CAPÌTULO 16

No capítulo anterior :

Larguei a bolsa em cima da cama e partir pra ver o que estava acontecendo. Ãndei sorrateiramente, descendo as escadas nas pontas dos pés. Não era na cozinha, parecia vir do lado de fora, saí pela porta da cozinha e o que eu vi me deixou paralisada.

POV's Stella

Uma coisa enorme e com garras estava dilacerando uma coisa com dentes e garras. Era um cachorro gigante de uns três metros, com pelos negros como os cabelos do Nico (mas que tipo de comparação é essa??). Eu tentei ficar quietinha, mas eu vi o que a coisa que o bicho rasgava era um corpo humano com uma armadura. O grito que eu estava sufocando, saiu bem mais alto do que eu sabia que podia gritar.

Ao som do meu grito, o bicho inclinou a cabeça na minha direção. Ele ficou me encarando com aqueles olhos negros insondáveis e muito irritados. Acho que não foi uma boa ideia gritar. Eu fiquei congelado pelo olhar, minhas pernas pareciam presas ao chão. Eu tentei me mover cautelosamente, sem fazer barulho, para o cachorro não me atacar.

Não funcionou, ele percebeu e rosnou pra mim, mostrando dentes muito mais longos do que eu tinha imaginado que pareciam adagas bem amoladas. Parei, apesar de todos os meus instintos dizerem pra correr. O bicho deu um passo na minha direção e isso foi o suficiente pra que eu abandonasse o bom senso e toda aquela coisa de “não faça movimentos bruscos” e começasse a correr, gritando com se fosse o apocalipse.

Eu olhava sobre meu ombro enquanto corria, me esquecendo totalmente que eu podia voar. Continuei correndo até tropeçar nos meus próprios pés. Agora acabou, é o fim.

O bicho continuou se aproximando até que uma figura vestida de preto da cabeça (os cabelos) aos pés (tênis preto) se materializou entre mim e ele.

“Calma, Sra. O'Leary!” o garoto gritou. Era a voz de Nico. O cão rosnou. “ Amiga! Amiga!” Ah, era uma cadela! Mas que diferença isso faz? Agora nós dois (eu e Nico) vamos ser devorados por um cachorro gigante chamado Sra. O'Leary, mas que tipo de nome é esse? “Sra. O'Leary, pegue o grego!” Nico gritou e jogou alguma coisa na direção da cozinha. Pra minha surpresa, a Sra. O'Leary correu atrás de seja-lá-o-que-fosse. Nico se virou pra mim e estendeu a mão. Você está bem?”

“Eu quase fui comida por um cachorro gigante e você me pergunta se eu estou bem?” gritei incapaz de esconder a raiva e a mágoa que eu sentia por ele ter me rejeitado hoje mais cedo.

“A Sra. O'Leary não ia te comer.” ele riu. “Ela não come pessoas”

“Ah, claro que não, então o quê é que ela tava mordendo? Ela é um cachorro gigante comedor de pessoas”

“Era só um boneco!” ele riu de novo “Ela não come pessoas e não é um cachorro gigante.”

“Claro que não, três metros é um tamanho perfeitamente normal pra um cachorro, como pude ser tão boba?” o sarcasmo praticamente pingava da minha voz.

“Três metros?” ele levantou uma sobrancelha. “Não chega a um metro. Tem certeza que não bateu a cabeça ou algo do tipo?”

“Está zombando de mim?” eu estava com mais raiva ainda.

“Claro que não, só estou preocupado. Talvez seja uma contusão.”

“Não tem nada errado comigo! Minha cabeça está ótima, obrigada por perguntar!” gritei.

“Hey, calma, aê! Só estava tentando ajudar!” ele ergueu as mãos em defesa

“Já ajudou demais, eu vou embora!” falei, andando de volta pra casa, eu estava mais decidida a voltar pra Sollaria que antes.

“O que você quer dizer com isso?” ele perguntou confuso.

“Quero dizer que estou cheia de seus joguinhos!” gritei, apesar dele só ter me rejeitado uma vez, não sabia porque me importava tanto. Ou melhor, sabia, mas não queria admitir. Eu corri, entrando na casa indo pro quarto que em tão pouco tempo me acostumei a chamar de meu.

“Que jogos? Stella, espera!” Nico gritava me seguindo. Eu continuei correndo e ele continuou gritando atrás de mim.

Entrei no quarto sem me dar ao trabalho de fechar a porta, peguei a bolsa que tinha largado por aí e saí do quarto, passando direto por Nico.

“Stella, pra onde você vai?” ele perguntou.

“Pra casa!” falei e comecei a chorar de novo. Qual é o meu problema? Que droga! Estou chorando por tudo! “Eu vou pra casa, onde as coisas fazem mais sentido e eu não tenho problemas!”

Os olhos dele se arregalaram quando eu falei a última parte, se enchendo de mágoa e surpresa.

“Qual é o problema daqui?” ele perguntou e era quase um sussurro.

“Você!” solucei. “Mas que droga! Por quê você fica brincando comigo desse jeito?” falei entre soluços. “O que eu fiz de errado?” senti meus joelhos cederem e baterem com força no chão. Não me importei com a dor física, era um alívio pra dor de deixar ele e desistir da minha última chance de ter amor verdadeiro.

“Nada” Nico falou e senti suas mãos segurarem meu rosto, me obrigando a encará-lo. “Você não fez nada de errado, eu sou o problema.”

“Ah, essa velha história, não é você, sou eu” Eu ri sem humor e desviei meus olhos pro chão.

“Estou fando sério, Stella” ele falou, meio irritado e levantou ainda mais meu rosto, de modo que eu não pude desviar o olhar. “Eu quero ficar com você. Sinto muito se pareceu o contrário.” quando ele disse isso, seus lábios se encostaram nos meus e uma onda de choque percorreu todo meu corpo. Ele ia aprofundar o beijo, mas eu empurrei ele, separando-nos.

“Olha, se você está fazendo isso por pena, é melhor me levar logo pra o centro da cidade e...”

Ele me interrompeu, colocando uma dedo nos meus lábios.

“Não faço isso por pena, eu quero fazer isso desde a primeira vez que te vi” ele sussurrou.

“Eu também...” sussurrei em transe, hipnotizada pelos olhos negros que brilhavam som intensidade. Então os lábios dele estavam nos meus e dessa vez eu não tentei afastá-lo de mim. Pelo contrário, eu o puxava pra mim. O hálito dele era frio e delicioso, melhor que qualquer coisa que eu já provei, parecia menta e alguma coisa que não identifiquei. A língua dele pediu passagem e eu permiti, nossas línguas dançavam em uma sintonia complexa, reunindo suavidade com desejo. Finalmente tivemos que nos separar por falta de ar. Ele deu leves beijos pelo meu rosto e pelo meu pescoço.

“Nico, eu...” comecei de novo.

“Xiii... Não diga nada, só aproveite o momento” e foi exatamente isso que nós fizemos, nós voltamos a nos beijar.

Ficamos conversando besteira, sentados no chão do meu quarto (é, eu já tomei ele de volta, alguma coisa contra?). Minha cabeça descansava no peito dele e os braços dele estavam a minha volta, num círculo protetor. Em algum momento nós paramos de falar

Eu me sentia bem perto dele, como se tivesse nascido pra isso, era diferente de qualquer outro romance que eu tive antes. Nem Brandow, que eu achava ser o amor da minha vida, se comparava ao Nico. Estar com ele era como uma necessidade, eu sentia que se eu ficasse por um minutinho longe dele, eu desmoronaria.

Eu me permitir fechar os olhos, inspirando o aroma dele, parecia com menta e outra coisa, igual ao gosto do beijo, algo frio, meio misterioso (não me perguntem como eu acho isso de um cheiro, eu não sei, tá?), mas me dava uma sensação de segurança, como se nada de ruim pudesse acontecer comigo na presença dele. Em algum momento paramos de conversa e ficamos em um silêncio bem gostoso. Eu acho que peguei no sono, porque a próxima coisa que vi foi ele se mexer.

“Um... Eu vou ali, volto em um segundo.” ele falou, desfazendo seu abraço e se levantando com cuidado pra não me derrubar. Devo ter feito uma carinha suplicante, com medo de ficar só, e era exatamente assim que eu me sentia. Então ele completou: “É rapidinho, tá?”

Assenti, concordando com a cabeça. Mas no instante que ele saiu do quarto me senti nervosa e insegura, como se temesse que a mobília se transformasse em algo assustador de repente. Acho que eu estou muito paranoica hoje, primeiro foi com o boneco com que a Sra. O'Leary brincava e agora com esse medo irracional de ficar sozinha. Um vento frio entrou no quarto pelas portas abertas da sacada. Me abracei, tremendo levemente com a mudança, hoje cedo estava tão morninho e ensolarado. Fui até a porta e a fechei, só então percebi que não tinha aberto ela. Tentei lembrar de quando tinha aberto a porta, mas não consegui.

“Esquece isso! Que bobagem!” me repreendi por ser tão paranoica. Mas mesmo assim dei alguns passos pra longe da porta.

Foi uma boa ideia, porque do nada ela se abriu com violência e uma coisa irrompeu por ela.

A coisa tinha uma forma humana, exceto pelos pés e mãos que tinham garras ao invés de dedos e as orelhas eram pontudas. Mas não foi isso que me assustou mais. Tá me assustou bastante, mas na verdade o que mais me assustou foi perceber que era a mesma criatura do meu sonho. Aquelas que levaram a garota ruiva pra um homem que parecia muito mau.

Eu gritei tão forte que o grito que dei quando vi a Sra. O'Leary pareceu um sussurro fraco.

“Não grite, princesa do Sol” espera aí, ele sabe que eu sou princesa de Sollaria? Não tive tempo de pensar nisso, porque ele avançou na minha direção. Eu corri em direção às portas indo direto pra sacada. A coisa sorriu, pensando que eu tinha me encurralado, mas aqui fora, onde ainda tem um pouco de sol, apesar do tempo estra meio nublado agora, eu sou mais forte. Me transformei em fada e vi a Coisa ficar confusa, o que me deixou confusa, porque se ele sabe que eu sou princesa de Sollaria, então devia saber que eu sou uma fada. Continuamos a nos encara, até que ele tirou uma coisa do bolso e a jogou na minha direção. Era uma rede igual a do meu sonho e eu fiquei momentaneamente paralisada em baixo dela. A Coisa continuou vindo em minha direção, mas então se virou pra trás e esqueceu completamente de mim.

POV'S Nico.

Eu estava abraçado com Stella, fazendo exatamente o que Zeus disse pra não fazer, sem me importar com as consequência, se ele tentasse fazer algo com ela, eu a protegeria, e tenho certeza que Afrodite também o faria, além disso eu não me importava com o que ele fizesse comigo.

A cabeça dela estava no meu peito e meus braços estavam em volta do corpo frágil dela.

Depois da crise doida que ela teve depois de ver a Sra. O'Leary, eu percebi que ela podia ser frágil e sentimental, mas era bem teimosinha! E via através da névoa, o que pode ser um problema, mas quem liga? Eu não.

Estava tudo maravilhoso, nosso beijo foi o melhor que eu já dei em toda minha vida. Ela tinha um hálito delicioso, parecia com cereja e me dava uma sensação de claridade e calor (nem me pergunte como, mas parecia algum tipo de luz, sei lá. Deve ser alguma coisa psicológica).

Ela adormeceu nos meus braços e eu fiquei olhando pra ela, tão bonita, tão delicada que parecia que eu podia quebrá-la no mais leve dos movimentos. O rosto dela estava sereno e os lábios estavam num sorriso relaxado, parecia um anjinho dormindo.

Estava tudo bom de mais pra ser verdade. Então uma Mensagem de Íris, também conhecida como MI, apareceu bem perto de mim. Era o povinho do Acampamento, Annabeth, Percy, Quíron, Rachel e o resto dos líderes dos chalés.

“Nico, nós temos um problema.” começou Quíron, mas então seu olhar foi pra a Stella, que ainda estava nos meus braços.

“Ah meus deuses, Nico!” falou Percy, fingindo estar irritado. “É só a gente sair por dois dias que você já arranja uma namorada!”

Todo mundo riu, até Quíron e Annabeth. Eu os fuzilei com o olhar esperando que eles se calassem, mas eu devia estar tão vermelho que não funcionou, ele só riram ainda mais.

“Qual é o problema?” perguntei tentando mudar de assunto.

“Nenhum, priminho, você pode namorar quem bem entender.” Percy falou e eles riram de novo.

“Você sabe que não é disso que estou falando.”

“Acho que não é um bom lugar pra falar disso.” disse Annabeth, que era a única que tinha se recuperado além de Quíron. “Ela pode acordar. Quando estiver livre manda uma MI”

“Tá, tchau.” ela passou a mão na névoa, desfazendo a MI.

Tentei me levantar, mas ela acordou.

“Um... Eu vou ali, volto em um segundo.” falei me levantando com cuidado pra não derrubar ela no chão. Ela fez uma cara de 'não vá', e eu completei: “É rapidinho, tá?”

Ela concordou com a cabeça. E eu saí do quarto.

Entrei no meu quarto e tranquei a porta, fui até o banheiro e fiz um arco-íris e joguei um dracma nele.

“Ó deusa aceite minha oferenda. Annabeth Chase, Acampamento Meio-Sangue”

“Annabeth!” chameii, porque eles não me viram, todos estavam falando ao mesmo tempo e Quíron pedia calma. “EI!” gritei. E finalmente eles pararam de falar.”Então, qual é o problema?” falei antes que alguém começasse a fazer piadinhas de novo.

Annabeth mexia com as mãos nervosamente. E os outros também pareciam estar desconfortáveis.

“Será que dá pra alguém falar alguma coisa?” pedi ficando nervoso.

“Afrodite e Ártemis sumiram” Quíron falou brevemente.

“O quê??” perguntei. Ah, qual é! Mal acabamos de sair de uma guerra e já tem mais coisa? Ninguém merece!

“Ninguém vê Artémis desde que você foi ao Olimpo.” ele falou.

“Mas e Afrodite?” perguntei, não querendo acreditar. “Ela não sumiu há tanto tempo, né? Ela falou comigo hoje mesmo!” falei, e me arrependi, dei mais motivos pra eles fazerem piadas, mas todos estavam tão perturbados que nem ligaram.

“Os deuses acham que pode ser alguém do lado de Céos” falou Quíron.

“Acham que sequestraram elas, mas não conseguem localizá-las.” falou Annie.

'Então, vamos ter uma missão?” perguntei.

“Sim.” falou Quíron. “ mas não podemos ir agora, temos que ser muito cuidadosos, pois se é Céos que está com elas, ele está esperando por um resgate.”

Então eu escutei um grito. O grito da Stella.

“Acho que é melhor eu ver o que está acontecendo.” falei.

“Deve ser uma barata” Clarisse falou com desprezo.

“Acho que não.” falei me lembrando da ameaça de Zeus. E comecei a sair do banheiro.

“Vai lá Romeu!” falaram os gêmeos Stoll e eu nem me dei ao trabalho de responder.

Quando eu entrei no quarto dela, vi uma coisa que parecia uma pessoa muito alta e com garras, era um monstro, eu não sabia exatamente o que era, mas em um segundo já corria na direção dele com minha espada de ferro estígio. Ele olhava atentamente pra alguma coisa presa numa rede e eu percebi que era a Stella. Abruptamente, ele se virou pra mim e sacou uma espada feita de um material que eu nunca tinha visto antes. Era meio preteado, mas não tinha brilho. Eu tentava golpeá-lo mas ele desviava dos meus golpes com facilidade. Nossa luta estava em equilíbrio, até que ele consegui me encurralar, colocando a espada no meu pescoço.

“Não lute comigo, filho de Hades. Meu senhor só quer a garota” ele falou confirmando minhas suspeitas de que era coisa de Zeus.

“Diga a ele que ele nunca vai tirá-la de mim!” eu falei entredentes e consegui mudar nossa posição sei lá como. Minha espada estava na garganta dele. Mas então ele consegui sair e nós continuamos a lutar até que eu vi uma explosão dourada muito intensa na sacada. Nós dois nis viramos pra ver o que era e eu senti meu queixo cair.

Stella tinha se livrado da rede e estava de pé. Correção, ela estava flutuando, seus pés estavam há meio metro do chão, ela segurava uma espécie de cetro de cabo muito longo, feito de ouro e prata e o mais chocante: ela tinha asas.

“Nunca mais mexa comigo” ela falou pra o monstro, e sua voz sou perigosa e irritada. Então ela fez um movimento e do cetro saíram bolas de energia dourada que foram diretamente pro monstro. Ele só pareceu mais irritado. Então eu resolvi ajudar. Larguei a espada e também lancei bolas energia, só que negras.

“Vocês vão se arrepender!” ele falou e das suas costas brotaram asas de couro, então ele começou a voar. Continuamos lançando energia nele, eu errava muito, mas a mira de Stella era simplesmente perfeita.

Quando ele não estava mais na nossa visão, eu olhei pra Stella ainda sem acreditar no que via. Ela ainda não estava no chão. Então ela pousou suavemente no chão e me olhou com medo.

Agora que ela estava bem perto de mim, eu via as asas com clareza, era meio transparentes, delicadas, não parecia com asa de anjo.

“Você é uma ninfa?” perguntei sem pensar.

“Não.” ela falava devagar. “Eu tenho que te contar uma coisa” ela falou decida. Então murmurou alguma coisa e uma luz forte brilhou, eu pisquei e quando abri os olhos de novo, Stella não tinha asas, era uma garota normal de novo.

“Senta aí.” ela falou, apontando pra mesinha que tinha na sacada. Me sentei e ela sentou de frente pra mim.

POV's Stella

Depois que nos sentamos, eu fiquei pensei em um jeito de contar toda a verdade pra ele, então ele quebrou o silêncio.

“Sabe que pode contar qualquer coisa pra mim, né?” ele perguntou suavemente.

“Eu não sei por onde começar, você vai me achar maluca e me internar num hospício.” falei.

“Duvido” ele falou e riu.

“É sério!”

“Eu também tenho um segredo.” ele falou. “Posso falar antes de você, se isso te fizer sentir melhor.”

“Obrigada” suspirei. Mesmo sabendo que o segredo dele perto do meu não ia ser tão doido quanto ele pensa que é, foi muito fofo da parte dele.

“Tudo bem, sabe aqueles segredos que envolvem um montão de pessoas e você não pode contar pra ninguém?” ele perguntou.

“Sim, meu segredo é exatamente assim, mas eu confio em você” soltei sem pensar. Eu faço muitas coisas sem pensar quando estou perto dele.

“Então você me entende. Você conhence a mitologia grega?” ele perguntou e eu confirmei. Era uma das matérias opcionais que eu e minhas amigas fazíamos em Alfea, minha escola de magia. “Ufa! Assim dá menos trabalho. Então os deuses e tudo da mitologia grega existem.” ele falou.

“Nico!” protestei, já me levantando. “Eu pensei que você estava falando sério!”

“Mas eu estou falando sério!” levantei uma sobrancelha.” eu disse que você acharia que é loucura.” quando ele disse isso, percebi que eu é que tinha feito o que tinha medo que ele fizesse. Me sentei de novo. Afinal, se fadas existem, porque deuses não podem existir?

“Me desculpe, Nico. Agora que eu pensei melhor, acredito em você” ele sorriu.

“De verdade?” ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. “Ainda bem, porque o mais doido vem agora. Bom, na mitologia os deuses tinham filhos com mortais, certo?”

“Sim” falei ainda sem entender onde ele queria chegar.

“Bom, velhos hábito não mudam.” ele falou. “Eu sou um semideus, um meio-sangue.” Senti meu queixo cair.

“Filho de...?” perguntei.

“Hades.” ele falou.

“Annabeth e Percy sabem?” sussurrei.

“Sim, eles também são meios-sangues, Annie é filha de Atena e Percy de Poseidon”

“Uau!” sussurrei. “Então, é legal ser meio-sangue?”

“É, mas também tem muitos problemas.” então ele me contou suas aventuras, como ele e a irmão tinha perdido a mãe, como eles ficaram presos num hotel onde o tempo não parecia passar, como Bianca, a irmã dele, morreu pra salvar a vida dos amigos, e todas as outras aventuras dele, também contou as de Percy e quando ele terminou já era noite, ou seja: não almoçamos.

“Acho melhor a gente comer” falei me levantando.

“Eu também, mas não pense que escapou de contar o segredo!” ele falou.

“Droga! Meu plano maligno não deu certo!” falei de brincadeira. E ele riu.

“Vamos, garotinha” ele falou.

“Não sou uma garotinha indefesa! Você sabe que eu sei me defender!” Cruzei os braços fazendo birra.

“Você vem ou não?” ele perguntou. Não dei sinal de ter ouvido. Ele deu um sorriso malicioso. “Então tá! Eu mesmo vou te pegar.” Não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas ele rapidamente me pegou pela cintura e me jogou no seu ombro, como se fosse um saco.

“Me põe no chão!” reclamei dando batendo nas costas dele. “Eu estou falando sério!”

Ele me ignorou completamente e foi até a cozinha, me levando como se eu pesasse menos que uma garotinha de cinco anos. Ele me sentou na mesa e colocou meus braços no pescoço dele e seus braços na minha cintura.

“Agora, você é minha prisioneira Stella del Solle” ele sussurrou sensualmente, mordiscando minha orelha e eu me arrepiei.

Ele colou nossos lábios e logo o selinho irou um beijo totalmente avassalador. Quando nos separamos eu estava totalmente ofegante.

“Acho que é melhor a gente comer logo” falei arfando.

“sim, você ainda tem uma história pra contar.” ele respondeu. Nós jantamos, falando de coisas de meio-sangue. Na verdade eu perguntava e ele respondia.

“Então o Percy não acerta uma?” perguntei. Eu estava sentada na mesa e ele estava numa cadeira, já tínhamos acabado de limpar tudo e estávamos falando sobre arco e flecha.

“Não que eu sabia.” ele falou e eu ri.

“Ah, não deve ser tão difícil”

“Falar é fácil!”

“E quanto a você?” perguntei.

“Não sou muito bom, mas dou pro gasto”

“Com certeza dá pro meu gasto” ronronei no ouvido dele.

“Ah é?” ele sussurrou, com uma voz rouca e extremamente sensual.

“Sim” falei, mordiscando a orelha dele e depois puxando ele pra um beijo cheio de desejo.

Minhas mãos puxavam ele mais pra perto e as mãos dele estavam na minha cintura. Eu já estava ficando sem ar, mas não quebrei o beijo. As mãos dele subiram por dentro da minha blusa indo um pouco além do limite, se é que você me entende. Eu parei e o empurrei pra longe, ajeitando a blusa que tinha subido.

“O que foi?” ele perguntou preocupado e eu senti meu rosto corar.

“Me desculpe, é que... foi muito rápido... eu não...” não consegui completar a frase, mas o rosto dele se iluminou, mostrando que ele tinha entendido, o que fez ele corar também e meu rosto ficou mais vermelho ainda.

“Me desculpe, eu não sei o que deu em mim.” ele falou e pareceu sincero.

“Tudo bem” falei e depois disso um silêncio muito constrangedor se instalou.

“Então... não vai me contar sua história?” ele perguntou, quebrando o silêncio.

“Droga! Achei que tinha escapado!” falei, brincando.

“Você é minha prisioneira, esqueceu?” ele fez uma cara de sério que me fez rir.

“Tudo bem... Vamos logo com isso” falei mal-humorada e ele riu. “Você pode achar loucura... Tá! Deixa pra lá! Sabe, existem outras dimensões além dessa onde estamos. Eu venho de outra dimensão, de um reino chamado Sollaria, é a terra do sol” eu parei, olhando pra ele.

“Pode continuar.” ele falou, me encorajando.

“Eu era... na verdade, sou a princesa de lá.” esperei pela reação dele, mas ele só deu um meio sorriso.

“Eu sempre achei com um ar de realeza, agora sei porque.”

“Eu era chamada de Princesinha do Sol, por causa do meu reino, mas também era Princesa da Lua, por causa de minha mãe. Ela era filha do último rei do povo da Lua, ela era a princesa deles, então, pra salvar o povo dela ela se casou com meu pai, da legítima família real de Sollaria.”eu parei tomando fôlego, pensando no quê isso resultara, eu is casar com um completo estranho se voltasse, mas aqui, eu tinha achado o amor.

“Você está bem?” ele perguntou.

“Sim, só com saudade de casa.” respondi, notando a verdade das palavras. “ Então como você viu hoje mais cedo, eu sou uma fada. Por isso eu frequentava uma escola pra fadas onde conheci minhas melhores amigas. Bloom, Flora, Musa, Tecna e Layla. A primeira que conheci foi a Bloom, na verdade eu a conheci na Terra.” contei a história e ele ouviu tudo atentamente. “Ela é a princesa de Dominó, a terra d fogo e a guardiã da chama do Dragão, então ela é superpoderosa, é como se fosse filha de um dos Três Grandes.” fiz a comparação com a mitologia. “Layla também é uma princesa, mas Flora, Tecna e Musa não são. Nós passamos por tanta coisa juntas!” suspirei lembrando delas.

“Você... não precisa contar” ele falou baixinho.

“Eu quero.” falei e continuei contando tudo pra ele, menos a parte do casamento.

“Você me disse que fugiu, mas não disse o porquê” ele falou. Porcaria! Porque ele não deixou isso passar? Eu queria inventar uma mentira qualquer, mas sabia que não podia. Suspirei e soltei a verdade.

“Tem uma lei em Sollaria que diz que a Princesa deve casar com alguém da nobreza ou que seja aprovado pela Alta Cúpula, que é tipo um conselho.” eu falei. “Eu não quero um casamento arranjado. Então eu fugi” dei de ombros.

“Eles... não vão te procurar?” ele perguntou pra mudar de assunto.

“Sim. Devem estar loucos me procurando, mas vão demorar um pouco. Duvido que eles pensem que eu estou aqui, pra falar a verdade eu nem sabia onde ia parar só pensei em um lugar bem longe.”

“Então, Vossa Alteza Real é uma garotinha má?” ele perguntou com um meio sorriso.

Eu ri. “você é muito bobo!”

Passamos mais um tempo conversando sobre nossos amigos e íamos continuar, só que eu olhei pra fora e vi o sol brilhando, ou como tinha acabado de descobrir, Apolo dirigindo sua Maserati.

“Nossa!” exclamei. “Olha só, o sol já nasceu!”

“nem percebi o tempo passar.” ele falou. “Hora de ir pra cama” Ele me pegou no colo e me levou pra o quarto.

“bons sonhos, Nico!” falei quando ele me colocou no chão.

“bons sonhos, Raio de Sol” ele falou me dando um selinho.

Tomei banho e desmaiei assim que deitei. É isso que dá acordar cedo e dormir cedo (isso quer dizer cinco da manhã, por aí)!