POV Allyson Potter

Finalmente chegamos à estação King Cross e o silencio desconcertante permanecia. Ninguém havia falado nada o caminho inteiro.

-Ah, não precisam ficar assim, eu sei que vocês vão sentir a minha falta, mas eu prometo que vou escrever quando puder – disse Alf e todos riram.

- Ta bom Senhor Metido, vamos logo passar pela plataforma se não vocês podem perder o trem – falou Remus.

Então nós atravessamos a parede para chegar a plataforma 9 ½, sempre me perguntei como os trouxas não percebiam três adolescentes e três adultos correndo em direção a uma parede e atravessando-a.

Ao chegarmos ao outro lado vi o trem vermelho e preto, a chaminé soltando fumaça. Olhei em volta procurando por nossos amigos. De repente alguém surge correndo no meio da multidão, os cabelos cheios voando, ela abraçou Harry com força.

- Mione! - Harry exclamou feliz. – Como foram as férias?

Ela se separa dele e logo atrás surge Rony.

- Foram realmente ótimas. A Austrália é um país muito bonito. Mas senti saudades de vocês.

Rony abraçou Harry.

- E aí cara? Tudo bem? – Harry perguntou.

- Tudo, mas uma dica, não aceite nenhuma bala ou algo do gênero de Fred e George. Eles ficaram o verão inteiro trabalhando em umas novas invenções e não é muito legal você ficar com o nariz sangrando ou com partes do corpo azul.

- Que partes do corpo? – Alf perguntou.

- Nem queira saber – Rony respondeu com uma careta.

Nesse momento um menino se aproximou. O rosto redondo e um sorriso com covinhas, os olhos verdes brilhando.

- Finalmente vocês chegaram!

- NEVILLE!!!!!- eu disse abraçando forte seu pescoço e dando um beijo em sua bochecha.

- Deixe me adivinhar, Ally atrasou todo mundo né? – ele perguntou.

- Nem sabia que você era vidente Nev – disse Alf sarcástico e trocando um abraço com Neville.

- Agora que vocês já pararam de zuar da minha cara podemos procurar uma cabine para colocarmos as nossas malas?

- Ah Ally, você sabe que te zuar já virou rotina – Harry disse e todos riram.

Mostrei a língua para Harry, o que só fez ele rir mais ainda. Nós nos despedimos de Sirius, Remus e Lene, após menos recomendações de Lene do que o normal, o que eu achei muito estranho; nós entramos no trem e procuramos uma cabine.

Assim que nos acomodamos o trem partiu e nós ficamos conversando sobre como fora nosso verão.

Depois de algum tempo, quando já estávamos na metade do caminho e todos já haviam se trocado, Ginny, a irmã mais nova de Ron, e Luna Lovegood, uma menina da Corvinal que era tida como louca por todos, apareceram na porta de nossa cabine. Harry abriu a porta.

- Oi Ginny, esta tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.

- Erh... eu e minha amiga estamos sem cabine. Podemos ficar com vocês? – ela perguntou corada.

- Claro, entrem.

Elas entraram trazendo suas malas, Luna sentou ao meu lado onde havia um lugar e Ginny ficou em pé olhando ao redor.

-Acho que não tem espaço para mim no banco, mas tudo bem, eu sento no chão – ela disse se sentando no chão apoiando suas costas na perna de Ron.

- Ah gata, se você quiser meu colo ta disponível – Alf disse piscando para ela divertido.

- Que história é essa de você ficar cantando a minha irmãzinha?- Ron levantou irritado quase partindo para cima de Alfred.

-Ai Ron, ele esta apenas brincando – ela puxa o braço dele fazendo-o sentar. Então pisca para Alf e diz:- quem sabe outro dia?

Ron faz uma cara de emburrado, mas fica quieto.

- Eu não entendi uma coisa. Vocês já não estavam em uma cabine? – Mione perguntou.

- Estávamos. Mas as meninas que estavam com nós eram muito chatas, então decidimos sair de lá. – Ginny disse fazendo pouco caso.

- Não foi bem isso que aconteceu. – Luna disse. – Elas me expulsaram da cabine e Ginny não gostou delas terem feito isso e me acompanhou.

- Claro que eu viria com você, quem elas pensam que são para mexer com a minha amiga? – Ginny disse cruzando os braços emburrada, ficando extremamente parecida com Ron.

- Bom, eu já estou acostumada, mas foi impagável a cara delas quando você ofereceu aquelas balas e elas ficaram com o rosto cheio de espinhas – Luna falou rindo lembrando e todos riram.

- Viu, eu avisei sobre as balas – Ron disse para Harry.

- Eu sinceramente não sei da onde seus irmãos tiram essas ideias – eu disse para Ron.

- Nossa, sabe o que seria legal? Balas que fizessem seus pés criarem asas aí você poderia sair voando – Alf disse sonhador.

- Eu não sei direito, mas eu desconfio que eles usem a mesma erva do Alf – Nev disse e todos começaram a rir e a risada de Luna se sobressaiu entre todos e eles riram mais ainda.

- Nossa, sua risada é muito contagiante – eu disse para Luna.

- Obrigada, eu acho – ela respondeu sorrindo.

- Ainda bem que a gente saiu de perto daquelas arrogantes, aqui ta muito mais divertido – Ginny disse.

- Nós sabemos que somos fodas – Alf disse sorrindo.

- Bom, eu vou falar com a Ashley, ainda não a vi. Até mais Srs. Fodas. – eu disse saindo da cabine procurando minha amiga Ashley Robinson.

POV Draco Malfoy

Estava sentado em uma cabine no trem indo para Hogwarts olhando pela janela vendo a paisagem passando enquanto Leo e Joe discutiam sobre algo inútil que eu preferia não prestar atenção. Ultimamente eu só conseguia pensar em uma coisa.

- Será que da para os dois calarem a boca e deixarem de serem idiotas? – perguntei irritado com eles.

Eles me olharam como se eu fosse um animal estranho.

- Cara, você está mais estressado do que nunca. – disse Leo.

-Verdade, será que ele ta de TPM? – Joe perguntou rindo.

- Chega dessa conversa ridícula. Eu vou sair daqui, arranjar algo para fazer. – me levantei saindo do lugar e os dois me seguiram.

Andamos pelos corredores, cumprimentando alguns sonserinos, sorrindo para algumas garotas que davam risadinhas ao passar por mim e amedrontando os alunos novos do primeiro ano. Então ao passar por uma cabine vi Harry Potter e seus amigos rindo. Não resisti à tentação de ir aborrecê-lo, porque afinal era para isso que eu estava ali e não por outros motivos. Entrei na cabine e recebi vários olhares de ódio.

- Ora, ora, ora não é esse o ano que Hogwarts finalmente se verá livre da peste Weasley? – eu perguntei e Joe e Leo entraram na cabine logo em seguida rindo.

- Ora, ora, ora não é esse o ano que Hogwarts finalmente se verá livre dos três patetas? – Potter me respondeu sarcástico.

- O que você quer aqui Malfoy? – a Granger me perguntou rude.

- Bom, eu estava passando por aqui e pensei em entrar para ver se vocês já tinham virado gente, mas parece que não – respondi.

- Por quê? Você precisa de algumas dicas? Ah, principalmente de como ser homem não é?- a Weasley menor disse irritada.

- Eu não preciso, acredite Weasley. Já vocês conseguem piorar a cada ano. Agora para ficar mais ridículo ainda vocês incorporaram a doida do 3◦ ano. Daqui a pouco vocês vão criar a Fundação Potter para Excluídos.

A pequena Weasley ficou vermelha de raiva e tentou me atacar, mas o Black a impediu, segurando seus braços.

- Para Ginny, ele não vale à pena, é isso que ele quer.

- Ó, socorro, uma Weasley está me atacando! – eu disse sarcástico.

- Cala a boca Malfoy. Você não é melhor do que ninguém. – a Granger disse me fuzilando com os olhos.

- Mas eu sou sim. Bem melhor do que um sangue ruim como você, ou como um pobretão que não tem onde cair morto não é Weasley? Falando nisso, seu pai te contou do que acontecerá em Hogwarts esse ano, afinal ele trabalha no Ministério não é? – eu falei olhando superior para eles.

- Do que você esta falando Malfoy? – disse o Weasley irritado.

- Ah, me desculpe, alguém do nível do seu pai não tem esse tipo de informação. Só os mais privilegiados a possuem e claramente, esse não é o caso.

- O que é isso? – disse uma voz feminina.

Parada na porta em choque estava a irmã do Potter olhando assustada a cena, quando nossos olhos se cruzaram ela corou e rapidamente desviou o olhar. Consegui recuperar a minha fala e disse.

- Olá Potter, nem percebi que você não estava presente.

- Estava demorando para você aparecer e nos atrapalhar. Agora que já se divertiu saia – ele disse olhando brava para mim.

Não pude deixar de sentir algo estranho e desconfortável com aquele olhar tão duro. Virei-me para sair.

- Vamos Crabble e Goyle, existem vagões muito melhores povoados – eu disse sem olhar para trás.

POV Harry Potter

Depois que o idiota do Malfoy saiu, um silencio ficou.

- Eu odeio, odeio, ODEIO Draco Malfoy – Mione disse socando o banco. – Quem ele pensa que é para chegar assim pisando nos outros?

Todos começaram a xingá-lo fervorosamente, Ginny até queria ir atrás dele para azará-lo. Mas Ally estava quieta, sentada no banco. Sentei ao seu lado.

- Tudo bem Ally? Aconteceu alguma coisa com a Ashley? – perguntei.

- Ahn? Porque alguma coisa teria acontecido com ela? – ela perguntou distante.

- Bom, você voltou de lá e agora esta quieta e para você ficar quieta alguma coisa aconteceu – eu disse sorrindo tentando animá-la.

Ela sorriu e apoiou a cabeça em meu ombro.

- Está tudo bem, eu só estou cansada da viagem.

Afaguei seus cabelos e apenas assenti, apesar de saber que era muito mais do que isso o motivo para ela estar assim.

Então o carrinho de doces passou e todos foram comprar. Neville decidiu não comprar sapos de chocolate porque ele sabia que iria perdê-los. Aproveitei e comprei algumas coisas para Ally.

- Ally, quer um sapo de chocolate?

- Não obrigada – ela nem prestou atenção em mim.

- Certeza Ally? Ta muuuuito bom, hm, chocolate, delícia. Que pena que você não quer, porque eu acho que eles não vão durar muito – eu disse dando uma mordida no sapo e exagerando.

- Ai, me da logo isso! – ela gritou tirando o sapo da minha mão e colocando quase inteiro na boca.

- Eita, ta com fome hein?- Alf disse.

- É chocolate, não precisa estar com fome para comer – disse Neville com a boca toda suja de bolo de caldeirão. Todos começaram a rir.

- Eu fico pensando quem será o professor de DCAT – Mione disse pensativa.

- Desde que não seja o Snape, para mim pode ser qualquer um – falei.

- Credo, qualquer um não. Imagina o Filch dando aula – Neville disse fazendo uma cara de nojo.

- E uma aula com o Dumbledore? – Ally disse rindo.

- Seria realmente inesquecível – falou Alf.

Nós continuamos conversando sobre vários assuntos até que o trem parou. Havíamos chegado em Hogwarts. Todos se arrumaram, pegaram suas malas e já estavam saindo do vagão.

_ Harry, - disse segurando meu braço – eu vou procurar a Ashley, a gente combinou de ir junto na carruagem. Depois a gente se vê no jantar ta.

Ela beijou minha bochecha e partiu na direção contraria a nossa, olhando os outros vagões.

POV Ally Potter

Fui até a cabine de Ashley, mas ela não estava lá. Droga, ela deve ter esquecido, odiava quando ela se esquecia do que tínhamos combinado. Saí do trem, esperando vê-la me esperando do lado de fora, mas também não estava lá. Fiquei parada, esperando algum milagre acontecer e ela se materializar do meu lado, mas praticamente todos já haviam entrado em suas carruagens. Então entrei em uma carruagem que não havia ninguém. Ashley me pagaria mais tarde.

POV Draco Malfoy

Estava andando pelos corredores do trem, me dirigindo a saída, com Crabble e Goyle em meu encalço, quando a vi, os braços cruzados, a boca formando um bico e com uma cara de brava.

- Vão na frente, eu acho que esqueci alguma coisa na cabine. E não esperem por mim – disse e eles seguiram sem mim.

Esperei os dois entrarem em uma carruagem e desci do trem. A plataforma estava quase sem ninguém e a Potter entrou em uma carruagem vazia. Porque ela estava sozinha? Ela sempre estava acompanhada por seu irmão e os amigos fracassados. Andei na direção da carruagem em que ela estava e entrei. Ela olhava distraída pela janela, assim que fechei a porta ela olhou assustada para mim, só percebendo naquele momento que eu estava ali.

- O que está fazendo aqui Malfoy? – ela perguntou muito corada.

- Eu não sabia que estava aqui Potter.

- Pensei que você não suportasse a idéia de dividir um ambiente com uma grifinória. – ela disse sarcástica.

- E tem razão, eu evito sempre que posso. Mas não me darei ao trabalho de sair dessa carruagem para procurar outra. – eu disse esticando as minhas pernas no banco.

- Então eu farei esse favor a você e sairei da carruagem.

No momento em que ela se levantou a carruagem começou a andar. Ela se desequilibrou e quando ia cair eu segurei sua cintura para impedir que isso acontecesse. Afinal, não queria que ela caísse no meu colo, é, era por isso. Ela me olhou envergonhada e rapidamente tirei minhas mãos. Ela se sentou novamente.

Ficamos o caminho inteiro sem pronunciar uma palavra se quer, às vezes eu percebia ela me olhando e quando nossos olhares se cruzavam ela corava e abaixava a cabeça. Outras vezes, eu que fui pego a observando.

A carruagem finalmente chegou na porta de Hogwarts e ela desceu sem nem olhar para mim ou dizer alguma coisa.

Aquele ano realmente seria, hmm... interessante.