CAPÍTULO 10

POV's Nico

Quando desci pro café da manhã, não tinha ninguém na cozinha,mas vi um bilhete na porta da geladeira. Era do Percy e de Annabeth.

Nico e Stella,

nós fomos pro Empire State, temos que fazer umas mudanças no projeto do estágio, não sabemos quando vamos chegar, mas tem comida na geladeira.

Beijos,

Annabeth e Percy.

“É um povo que muda de ideia toda hora” falei, balançando a cabeça. “Esses deuses são malucos!” ouvi vários trovões seguido e a terra tremeu um pouco. “ Foi mal.”

“Falando sozinho?” me virei pra porta e vi Stella parada encostada na parede. Eu corei.

“Ah, é você” falei.

“Sim, sou eu” ela riu. “Então, cadê o Percy e a Annabeth.” estendi o bilhete pra ela. Ela franziu a testa.

“Estamos e m Nova York?” ela sussurrou baixinho. Acho que ela não queria que eu ouvisse, mas não pude me conter.

“Claro que estamos em NY, onde achou que a gente estava?” Tudo bem, primeiro a pizza e agora não sabe em que cidade está, tem alguma coisa muito errada.

Ela pareceu pensar por um instante e depois deu de ombros.

“Pensei que fosse Nova Jersey, é que aqui é bem mais calmo.” ela falou depois de um tempo.

“Ah, tá.” falei, isso pode explicar a cidade, mas não a pizza.

“Então, você está com fome?” ela perguntou mudando de assunto.

“Claro.” tomamos o café da manhã. Em silêncio.

“Você não vai se atrasar pra escola?” ela perguntou, quando terminamos de comer.

“Não vou pra escola hoje.” falei, colocando as mãos atrás da cabeça e inclinando pra trás, tirando os pés da frente da cadeira do chão.

“Acho que não vou conseguir convencer você hoje.” ela falou.

“Não vai mesmo, não vou cair naquele truque de novo.” sorri.

“Não esperava que caísse” ela disse e riu suavemente, uma risada que soava mais delicada que sinos de vento, como a da garotinha do sonho.

“Ainda bem. Então, já esteve em NY antes?” perguntei, mas tinha certeza que não. Ela negou com a cabeça. “Ótimo, então vamos passear.”

“Sim, senhor!” ela falou batendo continência, eu ri e ela também.

“Eu lavo, você enxuga” quando terminamos subimos as escadas e fomos pros nossos quartos.

“Até daqui a pouco” ela falou.

'Até.”

Me arrumei rapidinho, com uma camisa, um jeans e uma jaqueta de couro, e um allstar, tudo preto. Tentei esperar um pouco no quarto porque meninas demoram mais pra se arrumar. Mas a imperatividade não deixou, então me levantei, saí do quarto e bati na porta dela, que estava aberta.

“Stella, posso entrar?” ela não respondeu, como quem cala consenti, e eu estava muito entediado no meu quarto, entrei e vi que ela estava no banheiro. Deitei na cama dela com os braços atrás da cabeça.

POV's Stella

“Burra, burra,burra!” eu sussurrava enquanto a água escorria pelo meu corpo e meu cabelo. Eu estava lembrando do café da manhã, quando deixei escapar que não sabia onde estava depois de ler o bilhete de Annabeth e Percy. Lógico que Nico desconfiou, quem não desconfiaria? A minha sorte foi que uma voz na minha cabeça me disse a coisa certa e Nico caiu como um patinho. Até parece que eu sabia sobre Nova Jersey, só sabia de Nova York porque Bloom uma vez me falou sobre a cidade. E ontem à noite, a pizza? Que vergonha, que burrice, eu ia ter que me comportar mais como uma humana, ou eles iam acabar descobrindo, especialmente Annabeth, Percy e Nico eram mais fáceis de enganar. Terminei o banho e me enrolei em uma toalha. Assim que botei o pé fora do banheiro vi um monte de coisas pretas na minha cama. As coisa se mexeram, e não eram coisas, era uma pessoa. Soltei uma grito fino e apertei a toalha mais forte no meu corpo. A pessoa se virou assim que eu gritei e vi que era só o Nico.

“Ah, meu deus!” gritei furiosa e ouvi um trovão, mas ele não falou nada. “Você quer me matar do coração?” falei, e ele continuou calado, olhando fixamente pra mim e com o rosto totalmente vermelho. “Quase que eu tinha um treco!” gritei ainda irritada e joguei os braços pra cima, num gesto de frustração, e a toalha escorregou um pouco. Ops, tinha esquecido que tava só de toalha, é por isso que ele não tá olhando pra mim e tá todo vermelho, ah meu deus! Eu senti meu rosto esquentar. “ ah... ah....” era a única coisa que eu conseguia dizer. “Espera só um segundo.” falei, depois de um tempão em um silêncio muuuiiitttooo constrangedor. Entrei no closet e fechei aporta atrás de mim. Escolhi uma saia de babados preta, com uma camisa lilás e um bolero roxo e um scarpin preto, uma pulseira prateada e uns brinquinhos prateados com pingente de uma rosa combinado com o da pulseira.

“Tudo bem,” murmurrei pra mim mesma tentando me acalmar, sem nenhum sucesso, “não pensa na cena constrangedora, aja naturalmente.” Só se for na”tora”mente, pensei com sarcásmo.

Me olhei no espelho e constatei que meu cabelo estava todo desarrumado. Sai do closet e Nico estava na mesma posição de antes. Coitado, traumatizei o menino! Droga, todo meu processo de acalmar foi por água abaixo e meu rosto esquentou de novo.

Entrei no banheiro, ainda se coragem de encarar ele de novo. Arrumei o cabelo, secando com um secador que achei e deixando ele caindo em suaves ondas douradas pelas costas. Como o sol banhando a terra, pensei distraída.

Saí do banheiro e Nico ainda não tinha se movido. Tudo bem, é agora ou nunca. Respirei fundo, tomando coragem e fiquei de frente pra ele, mas ele ainda fitava o vazio.

“Nico!” chamei, mexendo as mãos na frente dos olhos dele. “ Acorda, Nico!” ele nem deu sinal de vida. “NICO!” berrei e ele saiu do transe, piscando os olhos.

“Ah, me desculpa, a porta tava aberta e achei que você já tava pronta ai...” ele falou, as palavra se embolando.

“Tudo bem, Nico. Relaxe, não foi de propósito.” falei rindo. E ele pareceu aliviado.

“Então, tá pronta pra conhecer Nova York?” ele perguntou.

“Yeah! Let's go, boy!” falei, sorrindo.

POV's Nico.

“Então, pronta pra conhecer Nova York?” perguntei, tentando parecer normal, mas eu ainda estava meio em choque por ter visto ela só de toalha. Mas, cara, que visão! Que corpo! Ela era muito perfeita! Tá, já parei. Ainda bem que ela não dificultou as coisas pra mim.

“Yeah! Let's go, boy” ela sorriu.

Fomos até a garagem, abri a porta do carro, e ela sorriu.

“Bom saber que ainda tem cavalheiros nesse mundo!” ela sorriu como se fosse alguma piada particular. Corei um pouco e contornei o carro, entrando no lado do motorista.

Olhei pras roupas dela, desde o casaco roxo, até o salto preto.

“Sabe, vamos para um passeio na cidade, não pra uma festa” falei sarcástico. Ela sorriu e deu de ombros enquanto eu saia pela garagem.

“Então, o que sabe sobre Nova York?” perguntei.

“Não muita coisa” ela respondeu e não deu mais informações. Caímos em um silêncio natural pelo resto do caminho.