Love It escrita por AlineM


Capítulo 42
Capítulo 42 - Um chá de realidade




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O que estava acontecendo na verdade? A situação parecia tão ridícula, mas ao mesmo tempo tão apavorante que ela mal conseguia raciocinar. Sequestrada? Não se imaginaria nessa situação nem se fosse filha do presidente dos Estados Unidos. Sua mãe faria alguma coisa, com certeza, mas Wilmer, ah o Wilmer provou que era capaz de tudo. Depois que o seqüestrador atou novamente suas mãos, para que não cometesse mais nenhuma besteira, ela pensou pela primeira vez se sairia dali viva e aquilo lhe causou náuseas. Pensou que poderia nunca mais ver sua mãe, Dallas, seu pai, Sterling... pensou que nunca faria a faculdade que tanto almejava, pensou que nunca teria a oportunidade de pedir desculpas pro seu pai pelo tempo que ficou sem falar com ele e que nem tempo teria para agradecer pelo presente dado por ele no dia do seu aniversário. Lembrou de Selena e das suas risadas, Nick com seus cachinhos, Tiff e seu gloss, Joe e a doçura com a qual ele a tratava e principalmente lembrou que nunca mais abraçaria Sterling ou tomaria sorvete com ele novamente, ou qualquer coisa boba, mas que gostava tanto de fazer.

Tentou apagar da sua mente esses pensamentos terríveis que passavam com muita velocidade na sua cabeça. Ela estava sozinha agora.

—Amor, desculpa pela minha grosseria, tá? — escutou Wilmer falar bem baixinho como se realmente estivesse arrependido

—Me solta, por favor? — ela pediu — Essa corda está me machucando.

Ele olhou bem nos olhos dela, se aproximou lentamente e enquanto desatava o nó disse:

—Faço tudo pra que você se sinta melhor.

Ela olhou para os pulsos feridos pelas cordas e começou a chorar, não porque estava doendo, mas porque estava em estado de choque. Ela soluçava e quanto mais chorava, mais queria chorar. Ele encostou numa parede de frente para ela e foi escorregando com as costas até se sentar no chão, então colocou as mãos sobre o rosto

—Porque você está fazendo isso comigo? — ela perguntou mal conseguindo falar

—Só quero ficar perto de você — ele segurava o choro, mas não olhava pra ela. Ao invés disso, mantinha o rosto escondido entre as mãos.

—Me deixa ir embora. Por favor. — ela pediu com uma pouco de esperança

—Não quero ficar sem você

Ela tentou escolher as palavras certas

— O nosso namoro não deu certo, eu te amava muito, mas você foi que errou. Não é justo eu pagar por um erro seu.

Ele descobriu o rosto de seu olhar era de raiva

—Eu prefiro que você morra, do que te ver com outra pessoa. Se você não for minha não será de mais ninguém.

Ela arregalou os olhos e aqueles pensamentos horripilantes voltaram à tona quando ele se levantou e chegou bem perto do seu rosto, até ao ponto em que ela podia sentir seu hálito.

—Você me entendeu Demétria?

Ele estava assustador e Demi não quis responder, na verdade não conseguiu responder. As palavras ficaram engasgadas, e antes que pudesse falar qualquer coisa ele saiu e mandou o capanga dele levar um colchão para o quarto.

—Descansa, ok? Vou te trazer algo pra comer. Ele não vai cometer nenhuma loucura isso eu te garanto.

Ela riu.

—Ele já cometeu uma loucura. Olha onde eu estou. Estou sendo tratada como um animal que tem sua caminha no chão e agorinha já vão trazer a ração dele.

Dessa vez ele não disse nada, somente saiu.

Ela se deitou. Não sabia nem que horas eram. Já devia ser madrugada, pois ficou muito tempo sentada, visto que suas costas estavam fumegando.

“Eu prefiro que você morra, do que te ver com outra pessoa. Se você não for minha não será de mais ninguém.” — e então dormiu com essas palavras ecoando na sua cabeça

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JOE

Joe estava sentado na sala de espera da delegacia. A policia já tinha ouvido o depoimento dele duas vezes e havia dado recomendações para o caso de Demi ou do seqüestrador ligar e querer falar com ele. A única coisa que ele sabia era o que Dianna havia contado; que Demi disse que estava com Wilmer e que estava amarrada numa cadeira. Ele tentou se lembrar do rosto do desgraçado e logo lembrou que o tinha apelidado de anta paraguaia. Lembrou também que na noite em que o conheceu ele e Demi brigaram e Demi deixou bem claro que o odiava. Agora lá estava ele, numa delegacia, prestando depoimento do sequestro de sua melhor amiga. Selena e Nick estavam ao lado atônitos com tudo o que estava acontecendo. Selena chorava de vez em quando, mas quando conseguia parar dava pra ver claramente que ela estava segurando o choro. Dallas tinha ligado pra Derek e Derek confirmou que Wilmer havia viajado, mas que ele não falou pra onde iria e nem quando voltaria.

— Acho melhor vocês manterem seus celulares carregados porque pode ser que como ela tenha conseguido ligar uma vez, ela pode ligar outra aí a gente pode rastrear a ligação. — um sargento falou enquanto averiguava uns documentos — Deu pra ver que o sequestrador não é muito cuidadoso, então a gente tem mais chance de encontrá-la

—Como assim? — Joe se levantou— Você quer dizer que há chances de nós nunca mais vermos ela? — Joe falou com certa grosseria e ao visto o policial não gostou muito

—Um chá de realidade pra você garoto, estamos tratando de sequestro. Isso inclui todos os riscos possíveis. Sua amiga Demétria disse a mãe dela que um cara havia seguido-a e segundo o depoimento da irmã, Demi frequentemente encontrava bilhetes em seu quarto. Elas só não denunciaram porque os bilhetes haviam parado. Mas agora olha só no que deu.

Selena sentiu vontade de vomitar. Ela não fazia a mínima idéia de nada disso. Joe coçou a cabeça resolveu tomar um ar e Selena e Nick foram junto.

—Ela estava tão feliz hoje. — Joe disse se lembrando que ela chegou a desmaiar de tanto rir dele

—Ela vai ficar bem, irmão. — Nick colocou uma mão no ombro dele, mas logo retirou quando o celular de Joe tocou. Era a Demi.

Joe correu o mais rápido que pode até conseguir chegar ao sargento novamente

—É ela – ele gritava desesperadamente até que o sargento colocou um fio no celular dele e colocou numa máquina. E mandou ele atender.

—Demi? — a voz dele saiu tremendo

Escuta, eu não quero machucar ela. — uma voz quase mecanizada disse — Mas Wilmer é capaz de tudo.

—Quem é você? — Joe sentiu seus olhos se encherem de lágrimas

Não importa. Achem-na e talvez você descubra.

—Ok. Só me diga se ela está bem. O que ela está fazendo agora? O que você fez com ela? — Joe disparava as primeiras perguntas que vinham à sua cabeça

Calma rapaz. Ela está dormindo. Sei que você está na delegacia porque passei aí na frente e te vi, então resolvi ligar do celular da Demi. Eu quero um milhão de dólares. Pra falar onde ela está. Decidam-se.

Então desligou

—Conseguiu a localização? — o sargento perguntou para alguém que digitava rapidamente num computador

—Ela está em movimento, senhor. Ele fez várias curvas enquanto falava ao telefone. Está no centro da cidade.

—Droga! — o sargento praguejou — Mandem todas as viaturas pra essa área. Vamos achá-lo.


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