

Não passaria esse mico terrível.

Já pensou?

Se alguém descobrir?

Seus velhos amigos de colégio?

“Ah, o nerd feioso ligou pro Uruha, o conselheiro do jornal...Hahaha!”

Tremeu só de imaginar.

Ah, resolveu pensar positivo.

Era normal nunca ter tido um relacionamento, mesmo aos 16 anos, nee?

Nunca ter beijado, nunca ter tido...Não! Não era normal!

Reita segurou firme seus cabelos, quase os arrancando da cabeça.

Bufou.

Olhou para o celular de novo.

Ah, era só uma ligação.

Um orçamento sem compromisso, nee?

Suspirou, se jogando na cama, ao lado do celular.

Resolveu ligar.

E não daria para trás agora.

-Moshi moshi? – ouviu uma voz grave, bonita, atender, meio sonolenta.

-Err...Konbanwa...Com quem eu f-falo? – disse sem jeito.

-Hn...Uruha, desu.

-Uruha? D-dos classificados?

-Ahh! Mais um cliente! – Akira quase pode ouvir o sorriso do outro. – Desculpe a informalidade, eu havia pego no sono.

-T-tudo bem . –sorriu.

-Mas então...Diga, por que me ligou?

-Er...O anúncio diz...Que...Você poderia me ajudar... – mordeu o lábio inferior, temeroso.

-Ah sim...Claro... – ouviu uma risada. – Okkei, quer marcar um horário?

-S-sim...

-Okkei, qual o melhor dia para ti?

-E-eu...

-Só não atendo nos domingos.

-P-podia ser amanhã...Às 14:15?

-Claro, claro...Me encontra no Point Café, em Ginza, que tal?

-Certo.

-Então ta...Qual seu nome, meu caro?

Reita ponderou.

-S-suzuki Akira.

-Okkei. – Akira pode ouvir o outro anotar algo. – Até amanhã, Aki-kun.

-A-até.

Desligou o celular, nervoso.

Secou o suor da testa com a manga da camiseta.

Bem, tudo dera certo...

Até agora pelo menos.

Sorriu, tirando os óculos.