The World Of a Little Serial Killer escrita por 483---Naai


Capítulo 1
1. Silêncio - Repostado


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo eu irei respostar. Claro que quem já leu a minha One-Shot Silêncio não precisa ler isso de novo,afinal é a mesma coisa.
Vai ser tipo um capítulo introdução.



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(Contado por Lucas)

A noite era fria e parecia mais escura que o comum.Eu sentia que a qualquer momento algo poderia acontecer.

Levantei-me para ligar o rádio, aquele silêncio já estava me torturando.No meio do caminho, uma voz cortou o ar.Alguém gritava lá fora, pedia socorro.

Corri até a janela do meu quarto e não vi nada, mas tinha algumas machas escuras no chão, elas aparentemente eram vermelhas.

Alguém voltou a gritar.Dei meia volta e peguei um casaco que estava em cima da cama.Resolvi ir atrás de quem pedia ajuda.Sai do meu quarto e desci as escadas.Quando estava com a mão na maçaneta, senti toda a minha coragem se esquivando de mim,mas eu tinha de ajudar quem quer que fosse que estivesse lá fora.Abri a porta e só achei aquelas manchas vermelhas.

Eram apenas 20:00, mas as luzes da família Bittencourt,meus vizinhos, já estavam apagadas.Fui até a frente da casa deles e toquei a campainha.Será que estava tudo bem?

A porta se abriu sozinha e lentamente entrei naquele lugar sombrio.

No primeiro degrau da escada principal, um garoto estava sentado.

-Olá Sr.Schäfer.O que te traz a minha casa? – O menininho me perguntou.

-Gostaria de ter certeza que sua família estava bem.Como se chama mesmo? – Apesar de já ter visto aquele menino várias vezes, nunca tinha me passado pela cabeça perguntar o seu nome.

-Eduardo.Pode me chamar de Dudu.  – Ele tinha um brilho estranho nos olhos.

-Claro.Bom, acho que já vou indo. – Queria sair rapidamente daquela casa escura.

-Não, espere! – Ele se levantou e veio em minha direção – Por que não brincamos de alguma coisa?

-Não acho que a hora seja apropriada.

-Não existe hora apropriada para os meus jogos. – Ele deu um sorriso torto – O que acha?

Todas as vezes que eu o havia visto, ele estava cuidadosamente arrumado.Hoje seus cabelos estavam bagunçados, a blusa estava amarrotada e suja, tinha vários rasgos em suas calças e estava com um sapato encardido.Seus olhos estavam contornados de fundas olheiras e a sua boca estava aterrorizante, talvez por causa do sorriso malicioso que ela carregava.

-Não. É realmente melhor eu ir.

-Que bom que aceito minha idéia – Ele parecia não ouvir minhas palavras – Vamos brincar de Silêncio? – Ele colocou um dedo nos lábios indicando que era para eu ficar calado.

Nos encaramos durante algum tempo.

-Pronto.Já brincamos, agora eu vou.

-Que feio Sr.Schäfer,você falou.Agora será punido.

-Como assim?Que coisa mais ridícula! – O que aquele menino poderia fazer comigo?Ele tinha apenas oito anos e eu tinha quinze, claro que venceria ele numa briga.

Não consegui terminar de protestar, ele pegou um tijolo que estava encostado na parede e acertou minha cabeça. A dor foi alucinante e logo tudo escureceu.

(...)

Minhas costas arranhavam o piso empoeirado e eu sentia alguém segurando a gola da minha roupa,me arrastando.Abri os olhos e vi as pequenas mãozinhas de Eduardo segurando minha camisa e me puxando para um quarto.

Ele me largou ali, no chão, enquanto ia abrir a porta.Depois de aberta, ele voltou a me puxar.Quando adentramos o aposento, ele me deitou de modo desajeitado numa cama de casal, que tinha um forte cheiro de cigarro misturado com mofo.Ele pegou minhas mãos e as amarrou com uma corda que estava ao meu lado.Depois d’eu já estar bem preso, o garoto deu as costas para mim e foi pegar algo no armário próximo a cama.Não conseguia enxergar direito por causa da escuridão e da minha visão turva.Depois de um tempo mexendo no móvel, ele se virou para mim com uma agulha, uma linha negra e uma tesoura nas mãos.

-Você desobedeceu as regras e eu terei de forçá-lo a cumpri-las. – Ele tinha um tom frio na voz – Não vai doer muito.A Summer passou por isso e nem ao menos reclamou – O menino apontou para uma boneca de pano, sentada numa cadeira no canto do cômodo.Para o meu pavor, ela tinha a boca toda costurada de um jeito grosseiro.

-V-você não pode fazer isso. – Eu implorei angustiado – Por favor!

Ele negou com a cabeça:

-Não.Você não cumpriu as regras.

Sempre mais perto, o menino estendeu a mão e pegou meu queixo.Não conseguia desvencilhar.Por mais que ele fosse só uma criança, era mais forte do que eu imaginava.

Ele perfurou a pele dos meus lábios com a agulha, arrancou de mim um gemido.A linha passava arranhando o furo e lágrimas brotavam de meus olhos, inundando minha face.Ele amarrou firmemente a linha e sorriu, satisfeito com seu trabalho:

-Calma Sr.Schäfer.Eu estava só te preparando, ainda nem comecei. – Seu sorriso sinistro foi a última coisa que eu vi antes de tudo escurecer novamente.

(...)

Abri os olhos e escutei um rangido baixo.Vi que Dudu estava sentado na cadeira de balanço, com um animal do colo.Acredito que seja um gato.

Ele murmurava coisas para o pequeno bichano e sorria bobamente:

-Você já acordou! – Ele viu eu me contorcer, tentando levantar – Dormiu bem?Ah esqueci, o senhor não pode falar! – O menino riu infantilmente da sua própria brincadeira. – Por que não vamos no andar de baixo?A cozinha é divertida.

Ele me deu um sorriso maldoso e eu me desesperei: A cozinha tinha facas, panelas e pratos.Ele poderia facilmente me matar ali.A essa altura, eu já havia parado de duvidar da criança de oito anos que estava parada a minha frente.

Ele largou o gato no chão e veio pra perto de mim.Tentei correr, mas o menino se abaixou e segurou minhas pernas, me fazendo cair:

-Por que não fazemos um teste? – Ele se abaixou e deitou a cabeça no piso, ficando possibilitado de ver meus olhos amedrontados – Se você ir em frente e conseguir sair dessa casa, será perdoado.

Eu me levantei, com uma certa dificuldade por causa das mãos amarradas:

-Ótimo, agora tente sair.

Eu corri até a porta e consegui abrir ela, usando a cabeça para abaixar a maçaneta.Quando cheguei na beirada da escada, tentei imaginar como abriria a porta principal, já que a maçaneta dela era redonda.Nessa hora, senti alguém me empurrando e alguns segundos mais tarde, meu corpo estava deitado no fim da escada.Escutei passos, saltitantes, descendo ela e desviando para uma porta a direita.Imaginei que fosse a cozinha ou algo do gênero.Ele ficou muito tempo ali e quando voltou, estava com uma faca reluzente na mão:

-Desculpe pela demora, tive que me livrar de um corpo.Acho que escutou alguém gritando, mais cedo, não é mesmo?

Então ele já tinha matado alguém?Aos meus olhos, ele sempre tinha parecido com um menino tão doce e educado.Descobri da pior maneira que aquilo era só uma máscara.Eu queria perguntar quem ele havia matado.Fiz um ruído estranho:

-Quer saber quem eu matei?

Acenei que sim com a cabeça:

-Foi meu pai.Ontem foi minha mãe. – Ele deu um sorriso cínico. – Bom, já conversamos demais.Agora você pode ir.

Tentei me levantar, mas ele me derrubou de novo:

-Eu não falei que você ia para casa.Afinal a condição para você sair daqui, era conseguir seguir em frente.Como não conseguiu...

Ele não terminou a frase, mas eu podia sentir o que viria pela frente.

-Vamos começar logo!

Eduardo pegou a faca e passou pelas minhas costas.No começo eu não sentia nada, mas depois ela começou a entrar pelas minhas roupas.Começou a doer, e a dor foi aumentado, aumentado, aumentando...Eu queria gritar de desespero, mas a minha boca costurada me impedia.Sentia que ele desenhava um L.

-Bom, se não me engano você se chama Lucas, não é mesmo?Se não for, agora já é tarde demais.

Ele parou, dei graças.Senti o sangue escorrendo nas minhas costas.O garoto correu de novo para a cozinha, mas voltou rapidamente.Ele tinha um galão em uma das mãos e uma caixinha de fósforos em outra.

-Ninguém pensou que eu podia fazer isso –Ele disse com rancor – E você deve ter duvidado disso durante um momento, não é mesmo?

Ele jogou todo o líquido do galão na extensão do meu corpo.Sabia que agora seria meu fim.

Escutei um barulhinho e vi ele se aproximando com um fósforo acesso.Ele jogou nas minhas pernas e o fogo foi subindo.

Pude sentir meu corpo todo ardendo em brasa e meu cérebro derretendo entre o terror e o desespero.Meu rosto se desfigurava.

Usei minhas últimas forças e vi Dudu ali, sentado no mesmo lugar que o encontrei na primeira vez: No degrau sujo da escada.

-Sinta, respire, acredite e você estará andando no ar...Muito em breve – Ele sorriu e começou a cantarolar uma música, sentado de pernas cruzadas, observando meu fim.


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Notas finais do capítulo

O Lucas foi um personagem da One. Eu não tinha pensado em fazer continução para esse texto,por isso eu matei ele.
Sim,aqui o Eduardo tem 8 anos.
Representa que passou um certo tempo depois disso ^^



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