“Sasuke-San a aguarda”...

 “Sasuke- San a aguarda”...

Aquelas palavras ecoaram nos meus ouvidos.

- Sa... suke...? Eu perguntei.  Milhares de perguntas passaram pela minha cabeça naquele momento.

Eu vi Juugo respirar fundo como se estivesse entediado.

- Ora, ora...Uma voz fina se fez presente. Eu fitei a garota atrás de Juugo, ela vinha do terceiro andar.

- Karin o que você esta fazendo aqui? - Juugo perguntou .

- O Sasuke-kun me pediu para apressa-lo com seu “alimento”, ele esta com sede.

Ela me encarou. O olhar dela não escondia a antipatia que ela sentia por mim. Apesar da ironia que eu percebi nas palavras dela, a única coisa em que eu prestei atenção foi no nome que saiu da boca dela “Sasuke-kun”.

O sufixo que ela usou ao falar o nome de Sasuke me incomodou. Eu me repreendi mentalmente. Eu não deveria ficar incomodada com o jeito intimo com o qual ela se referia a ele.

- Vamos Sakura... Eu voltei a fitar Juugo, ele ainda mantinha a expressão entediada estampada na face.

Eu não respondi e o segui.

O olhar de Karin sobre mim era de raiva. Eu comecei a subir a longa e inclinada escada  com Juugo em minha frente e com Karin atrás de mim.

 Eu podia sentir toda intensidade do olhar dela nas minhas costas e isso chegava a me arrepiar.

O terceiro andar era idêntico ao segundo, exceto pelos quartos vazios. Juugo parou no último quarto do corredor.

Karin se adiantou e abriu a porta e entrou. Juugo me olhou e fez um gesto com a mão direita para que eu entrasse.

Eu fiquei olhando para mão dele enquanto vários pensamentos se passavam pela minha cabeça.

Eu não queria nem pensar no motivo de terem me trocado de quarto. E muito menos no porque de Sasuke está me esperando.

Bom, era a primeira vez que ele me esperava e alguma coisa bem sapeca dentro de mim queria deixa-lo esperando.

Na realidade a vontade que eu tinha era de sair correndo dali e me esconder em algum lugar bem longe daquela Escola.

Bem no meu intimo eu sabia que não iria gostar nada do que me esperava dentro daquele quarto.

Juugo voltou a respirar fundo.  Eu o fitei. A expressão dele era de pura irritação ao olhar para mim.

- Me desculpe...- Eu pedi. Mas ao invés de fazer o que ele esperava eu dei meia volta e corri.

Eu nem sei o que me deu naquela hora. Eu só sabia que não queria de jeito nenhum entrar naquele quarto. 

Eu corri desesperada pelo corredor, e na pressa de escapar me esqueci completamente da escada.

O grito que eu deveria soltar ao sentir meu corpo em queda ficou preso em minha garganta.

Eu fechei meus olhos com força ao ver o chão de mármore escuro se aproximando rapidamente do meu rosto.

Eu sentir meu estômago bater em algo duro como ferro. Era como se eu tivesse levado um murro.

Eu quase agradeci a Deus por não ter comido nada até “aquela” hora por que se não, eu teria colocado tudo pra fora.

Eu demorei uns segundos para arrumar minha postura e ver que o “algo” duro como ferro era o antebraço do Sasuke.

O olhar dele sobre mim não era nada amigável, ele estava furioso. ”Bem mais do que no dia do quase beijo na minha casa”.

Eu dei dois passos para trás enquanto me curvava e levava minhas mãos á “boca” do estomago.

Aquilo tinha doído. Apesar de que eu tinha certeza que sentiria bem mais, se tivesse caído no chão. Eu mordi meu lábio inferior com força para conter um gemido de dor. “Eu não queria dar aquele gostinho a ele”.

Eu não senti quando Sasuke se aproximou de mim.  Seus
braços me rodearam e ele me pegou no colo. Não levantei meu olhar para ele.

Eu estava preocupada em puxar o ar para os meus pulmões. Eu estava preste a ter um ataque de asma.

Ele subiu pela escada calmamente, como seu eu não pesasse uma grama sequer.

Respirar ficou mais difícil para mim com ele tão perto eu podia sentir o cheiro amadeirado da pele dele sem camisa a cada puxada de ar que eu dava.

Eu só levantei meu olhar para fita-lo quando ele me colocou sentada em uma cama que estava no meio do quarto.

Eu me arrependi quase que imediatamente quando o fitei. Aquelas pedras ônix me fitavam irada. Eu tremi de medo e quase desejei ter caído da escada e morrido.

- Sasuke-san.... A voz de Juugo soou dentro do quarto e eu olhei para ele.

Ele parecia incomodado com algo. Quase como se estivesse com receio de falar alguma coisa.

Sasuke não se virou em direção a ele. Eu ainda o podia sentir me encarando, mas eu não queria arriscar e encara-lo de volta.

- Saiam... – Eu quase pulei da cama quando ouvi a voz de Sasuke.

Juugo virou as costas e saiu imediatamente sem nem ao menos piscar.

- Sasuke-kun...?  A voz de Karin se fez presente. Eu quase havia me esquecido que ela também estava ali.

- Eu disse pra sair.  Sasuke praticamente rosnou. Eu o fitei alarmada, os olhos dele variavam entre o ônix e o rubro.

- Mas Sas...

- Agora!

Eu voltei minha atenção para o rosto da Karin. Ela estava vermelha eu não sei dizer se era de raiva ou vergonha. Antes de sair ela me lançou um olhar de puro ódio. “Como se eu tivesse culpa do Sasuke  te-la mandado embora”.

Quando a porta do quarto se fechou eu desejei poder fazer igual a Karin e Juugo. Sair daquele quarto e ir pra bem longe.

Sasuke estava parado em frente á cama e de frente para mim. Eu não o olhei nos olhos assim que Karin saiu do quarto. Meus olhos estavam na altura do cós da calça jeans que ele usava.

Eu subi meu olhar lentamente pela barriga dele passando pelo peito trabalhado, depois pelos ombros largos, pescoço longo e queixo levemente quadrado. Eu me demorei um pouco nos lábios dele.

O nariz era proporcional ao rosto, os olhos dele eram como um rio negro congelado. Os cílios negros e longos igualmente as sobrancelhas.                                                               
                                             “Perfeitamente lindo”

Era quase irônico ele ser lindo como um anjo e ao mesmo tempo cruel feito um demônio. Por mais que eu me encantasse com a beleza dele. Os olhos dele não negavam toda a frieza que havia dentro de si. Uma frieza quase tangível.

Eu me peguei pensando que Sasuke não era uma existência sem sentimentos. Porque sentimentos ele tinha. Seres sem sentimentos não se importam com nada. Mas Sasuke se enfurecia com tanta facilidade. Ele parecia uma dinamite de pavio curto.

- Sakura... A voz grave dele me assustou. Os olhos que até então estavam negros se tornaram rubros.

 Eu me encolhi automaticamente. “Não era um bom sinal quando ele ativava a herança hereditária do clãn”.

Um bolo se formou em meu estômago e eu agradeci mais uma vez por não ter comido nada naquele dia.

- Tire a blusa. Ele disse.

- O quê...?  Meus olhos se arregalaram. Eu corei dos pés a cabeça.

- Tire a blusa. Ele repetiu.

- Mas...

- Agora...