The Soul escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 26
Tudo ou Nada


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Tudo bem? Gente, que saudade de vocês!

Mais um capítulo novinho de The Soul! * Pulando de alegria*

E ai pessoal, o que será que vai acontece com o Ianzinho ein!?! Será que a Peg vai conseguir trazer nosso lindo de olhos Safira de volta? =O Bom, só lendo pra saber. hehe. E aviso, segurem esses coraçõezinhos que o capítulo promete!

E ai, gostaram da nova capa??? Linda né! Queria agradecer a fofa da AnneBella que por ter feito a capa, ficou INCRÍVEL! Obrigada flor!

Agora, sem mais falação, hehe, bora ler? Espero que gostem do capítulo! E muito obrigada por continuarem acompanhando a Fic!

Até lá em baixo!



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POV. Peg:




Ian estava deitado de barriga para baixo, pronto para o procedimento onde Espectro de Fogo seria retirado. E o criotanque onde Espectro seria colocado estava na mesinha ao lado, junto com vários vidros de Sem Dor, Curar, Fechar, Refrescar, Cicatrizar e outros remédios.



Ian estava completamente adormecido, ainda levaria um bom tempo para o Dormir perder o efeito. Sentei-me ao lado dele, segurando suas mãos gélidas. Seu peito subia e descia lentamente, sua respiração estava lenta, compassada. Naquele momento, eu não consegui conter as lágrimas. Todo esse tempo sem Ian parecia uma eternidade. Ficar longe do meu amor, tinha deixado um imenso vazio no meu peito, me deixando num doloroso estado de nostalgia.




– Vai ficar tudo bem amor. Vai ficar tudo bem agora. – Murmurei entre soluços, beijando delicadamente a testa de Ian. – Vamos voltar pra casa agora.


– Peg? – Sophia me chamou, baixinho – Hora de começar.

Suspirei, secando as lágrimas que insistiam em cair. Eu tinha que ser forte. Logo Ian estaria de volta, e tudo voltaria ao normal. Voltaríamos para casa, e eu novamente acordaria em seus braços, ouvindo sua doce voz, e agora, teríamos o nosso pequeno pimpolho ou pimpolha, o nosso bebezinho pra alegrar ainda mais as nossas vidas.

Eu não conseguia tirar os olhos do corpo dele.

Sophia afastou os cabelos negros de Ian do caminho, expondo a pequena linha rosa na base de seu crânio. Um pequena cicatriz rosada que fez meu coração doer, ao me lembrar que havia uma alma inserida no corpo do meu amor, do meu Ian.

Sophia parou com o bisturi a meio centímetro da pele dele, suspirando. Depois, suas mãos ágeis mediram o cumprimento perfeito do corte, e ela passou o bisturi com suavidade, quase graciosamente pela pele. Sangue escorreu pelo lado, em seu pescoço pingando na toalha que eu havia posto embaixo. Com certeza Sophia era uma excelente Curandeira. Ela fazia seu trabalho com devoção, e cuidado e eu jamais me esqueceria de tudo que ela estava fazendo por mim, por Ian, pela nossa família.

– Olha Peg! – Ela exclamou excitada, quando um ponto prata brilhou no meio do sangue. Era Espectro. Não pude conter um enorme sorriso ao pensar que logo Ian estaria livre, mas também, um sentimento de culpa de aplacou. Culpa por Espectro não ter conhecido melhor esse planeta tão magnifico, afinal, ele não tinha culpa de nada, assim como Ian, ele era uma vitima das circunstancia.

– Peg, você pode pegar o criotanque pra mim? – Pediu Sophia.

– Claro. – Respondi indo até o criotanque que tínhamos separado para Espectro de Fogo. Eu girei a tampa com cuidado e precisão, e ele abriu num ‘’ Click’’.

– Não vamos te machucar pequeno – Sophia murmurava para Espectro, que já estava em suas mãos quando eu voltei para meu lugar. Ela o pressionou com gentileza, massageando com carinho. Então, pude ver os ligamentos prateados de Espectro relaxarem. Era com se ele soubesse que estava voltando. Voltando pra casa. Pro seu Planeta do Fogo.

Sophia depositou Espectro com cuidado em minhas mãos, e eu o segurei com delicadeza. De forma alguma queria machuca-lo.

– Faça uma boa Viagem Espectro – Murmurei para ele, antes de colocá-lo no criotanque. Ele se torceu, se acomodando em minhas mãos. Foi estranho, eu sabia que ele não podia me escutar, mas era como se ele dissesse ‘’ Obrigado’’ e assim que o coloquei no criotanque, ele se acomodou e então cuidadosamente fechei a tampa. Agora, tínhamos um luta diferente pra enfrentar. Uma luta contra o tempo. Não podíamos fazer mais nada, apenas esperar. Esperar que Ian acordasse e finalmente, tudo voltasse a ser como antes.

Quando voltei minha atenção, Sophia já estava passando o Curar no ferimento que ainda estava exposto. A pela em volta do recém-ferimento se unia deixando apenas uma leve cicatrize rosada no lugar. O processo estava finalizado. Tinha sido um sucesso!

– Quando ele vai acordar? – Perguntei, ansiosa pra ver novamente aqueles lindos olhos Neve, Safira, Meia Noite abrirem, mas desta vez, sem resquício de alma.

– Eu não sei Peg, não há como prever. Pode ser alguns minutos, horas, dias. Depende de como ele reagir. – Ela respondeu calmamente – Mas acho que logo ele estará de volta.

– Você ouviu, meu amor? Logo você vai acordar. Vai ficar tudo bem agora. – Falei, acariciando suavemente o rosto de Ian. Ele estava sereno, tranquilo. Seu peito agora subia e descia com mais força, mostrando que seus pulmões trabalhavam firme para se encherem de ar.

– Obrigada Sophia. Por tudo! – Falei sorrindo, abraçando Sophia. Eu estava feliz como há muito tempo não me sentia.

– Não foi nada. – Ela disse sorrindo, tocando minha barriga com carinho. Assim que ela pousou a mão direita sobre a minha barriga, o bebê chutou, fazendo uma forte pressão.

– Ele chutou! – Sophia disse com um sorriso de orelha a orelha. Estávamos tão distraídas que não percebemos que uma tragédia estava prestes a acontecer.

O corpo de Ian começou a se contorcer na cama, se debatendo fortemente, como se estivesse sendo eletrocutado com uma corrente de 2000 volts. Todo esse tempo, o seu rosto estava vazio – inconsciente. Ele se sacudia de uma forma selvagem e o agitava com força. Sangue escorria de sua boca, de seu nariz.

– Sophia? O que está acontecendo? – Gritei desesperada, enquanto Sophia verificava seu pulso, conferindo suas pupilas. Ela iluminou-as com uma lanterna seus olhos inconscientes e observou suas pupilas dilatarem. Ela encostou o ouvido na caixa torácica de Ian.

– Hemorragia interna. – Ela disse alarmada. – O coração dele está parando.

– Ele não está respirando! Temos que fazer alguma coisa!

– Ele está perdendo muito sangue!

Naquele momento foi como se o chão tivesse sido tirado dos meus pés. Meu coração batia descompassado, minha respiração acelerada, arfante. Minha mão pousou instintivamente sobre minha barriga elevada. Eu assistia estática, Sophia massageando de forma repetitiva o peito de Ian. Ela pressionava o peito dele, que continuava sem se movimentar, e tentava soprar ar em seus pulmões, tentando reanimá-lo.

Então, a verdade cruel finalmente me aplacara. Ian estava morrendo.

– Por favor, não me deixe! Você está me ouvindo? Você prometeu, prometeu que não me abandonaria! - Um grito desesperado saltou de dentro do meu peito. Dor era tudo que eu conseguia sentir – Eu preciso de você! Nosso filho precisa de você!

Ele não reagia. Seu corpo ficou rígido embaixo das minhas mãos, apesar da respiração fraca, quase insistente. As batidas internas estavam acabadas.

– Peg – Sophia murmurou com voz baixa. Ela encarava o chão distante. Lágrimas salgadas escorriam de seus olhos. – Não adianta mais. O coração dele parou.

– NÃÃOOOO. – Gritei desesperada – Ele não pode me deixar! Ele prometeu!

– Eu sinto muito Peg... – Ela murmurou me abraçando.

– EU. TE. AMO. – Fiz um último apelo, desesperado. Voltei a massagear seu peito fortemente – Fica comigo.

Eu soprei mais ar em sua boca, mas nada aconteceu ali. Apenas seu peito sem vida se erguendo em resposta. Um. Dos. Três.

Então, para minha surpresa, eu senti uma leve batida, mas bem fraquinha seguida por um leve suspiro. Um leve suspiro que não vinha de mim, muito menos de Sophia. Vinha de Ian!

– Sophia! Olha! – Falei não me contendo de alegria. Ao ver o peito de Ian subindo e descendo suavemente, ela correu até nós, verificando novamente sua pulsação e depois seus batimentos.

– Peg! – Ela disse incrédula – Ele está vivo!

Com os olhos embaraçados pelas lágrimas, ajoelhei-me perto da maca e sussurrei baixinho sem a intenção de incomodá-lo. Senti um leve aperto de Ian na minha mão, que estavam sobre as dele.

– Eu te amo. – Sussurrei baixinho. – Obrigada por voltar pra mim.


# Horas depois#



Entrei novamente no quarto de visitas de Sophia receosa. Espectro de Fogo estava no criotanque no canto do quarto, esperando adormecido o momento para voltar ao seu planeta natal. Ian estava deitado na cama, como esteve milhões de vezes na nossa antes, porém, agora era diferente. Ele não roncava. Não se mexia. Não estava ali. Pedi a mim mesma que não chorasse, mas foi inevitável. Eu já estava sendo forte havia tempo demais.



Eu deveria estar chorando, mas eu não posso deixar isso aparecer.




Sentei no canto da cama e peguei sua mão, beijando-a.




–Oi Ian. Esse é seu nome. Ian. –Eu disse, reprimindo um soluço. Seu rosto não esboçou nenhuma reação. Demorei um pouco mais para continuar. – Sou eu, Peg. Eu sei que se você fizer um esforcinho você vai lembrar-se de mim. Espectro de Fogo, a Alma dentro de você foi embora, meu amor. Você está livre. É só você voltar para mim e será você, eu e nosso filho – Abaixei-me e beijei sua testa – Para sempre.



Eu sei que você tem um pouquinho de vida em você ainda.


Eu sei que você tem muita força.


Eu quis desistir e acabar com aquela dor torturante, o medo de perdê-lo.




Eu deveria estar esperando, mas não paro de pensar;





Três dias. Três dias eu levei para trazê-lo de volta, entre lágrimas e monólogos intermináveis nada o fazia reagir. Porém, apesar da minha vontade, não conseguia deixar aquele quarto, sem saber que eu havia feito tudo o que eu podia pelo meu amor.




De todas as coisas que nós deveríamos ter dito,



Que nos nunca dissemos.


Todas as coisas que nós deveríamos ter feito,

Que nunca fizemos.

Todas as coisas que eu deveria ter dado,

Mas não dei.


No terceiro dia eu acordei com o som mais doce e lindo que eu conhecia. Sua voz. Eu havia dormido de joelhos ao lado da cama, com os braços cruzados sob a cabeça servindo de travesseiro.



–Peg? - Ouvi. Achei que era Sophia e levantei a cabeça olhando para a porta. Porém nenhum olhar preocupado e maternal me encarava da porta aberta. – Peg.


Ele me chamou novamente. Olhei para ele assustada. O sorriso cresceu em meu rosto involuntariamente e o mesmo aconteceu no rosto dele. Ele estava vivo! Estava de volta! Meu amor estava de volta!!!


Eu pensei que tivesse te perdido, quando você fugiu, tentando me encontrar


Eu pensei que nunca veria seu doce rosto novamente

Eu me virei, e você tinha ido embora, e os dias foram passando;

Mas eu mantive os momentos em que estávamos juntos dentro de mim

Porque eu tive esperança, em meu coração, que você voltaria;

E Agora você está aqui


Antes que pudéssemos evitar, beijávamo-nos com paixão. O gosto salgado das minhas lágrimas mesclou-se aos nossos beijos. Ele acariciou meu rosto.



–Shhh... Pronto, pronto. Já acabou. Estamos juntos de novo... Não vamos mais nos separar... Vai ficar tudo bem agora...


Ele disse, tentando me acalmar. Ele me abraçou e eu solucei, chorando onde eu sabia que estaria segura, onde não precisaria fingir, onde podia ser eu mesmo para ser amada. Eu senti falta de seu carinho, senti falta do jeito que só ele sabia fazer, do jeito que só ele sabia me amar. Aquele peito era meu lugar favorito no mundo inteiro.

Oh, querido, faça isso passar,

Faça ir embora.

Dê-me aqueles momentos de volta.

Dê-me os de volta para mim.

Dê-me aquele beijinho.

Dê-me a sua mão.


–Senti tanto a sua falta que chegou a doer.


Eu disse, aninhando-me mais para perto dele.

–Eu disse que iria até o fim do mundo para ter você de volta. Eu nunca te deixei minha pequena. Eu estava olhando por você, dentro dele, eu juro.


Eu senti um vazio e havia dias que eu tinha minhas dúvidas


Mas eu sabia que eu ia te encontrar em algum lugar,

Porque eu sabia que não poderia viver sem você em minha vida,

Por nem mais um dia

E eu jurei que nunca quebraria a promessa que fizemos


Ele respondeu, apertando mais os braços ao meu redor. Acariciei o peito em que estava aninhada e senti seu cheiro, matando a saudade torturante que me atormentava durante os últimos meses. Levantei o rosto para ver o dele de perto, depois de tanto tempo vendo-o de longe. Seus olhos estavam olhando para mim finalmente livres do prateado. Nunca mais as Almas invadiriam meu pedaço particular de Neve, Safira e Meia-Noite, prometi a mim mesma, enquanto acariciava em seu queixo a barba por fazer.



Ele acariciou meu rosto e secou as lágrimas que escorriam pelas maçãs do rosto com o polegar. Ficamos olhando um ao outro, sentindo um ao outro, depois de tanto nos olharmos de longe, incapazes de nos aproximar-nos, separados por uma Alma do Planeta do Fogo. Beijamo-nos novamente, dessa vez mais devagar e apaixonadamente, unindo nossas respirações e lágrimas de saudade.



Eu disse a mim mesmo que não dormiria até que eu procurasse o mundo,


De mar a mar

Eu fiz um desejo a uma estrela, me virei e lá estava você


–Amo você.



Eu disse quando descansamos as testas juntas, encostando as pontas dos narizes. Ele acariciou meu rosto novamente, olhando fundo em meus olhos cinzentos e prateados.


–Eu amo mais.

O bebê dentro de mim deu um chute alegre, também com saudade do pai, e me apressei para levar a mão dele à minha barriga para que ele sentisse. Em alguns lugares já dava para sentir os contornos dos joelhos e cotovelos do nosso filho. Ele chutou novamente e Ian abaixou-se até ele para beijar a superfície esticada em que ele crescia.





Eu me demorei o máximo que eu pude até que Ian perguntou.




–Qual é o plano, quando vamos para casa?


Já era hora de separarmo-nos? Funguei e segurei um soluço mordendo o lábio inferior.

–Você? Hoje a noite. Mas eu ainda não terminei por aqui.

–O que?

Antes que ele pudesse resistir eu peguei o Dormir na mesa de cabeceira, prendi a respiração e espirrei a sua frente. Seus braços caíram do meu corpo e beijei seus lábios uma última vez antes de chamar Sophia tínhamos um longo caminho para deixar Ian perto de casa.


[...]



–Ei, Sophia – Chamei-a enquanto lambia a gota de baunilha que escorri pela casquinha. O sabor doce geralmente era demais para mim, mas me permiti isso, uma vez que Ian estava seguro em casa a essa altura. – Já pensou para onde que ir?


Perguntei observando três garotinhas pulando em duas cordas.

–Ir? - Ela respondeu com outra pergunta, enchendo sua colher com seu sorvete de chocolate belga e nozes.

–É. Ian está em casa, Maya quase despistada, então quando eu tiver que retirar você antes de fugirmos, eu tenho que saber aonde você quer ir porque não vou ter muito tempo antes que Maya...

–Falando de mim? – Como que surgido do nada, como fumaça, ela deu a volta no banco com as mãos no quadril, claramente desconfiada. – Que atenciosas... Posso saber do que as moçoilas conversam tanto?

Eu e Sophia nos entreolhamos chocadas. Quanto da conversa ela tinha ouvido? Ainda dava tempo para mentir? Tínhamos que inventar algo antes que Maya ficasse desconfiada além do normal. Felizmente, uma das coisas que eu tinha aprendido como Buscadora era inventar histórias o mais rápido possível, afinal como todos queriam saber da minha vida, histórias passaram a ser minha vida.

–Claro. Estávamos nos perguntando se você voltaria da sua missão antes do nascimento do meu filho. Ainda não escolhi o nome, achei que talvez você pudesse me ajudar.

Eu disse sorrindo nervosa, com medo de que ela não acreditasse. Porém ela sorriu simpática e saiu andando. Ela estava desconfiada, e eu sabia disso, Maya sempre estaria desconfiada de mim. Mas até rumarmos às cavernas tudo estaria bem.

–Tem que ser antes do parto.

Decidi. Sophia me olhou interrogativa.

–Peg, você não está facilitando as coisas para mim hoje.

Ela disse mordendo a ponta da casquinha. Lambi a baunilha em cima da minha observando Maya ir embora com uma expressão concentrada. O sol de fim de tarde fazia meus caracóis tingirem tudo ao meu redor de dourado. As árvores e a grama estavam verdejantes e borboletas voavam, desviando-se dos pais brincando com os filhos no parquinho a nossa frente. Ao lado do balanço, um pai beijava com carinho o machucado da filha, dizendo que logo ia passar.

Era aquilo que eu queria para o meu filho. O pai e quanto antes melhor.

–Não vou levar meu filho recém-nascido para o deserto e não o quero um dia sequer de vida sem o pai. Sem contar, que depois que esse bebê nascer, se ele tiver 1% do DNA de Ian, Maya nunca mais nos deixará em paz.

Sophia deu de ombros.

–Quem sou eu para contrariar uma grávida. Nunca fui um golfinho. Dizem que é lindo.

Fiz que sim, concordando. Quando a hora chegasse, eu estaria pronta. Tinha que estar. E eu não estaria sozinha, Sophia estaria comigo e meu filho, claro, minha constante companhia nos últimos 8 meses. Ele esticou-se e pude sentir sua mãozinha, com todos os dedinhos Ele era tão grande e forte! Deveria ser um meninão como o pai, ou talvez uma garotona como a tia. Fosse como fosse, eu o amava, e sabia que Ian amaria também.

–Sim, filho. – Sussurrei para ele, acariciando-o com carinho e sorrindo para ele por trás da casquinha. – Vamos para casa em breve. Papai vai está lá nos esperando, eu sei. Ele vai nos proteger.


[...]




Eu estava extremamente nervosa. Minhas mãos tremiam e minhas pernas bambeavam. Há quanto tempo eu não fazia aquilo? E se... Algo desse errado? E se eu...



– Peg... Acalme-se. Vai dar tudo certo. – Sophia disse enquanto colocava na boca um pequeno comprimido de ‘’ Sem Dor’’.

– Sophia, tem mesmo certeza que não quer ficar? Sabe... Podemos arranjar outro corpo pra você e você poderia ficar com agente, nas Cavernas.

– Não Peg, está tudo bem. Sei que parece meio estranho, mas eu quero mesmo ir. – Ela disse com um sorriso fraco.

– Tem certeza? Ainda pode mudar de ideia.

– Tenho. Vai ficar tudo bem Peg, eu confio em você. – Ela disse se deitando na cama de barriga pra baixo. – Agora... Faça o que tenha que fazer. Eu vou ficar bem.

– Vou sentir sua falta. – Falei baixinho. Em todo esse tempo que passei em Tucson, Sophia sempre estivera do meu lado, em todas as ocasiões. Ela era uma verdadeira amiga pra mim, iria fazer falta. Mas por outro lado, quando ela abrisse os olhos novamente, eu conheceria a irmã de Ian, a verdadeira Sophia OShea, minha cunhada e mãe da Allie.

– Peg... Você poderia me prometer uma coisa antes de... Eu partir. – Ela disse e sua voz era quase um sussurro.

– Claro... O que você quiser.

– Promete que vai ser feliz. Promete que vai ser MUITO feliz ao lado de Ian?

– Prometo Sophia. – Falei sentindo que as lágrimas que queriam fluir.

– Nunca deixe de cumprir essa promessa, ok? – Ela disse e eu apenas assenti.

– Adeus Peg.

– Adeus Sophia – Murmurei baixinho antes de espirrar com cuidado o ‘’Dormir’’. Logo ela estava inconsciente e minutos depois, ela já estava em um criotanque ao lado da calma, com seu brilho prateado e cheio de vida.

– Faça uma boa viagem, Sophia. E Boa Sorte em sua nova vida.


POV Sophia:



– Adeus Sophia - Foram as ultimas palavras que ouvi antes do Dormir fazer efeito. Ouvi sua respiração rápida e sufocada... Ela estava chorando. Peg estava chorando.



Adeus e... Obrigada. – Ouvi Sophia se comunicar comigo pela última vez.


– Cuide bem da Allie. - Queria dizer, mas as palavras não saiam e os remédios já faziam efeito pela minha corrente sanguínea. A última imagem inundou a minha mente. A imagem daquela linda garotinha de lindos olhos Neve, Safira, Meia Noite. Allie. Eu sempre me lembraria dela e torcia pra que ela fosse muito feliz ao lado da mãe, a verdadeira mãe.

Agora, era hora de recomeçar. Quanto eu abrisse olhos novamente, seria uma Golfinho, e recomeçaria novamente uma vida de aventuras, longe, muito longe do Planeta Terra




POV PEG:



Eu mal podia acreditar que estava voltando pra casa, depois de quase cinco longos meses. Estava voltando pra minha família, minha verdadeira família. Voltando para o lugar onde eu realmente pertencia, onde eu deveria estar. E pincipalmente, voltando para o meu amor, o meu Ian, meu marido, o homem da minha vida.


Deixar Ian inconsciente naquele Deserto, perto da entrada das Cavernas foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que fazer, mas, eu um mal necessário. Maya não poderia descobrir a verdade, não agora que tudo estava dando certo, que Ian estava em casa, e que eu estava prestes a voltar. Por isso, depois de deixar Ian lá, tive que voltar para Tucson.

– Peg, alguma noticia do Espectro de Fogo? – Maya perguntou me tirando dos meus devaneios.

– Não Maya. Nenhum sinal dele, desde Quinta Feira.

– Aonde aquele garoto se meteu... Há quatro dias ele não dá as caras na Delegacia. Bom, seja como for, me avise qualquer coisa. Quando ele por os pés nessa Delegacia será imediatamente demitido por essa irresponsabilidade.

Sim Maya – Respondi prontamente sabendo que nem Ian, nem Espectro voltariam a por os pés naquela Delegacia, ou ter que enfrentar Maya novamente, o que era um imenso alivio pra mim. – Maya, eu preciso falar com você. É um assunto sério.

– Claro, mas, seja rápida, tenho que sair em alguns minutos.

– É sobre a minha licença. Como você sabe, o meu filho deve nascer em duas ou três semanas e eu... Gostaria de sair de licença antes... Pra me preparar e Sophia pediu que eu ficasse de repouso durante esse período.

– Tudo bem, afinal, não quero ninguém entrando em trabalho de parto na minha Delegacia. – Ela respondeu secamente – Está dispensada. Não precisa mais vir a partir de amanhã. Mas daqui seis meses quero você de volta ao trabalho. Entendidas?

Claro, pode esperar sua louca – pensei – Você nunca mais vai me ver. Apenas assenti me levantei da cadeira, me despedindo dela friamente.

Depois do meu turno, sai da Delegacia e fui para casa de Finny, pegar as coisas que eu tinha separado pra a viagem de volta as Cavernas, e depois, fui até o apartamento de Sophia.

Sorri triunfantemente. Lar doce lar, lá vamos nós! Mas antes, tinha uma última coisa a resolver.

[...]


– Peg, tem mesmo certeza que quer fazer isso? – Sophia perguntou assim que estacionou o carro na antiga Estação de Cura onde ela trabalhava como Curandeira.


Na verdade, aquela não era mais a alma, Sophia, e sim, era a irmã de Ian. Ela era humana novamente, pois eu tinha tirado Sophia, a alma de dentro dela há uns dois dias atrás, logo após deixar Ian perto das Cavernas. Sophia devia estar numa nave, em direção ao Planeta dos Golfinhos, como ela mesma havia decidido.

– Tenho sim. Espectro sempre desejou permanecer na Terra, e acho justo que ele tenha essa chance. – Falei olhando cuidadosamente o movimento em torno da Estação.

– Tudo bem. Mas tome cuidado Peg. – Ela disse baixinho antes que eu saísse do carro. Logo eu estava dentro da Estação de Cura, com o criotanque onde estava Espectro de Fogo nas mãos.

A Estação estava fazia, apenas algumas enfermeiras conversando e uma mulher atrás de uma mesa de recepção. Dirigi-me tranquilamente até o elevador, apertando o botão até o 4° andar, onde Sophia antigamente trabalhava.

Courtney, a jovem aspirante a Curandeira, estava como sempre, em seu balcão circular onde escrevia algo em uma prancheta.

– Oi Courtney!

– Pet! Nossa, que surpresa.

– Eu vim... A pedido de Sophia.

– Sophia? Ela está bem? Nossa, ela ficaria tão orgulhosa! Amanhã será minha primeira Inserção! – Ela disse e seus olhos brilharam de ansiedade.

– Bom, ela me pediu pra falar com você. Pediu pra mim te entregar isso – Falei estendendo o criotanque em sua direção. Ela olhou confusa, franzindo o cenho. – Ela quer que você encontre um corpo pra essa alma aqui. Um corpo ideal. E que cuida pra que tudo fique bem.

– Eu? Encontrar um corpo? Mas esse é o trabalho dos Buscadores.

– Sim, mas essa é uma alma especial. – Falei sorrindo quando ela finalmente pegou o criotanque – E Sophia confia em você. Não vai desapontá-la não é?

– Não, eu... Vou fazer o possível. Pode deixar.

– Obrigada Courtney! Agora, eu tenho que ir. Minha mãe deve estar me esperando pro jantar.

– Ah, tudo bem. Então, até logo.

– Até. – Falei sorrindo voltando para o caro de consciência limpa, pois eu sabia que Courtney cuidaria bem de Espectro, que encontraria o corpo certo pra ele, e que ele ficaria feliz em sabe que ficou na Terra.

– E ai, como foi? – Sophia perguntou apreensiva enquanto eu colocava o cinto.

– Perfeito. – Falei sorrindo – Vamos?

– Vamos.

Senti uma leve pressão no meu ventre. Algo como... Uma leve contração. Bom, devia ser só um chute... Um pouco mais forte. Só isso. O bebê estava feliz também por estar voltando pra casa.


POV. Ian:



– Ele já devia ter acordado – Uma voz feminina concluiu, preocupada.


– Use o acordar – Outra voz instruiu. Eu estava confuso. As vozes pareciam ecoar distante, muito distante. Mas aquela última... Era mais familiar. Parecia até a minha própria voz... Era Kyle!

Algo roçou no meu rosto, leve como o toque de neblina. Eu conhecia o cheiro. Era cereja. Eu respire fundo e minha mente clareou. Então, como numa flash, todas as minhas lembranças vieram à tona. Espectro havia sido retirado e a ultima coisa de que eu me lembrava era de acordar, e ver Peg ao meu lado. Peg, meu amor, onde estaria ela?

Senti um frio percorrer minha espinha quando me lembrei que depois de eu perguntar quando voltaríamos pra casa, ela disse: ‘’ -Você? Hoje à noite. Mas eu ainda não terminei por aqui. ‘’, depois disso, eu apaguei. O que ela queria dizer com aquilo? Como assim ela não tinha acabado?

Eu não via nada além de vermelho – o interior das minhas pálpebras. Eu queria abrir os olhos, então eu fui buscar os músculos certos para fazer isso. Ah, como era bom tem o controle do meu corpo novamente! Poder sentir meus músculos, meu coração bater, minhas pálpebras piscarem.

– Ian pode nos ouvir? - Uma voz perguntou e agora eu reconheci imediatamente. Era Mel. Espera... Era Mel!?! Eu estava em casa! Estava de volta, estava nas Cavernas! E o cheiro era estranho – abafado e meio mofado – confirmou isso. Abri os olhos com dificuldade e logo notei que estava no Hospital de Doc, que estava ao meu lado, ainda segurando o vidro de Acordar. Sentei-me instintivamente no catre onde eu estava deitado e meus olhos procuraram desesperadamente por Peg.

– Cadê ela? – Perguntei desesperadamente quando não a encontrei. Eu não poderia suportar a ideia de tê-la perdido...

– Ian, tente se acalmar... – Doc disse tentado me fazer deitar novamente na maca.

– Onde está Peg? – Perguntei novamente, sério, e vi Mel e Doc se entreolharem e depois olharem para o chão.

– Ela... Não voltou Ian. – Mel explicou reprimindo um soluço – Jared encontrou você lá fora na areia, desacordado, mas não havia nenhum sinal dela... Aaron e Jared estão procurando... Mas nada até agora.

– Oh meu Deus! – Exclamei levando a mão a boca. – Há quantos dias eu estou aqui?

– Dois dias.

Dois dias? E ela ainda não está aqui? O que diabos ainda está fazendo em Tucson?!”

Todos me encaravam esperando que eu dissesse alguma coisa. Mas o que eu poderia dizer para tranquilizá-los, se eu não sabia o que dizer a mim m Mais tarde eu fui liberado. “Ainda não terminei por aqui”. O que queria dizer? Queria dizer que ficaria em Tucson e nunca mais voltaria? Não. O ‘’ainda’’ mostrava que não. Mas se voltaria, porque ainda não havia voltado? Onde estaria? Estaria bem? E o bebê?! Ele logo chegaria e eu preferia que estivéssemos juntos quando isso acontecesse. Queria ficar ao seu lado e segurar sua mão durante as horas difíceis para que ela soubesse que eu estava ali. Tinha planejado aquilo secretamente escondendo meus pensamentos, planejado aquele momento mágico, quando estivéssemos finalmente livres. Agora ela não estava ali, e ser livre sem ela era como estar duplamente engaiolado, em uma cela feita de solidão, onde eu podia controlar quem era, mas não podia controlar o que sentia.



Não havia ninguém por perto, estavam todos nos quartos, ou tomando banho, se preparando para o jantar depois de um longo dia de sobrevivência. O dia nunca tinha parecido tão longo. Caminhei vagarosamente pelos túneis que levavam a saída, e quando dei por mim, as estrelas já me iluminavam, em seus tons prateados como os olhos de Peg. Mal podia esperar para ver o topo de sua cabeça aparecendo por trás de uma duna, mas nada aconteceu.




Gritos. Estavam longe, mas eu podia ouvir. Inimigos?! Não. Eles não estariam aqui quando ela chegasse. Eu ia garantir que tudo seria seguro para que meu filho chegasse ao mundo.



POV PEG.



‘’ Falta pouco. Força Peg’’ – Falei pra mim mesma, enquanto senti meus tornozelos afundarem na areia. Sophia e eu estávamos caminhando há horas, e o sol já começara a se por no horizonte. Em pouco tempo, estaríamos nas Cavernas. Isso enchia meu coração de alegria e esperança. Finalmente eu voltaria pra minha família, em segurança e poderia respirar em paz.


Tudo tinha dado certo, finalmente. Meu final feliz estava próximo ao lado do meu amor, e agora, teria nosso filho, nosso bebezinho para alegrar mais a nossa vida.

– Peg? Tudo bem? – Sophia perguntou – Tem certeza que não quer parar um pouco? Não é bom você se esforçar demais, por causa do bebê.

– Tudo bem Sophia. Eu estou b... – Antes que eu terminasse a frase, senti uma forte pontada no meu ventre. Mordi o lábio inferior e tentei ignorá-las, afinal, devia ser normal, meu filho precisava de espaço para terminar de se desenvolver dentro de mim. Continuei caminhando, agora um pouco mais devagar. Minutos depois, as pontadas se repetiram, só que dessa vez mais forte, franzi o cenho, acariciando minha barriga, tentando acalmar meu bebê que estava agitado. Logo ele se tranquilizou e as pontadas diminuíram. Suspirei aliviada, já estava começando a pensar que daria a luz aqui, no meio do Deserto e...

‘’ Isso não é bom ‘’, pensei, segurando um gemido quando outra pontada, a mais forte de todas me atingiu.

– Sophia... - Chamei baixinho. O terror dominava minha voz. Um líquido quente descia por minhas pernas, mas não tive coragem de olhar. Ambas as possibilidades em que pensei eram horríveis...

– Vamos Peg, precisamos nos apressar para chegar antes de...

– Sophia - Interrompi, chamando-a novamente. Ela virou-se impaciente para mim e viu o líquido molhando a areia debaixo de mim. – Acho que temos um problema.

– Ah não Peg... Por favor, não diga que... – Ela pausou – A SUA BOLSA ESTOUROU! VOCÊ ESTÁ EM TRABALHO DE PARTO PEG!






I Thought I Lost You (Feat. John Travolta)




This Woman' Work – Maxwell





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Notas finais do capítulo

E ai, e ai, gostaram??? Espero que sim. Que tal reviews? REcomenções? A Bellah e eu ficariamos MUITO felizes com uma recomendação fresquinha. hehehe.

Pois é gente, parece que tivemos um pequena surpresa no final do capítulo né. kkkkk. O baby do Ian e da Peg decidiu vir ao mundo um pouco antes do esperado. O que será que vai acontecer? =O

Bom, isso só no próximo flores e eu já adianto que será sem comentarios. * Tomando cuidado para não falar demais. hahaha * Mas tenho certeza que irão se surpreender e não vão se arrepender.

Ah, falando no próximo capítulo, aqui vai o trechinho do próximo capítulo que vocês tanto amam.hehe

[...]

— Você foi muito bem Peg... Sussurrei com orgulho em seu ouvido, acariciando seu cabelo com carinho. Estranhamente, não houve reação Peg? Peg...

Balancei seu ombro aflito, mas nenhuma expressão esboçou-se em seu rosto cansado.

[...]

Tenso né! O que será que vai acontecer? E o bebê? será que a Peg vai conseguir trazer o bebê ao mundo?

Bom, isso e MUITO mais no próximo capítulo amores. Não percam ein, últimas emoções de The Soul!

Bjos e Até!



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