(Mayara)

Aline e eu nos arrumamos e fomos para a escola.

Quando chegamos, Rebecca estava conversando com os meus meninos, e a Aline já falou:

- Não gostei dela.

Eu ri.

- Normal. Mas pode relaxar, o Tom não está nem aí pra ela.

- Acho bom.

Fomos até lá, e pelo que eu entendi ela ia dar uma festa em sua casa.

- ...E eu quero deixar bem claro que as pessoas que eu não convidei, não irão entrar. - Ah que sutil não?

- Pode deixar "amiga", - deu até pra perceber as aspas quando eu falei - eu não gosto de frequentar casa de cobras.

Ela se virou, jogou o cabelo na minha cara e saiu andando. Todos ficaram rindo dela.

- E aí, vocês vão? - perguntou Aline, somente interessada na resposta do Tom.

- Eu prtendia fazer outra coisa...

- Mesmo se quiséssemos não iria dar - interrompeu Bill - nós temos que arrumar nossas malas, nós vamos visitar nosso padrasto na Alemanha.

- Hum, vocês vão quando? 

Cutuquei a Aline. Tudo bem ela estar "cuidando" do Tom mais isso já era falta de educação.

- Vamos amanhã de manhã e vamos voltar na sexta de noite.

- Ah, o que vai ser de mim sem vocês? - perguntei um pouco pesarosa.

Fomos discutindo isso até a sala de aula.

Eles disseram que eu era durona e ia aguentar três dias sem eles.

~//~

Quando eu estava indo para o refeitório eu tive uns vislumbres daquele meu sonho em que meu pai sofria um acidente. Foi tão forte que eu acho que desmaiei.

- May! Você está bem? - É CLARO QUE NÃO! Que pergunta tosca - está me ouvindo? - Ah, era o Bill. Hihi. Claro que era ele, sempre do meu lado quando preciso...

Abri os olhos e me levantei lentamente, ainda estava um pouco tonta.

- O que aconteu? - ele perguntou.

Antes de eu sequer pensar em responder a diretora gritou:

- Abram caminho! - só agora que eu percebi que estava rodeada de curiosos - Srta. Kaüpff, venha comigo até minha sala, por favor.

Eu olhei meio confusa mas fui.

Quando chegamos ela disse:

- Sente-se por favor, você está melhor?

Assenti.

- Que bom, por que uma mulher chamada Marina acabou de ligar aqui e... - ela hesitou - ...disse que seu pai, Jürg, acabou de sofrer um acidente de avião.

OMG! Era muita coisa um dia só.

Eu sabia que isso ia acontecer, mas ele não me deu ouvidos, como sempre.

Senti a lágrima escorrer pelo meu rosto.

- Aonde ele está? Já o levaram pra um hospital? EU QUERO FALAR COM ELE! - Estava começando a me desesperar.

- Acalme-se querida. Ainda não temos essas informações. Vá para o refeitório, assim que soubermos de mais detalhes, lhe informaremos.

Fiz o que ela pediu.

Me desesperar agora não ia ajudar em nada.

Quando passei pela Rebecca ela disse alguma coisa, mas eu não ouvi. Era como se minha mente estivesse entorpecida.

- O que aconteceu? - perguntou Georg.

Contei tudo o que aconteceu e eles ficaram literalmente sem palavras, mas eu vi seus olhares. Estavam me reconfortando.

Foí aí que eu vi a Rebecca, vindo na minha direção. E o Bill disse:

- Rebecca isso não é hora para...

- SUA VADIA! - Ela gritou e me deu um tapa na cara. Ai! Depois jogou refrigerante na minha blusa. 

- Da próxima vez, você pense duas vezes antes de me ignorar! - ela gritou.

O Bill tinha razão, ela tinha escolhido a hora errada para me irritar.

E depois de fazer tudo isso, ela simplesmente me deu as costas e saiu andando calmamente, como se nada tivesse acontecido.

- Olha, eu acho que essa garota não tem amor à vida - eu murmurei.

- May, não! - ouvi Aline dizer.

-Tarde demais - eu disse.

Me levantei e saí correndo em direção à Rebecca. Eu a virei e chutei sua barriga, ela caiu no chão com tanta força que houve um estalo. Que legal, eu quebrei o braço dela!

Depois eu montei nela e comecei a socar aquela cara horrorosa dela, soquei até sair sangue da porcaria do seu nariz, só não continuei por que alguém me deteve.

- Da próxima vez, você pense duas vezes antes de me irritar.