No dia seguinte, algo raro aconteceu... Rukawa teve que acordar a irmã. Geralmente acontecia o contrário...
Kae: O que você quer hein? Me deixa dormir!
Rukawa: Isso é que dá ficar acordada até tarde! Levanta que já tah quase na hora de ir pro colégio!
Ao ouvir o que seu irmão disse, Kae levantou na mesma hora, correndo pra se aprontar. Pegou qualquer coisa pra comer e saiu.
Kae: Droga Kaede, porque não me acordou mais cedo?
Rukawa: Não tenho culpa se você é preguiçosa!
Kae: Olha quem fala!
Chegando ao colégio, Kae voou para sua sala. Queria que a aula começasse logo, assim segundo ela, acabaria logo e então poderia ir fazer o teste. Estava tão ansiosa que mal conseguiu se concentrar nas aulas. Ao ouvir o sino tocar, Kae saiu correndo... Finalmente era a hora do teste. O time masculino treinaria em outro local para que o teste pudesse ser feito na quadra de basquete. Chegando na quadra e já com uma roupa apropriada, Kae se assustou... Ali devia ter pelo menos umas vinte garotas.
Ayako: Gente... Obrigada pela atenção! Oi pra quem me conhece, e pra quem não me conhece, eu me chamo Ayako, e sou assistente do time de basquete masculino. Hoje eu tô aqui pra ajudar a avaliar vocês! A técnica que comandará o time feminino ainda não chegou, mas ela ligou e pediu que eu começasse o aquecimento, então formem filas e comecem a correr pela quadra! Quando a técnica chegar faremos as apresentações! Agora corram!
E assim as garotas começaram a correr. Algum tempo depois, finalmente a pessoa que comandaria o time feminino chegou.
Técnica: Desculpe a demora, é que o pneu do meu carro furou! Vejo que já as botou pra correr, bom! Agora se puder chamá-las eu agradeço!
Ayako: Garotas podem parar de correr, a técnica chegou!
Disse Ayako, apitando logo em seguida. Ao olharem para a técnica, muitas garotas ficaram de boca aberta. Ela era ninguém menos que Kaioh Mika, uma das mais importantes jogadoras de basquete do time do Japão. Não era tão velha, devia ter uns 37 anos, mas acabou se “aposentando” das quadras, decidindo virar técnica. Kae conhecia sua fama muito bem e estava surpresa.
Mika: Pela expressão de muitas de vocês, vejo que devem me conhecer... Mas para quem não me conhece, eu me chamo Kaioh Mika, e bem... Odeio falar de mim mesma, mas vamos lá... Joguei pela primeira vez na seleção com 19 anos, e muitos não sabem, mas fui estudante do colégio Shohoku, e quando decidi me aposentar e me tornar técnica, soube logo em seguida que o colégio iria montar um time feminino de basquete, então não tive dúvidas quanto a vir pra cá. Poderia falar mais, mas acho que não temos muito tempo, então já que estão devidamente aquecidas, não vamos perder tempo! Gostaria que cada uma de vocês se apresentassem o mais rápido possível!
As garotas começaram a se apresentar, quando chegou a vez de Kae...
Kae: Eu me chamo Rukawa Kae, tenho um metro e sessenta, peso cinqüenta quilos e pra ser honesta, nunca joguei em um time de verdade, mas quando jogava com as amigas, ficava na posição de armadora, muito prazer!
Mika: Rukawa... Esse sobrenome não me é estranho.
Ayako: Ela é irmã do Rukawa Kaede, jogador do time de basquete daqui!
Mika: Ah sim, aquele que dizem ser o melhor do time! Vamos ver se você é tão boa quanto seu irmão Kae!
Kae: Vou me esforçar pra isso!
Mika: Gostei disso garota, e você quem é?
Junko: Eu me chamo Junko Horita, tenho um metro e setenta e cinco, peso sessenta e dois quilos e jogo em qualquer posição!
Mika: Joga em qualquer posição hein... Isso veremos! Bem, agora que todas se apresentaram devidamente, vamos jogar... Ayako, por favor separe os times e vamos ver no que dá!
Ayako fez o que a técnica pediu, e logo o jogo começou. Kae ficou como armadora do time. Junko também era a armadora do time rival.
Junko: Vamos ver se você é boa mesmo pirralha!
Junko era boa, mas Kae a superava facilmente. Tanto na forma de jogar, quanto no ótimo raciocínio para pensar em como sair de alguma situação de risco. O jogo continuava tranqüilo, até Junko cometer uma falta em Kae, empurrando-a forte o suficiente para fazê-la cair. Ayako parou o jogo na hora...
Ayako: Falta intencional, camisa branca 7!
Junko: Qualé, eu não tenho culpa, ela é quem ficou no meu caminho!
Mika: Essa é a função da jogadora do time adversário, agora procure não fazer mais faltas ridículas como essa e jogue limpo!
Junko: Mas eu não fiz por querer, ela é que é ruim!
Mika: Por acaso está duvidando do meu julgamento? Peço que pense melhor antes de dizer qualquer coisa, caso contrário não permitirei que permaneça aqui!
Junko: Tudo bem foi mal.
“Pirralha, você me paga!”, pensou uma irritada Junko. O jogo continuou, e não demorou muito para Junko cometer outras duas faltas em Kae, dessa vez deixando a jovem com um roxo no braço, causado por uma forte cotovelada, e o pé machucado, pois Junko a fez cair novamente.
Ayako: Falta intencional, camisa branca 7!
Junko: Era só o que me faltava! Essa garota é ruim demais, não dá pra jogar com ela aqui!
Mika: Se ela a incomoda tanto, então retire-se daqui!
Junko: Ei espera um pouco, a ruim aqui é ela, não eu!
Mika: Desde o início do jogo, notei sua má intenção contra essa jovem. Qual o seu problema? O que estamos formando aqui é um time de basquete, não um time de luta livre, não pode ficar machucando suas companheiras dessa forma! Se fizer mais uma jogada suja, terei que retirá-la daqui!
Ao ouvir de Junko um quase discreto: “técnica idiota”, Mika se irritou...
Mika: Sáia daqui imediatamente!
Junko: Como é que é? Essa pirralha que é ruim, e eu que levo bronca?
Mika: Ela está jogando corretamente, quem é ruim aqui é você!
Junko: O que disse? Que sou ruim? Vejo que aqui as pessoas não reconhecem um verdadeiro talento... Pois bem, não preciso ficar em um time de perdedoras como vocês!
Mika: O que fez será levado à diretoria!
Junko: Dane-se, eu é que não estudo mais num colégio estúpido como esse!
Junko pegou suas coisas e saiu. Kae sentia muita dor no braço e principalmente no tornozelo. Machucou o pé nessa segunda queda, pois quando Junko a empurrou, Kae forçou-se a se manter em pé, mas foi em vão, e acabou caindo de forma errada. Ayako, Mika e as jogadoras foram ajudar Kae. Ao tirarem o tênis da jovem, viram que o tornozelo estava muito inchado, então a levaram para a enfermaria do colégio, onde teve seu pé medicado e enfaixado.
Enfermeira: O braço ainda ficará roxo e dolorido por alguns dias, mas deve sarar. Com relação ao pé, de forma alguma o ponha no chão... Tome, use essas muletas para caminhar e passe a pomada que indiquei no braço e no pé. Caso não melhore, procure um ortopedista rapidamente.
Kae: Tudo bem, obrigada.
Kae estava inconformada... Logo no seu primeiro dia de teste estava arrebentada. Kae saiu de muletas da enfermaria, mas teve a ajuda de Mika e Ayako, pois seu braço ainda doía.
Kae: Pelo visto não poderei mais fazer o teste!
Mika: Quem foi que te disse isso? O que aconteceu com você foi um infeliz acidente, e eu já conversei com as outras garotas, e elas concordaram em deixar você fazer o teste assim que melhorar!
Kae: Mas isso não é justo com elas!
Mika: Injusto foi o que aquela troglodita fez com você! Agora eu quero que você fique sentada lá no banco ao meu lado, e assim que terminar o teste te levo pra casa.
Kae: Não precisa se incomodar!
Mika: Não é incômodo algum!
Kaioh Mika era uma pessoa muito bondosa e Kae não teve como recusar. Ficou no banco ao lado da técnica, e logo que o teste acabou, levou a jovem para casa.
Mika: Quer que eu a ajude a entrar em sua casa?
Kae: Não precisa, obrigada!
Mika: Imagina, agora vê se cuida desse pé!
Kae: Pode deixar.
Mika foi embora. A jovem entrou com certa dificuldade em sua casa, e foi para o seu quarto. Pegou seu laptop para deixar ao seu lado e deitou na cama. Apesar de ter passado pomada, o pé ainda incomodava muito. Algum tempo depois, Rukawa chegou. Não notou que a irmã já estava em casa, e ficou um pouco preocupado, mas ele imaginava que ela ainda estava fazendo o teste.
Rukawa: Tomara que ela esteja indo bem.
Ao ouvir a voz do irmão...
Kae: Kaede!
Ao notar que sua irmã já estava em casa, foi até o quarto da jovem, e espantou-se ao ver Kae com o pé direito enfaixado e inchado e com um roxo no braço direito.
Rukawa: Mas o que aconteceu com você?
Kae: Ah isso aqui? Nada demais, só me machuquei um pouquinho!
Kae sabia que se contasse a verdade, Rukawa ficaria furioso e provavelmente iria tirar satisfações com Junko. Ela queria evitar uma possível confusão que isso poderia causar.
Rukawa: Se machucou um pouquinho? Tah maluca? Fala logo o que aconteceu!
Kae: Você joga basquete e sabe que acidentes podem acontecer!
Rukawa: Justamente por jogar basquete, sei identificar quando um machucado foi acidental ou provocado... Quem fez isso com você?
Kae: Eu não quero falar sobre isso, já passou!
Rukawa: Não vai me falar mesmo?
Kae: Não, a única coisa que vou te falar, é que tô com fome, então se você puder me trazer alguma coisa pra comer, agradeço!
Rukawa não pensou duas vezes, e fez o que a irmã pediu. Desde quando eram crianças, ele sempre odiou ver a irmã se machucar, e mesmo agora, isso não havia mudado. Iria descobrir quem havia feito isso com ela.
Rukawa: Toma!
Rukawa serviu um belo prato de comida chinesa para a irmã. Estava ajeitando uma bandeja, para que Kae pudesse comer na cama.
Rukawa: Eu sabia que o dia seria cansativo pra você, então comprei a comida que mais gosta!
Rukawa e Kae eram gêmeos não idênticos, e como cresceram juntos, a união e amor entre eles era algo muito forte.
Rukawa: Se precisar de alguma coisa, é só me chamar!
Rukawa estava saindo do quarto da irmã...
Kae: Kaede...
Rukawa: O que?
Kae: Não precisa ficar triste nem preocupado, logo eu melhoro!
Mesmo sabendo que isso seria impossível para seu irmão, Kae quis pelo menos deixá-lo mais tranqüilo. Kae comeu a comida com muita vontade, logo depois Rukawa foi pegar o prato e a bandeja...
Rukawa: Quer mais alguma coisa?
Kae: Não, agora vai lá na sala que o seu programa favorito sobre basquete tah pra começar!
Rukawa: Tem certeza?
Kae: Tenho sim, fica tranqüilo... Vou aproveitar e navegar na internet, já que não tem muita coisa pra fazer!
Rukawa: Tah certo, mas se precisar de mim me chama!
Kae: Certo.
Rukawa deixou Kae sozinha, e então a jovem fez o que disse que ia fazer... Se conectar na internet. Voltou a entrar no www.basketballforall.com. Entrando no chat, viu M.K, que logo foi falar com ela...
M.K: Oi... Você apareceu mesmo ^^
Kitty: ^^
M.K: Mas e aí, me conta como se saiu no teste! Fiquei pensando nisso o dia todo, torcendo pra dar tudo certo!
Kitty: No começo foi tudo bem, o problema foi depois.
M.K: Mas por que... O que houve?
Kitty: Resumindo o que me aconteceu... Estou com o tornozelo inchado e com um belo roxo no braço.
M.K: Caramba se machucou!
Kitty: Errado... Me machucaram.
M.K: Que loucura, e como foi que aconteceu?
Kae contou o que havia acontecido...
M.K: Odeio esse tipo de gente que pratica esporte com o único intuito de machucar os outros, porque essa garota que te machucou dessa forma não deve ser chamada de esportista... É uma dissimulada!
Kitty: Eu que o diga... Bom, pelo menos a técnica vai me deixar fazer o teste quando estiver bem ^^
M.K: Eu espero que você fique boa logo ^^
Kitty: Vou ficar sim, mas me conta como foi o seu dia ^^
M.K: Foi normal como todos os outros... Estudei, treinei basquete e agora tô aqui conversando com você ^^
Kitty: Agradeço mesmo por isso, e pra falar a verdade, fico feliz em estar falando com você... A gente nem se conhece direito, mas sinto como se fossemos amigos há muito tempo ^^
M.K: Também sinto a mesma coisa ^^
Continuaram conversando por um bom tempo. Duas semanas se passaram, e Kae teve uma boa melhora... Ainda usava muletas, mas já estava bem o suficiente para ir ao colégio. Assim que viram Kae chegando, seus colegas de sala ficaram muito felizes. Trataram de deixar a jovem atualizada sobre tudo o que havia acontecido no colégio durante sua ausência. Ficou sabendo que Junko havia deixado o colégio, mas que prometera se vingar de Kae. Mais algumas semanas se passaram, e Kae já estava totalmente recuperada. Procurou a técnica Kaioh Mika, fez o teste, e como era de se esperar, foi aceita no time de basquete.