Segundo capítulo: Primeiro beijo

OBS: Esse capítulo começa com os pensamentos de Zero.

***

Eu estava no meu quarto e resolvi tomar um banho. Abri o chuveiro e deixei a água esquentando, enquanto me despia. Após tirar minha roupa, entrei no chuveiro. Enquanto a água batia em meu rosto, me peguei pensando em Lih. Sorri mentalmente. Ela era tão parecida com Yuuki, mas ao mesmo tempo, tão diferente. Mais bonita? Não, Yuuki também era linda. Mais alta? Qualquer pessoa consegue ser mais alta que Yuuki. Lih tinha mente de mulher, enquanto Yuuki tinha seus pensamentos infantis. Jeito de mulher, enquanto Yuuki tinha jeito de criança quando ficava perto daquele vampiro. E Lih… O corpo dela era corpo de mulher, e Yuuki tinha um corpo pequeno, corpo de garota adolescente. Abri a torneira da água fria. Ou a água estava ficando muito quente, ou meu corpo ficara quente ao pensar em Lih dessa forma. Acabei de tomar meu banho e me vesti. Saí do quarto para buscar Lih.

***

De banho tomado, eu estava com a toalha enrolada no corpo, sentada na cama e secando meu cabelo. E pensando em Zero. Como aquele homem conseguia tanto mexer comigo, se só fazia um mês que estava no colégio? Meus pensamentos foram tirados dele quando alguém bateu à porta do meu quarto. Pensando que era Yori-chan, falei:

– Entra.

A porta abriu e alguém entrou. Percebi que não eram os passos de Yori-chan e olhei quem tinha entrado. Ao ver que era Zero, minha face ficou vermelha na hora. Levantei-me rapidamente e acabei tropeçando no fio do secador de cabelo, caindo no chão. Estou dando bandeira demais!

Não sei se é coincidência ou coisa do destino. Havia acabado de pensar nela daquela forma, digamos, “indecente” e estava vendo ela, naquele instante, apenas de toalha. No momento, caída no chão.

– Desculpa, eu devia ter me anunciado. – Pedi um pouco sem graça, olhando para o lado –

***

Ele ficava lindo sem-graça! Ele veio a até mim e estendeu sua mão.

– Você está bem? – Perguntou Zero –

– Estou, obrigada. – Respondi sem-graça, dando a minha mão a ele –

Enquanto eu me levantava, segurava a toalha com a outra mão para ela não escorregar.

– Eu que peço desculpas por estar assim. – Comecei já em pé – Eu não devia ter me descuidado. Qualquer um pode entrar nos quartos. Sente-se. Eu vou me arrumar.

Dirigi-me até o banheiro e fechei a porta. Encostei-me na porta e dei um suspiro. Será que Zero percebera que eu estava gostando dele? Parei de pensar nisso e comecei a me arrumar.

***

Sentei-me na cama e tirei o secador da tomada. Lembre-me da cena. Ela é linda! Escutei a porta do banheiro abrir e olhei na direção. Lih estava saindo com o uniforme, ainda sem-graça.

– Dois incidentes no mesmo dia. – Comentei –

– Comecei bem, não foi? – Ela riu –

– Vamos? – Perguntei, me levantando –

– Claro. – Ela respondeu, colocando o bracelete que era de Yuuki –

***

Saímos do quarto em silêncio. Queria falar que eu estava sabendo de tudo. Queria consolá-lo de alguma forma. Mas não agora. Tínhamos que monitorar a passagem da Night Class. Chegamos lá fora, e vimos algumas garotas.

– Yori-chan falou que era mais agitado. – Comentei –

– O causador da agitação não estuda mais aqui. – Respondeu Zero – Aidou Hanabusa era o causador. Mas ele saiu do colégio e tem dona: Yori.

– Nem sabia. – Disse um pouco surpresa –

***

Os alunos da Night Class começaram a passar e eu e Lih controlamos as alunas. Quando eles terminaram de passar e as alunas foram embora, Seiren, a única súdita de Kaname que ficara, veio até mim.

– Eu vou embora. – Falou Lih, com a intenção de ir embora –

– Não, fiquei. – Eu pedi – Não tenho nada a tratar com ela.

– São dois recados, Zero. – Falou Seiren – Um do Kaname-sama e o outro da Yuuki-sama.

– Pode falar, mas ela fica. – Concordei, olhando para Lih –

– Kaname-sama achou muito bom que você não está atendendo as ligações de Yuuki-sama. – Ela disse. Fiz cara feia. Aquele vampiro acha que manda em mim? – E Yuuki-sama está muito triste por não atender as ligações dela.

– Avise a ela que é melhor não contrariar o noivinho dela. – Avisei, ironizando –

– Olha como fala de Kaname-sama! – Ameaçou Seiren, com os olhos vermelhos –

***

Ao ver os olhos da jovem vampira ficar vermelhos, me arrepiei de medo e comecei a tremer. Zero, rapidamente, ficou na minha frente e sacou um tipo de arma, apontando para a vampira.

– O que fará se eu falar que aquele vampiro não presta, nunca prestou e nunca vai me prestar? – Perguntou Zero, desafiando-a –

A vampira chamada Seiren olhou pra mim, o que fez a minha tremedeira piorar.

– NEM PENSE! – Ameaçou Zero, furioso, pronto para apertar o gatilho –

– ZERO NÃO! – Gritei, segurando o braço dele – O diretor Cross não gostaria que você fizesse isso, por mais que alguém provocasse!

– Vá embora. – Disse Zero, olhando para Seiren – Antes que eu mude de idéia.

– Ela é realmente uma cópia barata da Yuuki-sama. – Ela comentou indo embora –

– Ora sua…! – Falou Zero. Eu o segurei com toda a minha força. – Só uma coisa: Saiba que a Yuuki não chega aos pés da Lih!

Ao escutar o que Zero disse, meu rosto ficou vermelho e meu coração acelerou demais. Ele dissera que eu era melhor que Yuuki? Ai ai…

***

Após a saída de Seiren, me virei para Lih e vi que ela ainda estava tremendo. Sem saída, abracei-a.

– Sua louca. – Falei ao pé do ouvido dela – Por que me parou? Ela podia ter feito algo contra você. Você não sabe do que ela é capaz.

– Parei, pois senão você levaria uma bronca sem sentido do diretor. – Respondi, derretida no abraço dele – Obrigada por me proteger.

– É o meu dever. – Eu disse, abraçando-a com mais força –

***

Ele falando aquelas coisas no meu ouvido… Se alguém visse, era bem capaz de achar que éramos namorados. Afastei-me dele.

– Eu quero conversar com você. – Falei – Posso?

– Pode. – Ele respondeu – Vamos para um lugar mais calmo.

Eu o acompanhei até a escadaria do prédio das salas. Sentamos-nos e ficamos em silêncio. Fiquei olhando para os meus próprios pés, nervosa.

– E então? – Perguntou Zero, olhando a janela –

– A Yori-chan me contou tudo. – Respondi meio que nervosa – Zero, por que você está evitando a Yuuki?

– Isso não é da sua conta. – Ele respondeu seco –

Aquilo foi um balde de água fria na minha cabeça. Queria ajudá-lo! Engoli seco.

– Eu quero te ajudar. – Falei firme – Quero tentar compreender.

– Não há nada para você compreender. – Ele me interrompeu – Não preciso da sua ajuda e nem da ajuda de ninguém.

Eu me levantei e falei com raiva:

– Grosso! Ninguém tem coragem de falar isso na sua cara por medo, mas eu tenho coragem e não tenho medo de você! Você é grosso, estúpido e ridículo! E eu sou uma idiota por querer te ajudar!

***

Sim, eu sou um grosso, um estúpido e ridículo. Lih queria me ajudar e eu fui um idiota.

– Eu… Eu vou embora. – Ela falou. Percebi que seus olhos estavam cheio d’água. Senti-me mal por fazê-la chorar.

– Espera. – Pedi –

– Eu já falei que vou. – Ela disse decidida – A gente se fala amanhã.

Levantei-me e a peguei pelo pulso, colocando-a na parede.

***

Senti Zero pegar em meu pulso e só dei conta do que estava acontecendo, quando me vi encostada na parede e vi Zero me olhando.

– Zero me solta. – Pedi –

Ele continuava calado. Então, resolvi chutar entre as suas pernas, mas ele foi mais rápido e prendeu minha perna entre as dele.

***

Ela estava chocada com as minhas atitudes. Sua respiração estava alterada. Sua mão estava gelada. Estava tentando tirar sua perna do meio das minhas, mas não deixei.

– Você é linda. – Falei, deixando-a vermelha com o elogio –

Sem pensar em mais nada, a beijei.

***

Vi Zero se aproximar e fechei os meus olhos, sentindo os lábios de Zero sob os meus. Surpresa retribui o beijo. Os lábios de Zero eram frios, mas eram deliciosos. Seus lábios pressionando os meus eram maravilhoso. Senti a mão de Zero soltarem as minhas e irem direto pra minha cintura. As minhas foram para sua nuca e, ao mesmo tempo, para os cabelos dele.

***

Os lábios dela eram viciantes. Coloquei minhas mãos na parte detrás da coxa de Lih e subi seu corpo para que ela ficasse do mesmo tamanho que eu. Ao sentir Lih envolver minha cintura com suas pernas, não resisti e pressionei o meu corpo contra o dela.