Instinto Guerreiro escrita por Bruno Silfer


Capítulo 11
Capítulo 11: Desvantagem




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A festa rolava dentro da normalidade até aquele momento. E o ambiente era igual a todos: jovens embalados no ritmo da música eletrônica, o DJ agitando todo mundo e tinha até um barman que fazia os mais variados drinques. Gaara adentrou o lugar e, acompanhado de Ino, sentou-se em frente ao balcão do barman e ficou a observar o aglomerado de gente que ali se encontrava. Ino olhava para o detetive cheia de curiosidade e, como a camisa que ele usava deixava parte dos braços à mostra, percebeu que os músculos dos seus braços nitidamente palpitavam forte como se acompanhassem com mais intensidade os batimentos cardíacos. Nessa hora foi colocada uma música lenta e a loira o levou (ou melhor, o arrastou) para dançarem juntos. Como o detetive nunca havia dançado na vida, ele praticamente era conduzido pelos movimentos da loira.

_ Você nunca foi a uma festa certa?

_ Errado. Já fui a muitas, mas para matar meus alvos, não pra dançar.

_ Sabia que eu fiquei te esperando?

_ Por que eu?

_ Porque eu te acho legal e gosto da sua fisionomia.

_ Todo mundo me considera um assassino sanguinário. Você tem um gosto estranho.

_ Pode ser. Mas eu vejo que você tem um lado bom também.

Dizendo isso o abraçou mais forte e apoiou a cabeça no ombro direito de Gaara que se sentiu surpreendentemente bem ao sentir o corpo de Ino encostado ao seu. Nunca havia encontrado alguém que visse o seu “lado bom”, se é que tinha um lado bom, nunca havia parado pra pensar se tinha algo em seu coração que não fosse desejo de vingança ou algo relacionado com matar pessoas ou cumprir missões. Ainda estava com esse pensamento quando viu algo que lhe chamou a atenção: alguém que dançava com Kiyomi que tinha uma atitude suspeita. A música lenta pára e os dois voltam ao balcão, Gaara porém não tira os olhos do tal suspeito.

_ O que foi Gaara? – perguntou Ino estranhando aquele olhar

_ Nada de mais. Só não estou gostando daquele cara ali. – aponta com o queixo

_ Qual?

_ Aquele que está dançando com a Kiyomi.

Ino olha e vê os dois bem na hora que resolvem trocar uns beijos. Como se tratava de uma ex-ajudante dele, ela pensa que se trata de ciúmes por parte dele e pergunta:

_ Está com ciúmes Gaara?

_ Você é muito ingênua Ino. – respondeu – Não estou observando o que ele está fazendo com ela. Só estou desconfiado das atitudes dele.

_ Como assim?

_ Ele está com ela mas não demonstra nenhum interesse, ao invés disso fica observando o local como se quisesse saber exatamente onde e com quem está lidando.

_ Você quer dizer que ele também está em missão?

_ Disso eu não tenho a menor dúvida. E pelo seu comportamento eu aposto as minhas fichas que o objetivo dele é matar alguém.

_ Sério? E quem pode ser a vítima?

_ Se eu não estiver enganado ele quer a minha cabeça.

_ Como pode ter tanta certeza?

_ Não existem criminosos de alta periculosidade aqui. Além disso a Kiyomi ainda não consegue identificar quando está sendo enganada, e eu no lugar dele também começaria tentando tirar informações dela.

A extrema suspeita de Gaara só aumentava e a partir daquele momento ele ficou ainda mais atento com o que acontecia ao seu redor. Enquanto isso o suspeito conseguia tirar da garota o que precisava saber.

_ Você dança bem. – disse Kiyomi animada

_ Faço o que posso.

_ O que você faz?

_ Podemos dizer que sou detetive.

_ Sério? Legal! Eu ainda hei de me tornar detetive também.

_ Sabe? Aquele cara ali não pára de olhar pra gente. – aponta disfarçadamente para Gaara

_ Não tem problema. – responde depois de conferir – Eu conheço ele.

_ Qual o nome dele?

_ Gaara. Por que?

_ Por nada. Mas parece que ele está desconfiado de mim.

_ Ele desconfia de todo mundo. Mas ele é legal.

_ Vocês já namoraram?

_ Não. Só trabalhamos juntos por três anos.

Com apenas essas poucas informações foi possível para ele traçar o perfil psicológico e, como ele estava presente no local, o lado físico também foi observado, sendo assim foi definido o perfil do seu alvo atual. Aproveitando que Ino havia saído por um instante, Gaara saiu da festa e foi para casa identificar o suspeito nos arquivos do seu computador. Não demorou muito a achá-lo e perceber que não se tratava de um inimigo comum:

Nome: Nara Shikamaru

Idade: 21 anos

Signo: Câncer

Tipo sanguíneo: A negativo

Arma preferida: Fuzil de combate M-16 ( capaz de atingir um alvo a 3 km de distância )

Número de vítimas: 999

Características: Detetive que vem ganhando espaço nos últimos anos por solucionar com maestria os mais difíceis casos. Carrega o estilo linha dura dos detetives homicidas e sua marca registrada é o fato de nunca ter sido ferido em uma missão.

“Então resolveram mesmo me matar.” – pensou Gaara quando viu o perfil do seu mais novo inimigo. Ao ver que a cada dia que passava aumentava o número de pessoas querendo a sua vida o seu ódio oculto voltou à tona o que futuramente reforçaria a brutalidade de suas execuções nessa missão. Assim resolveu prosseguir a investigação mas passou a aumentar a vigilância e andar com um armamento mais pesado caso viesse a ocorrer um tiroteio ou tentativa de homicídio nesse jogo de matar ou morrer. O tranqüilo Reino de Konoha ficava cada vez mais perigoso com a chegada dos worms e dos detetives matadores. Nos dias que se passaram Shikamaru ganhava cada vez mais a confiança de todos naquela escola, principalmente das garotas; Gaara por sua vez ficou ainda mais isolado e agilizava a investigação.

Quando a noite chega, Gaara fica lembrando de como sua vida poderia ser outra se tivesse crescido na sua casa; talvez não se tornasse o assassino que era, ou poderia até ser bom... bom? Definitivamente não se imaginava com um bom coração.

Ao analisar o número de inimigos que tinha ( o detetive Shikamaru, o exército dos worms e todo o império do deserto ) Gaara se sentiu cercado de inimigos querendo ansiosamente a sua morte. Mas mesmo com a disposição que tinha para enfrentá-los, não pôde deixar de pensar que aquela poderia ser sua última missão.


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