Instinto Guerreiro escrita por Bruno Silfer


Capítulo 17
Capítulo 17: Entrega




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Ino o olhava sério para tentar entender o porquê dele se sentir tão mal ao falar desse assunto, até que o detetive toma coragem e começa a falar.

 

_ Eu nasci em Suna. Tudo lá é diferente daqui: o clima é mais quente, não tem tanto verde e não é tão divertido como Konoha, mas lá é minha casa. Eu vivia feliz por lá, quer dizer, feliz da minha maneira de ser; não tinha muitos amigos mas não me importava com isso, até que chegou o dia da escolha da família de sucessão.

_ Família de sucessão?

_ Você já deve ter ouvido falar. Isso acontece aqui também.

_ Realmente já ouvi sobre isso mas não sei como funciona.

_ A monarquia de Suna e Konoha – explicou Gaara – não é hereditária. Passado um certo tempo no poder o monarca deve escolher a família da qual sairá o novo soberano. Depois disso o próprio monarca, baseado na família que escolheu, deve nomear seu sucessor.

_ Agora entendi. Mas o que aconteceu nesse dia? – perguntou Ino

_ Quando chegou o dia da escolha havia muita agitação no país já que esse é um dia de festa lá. O imperador surpreendeu a todos com a decisão que tomou: ele anunciou que a nossa família teria o futuro imperador de Suna.

_ Nossa! Que legal!

_ O Kankurou e a Temari ficaram empolgados e já se imaginavam com a coroa. Eu não me imaginava como imperador e nem queria esse poder porque eu era muito jovem e via como esse cargo era difícil de ser ocupado, até que passado um ano o antigo imperador adoeceu mortalmente e nos chamou para a nomeação.

_ Vocês deviam estar nervosos né?

_ A Temari e o Kankurou sim, mas eu estava tranqüilo porque, na minha concepção, eu tinha certeza que não seria escolhido. Eu lembro muito bem daquele dia...

 

Flash back on

 

Fomos chamados ao quarto que o imperador se encontrava e, no fundo, nós já sabíamos qual era o assunto. Quando chegamos, sentamos nas cadeiras que lá estavam e ele começou a falar.

 

_ Que bom que vieram – sua voz estava um pouco fraca – como já podem ver não me resta muito tempo de vida, por isso os chamei aqui para lhes dar um comunicado.

_ Comunicado?

_ Quero dizer que já decidi qual de vocês vai me suceder.

_ Sério? E qual de nós será? – perguntaram apreensivos

_ Primeiro quero dizer que cada um de vocês têm qualidades e habilidades para conduzir bem o destino deste país, mas eu escolhi o Gaara como novo imperador.

 

Aquilo pegou todo mundo de surpresa, inclusive a mim. Não entendendo o motivo dessa escolha, fui até ele e perguntei:

 

_ Por que eu?

_ Há muito tempo eu venho te observando. Você tem a cabeça no lugar, tem pulso firme e não toma decisões precipitadas; um imperador precisa dessas qualidades, por isso o escolhi.

_ Mas eu só tenho quinze anos!

_ É essa juventude que vai comandar esse país daqui para a frente.

_ Se essa é a decisão final, eu aceito.

 

Flash back off

 

_ Assim aquele país foi dado a mim. A Temari se alegrou com isso mas o Kankurou sempre almejou o poder e planejou um modo de impedir que eu subisse ao trono.

_ E o que aconteceu?

_ Eu tinha um lugar que eu gostava de ir quando queria ficar sozinho. O Kankurou tinha o conselho ao seu lado e com uma conspiração matou exatamente vinte e duas e colocou os corpos nesse lugar. Quando cheguei, estranhei aquilo e fiquei a mexer neles para saber o que faziam ali e foi nessa hora que a polícia chegou e fui preso em flagrante acusado de homicídio.

_ E como eles sabiam desse lugar?

_ Tudo foi muito estranho e por isso eu tenho certeza que foi tudo armado. Eu estava com os corpos e com algumas gotas de sangue na roupa, como já disse eu mexi neles, e isso foi o bastante para me acusarem. O caso foi julgado e decidiram que eu deveria ser banido do país para que a ordem fosse mantida. Como o namorado da Temari estava entre os mortos ( e ela sabia que eu não gostava dele ) ela também votou pela minha saída e passou a me odiar desde então. Quando eu vi o sorriso do Kankurou ao ver que eu ia embora e com a certeza que a coroa seria dada a ele, eu jurei que voltaria para acertar as contas com ele.

_ Nossa... eu não imaginava...

_ Quando saí de lá eu pedi à rainha Tsunade para ficar por alguns dias aqui em Konoha. Ela acreditou que eu era inocente e permitiu a minha estada aqui nessa mesma  casa. Foi nesse quarto que comecei a tomar consciência de que todos haviam me abandonado e num momento de inspiração escrevi o poema que você leu, buscando o meu amor que agora estava morto em mim.

_ E como você me conheceu?

_ Eu consegui dinheiro e armas, o que precisava para começar minha vingança. Assim resolvi andar pela cidade para distrair a mente. Eu já voltava para casa até que senti um cheiro agradável invadir minhas narinas e vinha de uma floricultura, entrei e te vi regando algumas pequenas flores em um canto da loja. Quando você se virou e sorriu para mim eu senti algo novo que me levou a ficar mais calmo e sereno, mas quando relembrei o que me atormentava, me movia, deixei esse sorriso para trás, mas antes de ir embora olhei para o seu avental e nele estava escrito “Ino”. Foi assim que descobri o seu nome.

_ É... – a voz da loira saiu um pouco triste – seu sentimento de vingança era forte mesmo.

_ Fui embora de Konoha e decidi me tornar um detetive. Meus sentimentos bons foram quase extintos mas nunca esqueci aquela sensação tão maravilhosa que senti com aquele sorriso.

_ Então por que você fingia que não me conhecia? Por que perguntou meu nome naquele dia?

_ Eu precisava ouvir seu nome da sua própria boca. Quando ouvi o seu nome eu confirmei o que já sabia: era a mesma garota da floricultura, a dona do sorriso mais lindo que já vi, e vou te confessar que durante os quatro anos que se passaram eu sempre alimentei a vontade de voltar aqui e te ver de novo.

_ Agora eu tenho certeza...

_ Do que?

_ Certeza de que o que eu sinto por você não é por acaso. Eu não lembro desse dia que nos vimos mas agora entendo porque meu coração pedia tanto para  ficar perto de você.

_ Então o amor é assim?

_ Nós sentimos a mesma coisa. Não fuja do amor de novo...

 

Fugir. Ele havia fugido quando preferiu a vingança. Agora aquela garota havia conseguido aquecer aquele coração de uma forma diferente. Tudo que o detetive via era o rosto da loira à sua frente que o olhava como se pedisse uma prova. Gaara entendeu esse olhar e a beijou, sendo retribuído por Ino; não era um beijo malicioso ou lascivo, mas um beijo que esperou quatro anos para acontecer e estava cheio de amor. Sim, agora finalmente ele compreendeu o que é o amor.

 


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