Ok estava estranho e os dois sabiam disso, mas Demi não pode deixar de notar que ele estava gostando, pelo menos mais do que ela.

“Ai, ai... mais uma que caiu que nem peixe no papo do Sterling, aliás, peixe não, Sereia. Você é o cara Ster” — ele pensou enquanto ainda tinha o braço em volta dela. — “Só que o Joe não vai gostar nada disso, mas o Joe não precisa ficar sabendo, né?”

“Ele gosta de garotas fáceis e de apostas. Na verdade ele gosta de brincar. Então vou brincar um pouco com o gatinho” — ela pensou com um sorriso malicioso.

—Demi, você gosta do Joe? — Sterling perguntou olhando para frente

—Eu nem conheço vocês direito. Não tem como gostar dele assim tão rápido. Ele é meu amigo, só isso, assim como você.

—E você anda abraçada com todos os seus amigos? — ele estava pegando pesado

—E qual é o problema? — ela perguntou

—Não sei qual é o problema, é que às vezes você pode estar dando esperanças. — ele respondeu e viu ela se afastar dele

—Sterling, vou deixar bem claro. Em nem um momento eu te dei esperanças, não confunda simpatia com romance. Eu sou simpática, não to te dando mole. — ela concluiu com chave de ouro.

—Não, não to falando de mim — ele mentiu — To falando do Joe.

—Ah, você tá falando do Joe. — Demi cerrou os olhos encarando-o

—É... é. — gaguejou — Falei de mim também, mais me referi ao Joe.

—Ah sim, claro. Quem disse o contrário? — Demi ironizou

Quando chegaram à escola foi impossível evitar os olhares, mas não era pra menos, eles estavam imundos. Entraram sorrindo pra todo mundo e conseguiram andar até a quadra evitando pergunta dos curiosos.

—Ainda bem que não perguntaram nada. — Demi sussurrou para Sterling

—Ainda — Sterling apontou para Tiffany que vinha correndo na direção deles.

 Demi deu um sorriso fingido e Sterling respondeu com outro.

—Porque você é tão irônica? — ele perguntou a Demi

—Porque você é tão... tão ... — Demi ia perguntar, mas foi interrompida por Tiffany

— Perdi alguma coisa? — Tiffany disse — Parece que vocês se divertiram

—Vou ver o treino — Sterling desconversou e saiu correndo em direção a quadra, e Demi tentou fugir também, mas não deu tempo.

—Ei, ele escapou, mas você vai me contar né?

— Tiffany quase implorou

—Seja o que for não é mais importante do que eu tenho pra fazer. — Demi fez menção ao que havia ocorrido mais cedo e Tiffany deixou os ombros caírem

— E o que você tem que fazer? — Tiff perguntou derrotada

—Nada — Demi sorriu e foi ao encontro de Sterling.

“Ela pensa que eu sou idiota? Quem fala o que quer ouve o que não quer. Garota tapada.” Demi pensava enquanto chegava até Sterling.

—Como conseguiu enrolar ela? — ele perguntou

—Não enrolei fui bem direta, falei que não era importante.

—Olha como o Nick joga bem. Um time que tem ele e o Joe não precisa de mais ninguém. — Sterling comentou

—Puxa saco. — Demi deu um tapa no ombro dele

—Não sou puxa saco, é que os caras jogam pra caramba.

—Já me contaram que você é o capitão do time de futebol — Demi comentou

—É. Eu sempre amei futebol, foi meu velho que me ensinou a amar esportes. — Sterling disse se referindo ao pai

—Você sente falta dele, né? — Demi perguntou

—Você não sabe o quanto.

Nesse instante ele abraçou Demi repentinamente virando-se de costas para a quadra e depois disso só se escutou um estalo alto.

—Você tá bem? — ele perguntou olhando pra ela

—O que você tá fazendo? — ela perguntou não entendendo nada — Me solta. — ela ordenou

—Nossa! Esqueceu a educação em casa? Um... — agora Sterling fez uma vozinha de menina — “muito obrigada Sterling você me livrou de levar uma bolada e quebrar meu nariz” cairia bem, não acha? — Ele agora colocou as mãos na cintura esperando uma resposta

—Desculpa. Eu nem vi a bola.

—Eu sei que você não viu por isso entrei na frente. — ele ainda a encarava

—Você não só entrou na frente como tirou proveito da situação, né? — Agora ela o provocava com um sorriso malicioso

—Você é maluca! Definitivamente acho que você me ama. — agora era ele que queria provocar

—Ha- Ha- Ha muito cômico. Você bem que poderia dar um tapa na bola quando ela chegasse perto, ou gritado ‘olha a bola’, ou sei lá. Mas não, você resolveu me agarrar. — agora os dois se encaravam com a mão na cintura um encarando o outro

—Lógico. Com certeza ia dar tempo deu pensar em todas essas possibilidades e escolher a melhor. Foi involuntário, quando eu vi tudo já tinha acontecido. Só que eu não entendo, pouco tempo atrás você não estava incomodada em andar abraçada comigo, agora tá fazendo cu doce?  

—Ok, você está certo. Muito obrigada por entrar na frente da bola — ela estendeu a mão pra ele

—Enfim uma atitude de gente grande. — ele apertou a mão dela

—Mas ainda acho que foi desnecessário. — Ela riu quando ele puxou a mão dela e deu-lhe um abraço tão apertado que era quase impossível de se desvencilhar.

—Pra sua informação baixinha, eu abraço quantas vezes eu quiser, sabe por quê? Porque você não manda em mim e também porque você não é de nada. — ele ainda a apertava enquanto ela tentava se soltar — Nem escapar você consegue.

—Sterling, me solta, por favor, tá todo mundo olhando. — os dois riam — Você tá me machucando.

—Foi mal. — ele a soltou rápido

—Foi mal não cara, foi péssimo. — Joe chegou correndo