Céu de Sangue escrita por Pricililica


Capítulo 3
Capítuo 3: Fuga e dor


Notas iniciais do capítulo

E ai, galerinha mais um capitulo quentinhos pra vocês,
nos vemos lá em baixo.



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                                                                                        Fuga e dor

“Não tem ninguém te vigiando”, eu dizia a mim mesma, “ninguém está te vigiando”.

Eu repeti essa frase umas quinze vezes antes de chegar a “entrada” do jardim que pertencia a Escola Pétala Negra, sabem quando você tem a nítida sensação que há olhos por toda a parte? - Eu sabia que não havia ninguém, o céu cinza escuro prometia uma segunda tempestade e isso queria dizer que todos os cento e noventa e oito alunos estavam dentro do seus quartos, isso porque duas não estavam.  Não havia nem mesmo sombra de alunos e nem de monitores, e isso me deixava aliviada, ser bolsista me deixava apreensiva sobre fazer algo que não estivesse dentro do regulamento da Escola, eu poderia até da um “bolo” na Ino, mas o pensamento que teria que ficar sozinha no quarto me fazia sentir um frio sinistro na espinha.

Plaft! Eu pisei numa poça d’água, ainda bem que eu estava usando botas, o caminho para o final do Jardim era rodeado de flores, não que elas estivessem bonitas, a tempestade da noite passada havia acabado com elas, deixando-as destruídas. Eu tinha plena consciência de que estava atrasada, Ino deveria está arrancando os cabelos, eu sorrir ao imaginar a cena, com certeza ela estava enrolando os fios da franja e bufando. O final do caminho estava logo a frente, eu já podia ver as mechas loiras de Ino ,balançando ao vento.

- Você está atrasada vinte minutos, é uma tortura pra mim, ter que espera esse tempo todo.

Eu já esperava pela acusação dela, ela era dramática, muito dramática. Ela virou as costa e seguiu em direção a direita, e eu segui-a logo atrás, eu contei  vinte passos até ela parar, em frente a um arbusto ,ela abaixou-se e o afastou indo para o lado de fora do muro da escola , havia um buraco ali, eu fui logo atrás.

“Ir logo atrás”, não significava que eu a tivesse seguido  prontamente, eu ainda fiquei olhando o arbusto que encobria o buraco do muro, o vento soprou forte e eu levei as mãos a cabeça para impedir que a boina preta que eu estava usando  fosse levada juntamente com as folhas que caiam das arvores ,o arbusto se mexeu e uma cabeleira loira apareceu .

- Sakura, vamos logo, o Lee não vai esperar para sempre.

A voz dela pareceu “meia” impaciente e eu me agachei afastando o arbusto, eu tentava entender como Ino passou tão depressa entre ele. Os finos galhos do arbusto grudavam na minha Jaqueta de moleton, e eu fiquei morrendo de medo que ela se rasgasse, com um pouquinho de dificuldade  eu conseguir sair do meio daquelas folhas,não sem uns arranhões é claro. O buraco dava pra uma trilha  de terra estreita, nós tínhamos que andar com as costas grudadas no muro de pedra fria se não quiséssemos cair no precipício que havia lá embaixo, Ino segurou minha mão direita, me guiando pelo caminho , não que eu já não o conhecesse, mas ela sempre dizia que vindo de mim, “ela não se surpreenderia se eu tropeçasse e caísse lá embaixo”, como se isso não pudesse acontecer com ela também. Contando cem passos saímos da trilha estreita e entramos num lugar aberto a lanterna que Ino usara para iluminar o caminho estava ficando fraca , a noite estava tão escura que eu não conseguia enxergar um palmo diante do meu nariz eu estava me sentindo cega, sendo guiada por Ino naquela escuridão. Mais alguns passos e logo  vimos um jipe com os faróis acesos, havia um garoto de cabelos lisos e sobrancelhas grossas ,ele estava agachado olhando os faróis, eu o conhecia era o Lee, quando ele percebeu nossa presença ele se levantou.

- Estão atrasadas.

- A culpa é da Sakura. - Ino disse com a voz fina.

- Entrem no jipe. Ele falou com a animação de sempre.

Eu gostava do Lee, ele era uns dos poucos garotos com quem eu conversava naquela escola, com ele não tinha tempo ruim, sem contar que ele era o meu parceiro nas aulas de Educação Física e ás vezes nas aulas de danças, eram os únicos momentos que eu me separava da Ino, ela detestava educação física e na de dança ela não poderia ser minha parceira. Já dentro do jipe Ino se sentou atrás e eu fiquei ao lado do Lee na frente, ele havia ligado o som e tocava uma música eletrônica, que eu não conhecia.

- Aonde nós vamos? – Eu resolvi  abrir a boca, por que eu estava morrendo de curiosidade.

 - Surpresa, Sakurinha. Ino falou fazendo  aquele som de suspense ,e o Lee só sorriu, estranhamente ele também estava calado naquele noite.

Logo nós chegamos a cidade de Konoha , e minha curiosidade foi satisfeita quando paramos em frente a uma boate, eu nunca havia entrado em uma é claro, e logo eu já fiquei toda animada.

- Como nos vamos entrar Ino ?, que dizer nós somos menores e...

- Relaxa o Lee conhece uns caras. -  Ela disse me cortando.

O que a Ino quis dizer com aquilo era que o tio do Lee, era o dono da boate, nós não tivemos nenhum problema para entrar, nós nem entramos na fila, e eu dei graças a Deus por isso, a fila estava enorme, o ambiente da boate era bem legal, mas também o que eu entendia de boate?, lá  dentro estava lotado e eu tive certeza que nos não éramos os únicos menores ali. A musica que rolava era bem legal .

- Me esperem aqui. – O Lee falou deixando  Ino e eu  sentadas em uma mesa perto do bar, eu olhava o ambiente da boate alucinada eu tava adorando estar ali...

- Ficou sabendo que vai entrar uma turma nova para a Flor Negra?

- Todo ano entra turma nova. – Eu respondi desinteressada, eu estava mais preocupada em olhar os gatinhos que passavam próximos a mesa.

- Mas essa turma é diferente, sabe...

- Bebidas garotas? – A voz de Lee se fez presente fazendo Ino se calar,  ele havia trago três garrafas com uma bebida clara, tinha limão misturado, eu pude sentir o gosto do limão quando provei, acho que ele havia dito vodka com limão, eu gostei e bebi quase meia garrafa num gole só.

- Não beba muito Sakura.  –Ino disse me advertindo, e isso me irritou, eu detestava quando ela queria bancar a responsável.

- Não seja chata Ino, nos viemos aqui nos divertir não é? 

- Se divertir não quer dizer “encher a cara”.

- Eu não to “enchendo a cara”, você ta muita chata, você não insistiu tanto para eu vir e agora fica emburrada?

- Vamos dançar Sakura? – A voz do Lee soou mais alta do que o normal, e só naquela hora eu me lembrei que ele estava na mesa também, e é claro que eu percebi que o convite foi feito só para evitar que Ino e eu  ficássemos discutindo o resto da noite.Eu concordei com a cabeça me levantando e indo direto para pista que estava lotada de gente com Lee me seguindo logo atrás,  a musica que tocava era ritmo lento  e eu sentir as mãos dele circularem  minha cintura e começamos a nos mover ao ritmo lento e sensual do som.Dançar com o Lee era tão fácil e gostoso que eu me esqueci do tempo, a única coisa que eu percebia era as mãos dele em minha cintura e o jeito que ele me olhava, já havia um tempo que eu me sentia assim quando estava com ele como se estivesse me apaixonando, eu me arrepiei quando sentir a sua respiração próxima ao meu pescoço.

- Você cheira tão bem Sakura.

Eu não falei nada diante daquelas palavras a única coisa que veio em minha mente foi que eu não havia passado perfume naquela noite, logo, como ele podia dizer que eu estava cheirando bem.

- Vamos embora.

A  voz de Ino fez com que o Lee se afastasse de mim rápido demais pro meu gosto, e eu não gostei nada daquilo eu o olhei e num momento pensei ter visto os olhos dele vermelho ele piscou e lá estavam os olhos castanhos que eu conhecia.

- Já está tarde, temos que ir. Ino repetiu e eu a olhei, ela olhava fixamente para o rosto de Lee, que parecia muito sem graça, já a expressão dela estava muito seria eu diria até que ela o estava repreendendo silenciosamente.

Na volta para a entrada da  floresta onde ficava a escola o trajeto foi feito todo em silêncio, dessa vez Ino foi na frente com o Lee e eu fiquei sentada no banco de trás, eu sentir um clima tenso entre eles e fiquei me perguntando se estava rolando algo que eu não estava sabendo. O jipe parou.

- Sakura pode me esperar do lado de fora? – Ino disse, me fazendo estranhar, Como assim esperar do lado de fora? - Eu não respondi, só peguei a lanterna que estava ao meu lado no banco de trás e sair batendo a porta do jipe com força. Eu caminhei até próximo ao caminho que levava a trilha  do muro da escola, o vento gelado soprava em meu rosto me fazendo arrepiar a luz da lanterna estava fraca e eu pensei em voltar para o jipe  e pedir pilhas ao Lee, mas algo me impediu de voltar lá, eu não saberia explicar se foi o medo de chegar lá e encontrar Ino e Lee aos beijos ou se foi a impulso que eu sentir de ir em frente,   algo me impulsionava a entrar na floresta, mas eu sabia que não deveria dar mais um passo em frente, o meu instinto de auto preservação piscava sem parar como se eu estivesse em perigo, eu sentia meus pés  me levando para a frente o medo estava em meu coração como uma mão que o aperta forte, mas eu não conseguia mudar a direção dos meu passos, não conseguia ou...não queria,  eu ouvir uma voz ao longe, - Sakura volte..., ela chegou aos meus ouvidos como um sussurro mas  o desespero que continha naquela voz ,fez que eu recuperasse o controle sobre mim.  Eu não via nada a minha frente a não ser escuridão,  as minhas mãos estavam vazias eu não segurava mais  a lanterna e eu também não sabia dizer quando eu deixei de segura-la, a voz chegou aos meus ouvidos de novo, dessa vez mais forte e mais desesperada.  – Sakura pare! , eu a reconheci, era a voz de Ino que gritava, eu não sabia onde eu estava, eu só via a escuridão a minha frente e estava com medo eu queria voltar para perto dela, mas não sabia como, o medo estava me travando, minha mente dizia para não me mexer mas o medo tomou forma em mim, eu me virei e tentei correr mas os meus pés não sentiram o chão, não havia chão, não havia nada, eu estava caindo minhas mãos foram pra cima em busca de algo para me segurar mas encontraram o nada, eu não sabia se o grito que eu escutava saíra da minha boca ou da de Ino.  O grito ainda estava preso em minha garganta quando sentir um baque. “Crek” todos os ossos do meu corpo pareciam ter se quebrado, a minha mente não  demorou a enviar o alerta para os meus nervos, a dor chegou instantaneamente eu só queria morrer e por um fim naquilo. Nada para mim fazia sentido naquele momento eu queria respirar mais estava difícil, eu queria gritar por socorro mais a voz não saia, a dor me consumia e eu não me mexia. Eu não sei por quanto tempo eu sentir aquela dor, só sei que aos poucos ela pareceu abrandar como se o meu corpo tivesse se acostumado a ela, eu tentei gritar mais uma vez, foi em vão a voz não saiu ao contrario eu sentir me sufocar e a dor voltou redobrada, eu não sentia as lagrima escorrendo pelo meu rosto mais sabia que estava chorando, eu estava com medo  de morrer ali...no escuro....sozinha.

- Você  não esta só Sakura, eu estou aqui...

Uma  voz que eu não sabia a quem pertencia se fez presente  aos meus ouvidos, depois onde só havia escuridão surgiu duas íris vermelhas me encarando  eu as fitei sem desviar um segundo sequer meus olhos delas, só havia a dor em meu corpo e aqueles olhos vermelhos, que de algum modo não me deixaram entrar em desespero.

- Está pronta para ser minha,  Sakura? A voz agora estava sarcástica e cruel.

- Eu vou  livra-la de toda a dor.

 No momento em que a voz disse essa palavra as íris vermelhas adquiriram três pontinhos pretos em cada uma, mas eu desviei a atenção delas quando sentir um liquido quente e viscoso na minha boca, tinha gosto de ferro, eu me lembrei de sangue e tentei cuspi-lo, mas o ardor que senti em minha garganta me fez enguli-lo, a dor em meu corpo cessou  eu fui puxada lentamente para   a escuridão.


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Notas finais do capítulo

Bom amorecos o capitulo ta postado , e a parti daqui as coisas começam a acontecer espero que tenham gostado, e aguardo os reviews para poder postar o proximo.
Bjokas até mais...