The Soul escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 13
Julgamento


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas, que saudades de vcs!



Bom, acho que chega de mistério néh hehe. A Bellah e eu não queremos matar vcs de um ataque cardiaco. Agora vcs vão saber o que aconteceu com o nosso Ianzinho.



Gente, queria agradeçer de coração, mais uma vez, a todas vcs que comentaram no cap. anterior e que acompanham a FIC. Muito obrigada meu amores, vcs são a nossa inspiração!



Bom agora sem mais, bora ler pessoal , pq esse promete!



Bjus e Até lá em baixo!



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POV Peg:

Eu estava prestes a desmaiar quando senti braços fortes me segurarem, antes que meu corpo alcançasse o chão.

– Peg, fica comigo, por favor – Falou uma voz rouca, entrecortada pelo choro, tentando me fazer voltar à consciência - Eu preciso de você! Não me deixe, eu te amo!

Não demorou muito para que eu reconhecesse aquela voz. Aquela voz que eu tanto amava ouvir. MEU Ian, o meu amor estava vivo! Meu coração então explodiu de fagulhas e mais fagulhas de felicidade.

– Ian? – Murmurei com a voz rouca.

– Peg, graças a Deus! Você está bem, meu amor? Ele te machucou? – Ian perguntou, apreensivo. Só então, ao olhar em volta, notei que estava em um carro. E era um dos carros que guardávamos em uma das garagens das Cavernas.

– Não, eu estou bem. Eu acho... – Disse com a voz chorosa, enterrando meu rosto em seu peito. Eu precisava senti-lo. Precisava saber que ele realmente estava ali, comigo. Lágrimas caiam quentes pelo meu rosto. Lágrimas de alivio, de amor, de pura felicidade.

– Shhhh... Pronto... Acabou agora... – Ele falou, me abraçando forte. Eu chorava em seu peito enquanto ele acariciava meus cachos louros tentando me acalmar.

– Ele está morto... Ele está morto... Ele morreu. – Falei, ao lembrar-me do corpo de Austin caído no chão, sem vida. Ian sorriu.

– Sim Peg. Se ele está morto quer dizer que ele morreu.

Fechei a cara, me aconchegando mais em seus braços, fungando irritada, tentando conter os soluços.

– Como consegue fazer piada numa hora dessas? Parece feliz por ter matado uma pessoa! – Falei, indignada.

Ele me ajeitou em seus braços e pousou os lábios em minha testa como que a me dar um longo beijo. O contato explodiu meu coração em felicidade.

– Estou feliz em parte. – Sussurrou contra minha pele. – Não sou a favor da violência normalmente, e não me orgulho do que eu fiz lá. Mas o que importa é que acabou e você está segura.

Encontrei uma razão pra mim

Para mudar quem eu costumava ser

Segura. De certo modo, eu me sentia segura, mesmo estando longe de casa, com os Buscadores à nossa procura. Havíamos saído com o carro e nos escondido entre as pedras para passar o resto da noite, o mais longe possível das garagens e das Cavernas. O ar quente estava ligado a fim de me fazer parar de tremer. Ian e eu estávamos abraçados no banco de trás. Eu voltei a me sentir segura em seus braços, e pude chorar até lavar minha alma, sabendo que ele estava ali para secar minhas lágrimas.

– Eu amo você. Acredite você ou não em mim, eu te amo. – Ele disse ainda com os lábios em meu rosto. – Para sempre.

– Eu não me importo mais – Respondei acariciando seu peito. Pude vê-lo ficar rígido. – Digo, com Cassie e Allie. Depois de hoje, nada mais importa. Só eu e você. Eu fui uma tonta, uma burra! Eu devia ter confiado em você, meu amor, e não nas armadilhas da Cassie!

– Tudo bem, meu amor, já passou. O que importa é que estamos juntos de novo. E acho que tudo isso serviu para fortalecer ainda mais o nosso amor. – Ian falou e eu realmente concordava com ele. Tudo aquilo só aumentou ainda mais o meu amor por ele. E hoje, Ian me deu mais do que uma prova de amor, ele arriscou a própria vida para me salvar.

Ian me puxou para perto, sorrindo e se ajeitando contra o banco do carro, fechando os olhos. Também fechei meus olhos, inchados e cansados de chorar, diminuindo o ritmo da respiração, mesclando-a com a de Ian que já soava sonolenta. Tudo estava bem. Ian não deixara de me amar, e me salvara de forma heroica e eu não me importava se ele mentira ou não. Eu o amava e agora que estávamos juntos e salvos, eu podia finalmente dormir em paz!

POV Mel:

Jared estava com o braço em cima dos olhos, aparentemente dormindo. Eu invejava sua capacidade. Infelizmente, ao contrario dele, eu tinha passado a noite praticamente em claro. Estava tão preocupada com Peg, minha irmã, que não conseguia dormir.

Na verdade, eu estava começando a entrar em desespero. Mentalmente, eu tentava formar algo coerente que nos levasse até Peg e explicasse o seu sumiço repentino. Lembrei-me que a algumas noites atrás, eu estava sozinha na cozinha e Peg apareceu, chorando. Ela estava muito magoada, eu sabia disso. E para piorar, desde que aquela enxerida e atirada da Cassie veio pra cá, Peg e Ian viviam se desentendendo. Mas, o mais estranho, foi à conversa que ouvi, de Cassie e Austin, quando estava indo procurar Peg, já que ela não estava no quarto.


– Você tem certeza? – Austin perguntou, parecendo indeciso.


– Absoluta. É o plano perfeito... Juntos eles podem até ser fortes, mas separados? Vão murchar rapidinho.

– Você é uma mulher cruel Cassity. – Ele falou, sorrindo, e Cassie sorriu, exibindo seus assustadores dentes brancos.

– Eu sei o que eu quero. Você não?

Ele fez que sim e me pareceu que ele sabia mesmo o que queria e que nada poderia impedi-lo.

– Eu aceito me unir a você Cassie – Austin disse, estendendo a mão, como se finalmente tivesse tomado uma decisão.

Claro!

Era isso!

Bingo!

Como não tínhamos notado isso antes?!

Cassie e Austin se uniram para separar Ian e Peg, e juntos, eles planejaram isso tudo! Eles sequestraram minha irmã! Afinal, que outra explicação haveria para Austin ter sumido também?!

Senti meu sangue ferver de raiva. Como aqueles dois tiveram coragem de fazer isso com ela! Peg é o ser mais nobre e adorável que eu já conheci, incapaz de fazer mal a qualquer ser, até mesmo uma mosca. Ela não merecia esse fim!

Ah mais eu iria tirar essa história a limpo ou não me chamo Melanie Stryder! Aquela sem vergonha da Cassie vai me explicar tudo direitinho, e vai me falar onde está Peg!

Levantei rapidamente da cama, aproveitando que Jared ainda estava dormindo. Logo meus pés tocaram o chão gélido. Troquei de roupa e quando dei por mim, já estava caminhando em direção ao quarto da Cassie, para tirar satisfação.

Meus olhos não podiam acreditar no que estavam observando. Seria uma miragem? Uma alucinação? Não! Era real! Minha irmã estava de volta, sã e salva. Peg estava sendo carregada por Ian, que tinha um sorriso enorme no rosto.

Naquele momento, meu coração explodiu em fagulhas de felicidade. Corri imediatamente me direção a eles.

POV Peg:

– Peg! Minha irmã! – Gritou Mel, com a voz embargada pelo choro, correndo em nossa direção. Ela realmente estava surpresa em me ver.

– Sentiu minha falta?!

Indaguei sorrindo.

– Está brincando?! Todos aqui estavam morrendo de preocupação! - Anuiu levando a mão ao peito - Aonde você se meteu Peg?

– É uma longa história, Mel. – Ian murmurou antes que eu pusesse explicar – Agora Peg precisa descansar. Vocês podem conversar sobre isso depois.

– Tudo bem – Mel respondeu, pensativa - Mas, cadê o Austin?

– Ele... Ele morreu!

Contei, angustiada.

– O que?!

Ela ficou pálida, de repente.

– É uma longa história Mel. – Falei gemendo. Naquele momento, não conseguia me concentrar em outras coisas por que meu tornozelo doía demais. Talvez estivesse quebrado, ou deslocado.

– Você está machucada? – Mel perguntou ao ver uma expressão de dor se estampar em meu rosto – O que foi?

– Bati com o pé numa pedra quando voltávamos pra casa. Acho que eu quebrei ou desloquei o tornozelo.

– Meu Deus! Você tem que ir até o Doc agora!

– Estávamos indo pra lá – Falei derrotada, fitando os olhos Safira de Ian, que naquele instante só transpareciam pura preocupação.

– Tudo bem, eu encontro vocês lá depois. Agora eu... tenho que resolver um assunto pendente. – Mel falou, me dando um beijo na testa. Depois ela saiu, e Ian me levou até o Hospital. Naquele instante, eu já não aguentava mais de dor.

POV Mel:

– Cuide dela, está bem?

Falei baixinho a Ian, que assentiu.

Depois de me despedir de Peg, continuei a caminhar em direção ao quarto da Cassie. Aliás, ver minha irmã só aumentou ainda mais minha determinação. Precisava tirar aquela historia a limpo.

Bati pela segunda vez na porta.

– Só um minuto. – A voz de Cassie respondeu, e logo a porta se abriu, exibindo seu rosto de víbora. – Ah, olá Melanie. Algum problema?

Fingi pensar por alguns segundos.

– Bem... Digamos que, você é o problema.

Ela riu.

– Desculpe, não estou te entendendo – Disse levando as mãos a cintura - Ah, já sei! Você deve estar assim por causa daquele verme nojento. Ela ainda não apareceu não é?

– Olha, Cassie, pra sua informação, o seu plano idiota deu errado. Peg está de volta, sã e salva!

Sorri ao ver sua expressão espantada.

– O que?! Como assim?!

Miou, estupefata.

– É isso mesmo que você ouviu. Peg agora está com Ian, lá no Hospital, e pra sua infelicidade, eu já sei de tudo o que você e Austin planejaram. Só que seu plano foi por agua abaixo!

– Oh não! Não acredito que a COISA não sumiu de vez! - Revirou os olhos, acabando com o resto da paciência que ainda me restava. Ela não deveria ter mexido com uma grávida. Não mesmo!

– Olha aqui senhorita atirada, lave bem a sua boca antes de falar da Peg, entendeu? - Minha voz falhava de raiva – Escute bem, a única coisa aqui é VOCÊ!

– Ah claro, e o que você vai fazer? – Ela disse com desdém – Vai me bater?

– Acertou!

Grunhi acertando um tapa estalado na sua bochecha. A marca da minha mão ficou desenhada perfeitamente em sua pele.

– Você não deveria ter feito isso Stryder!

Grunhiu respirando fundo.

– Eu NÃO tenho medo de você Cassity Stewart!

Deixei claro minha posição dando um passo a frente. Cassie tentou aproveitar meus segundos de distração, tentando puxar meu cabelo, porém eu segurei sua mão antes que ela pudesse alcançá-los, dando uma chave de braço nela.

– Me larga, Melanie!

Gritou tentando me arranhar com as unhas cumpridas.

– Eu vou falar apenas uma vez, e preste muita atenção – Anui – Você vai pedir desculpas para ela, para Allie e para Ian!

– Nem morta! – Cuspiu as palavras, com fúria. – Se depender de mim, ela nunca vai saber a verdade, nunca!

– Será que você não se toca garota?! Ian jamais vai voltar pra você! Ele não te quer mais! Deixe-os em paz!

– Hum talvez outros me queiram. Talvez Jared – Provocou – Até que ele não é nada mal, não acha?

– É melhor você ficar longe do MEU noivo! - Grunhi empurrando-a contra parede de pedra com força. Ela gemeu, aturdida, e veio pra cima de mim com tudo, me derrubando no chão.

– Sua cretina!

Gritei tentando me desvencilhar.

– Você não me conhece, Stryder!

Gritou, acertando um forte tapa em mim, meu rosto ardeu com força. Nós duas rolamos no chão, e a confusão estava armada. Tufos do cabelo dela saiam na minha mão, sangue quente escorria de seus lábios.

– FIQUE. LONGE. DA. MINHA. FAMÍLIA, ENTENDEU?! – Ordenei pausadamente, minha respiração entrecortada em meio aos tapas que eu acertava em seu rosto.

Fiquei descontrolada.

Estava fazendo aquilo por Peg, por Jamie, por mim. E se Peg nunca tivesse voltado? E se a tivéssemos perdido para sempre?

Cassie precisava mesmo de uma boa lição.

– Espero que tenha aprendido a lição, Cassity. Ninguém mexe com a minha família.

Falei enquanto me levantava do chão, arrumando meu cabelo que estava completamente armado. Cassie estava escolhida do chão, gemendo.

– Vamos, você vem comigo, agora.

Ordenei puxando-a para fora do quarto.

POV Ian:

– Bom Peg, parece que você realmente deslocou o tornozelo Doc falou, depois de examinar cuidadosamente Peg - Você vai ter que ficar com ele enfaixado por algumas semanas, mas antes eu vou ter que colocar ele no lugar e... isso pode doer um pouco. Você acha que aguenta?

– Sim Doc – Ela murmurou, segurando a minha mão. Peg era tão corajosa e forte. Eu tinha muito orgulho dela. Seu jeito de menina e mulher, realmente me deixava ainda mais apaixonado por ela.

– Ok Peg, então eu vou pegar o Sem Dor. – Doc falou, dando dois passos em direção ao armário improvisado onde ele guardava os remédios.

– Não Doc. Não precisa. Eu posso fazer isso sem o Sem Dor. Ela falou, olhando pra mim – Alguém pode precisar mais do que eu. Não podemos desperdiçar.

– Você tem certeza Peg? – Doc perguntou, arqueando as sobrancelhas e ela apenas assentiu.

– Peg, você não precisa sentir dor. Não precisa fazer isso só pra nos poupar meu amor – Falei acariciando seus cachos dourados. Só então percebi que ela estava suando frio. Pobre Peg, devia estar sentindo muita dor, e ainda por cima ela rejeitava o remédio.

– Ian, eu sei que posso fazer - Ela disse dando um sorriso frágil – Eu já tenho o remédio que eu preciso, bem aqui do meu lado. – Completou, piscando pra mim em cumplicidade.

Beijei ternamente a sua testa e antes de Doc colocar seu tornozelo no lugar, ela estendeu a mão para mim e eu a segurei com força. Depois, ela fechou os olhos.

Doc mexeu em seu tornozelo e eu fechei os olhos, só ouvindo os gritos agonizantes dela. Uma agonia surgiu dentro de mim, por que ela não aceitava o remédio? Eu odiava vê-la sofrer. Quando os gritos pararam, eu abri os olhos e vi lágrimas escorrerem em seu rosto.

Eu gostaria de poder levá-la embora

E ser aquele que segura todas as suas lágrimas

– Você foi muito bem meu amor – Falei beijando a mão que segurava. Logo Doc já tinha terminado, e ela estava sentada na maca, com o tornozelo esquerdo enfaixado.

– Está melhor agora? – Doc perguntou e ela assentiu. Depois, me sentei ao lado dela na maca, aninhando-a em meus braços. Ela repousou a cabeça no meu peito.

– Eu te amo, Ian – Peg falou, me pegando de surpresa com um longo e apaixonado beijo. Mergulhei naquele beijo, com todo o amor imaginável que estava preso em meu peito, depois de dias brigados. Mas logo fomos interrompidos quando vozes exaltadas ecoavam pelo corredor próximo ao Hospital.

– Me solta Melanie! – Gritava a voz de Cassie – Você está me machucando!

– Eu não vou te soltar enquanto você não explicar tudo!!! – Retrucou a voz de Mel, que parecia cada vez mais perto de onde estávamos. Logo ela apareceu, trazendo à chave de braço, Cassie que resistia bravamente. - Oi vocês dois. Alguém tem algo a dizer a vocês.

– Tenho nada! Me solta logo Stryder.

Doc soltou um assobio alto.

– Pegou ela de jeito hein Mel? - Mel piscou para ele e apertou a chave em Cassie que gritou.

– TÁ BEM! TÁ BEM! EU FALO! EU FALO!

Ela afrouxou mais a chave e a empurrou em nossa direção. Apertei mais os braços ao redor de Peg em um instinto protetor enquanto Cassie cambaleava para não cair. Ela olhou para Peg com raiva e depois seu olhar raivoso se dirigiu a mim, carrancudo, e soube que ela havia finalmente caído na real. Tinha se conformado que eu não a amava.

Talvez conformado não seja a palavra certa.

–Está bem, Allie não é minha filha e não é sua filha também. E se fosse, ela teria um péssimo pai mesmo! – Disse ofendida. – Eu disse tudo isso para que vocês se separassem de uma vez. Vocês são uma aberração da natureza. Uma brincadeira mórbida de Deus.

Continuou a voz cheia de raiva e amargura. Parecia que ela tinha terminado, mas Mel que estava sentada na mesa de Doc, que também assistia a tudo, visivelmente perturbado, limpou a garganta aparentemente pedindo que ela continuasse. Ela lançou um olhar irritado para ela, mas Mel apenas sorriu cinicamente e cruzou os braços. Doc estava com uma cara de quem adoraria estar com uma pipoca para assistir o desenrolar de tudo.

–E... Eu me aliei ao Austin para ele levar a coisa para longe. Mas o idiota teve a capacidade de falhar. Onde está ele agora?

– Morto. - Respondi, o mais sombrio possível. Pude ver que ela se assustou por um segundo, mas logo sua máscara foi vestida novamente.

– Ótimo. Então ele não se livrou da Peg, eu não me livrei da Peg, então viva o amor a paz, e tudo de bom e feliz no mundo... Eh!

Ela disse ironicamente. Passinhos pequenos ecoaram do lado de fora do hospital e um corpinho pequeno ofegante contrastou sua silhueta pequena contra a luz da lâmpada sobre a mesa de Doc.

–Então você mentiu para mim? Ele não é meu pai?! Eu sei que você não é a minha mãe, mas você disse para mim que ele era meu pai!

–Allie! -Cassie assustou-se, reconhecendo à vozinha. Allie estava de pijamas e parecia ter acabado de acordar, apesar das lágrimas em seus olhinhos tão parecidos com os meus – Você devia estar na cama!

– Você mentiu para mim! Mentiu para mim! Mentiu, mentiu, mentiu!

Disse brava como um mini tornado, pulando cada vez que dizia “mentiu”. Então ela saiu correndo, como um trem desgovernado, os passinhos mais uma vez ecoando pela pedra. Cassie fez menção de ir atrás dela, mas Mel foi mais rápida, rápida demais para uma mulher grávida em minha opinião, e prendeu Cassie novamente na chave de braço original.

–Não. Allie pode esperar. Agora tio Jeb vai decidir o que fazer com você.

Fiz que sim, pousando levemente a cabeça no ombro de Peg. Jeb seria justo, Cassie teria o que merecia e agora tudo estava esclarecido. Eu não era mais um mentiroso. Peg beijou minha bochecha e sussurrou.

– Amo você. Cada vez mais.

Uma razão pra começar tudo de novo

POV Allie:

Porque Cassie mentiria para mim? Ela sempre foi minha amiga! Eu estava com ela desde... Desde sempre! Não conseguia me lembrar de nenhum momento em que não estivéssemos juntas! Porque ela diria alguma coisa que não era verdade? E porque ela iria querer se livrar da Peg? Ela era minha amiga também! Eu não conseguia entender nada, não conseguia ver nada com os olhos cheios de lágrimas também. Enfiei-me na primeira abertura que encontrei e fiquei lá no escuro.

Era só uma fenda, mas devia servir. Cassity “Mentirosa” Stewart não ia me encontrar ali. Porque eu sentia que já tinha estado ali?


Ela recolocou a grade no duto de ventilação.


–Não saia até ter certeza de que foram embora. – Ela disse e eu fiz que sim, determinada a obedecer. – Eu te amo.

Disse uma última vez, em tom de despedida. Eu fiquei no duto de ventilação por muito tempo, e o silêncio era ensurdecedor. De repente, a porta caiu no chão com um estrondo e passos adentraram o quarto.

–Acalme-se e se entregue devagar está bem?

Perguntou a voz da pessoa que entrou no quarto. Era uma Alma!

–Espere Maya, cadê a menina? Tinha uma menina com ela.

– Desculpem. Não havia ninguém comigo, vocês devem ter se enganado.

Aquela mulher... Era... Minha mãe! Minha mãe! Eu lembrei dela! Ela tinha olhos azuis e cabelos pretos! E... O nome dela... Ainda me fugia...


Eu estava escondida, e Cassie estava a minha frente, desconfiada, olhando em volta. Era um galpão abandonado de ferroviária. Eu estava me escondendo lá antes de ir para algum outro lugar onde eu pudesse ficar por mais algum tempo. Achei que Cassie era uma das pessoas más, por isso me escondi atrás de um vagão vazio.


–O que está fazendo aqui, criança? A cidade está muito longe...

Não respondi, mas podia ouvir Cassie me procurando.

–Sou humana, mas não vou te machucar. A menos que você me dê motivo para isso.

Meus olhos se arregalaram. Ela era humana? Como eu e minha mãe?

– Prove que é humana!

Ouvi o clique de uma lanterna e não me conti de curiosidade e espiei. Cassie estava com a luz apontada para os olhos e eles não mostravam nenhum sinal de almas. Sem pensar corri até ela e abracei sua cintura. Fazia tanto tempo que eu não falava com alguém.

POV. Peg:

Para o bem ou para o mal, os dados estavam lançados. O julgamento seria agora, na Sala de Jogos, onde eu, Ian, Mel, Jared, Jamie, Alysson, Allie e Doc esperávamos Jeb, sentados na arquibancada. Cassie, estava ajoelhada no centro da sala, de braços cruzados e olhar feroz. Aaron e Brandt estavam um de cada lado dela com o intuito de vigiá-la, mas ambos pareciam entediados tendo em vista que Cassie tinha sido um completa lady desde que tinha levado uma surra de uma grávida. Claro que isso não a impedia de lançar seus olhares assustadores em minha direção.

Porém, agora, Ian estava do meu lado, ciente do veneno de Cassie, e em seus braços eu me sentia segura, e mais forte que ela. Allie também me ajudava a sentir protegida. A menininha, sentada no colo de Alysson, devolvia os olhares zangados a ela, de braços cruzados e cara fechada.

–Vai correr tudo bem, você vai ver amor... - Fiz que sim, procurando me animar.

– Sei que vai. – Disse e para enfatizar minha resposta, beijei-o levemente. Sorri ao pensar em Cassie assistindo aquilo com sua pior máscara de raiva.

As máscaras vão cair.

Os passos de Jeb adentraram a sala, apressados, ecoando pela pedra bruta com um barulho irritante.

– Me atrasei, mas já cheguei. Ian, pare de beijar a Peg. Peg, pare de beijar o Ian. Jared, pare de falar com seu filho, ele não entende uma palavra do que você diz e Allie, tire essa careta dessa carinha linda. – Concluiu piscando para ela, que riu baixinho. – Muito bem, como já disse centenas de vezes, eu odeio violência e tem mais violência acontecendo na minha casa do que eu gostaria. Mel, você nos convocou aqui, apresente seu argumento.

Com graça e sem soltar a mão de Jared, Mel se levantou em um movimento rápido.

– Cassie se aliou a Austin, que conforme descobrimos era um espião, para sequestrar Peg, porque tinha ciúmes de Ian e queria ele só para ela. E ela confessou tudo ontem à noite, na frente de quase todos os presentes.

Jeb absorveu tudo o que ela disse balançando a cabeça afirmativamente, passando a mão na barba, pensando e raciocinando.

– E como se declara, Cassity?

Pediu educadamente. Pude ver sua mascara de controle cair e flutuar até o chão devagar, dando lugar ao desespero.

E tudo o que você vestiu agora você vai despir...

Era a primeira vez que eu via medo naqueles olhos destemidos. Ela sabia que não tinha mais como fugir e que estava apenas sofrendo as consequências de seus atos.

–Culpada.

Disse, abaixando a cabeça. Ele fez que sim pensativo, olhando de Cassie, para mim, de mim para Ian e de Ian para Cassie novamente.

–É seu primeiro delito? – Ela fez que sim. Jeb pensou por mais alguns minutos, deixando pairar um silêncio desconfortável pela sala – Você chegou a minha casa para causar discórdia, por isso que vá causar discórdia na sua casa. Vai voltar para a resistência de Gil sem punição exceto a de nunca mais voltar aqui.

Afirmei com a cabeça. Aquilo não consertaria nada do que Cassie havia feito, porém nada o faria mesmo, por isso, estava feliz que Jeb estava sendo justo. Aquilo era um recomeço, afinal, com Cassie longe, tudo voltaria a ser como antes. Mel e eu trocamos um sorriso cúmplice, partilhando alívio. Quando meu olhar encontrou o de Cassie e ele não tinha mais medo. Sua máscara estava de volta.

– Fiz o que fiz por amor. E não me arrependo.

– Ótimo, tem um dia para sumir.

Cassie se levantou, mas antes que ela pudesse dar dois passos, Alysson a interrompeu.

– E Allie?

Perguntou. Jeb coçou a barba pensativamente.

– Você que voltar com a Cassie, Allie?

Allie nem sequer se permitiu um segundo para pensar. Balançou a cabeça avidamente.

– Eu quero ficar aqui. Não quero ir com essa Cassientirosa. (Cassie + Mentirosa)

Liberte sua mente do que a mentira contou.

–Allie... - Miou Cassie ofendida. Allie fechou a cara de novo, mostrando a língua.

– Mentirosa, mentirosa, Cassientirosa.

– A Allie pode ficar, tio Jeb? - Perguntou Jamie.

–Não vai sentir falta de casa?

Ele perguntou, e a menina fez que não.

– Então, acho que pode ficar.

Vista-se com o novo,

Dispa-se da máscara.

– Muito bem, dispensados... Cassie, um dia.

Todos se levantaram e sacudiram a poeira das roupas enquanto Cassie se retirava. Allie saiu da sala saltitando entre Alysson e Jamie, mais sorridente impossível. Antes que eu, Ian, Mel e Jared descêssemos da arquibancada, Jeb nos deteu.

– Os quatro ficam.

Nos entreolhamos, estranhando e voltamos a sentar. Peguei a mão de Ian preocupada. Havíamos feito algo errado? Estávamos encrencados?

– Vocês quatro vêm estado bem ocupados, Uh? Um bebê, um sequestro, dramas familiares... Mel, ontem à noite, segundo testemunhas você “surrou Cassie de jeito”. – Ele disse colocando aspas – O que você alega?

A expressão de Mel não se alterou nem por um segundo.

–Culpada, excelência – Disse, em tom de piada. – Cassity atentou contra a liberdade de Peg diretamente e indiretamente contra a vida de Ian. Estava apenas protegendo minha família.

Jeb sentou-se no canto da arquibancada preguiçosamente, esticando as pernas na pedra. Claramente, aquilo era mais informal.

–Bom argumento. É seu primeiro delito?

–Sim, excelência. - Ela respondeu revirando os olhos.

–Vai se repetir?

–Não, excelência.

– Chispa daqui, garota.

Rindo, ela foi até ele e beijou sua testa antes de sair, de mãos dadas com Jared. Jeb observou os dois por algum tempo antes de se voltar para nós.

– Ian. Onde está Austin?

– Em algum tipo de IML alma, excelência. - Disse, imitando Mel.

– Você o matou?

Ele fez que sim. Apertei a mão dele, e mordi o lábio inferior aflita. Lembrar daquilo ainda me dava calafrios profundos na espinha.

– Ele era um espião das almas, sem contar que como Mel disse, ele atentou contra a liberdade de Peg e contra a minha vida, ambos diretamente.

Jeb fez que sim e continuou a coçar a barba. Alguns minutos agonizantes se passaram. Aquilo era justificável, será que punível também? Era tudo culpa minha! Se eu tivesse prestado atenção na Sala de Banhos nada disso teria acontecido! Por fim Jeb voltou a falar.

– É o seu primeiro delito?

–Sim excelência.

–Vai se repetir?

–Não excelência.

Jeb sorriu, se levantou e o seguimos com o olhar enquanto ele andava até a porta. Ele olhou para trás e sorriu novamente.

– Eu sou mesmo uma excelência não sou? - Disse antes de sair. Me entreguei à um riso nervoso, até Ian passar o braço pelo meu ombro e me aninhar perto dele.

– Acabou. Agora acabou. – Ele disse me beijando com todo carinho e amor do mundo. Agora, nada nem ninguém iria nos separar.

# Meses Depois #

Tudo estava em perfeita paz e harmonia. Ian e eu havíamos feito às pazes. Cassie tinha ido embora de uma vez por todas. Minha família estava bem novamente e eu estava mais feliz do que nunca.

Assim que terminamos de comer, Ian e eu nos juntamos a Jared e a gravidíssima Mel que já estavam começando a lavar a louça, dever incumbido a nós quatro. Eu esfregava, Mel enxaguava, Jared secava e Ian guardava. Era um esquema bem dinâmico e estávamos quase terminando, e terminaríamos em alguns minutos se não fosse por Jared. Quando Mel estava lhe entregando um prato, ele colocou a mão na pia e salpicou o rosto dela, abrindo e fechando a mão à sua frente.

Mel, estupefata pousou o prato de volta na bancada de boca aberta. Sem que ele esperasse, ela encheu a mão de água e jogou na cara dele, o que acabou respingando em Ian. Enquanto ele balançava o cabelo para secar com a mão livre, enxagüei a esponja, enchi de água, jogando nele. Boquiaberto, ele colocou o prato que estava segurando no lugar, catou a esponja do chão, e espremeu o que tinha sobrado da água em cima do meu cabelo preso, encharcando-me. Logo, eu e Mel nos juntamos na guerra de água contra os meninos.

– O que está acontecendo aqui?!

Congelei a meio caminho de jogar uma mãozada de água em Ian, tendo certeza de que era Jeb. Jamie e Alysson entraram na sala de mãos dadas de um jeito meigo. Jamie veio até nós e se colocou entre nós e a bacia de água.

– Galera, vocês são adultos! Será que não podem agir como...

Meu olhar desviou-se para Alysson, mordendo o lábio para segurar um sorriso maroto. Ela andou sorrateiramente até atrás dele, encheu um copo de água silenciosamente e jogou na cabeça de Jamie, interrompendo-o no meio do sermão. Ele se virou devagar enquanto eu e Mel explodíamos em risinhos. Jamie estava encharcado.

–Você. Está. Perdida. - Ele decretou pausadamente e saltou para perto da bacia enquanto Alysson se escondia atrás de nós às gargalhadas. Então o quiprocó se instalou novamente, e nós corremos pelo refeitório, pingando, espirrando, jogando, e jorrando água uns nos outros, rindo e gargalhando correndo. Um “Cãh-ham” soou pela sala, fazendo todas as risadas cessarem novamente e dessa vez, era mesmo Jeb, nos observando com seus críticos olhos azuis.

Todos paramos, de bocas abertas, com as risadas presas na garganta, sem saber o que dizer. Então todos desembestaram a falar ao mesmo tempo, formando um confuso vórtice de explicações confusas e intermináveis.

– A gente estava só...

– Foi ele que...

–É, fui eu que...

– Jogaram água em mim!

– Legítima defesa!

– Tudo culpa do Jared...

– Sou uma inocente vítima do destino!

Porém Jeb não disse nada, o que nos fez nos calar para ouvir a bronca de uma vez. Ele atravessou a sala com passos ecoantes. Quando chegou à bancada, pegou um copo e encheu de água. Estava quase dizendo que era água da louça, não era para tomar, quando ele jogou direto em Jamie, que era o alvo mais próximo. Uma gargalhada trovejante ecoou, e as nossas se juntaram, aliviadas.

– Porque eu?! - Perguntou Jamie, o único que não estava rindo, exasperado. Jeb apenas sorriu.

– E porque não? – Ele disse sorrindo – Um pouco de diversão não faz mal a ninguém...

Todos nós rimos e voltamos a brincar nos encharcando com a água fria e suja da louça, até que Mel parou de repente com a mão na barriga. Dessa vez, não paramos todos ao mesmo tempo, fomos notando aos poucos, e os risos se extinguiram devagar, enquanto esperávamos Mel dizer alguma coisa, com um silêncio nervoso. Ela abriu um sorriso, alheia a nossas preocupações e anunciou:

– Ele está chutando! – Disse com espanto – O bebê está chutando!

Mel levantou sua blusa, uma batinha azul clara, deixando a mostra a sua linda barriga de cinco meses para que pudéssemos sentir o bebê chutar. Eu e Jamie fomos os primeiros a chegar e espalmar as mãos lado a lado na barriga elevada. Uma pequena vida de sexo desconhecido estendeu seus pezinhos e mãozinhas malformados, empurrando sob a pele da mão, como se soubesse quem éramos e quisesse apertar nossas mãos, como se quisesse nos conhecer tanto quanto queríamos conhecê-lo. O sorriso de Jamie não parecia ter fim e Mel parecia tão emocionada quanto eu, com lágrimas nos olhos.



Deixamos Jared, Jeb e Ian sentirem também dando um passo atrás. Todos sorriram e Mel se jogou nos braços de Jared que a abraçou com força. Aconcheguei-me em Ian e Jamie passou o braço por cima dos ombros de Alysson. Aquilo era um marco na vida da minha irmã, apesar de todas as adversidades, uma sementinha de amor havia vingado dentro dela e agora estava mostrando sinais de que estava presente para espalhar felicidade. Muita felicidade!



– Meu principezinho é um chutador. - Disse Mel às gargalhadas.

– É o meu garotão! – Jared falou, orgulhoso, quando o bebê chutou novamente, quando ele e Mel se abraçaram. – Deve ser um meninão! Imagine só ele jogando bola por esses corredores...

– O bebê ainda nem nasceu, como sabe que é um menino?- Mel perguntou, sorrindo - E se for uma menina Jared?

– Não importa meu amor! Tenho certeza que se for uma menina vai ser tão linda quanto você!

Depois, todos nós, completamente encharcados, ficamos sentados a lado da Mel, que sorria toda vez que o bebê chutava. Aquele fim de tarde realmente foi inesquecível pra todos nós.

E a razão é você










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Notas finais do capítulo

E ai, e ai gostaram? Esperamos que sim!



Bom, fim da era Cassie! Agora ela nunca mais vai atrapalhar o nosso casalzinho lindo e perfeito! E palmas pra Melzinha hehe, que deu uma bela surra nela.



Há,queria agradeçer a Nathy Salvatore, que deu a inpiração, mesmo que sem querer hehe, que a Mel podia dar um surra na Cassie. Bom espero que tenha gostado Nathy!



Que tal reviews? Há gente, que tal mais recomendações hein? A Bellah e eu ficariamos muito felizes!



Agora com vcs, um trechinho do próximo cap. só para deixar vcs curiosas:



[...]



- Tem certeza que é o quer? Você sabe que isso não precisa acontecer agora, se... você não sente pronta pra isso.

        Certeza? Essa era uma palavra rara na minha vida, mas não com ele. Com ele eu sempre teria certeza. Sempre teria certeza de que a escolha certa era ele fosse qual fosse à pergunta, exceto se tivesse que escolher entre a morte dele ou a minha. Então seria eu um milhão de vezes. Naquela noite acima de todas, eu tinha certeza, uma certeza tão absoluta que chegou a doer meu peito. Segurei seu rosto entre as mãos macias e encarei seus olhos, brilhando como chamas azuis.

        - Eu quero você. De uma vez por todas, seja meu. - Disse num tom de ordem, e Ian logo atendeu ao meu pedido. Acho que aquela foi à única noite que deixei o meu altruísmo incontrolável de lado para ir para os braços do MEU amor.



***********************



Deixamos vcs curiosas neh? hehe. Mas só no próximo capitulo. Prometo que não vamos demorar. Segurem esse coraçõezinhos hein.

Tudo isso e muitooooo mais no próx. capitulo! Não percam ok minhas lindas.



Bjus e Até os reviews lindos de vcs!