You Are My Star escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 12
Corações Quebrados


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas *-*

Eu seei, foi muito rápido... Mas como eu mesma digo (e mais centenas de escritores dizem): Reviews são combustíveis para nossa inspiração.

Bem... Pelo nome do capítulo, vocês já sabem o que esperar né :X Mas eu acho que vão se divertir, de qualquer forma, porque eu me diverti muito escrevendo, principalmente o final.

Enfim, boa leitura a todos!



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            Quinn sentia como se cada pedaço de si tivesse sido espancado em uma surra, mas o pior nem era aquela sensação horrível e sim, a sensação de não saber o que fizera para merecer aquela música e os olhares frios que recebera. Rachel estava ainda mais distante dela do que no dia anterior.

            Quinn Fabray saiu da sala do Glee segurando algumas lágrimas e escorou-se na parede do corredor. Estava sentindo-se mal e estar de volta ao McKinley não ajudava, porque ali residiam as lembranças das quais ela mais se envergonhava.

            Os anos como cheerio, desfilando pela escola, destilando seu veneno sobre pessoas como Rachel só porque era insegura demais para admitir seus próprios defeitos... As aparências sempre importaram para Quinn, assim como a popularidade. Mas fora o Glee que lhe ensinara a ver muito além daquele mundo fútil no qual fora criada.

            E mesmo assim, mesmo com tantas lições e tantas cicatrizes em si, ela tornava a cometer os mesmos erros. Fora um erro deixar sua auto-proteção erguer muros em volta de si quando Rachel fizera tudo para protegê-la, fora um erro sair de cabeça quente e sem conversar e fora um erro ainda maior ir àquele bar na noite passada.

            Porque acordar no apartamento de Finn Hudson com uma ressaca sem precedentes não foi a melhor forma de indicar que estava arrependida de tudo que fizera a Rachel. Quinn saiu correndo de lá sem que Finn acordasse, o rapaz pelo menos teve a decência de dormir na sala.

            A última coisa que Quinn se lembrava era de ter passado mal e apagado em seguida, ainda no bar.

            Mas aquilo não importava, seu estado de embriaguez só fez com que a verdade viesse à tona e a verdade era: não poderia mais viver sem Rachel. Fora por isso que correra até o McKinley, só não esperava ser recebida com uma Rachel ainda mais fria e distante de si. Ela realmente esperava que uma noite solitária pudesse fazer Rachel pensar melhor no que acontecera entre elas.

            Ouviu barulhos dentro da sala, a porta foi aberta em seguida e os membros do Glee foram saindo. Quinn limpou suas lágrimas rapidamente e deu seu melhor sorriso falsamente simpático, recebendo sorrisos e acenos de volta dos alunos. Rachel ficou mais alguns minutos com Mr. Schue dentro da sala, até que, finalmente, o professor saiu. O homem tinha um sorriso na face e disse animado:

            - Espero que sua companhia seja permanente, Quinn!

            - Vou tentar vir sempre que puder, prometo. – Quinn disse sincera e olhando disfarçadamente por cima do ombro de Mr. Schue, verificando se Rachel ainda estava na sala, deu um suspiro aliviado quando vislumbrou a pequena silhueta próxima ao piano. Mr. Schue deu um sorriso e um aperto carinhoso em seu ombro antes de sair.

            Quinn praticamente correu para dentro da sala, mas estacou quando viu que Rachel sequer olhara para ela na porta. Aproximou-se a passos pesados e incertos, ergueu a mão para tocar a cintura da morena e quando as pontas de seus dedos tocaram o fino tecido do vestido que ela usava, Rachel se afastou e disse gélida:

            - Não toque em mim, por favor.

            - Me desculpe. – Quinn dissera impressionada com o tom de voz de Rachel, a morena sequer se mexeu e sentou-se ao piano, dedilhando algumas teclas timidamente enquanto olhava fixamente para frente. A loira pigarreou, Rachel estava extremamente semelhante àquela Rachel que ela encontrara no hospital. Distante, amargurada e magoada. – Eu não queria incomodar.

            - Sua simples presença aqui já está me incomodando, Fabray. – Rachel respondeu decepcionada enquanto parava de dedilhar o piano e erguia o olhar distante e cansado para Quinn. A loira sentiu como se o seu coração explodisse dentro do peito. Aproximou-se, mas Rachel se afastou. Quinn massageou as têmporas e pediu suplicante:

            - Me desculpe, eu prometo nunca mais fazer as coisas sem pensar. Eu posso ser uma babaca quando eu quero, mas eu acho que isso não supera todas as vezes que eu disse que te amava.

            - O que exatamente você veio fazer aqui, Fabray? – Rachel surpreendeu Quinn com uma pergunta incisiva, direta e insensível. Quinn gaguejou e ofegou, sem saber o que responder ao ser atingida pela fúria contida daqueles olhos castanhos. – Veio rir da minha cara? Veio ver se eu continuaria a chorar as mágoas por ter meu coração partido mais uma vez?

            Quinn não soube responder, sua cabeça estava confusa, aquelas palavras não se encaixavam com a situação que ela achava ter entre elas. Rachel se aproximou dela com passos elegantes e rápidos, parou bem próxima a Quinn e jogou-lhe a última pergunta, dessa vez, com um ar irônico que não combinava com sua face meiga e gentil:

            - Veio rir do meu desespero por ver Finn metendo-se entre nós mais uma vez?

            Nesse momento, Quinn arqueou a sobrancelha em nítida confusão e desentendimento. Rachel achou aquela atitude muito cheia de hipocrisia da parte da loira e sentiu ainda mais nojo dela. Sem conter a raiva e a dor dentro de si, Rachel puxou o celular de dentro da bolsa e mostrou a foto para Quinn enquanto dizia:

            - É muita falta de vergonha na cara vir aqui depois de me enviar essa foto!

            Quinn continuou calada, não acreditando no que os seus olhos viam. Ela estava na foto com Finn, dormindo nos braços do ex-quaterback. Não estava no seu melhor estado emocional na noite passada, mas sabia que não seria capaz de dormir com ele. Ela amava Rachel, afinal de contas, e será que a morena estava duvidando justamente daquilo?

            A loira procurou seu celular e não se surpreendeu ao não encontrá-lo em seus bolsos. Quinn reuniu toda a coragem que ainda julgava ter e segurou Rachel pelos braços, a morena se debateu e ela viu-se apertando Rachel ainda mais forte, quase machucando sua pele morena. As lágrimas estavam embaçando a sua visão e ela suplicou:

            - Eu não fiz isso, por favor, acredite em mim!

            - Acreditar em você? – Rachel perguntou entre lágrimas também, odiando-se por Quinn ainda ter aquela influência sobre si após tão pouco tempo de convivência, ela odiava-se sentir-se fraca e impotente diante de seus sentimentos. Quinn pareceu ter levado um choque e soltou-a, atônita. – Eu devia saber que uma hora ou outra, você ia me machucar. Eu sempre soube que ainda existia um pouco da antiga Quinn Fabray dentro de você!

            - Rachel, eu não fiz isso! Eu não sou mais capaz de te machucar nem de sequer, te fazer chorar! Porque isso dói mais em mim do que em você! – Quinn disse com as lágrimas já jorrando de seus olhos, Rachel revirou os olhos e apanhou a bolsa para sair da sala. Quinn ficou observando-a sem acreditar, Rachel sequer deu-se ao trabalho de olhar para ela quando disse:

            - Suas palavras são inúteis, não adianta você me dizer que não fez se eu vi a foto. Você sempre foi boa em mentir, Fabray e eu não estou disposta a acreditar em você de novo. Acho que nem preciso dizer que te quero longe de mim, não é?

            Quinn escutou a porta bater-se em um estrondo e tudo que lhe restou, foi sentar-se ao piano e chorar. A morena ouviu passos no corredor e no instante seguinte, Mr. Schue estava na sala. Abraçando-a pelos ombros e dizendo:

            - Vou ligar para Santana, fique tranqüila.

            Quinn ouviu o professor sair, mas antes, ele deixou algo em cima do piano. A loira ergueu os olhos e deparou-se com o anel que entregara a Rachel durante o pedido de namoro. Seus olhos, inconscientemente, voltaram a chorar e ela soluçava quando apanhou o anel e ficou observando-o, esperando que ele pudesse trazer a sua Rachel de volta.

            Santana estava em casa, resolvendo os últimos detalhes de um processo quando recebeu a ligação de Mr. Schue. A latina crispou os lábios e seus olhos semicerraram-se enquanto ela só conseguia murmurar alguns resmungos de afirmação para o professor. Depois disso, Santana saiu de casa às pressas, deixou um recado para Brittany na geladeira e dirigiu como uma maluca até sua antiga escola.

            O estacionamento estava vazio, Santana correu por ele e derrapou quando parou o carro em frente às portas de entrada do colégio. Mr. Schue a esperava com uma expressão de tristeza e de surpresa:

            - Ela está na sala do coral, depois que Rachel saiu, ela desabou. Achei que você fosse a pessoa mais indicada para vir.

            - Obrigada Mr. Schue, eu assumo daqui. – Santana dissera rapidamente, antes de entrar na antiga escola e correr pelos corredores até a sala do coral. Esses corredores não pareciam ser tão longos na época da escola. Santana estava preocupada, não sabia em que estado poderia encontrar Quinn.

            Quase passou pela porta da sala do Glee devido à pressa, estacou porque seus olhos pegaram de relance a silhueta soluçante e cabisbaixa de Quinn Fabray ao piano. A latina balançou a cabeça, tentando conter as próprias lágrimas e respirou fundo. Ao abrir a porta, Quinn virou-se para ela, os olhos amendoados estavam vermelhos e as lágrimas molhavam a face dela. Santana abriu os braços e imediatamente, Quinn correu para ela.

            - Shiii, calma... – Santana murmurava debilmente enquanto afagava os cabelos loiros de Quinn, podia sentir os soluços da amiga em si e por alguns instantes, teve uma vontade psicótica de matar Rachel Berry. Quinn foi recuperando a calma aos poucos, a respiração voltara ao normal, os soluços desapareceram, mas ela permaneceu abraçada a Santana. A latina guiou a amiga até uma das cadeiras e sentou-se ao lado dela, limpando-lhe as lágrimas. Quinn suspirou pesadamente e sussurrou dolorida:

            - Rachel foi embora.

            - Só por causa do que ocorreu no hospital? – Santana perguntou surpresa e ligeiramente irritada, se Rachel Berry fora capaz de acabar tudo por causa de uma discussão, talvez ela não merecesse o que Quinn sentia por ela. Mas Quinn agitou a cabeça negando, em seguida, dissera em um tom irônico:

            - Aparentemente, eu acabei ficando com Finn na noite passada.

            - Como é que é, Fabray?! – Santana gritou assustada e enojada, levantando-se da onde estava e olhando incrédula para a amiga. Quinn levantou os olhos castanho-esverdeados para amiga numa expressão de inconformismo, em seguida, perguntou insatisfeita:

            - Você não acha que eu a traí, não é?

            - Não sei... Você que está dizendo. – Santana respondeu fria e dando de ombros, pode ouvir Quinn bufar irritada atrás de si. Ela fala que aparentemente, traiu a Rachel. Quer que eu pense o que? Eu te conheço, Fabray. Santana ouviu a loira se levantar e puxá-la para que ambas se encarassem de novo, a latina tornou a limpar algumas lágrimas da amiga enquanto a ouvia dizer confusa:

            - Depois que eu saí da sua casa ontem à noite, eu acabei indo para um bar beber. A última coisa da qual eu me lembro é ter passado mal, aí hoje eu acordei no quarto de Finn... Saí de lá desesperada e vim pra cá, Rachel estava...

            Nesse momento, Quinn não conseguiu falar. Ela olhou para a porta suplicante, como se Rachel fosse aparecer ali do nada. A loira pareceu dar-se conta do que fazia e baixou os olhos para as próprias mãos, Santana tornou a abraçá-la e disse sabiamente:

            - Fale, melhor para fora do que para dentro.

            Quinn escondeu o rosto na curva do pescoço da amiga, respirou fundo ali e murmurou melancólica:

            - Rachel estava... Estava mais fria e mais distante. Daí ela cantou uma música que foi destruindo o pouco que a gente tinha, depois me mostrou uma foto minha com Finn, dizendo que eu deveria estar rindo do coração dela estar quebrado de novo e eu disse que...

- Espera um pouco! – Santana ordenou autoritária e a partir daquele momento, pensativa. Ela afastou uma Quinn desapontada de si e passou a andar em círculos pela sala, com a mão no queixo. Quinn revirou os olhos e deixou-se imergir em seu sofrimento, até que ouviu a voz da latina novamente. – Da onde é que veio essa foto?

- Estava no celular dela... Ela me disse que eu tinha enviado. – Quinn respondeu com a voz falhando enquanto as lágrimas voltavam a querer cair de seus olhos, estava sentindo-se uma babaca. Ela nunca sofrera daquela forma por alguém. Claro que não, Fabray, você sempre teve tudo aos seus pés. Quinn estava enlouquecendo, ela preferia nunca ter se aproximado de Rachel a ter que lidar com aquela ausência.

Santana, por sua vez, estava imersa em seus pensamentos extremamente lógicos e racionais. A latina viu-se diante de um quebra-cabeça um pouco sádico: ela sabia que Quinn não trairia Rachel mesmo sendo idiota a ponto de sair pra beber após uma pequena discussão, aquela nota seguida das diversas notícias das duas só saíram após Jesse aparecer na cidade e o fato de Quinn acordar na casa de Finn só reforçava a idéia de que ela teria que salvar a pátria e mandar duas almas para o inferno.

- Onde está seu celular? – Santana interrogou, lembrando e muito a advogada que literalmente, arrasava qualquer um nos tribunais. Quinn olhou para ela confusa, estava ali se derretendo em lágrimas e Santana queria saber onde estava seu celular? A loira não estava acreditando que a amiga pudesse ser tão insensível. Quinn limpou as lágrimas mais uma vez e respondeu:

- Não está comigo, acho que o perdi no bar na noite passada.

- Amiga, você só pode ter batido com a cabeça na noite passada! – Santana anunciou animada enquanto puxava Quinn porta a fora, a loira manteve-se no seu lugar e cruzou os braços. Santana revirou os olhos enquanto Quinn a olhava com a sobrancelha arqueada. – Está na cara que foi Finn que enviou a foto e que ele provavelmente, se aproveitou de você enquanto dormia.

- Se aproveitou de mim? Em que sentido? – Quinn perguntou de olhos arregalados, sem conseguir conter o desespero na voz. Santana afagou-lhe o braço e deu um sorriso maldoso:

- É isso que vamos descobrir e Puck e Sam irão conosco, acho que chegou a hora de Finn Hudson colocar-se em seu lugar.

***

            Rachel Berry dirigiu a esmo por Lima enquanto pensava, o horário do almoço já havia passado e ela sabia que depois, se amaldiçoaria por sair de sua dieta. As lágrimas já não mais caíam se seus olhos porque, de certa forma, ela se acostumara a ter o coração despedaçado ao longo dos anos. Mas parecia que daquela vez, doera ainda mais. Mesmo contendo as lágrimas, Rachel podia ver pelo retrovisor que seus olhos estavam no limite.

            Dói mais dessa vez porque de certa forma, ela prometeu. Ela prometeu, ela jurou, ela me pediu uma chance... Pra que uma chance se tudo ia acabar dessa forma?

            Rachel parou no sinal e pode ver pelo reflexo de sua janela que um filete de lágrima escorrera tímido por sua face. A morena limpou em um gesto agressivo enquanto respirava fundo e segurava todo o turbilhão que viria depois. Quando o sinal abriu, pisou no acelerador e em questão de minutos, estava novamente em casa.

            Havia jornalistas em volta, ela sabia. Colocou os óculos escuros e desceu do carro assim que o estacionou na calçada, rapidamente, uma repórter saída sabe-se lá de onde, enfiou um microfone em sua cara e disse simpática:

            - Olá Miss Berry, o que tem a dizer sobre o acontecimento de ontem no hospital?

            Rachel olhou de cima embaixo para ela, tudo nela a irritou. O cabelo repleto de fixador, a maquiagem natural, o sorriso falso, o câmera mal vestido... A morena bufou impaciente e pode perceber que outro repórter se encolheu diante daquela demonstração de desprezo. Rachel pensou em dizer um “sem comentários”, mas se queria superar aquilo, teria que aprender a falar sobre Quinn. A morena deu seu melhor sorriso falso e respondeu:

            - O que aconteceu ontem no hospital foi um erro.

            - Me desculpe, Miss Berry, mas um erro? Existem boatos de que você estava tendo um relacionamento com aquela garota... – A repórter insistiu enquanto Rachel tentava passar pelo jardim sendo recebida por mais dois repórteres. A morena fez que não ouviu e continuou a caminhar. Vai ser mais difícil do que parece. – Então o que tem a dizer sobre esse anel?

            Naquele momento, Rachel estacou no meio do jardim. Só ali ela percebeu que ainda continuava com o anel de namoro que Quinn havia lhe dado, a morena olhou para ele e seus olhos marejaram por trás das lentes escuros. Mas ela sabia atuar e o sorriso que deu em seguida, convenceu a todos que a rodeavam, deixando até o clima mais leve.

            - Anel? Qual anel? – Rachel disse com um ar engraçado e provocando risadas em todos enquanto olhava triste para o dedo anelar que ainda tinha marca do anel que antes, estivera ali. – Quanto ao meu relacionamento com aquela garota, ele nunca existiu. Ela é minha médica e está me acompanhando nessa viagem após aquela queda vergonhosa no ensaio do meu próximo musical.

            - Quer dizer que você não teve relacionamento nenhum com Quinn Fabray? – Dessa vez foi o segundo repórter que a interceptou que perguntou curioso e ligeiramente desconfiado. Rachel virou-se para ele, atenciosa como sempre e respondeu segura de si:

            - Nós nos conhecemos desde o ensino médio, mas repito: ela é apenas minha médica.

            - Mas as fotos, Miss Berry... – Outro repórter começou a questionar, mas Rachel virou-se com um sorriso para ele e disse amarga:

            - Ainda não tive a oportunidade de ver essas fotos, eu tive uma manhã cheia. Assim que eu vê-las, prometo que respondo a todas as perguntas. Agora, peço que me dêem um pouco de privacidade.

            Dizendo isso, Rachel Berry sorriu e acenou para a câmera, mandando um beijo para seus fãs e entrando na casa dos pais. Mal entrou, Leroy veio correndo perguntar a filha se ela estava bem. Rachel levantou os olhos para ele e esboçou um sorriso, interrompido por lágrimas inseguras.

            - Eles já foram embora, querida, pode relaxar. – Hiram anunciou abraçando-a em seguida e sentindo Rachel envolver-se em seus braços, procurando proteção.

            O que mais surpreendeu os dois homens foi a intensidade e a força que Rachel demonstrava naquele momento, a diva parecia estar lidando perfeitamente bem com aquilo. Parecia que sua estrelinha estava lidando muito bem com mais um coração partido.

***

            Finn Hudson não estranhou o fato de que ao acordar, Quinn Fabray não estava mais em seu apartamento. Ele saíra para beber na noite anterior quando viu Quinn passar mal no balcão do bar do Johnny, seu lado protetor falou mais alto e ele caminhou até ela, tirando-a dali e levando-a para seu apartamento.

            Finn não sabia o que tinha na cabeça quando ligou para Jesse, ele só não sabia o que fazer. Lógico que a mente maquiavélica do ator da Broadway já sabia como se aproveitar daquela situação. Eles esperaram que Quinn adormecesse pesadamente e depois, Jesse se encarregou de tirar fotos dela com Finn na cama sem que tivesse acontecido nada entre eles.

            Mas nem se Finn quisesse, ele não seria capaz de se aproveitar de Quinn naquela situação. Aquilo era muito baixo, até mesmo para ele. Em seguida, eles surrupiaram o celular de Quinn e enviaram a foto para Rachel.

            Finn sentia-se terrível naquele momento, o rapaz acordou pela manhã, tomou um banho e ficou a esmo pelo apartamento. Ele estava com medo, era o elo mais fraco naquela união com Jesse e sabia que ele seria o primeiro a cair. Sabia que o primeiro a sofrer as conseqüências seria ele, aliás, talvez Jesse nem fosse atingido pela fúria de Quinn e dos demais. Era ele que estava preso em Lima, afinal.

            Enquanto ia pegar um copo d’água, Finn quase bateu a própria cabeça na parede. Sempre fora burro, impulsivo e imaturo. Estava claro desde o princípio que era ele que sairia mal daquela história e mesmo assim, ele insistiu e deixou seu sentimento cego por Quinn guiar suas atitudes. Por isso não se surpreendeu quando sua porta foi praticamente arrombada por um Puckerman bufando de raiva.

            Os dois ex-melhores amigos se encararam por alguns segundos e depois, Finn viu sua sala ser preenchida pelas pessoas que pelas expressões, ele começava a temer. Depois de Puck, Sam entrou com um olhar de nojo seguido por um Kurt que desprezava tudo ao seu redor, depois Mercedes entrou sem saber muito que fazer e seu pesadelo recém tinha começado. Pois Santana entrou segundos depois, tão fria quanto a própria Quinn que fechou a porta atrás de si.

            Sem aviso, o punho de Puck fechou-se e atingiu em cheio o supercílio de Finn. Os dois rolaram por cima do sofá e Finn sentiu vários murros em suas costelas e outro murro em seu rosto. Ele tentava se proteger, mas não conseguia, só ouvia a voz descontrolada de Puck murmurar:

            - Acho que eu não deixei muito claro o que ia fazer se você se intrometesse na vida de Q de novo... Será que eu vou ter que arrancar um dos seus olhos para você se lembrar?

            Mas então, os socos acabaram tão rápido quando começaram. Sam segurava Puck pelos ombros e tentava acalmar o rapaz, Puck limpou o suor da testa e se afastou de Finn como quem se afastava de uma lata de lixo, enojado. Finn estava se levantando quando sentiu o tapa em seu rosto, ele voltou a cair e Santana tomou a sua frente.

            A latina brincava com um canivete e enfiou a lâmina no vão entre as pernas de Finn com extrema habilidade, o mecânico sentiu o suor frio percorrer seu corpo enquanto olhava assustado para o objeto. Santana deu um sorrisinho maldoso e disse ameaçadora:

            - Não Puck, eu deixei claro que ia arrancar as bolas dele caso ele se intrometesse na vida da minha Q de novo... Acho que elas não farão falta, ele não as usa mesmo!

            A sala explodiu em risadas, Finn pode ver entre o sangue, as lágrimas e a dor que Quinn era a única que permanecia séria. A loira olhava para ele com pena e ao mesmo tempo, com ódio. Finn engoliu em seco e gaguejou:

            - Eu posso explicar, eu... Não foi... Não foi...!

            - As mesmas desculpas de sempre, Hudson? – Santana perguntou furiosa enquanto dava mais um tapa no rosto do rapaz e tentava arrancar os olhos dele com as próprias unhas, porém, sobrou para Kurt segurá-la. O estilista conseguiu jogar Santana de lado, junto ao noivo e sibilou:

            - Eu disse para não trazermos essa maluca aqui, ela vai acabar estraçalhando o Hudson antes que ele fale alguma coisa!

            - Kurt, por favor, eu...! – Finn ia pedir ajuda, mas foi recepcionado por um olhar frio do meio-irmão. Kurt aproximou-se dele e disse:

            - Não ouse falar comigo! Você pode ter destruído a vida das duas, sabia? E ainda acha que tudo ainda gira ao seu redor! Você teve culpa sim, você fez porque quis e você não pode explicar! Pelo menos uma vez na sua vida, assuma o que você faz!

            - Shii Kurt... – Finn surpreendeu-se quando pode ouvir a voz de Quinn, a loira tocou o braço do amigo com delicadeza e olhou para ele num pedido mudo para que ele parasse. Kurt se calou, mas antes, deu um olhar de pura decepção para Finn.

            Quinn ajudou Finn a se levantar e o colocou sentado no sofá. O olho começara a inchar, ele suava frio e tremia descontroladamente. Quinn sabia que ele estava quase tendo um ataque de nervos, mas controlou o sentimento de piedade que tinha dentro de si, afinal, o próprio Finn não tivera pena dela. Por isso, pigarreou e olhou fria para ele enquanto perguntava:

            - Meu celular está aqui?

            - Olha Q, eu não quis isso... Eu liguei e ele me obrigou e...! – Finn não terminou de falar porque dessa vez, quem lhe deu um soco foi Sam. Finn cambaleou para trás com o outro supercílio inchado, enquanto ficava meio fora de si, pode ouvir Quinn gritar desconfortável:

            - Kurt e Cedes, me façam um favor? Controlem esses três! Senão eles vão matar Finn antes que eu saiba o que aconteceu aqui!

            - Q, ele ainda acha que pode se desculpar com você! – Sam justificou-se debilmente enquanto debatia-se no abraço de Kurt, o estilista lançou um olhar de aviso para o noivo que se tranquilizou e respirou fundo. Ele, Puck e Santana foram para cozinha que ficava no mesmo cômodo e Quinn virou-se para Finn.

            Finn nunca tinha recebido um olhar como aquele, nem mesmo quando contara aos Fabray a opção sexual da filha. Quinn estava em um estado de melancolia e tristeza profunda enquanto o observava, mesmo tentando a todo custo parecer forte diante dele. Finn a conhecia e sabia que por dentro, Quinn estava destruída. Pela primeira vez em todos aqueles anos, a dor dela ardeu nele.

            - Só me responda: meu celular está aqui? – Quinn tornou a perguntar com a voz firme, Finn observou que os olhos dela também estavam vermelhos. Claro que o mecânico cogitou mentir de novo, mas ele podia ser dilacerado vivo ali senão colaborasse, podia sentir Puck o comendo com os olhos e tinha Quinn... Ele estava cansado de machucá-la daquela forma.

            Durante a noite, Finn a observara dormir e seu lado bom, aquele que amava Quinn falou mais alto. Ele sentiu-se horrível quando Jesse deixou o apartamento com todo aquele ar de conquista e se odiou quando viu que mais uma vez, ia destruir a vida de Quinn. Estava na hora de aquilo acabar e ele decidiu que aquela era a última vez.

            Finn respirou fundo e limpou um pouco de sangue que escorria pela sua bochecha, em seguida, tomou coragem e pegou uma das mãos de Quinn. Mas a loira afastou-se de seu toque e aquilo lhe machucou ainda mais que qualquer soco que pudesse ter levado de um daqueles três. Finn olhou para ela e disse sincero:

            - Seu celular não está aqui, Jesse o levou na noite passada. Se você quiser, eu posso levar vocês até o hotel dele.

            - Então você assume que se uniu aquele lunático para destruir a vida dela e de Rachel? – Santana perguntou incrédula enquanto desvencilhava-se de Mercedes e parava há alguns metros de distância de Finn, o ex-quaterback olhou para ela e não pode fazer nada a não ser, concordar com a cabeça. A latina tentou avançar em direção a ele com o canivete empunhado, até que Quinn ergueu-se e segurou os punhos da amiga dizendo:

            - Ele não vale à pena.

            Finn sentiu-se explodir quando ouviu aquelas palavras. Sam e Puck sorriram e Kurt ficou boquiaberto diante da indiferença com que Quinn pronunciara as palavras, só Mercedes esboçou uma reação fraterna e afagou o enorme braço de Finn com uma carinha decepcionada. Santana sorriu maldosa e sentou-se ao lado de Mercedes no sofá, Quinn virou-se para ele e agora, a expressão dela era gélida, lembrando e muito a antiga cheerio malvada.

            - Você vai nos levar até lá, é o mínimo que você pode fazer depois de tudo que nos fez passar. E a partir do momento que você me colocar no mesmo aposento que Jesse, eu quero que você desapareça da minha vida. Senão meu bom senso não falará mais alto e eu vou deixar Santana fazer o que quiser com seu órgão genital, ouviu bem?

            Finn não respondeu, porque estava amedrontado demais com a visão de Santana Lopez lhe sorrindo maquiavélica enquanto brincava com o canivete nas mãos. Sam e Puck vieram da cozinha e o puseram de pé sem a menor cerimônia, Finn permanecia calado até que sentiu mais um soco de Puck nas costelas e a voz ameaçadora do rapaz em seu ouvido:

            - Ela perguntou se você ouviu.

            - Eu... Ou... Ouvi! – Finn gaguejou humilhado e logo após isso, sentiu seu corpo cair ao chão novamente. Ele achava que sua cara tinha virado um pudim depois de tudo aquilo, Quinn deu-lhe as costas e disse autoritária:

            - Vá se lavar, Hudson. Eu não quero que achem que nós o torturamos.

            - E acredite, você não ia querer ser torturado por nós. – Sam disse ameaçador enquanto estralava os dedos e empurrava Finn para o banheiro. Quando se trancou, Finn encolheu-se e chorou feito uma criança.

            Sentia-se o pior no mundo.

***

            - Querida? – Rachel ouviu a voz temerosa de Hiram Berry soar por trás de sua porta do quarto, a morena não respondeu e permaneceu sentada em sua cama, olhando para a sua janela. A pequena diva permanecera naquela posição por cerca de uma hora, o choro não lhe incomodava tanto e ela permanecia fria.

            Sentia-se como se já esperasse por aquilo, por incrível que pudesse parecer, sentia-se mais forte. Seu coração estava acostumado com aquela situação, podia se reconstruir quantas vezes fosse necessário, aquilo a deixava mais forte. E Rachel Berry era uma diva da Broadway agora, desastres amorosos não a atingiam da mesma forma que a derrubavam no ensino médio.

            Mas porra, estávamos falando de Quinn Fabray! Da linda e incrível Quinn Fabray. Das promessas, dos sorrisos sinceros, dos olhares apaixonados, das palavras murmuradas carinhosamente durante a noite, das demonstrações súbitas de afeto e da dúvida que lhe dizia que aquela foto era falsa... Rachel sentiu um filete de lágrima escorrer pelo seu rosto e quando ia limpá-lo, sentiu a mão enrugada e gentil de Hiram em sua face. O homem deu um sorriso para a filha e disse:

            - Sabe que Quinn não vai ser fácil de ser esquecida como os outros, não é estrelinha?

            - Eu sei, mas eu preciso esquecê-la. – Rachel respondeu um pouco envergonhada pela sua súbita demonstração de fraqueza. A morena levantou-se da cama e olhou para a janela, procurando se recompor. Ouviu Hiram suspirar pesadamente enquanto olhava preocupado para a filha. – Meu coração foi quebrado diversas vezes, eu acho que até me acostumei a juntar os pedaços.

            - Mas pequena, ele se reconstruiu rapidamente porque nunca amou de verdade. Ou você quer me revelar agora, depois de anos, que sentia por Jesse e Finn o que sente por Quinn? – Hiram foi proposital em sua pergunta, afinal, ele vira as lágrimas derramadas por Quinn Fabray naquela noite há oito anos. A ex-cheerleader podia ser cabeça dura, mas ela não seria capaz de trair a sua filha. Rachel virou-se abrupta para o pai, olhou para ele com firmeza e perguntou incrédula:

            - Você está do lado dela agora?

            - Eu estou do lado da sua felicidade, minha linda... – Hiram respondeu carinhoso, levantando-se e abraçando a filha pelos ombros. Rachel olhou para o pai por cima do ombro com um sorriso triste, Hiram apertou o abraço e a morena sentiu que aquele talvez fosse o único sentimento sincero que tinha na vida. – E a sua felicidade é com ela.

            - Papai, eu não quero discutir com o senhor. Eu sei muito bem o que estou fazendo... – Rachel dissera, dando aquele assunto por encerrado. Hiram ainda tentou se manifestar, porque estava com uma expressão ofendida que Rachel podia ver pelo reflexo da janela, mas a morena foi mais rápida e afastou-se dele. – Sim, eu sei que estou fazendo o certo. Afinal, eu vi a foto e não existe melhor explicação do que uma imagem.

            Hiram afastou-se da filha com um pouco de raiva, Rachel assustou-se porque nunca tinha visto o pai naquele estado. O homem passou a mão pelos ralos cabelos grisalhos e talvez foi ali que Rachel tenha percebido o quanto ele envelhecera naqueles anos, ele tinha a expressão fechada e respirava com dificuldade. Porém, quando ele voltou a olhar para ela, tinha uma expressão amena e uma voz gentil:

            - Eu sei querida, por mais que eu queira, eu não posso mais me meter na sua vida. Eu só queria que você fosse feliz.

            - Eu sei papai, eu também queria. – Rachel disse sentindo um pouco de pesar em seu peito, a morena sorriu triste para o pai que lhe retribuiu o sorriso com o mesmo sentimento. Em seguida, Hiram limpou disfarçadamente algumas lágrimas que queria derramar e disse:

            - Shelby e Paulie ligaram enquanto você estava fora, acho que era urgente.

            - Obrigada papai, vou retornar. – Rachel respondeu desconfiada enquanto apanhava o aparelho e ligava. A morena sabia muito bem o que Shelby queria, portanto, apenas mandou uma mensagem explicando que as coisas haviam se alterado, mas que o combinado delas ainda estava de pé.

            Rachel, então, preocupou-se em ligar para Paulie. Sua intuição dizia que as coisas iam piorar depois de saber o que sua assistente queria. Foi com muita agonia que ela esperou a linha chamar por três vezes até que pode ouvir a voz apressada de Paulie:

            - Miss Berry, até que enfim!

            - Por que a pressa? – Rachel perguntou com um sorriso ao perceber outros barulhos na linha e alguns suspiros ofegantes de Paulie. – Onde você está?

            - Acabei de chegar a Lima, Antonio ficou sabendo de tudo... Parece que alguém falou com ele. – Paulie informou Rachel que instantaneamente, sentiu como se todos os seus neurônios tivessem entrado em pane. A pequena diva olhou pensativa para a janela, observando algumas flores abrindo-se timidamente no jardim. Rachel mordeu o lábio, apreensiva e perguntou:

            - Em qual hotel ele está?

            - No Paradiso, Jesse está lá também e eu estou indo para lá nesse exato momento. – Paulie respondera e em seguida, Rachel ouviu uma batida de porta de carro e um barulho de motor. A diva apanhou a bolsa em cima da penteadeira e disse:

            - Estou indo para o hotel, acho melhor enfrentá-lo agora do que depois.

            - Concordo Miss Berry... – Paulie respondeu distraída e Rachel ouviu o teclar dos dedos dela no notebook que sempre carregava consigo. Com certeza, Paulie estava enviando alguns e-mails para as pessoas certas. – Vou desligar agora.

            - Espere Paulie! – Rachel pediu um pouco eufórica assim que uma idéia totalmente estranha passou por sua cabeça, a diva acenou para os pais enquanto caminhava até a garagem. – Acha que Jesse tem a ver com isso?

            - Considerando a índole do seu namoradinho, eu não acho... – Paulie disse com o tom sério, Rachel vincou a testa pensativa, talvez fosse só coisa da sua cabeça. – Eu tenho certeza!

            Rachel sorriu diante da resposta da assistente e despediu-se dela com um beijo. Entrou no carro e saiu cantando pneus dali, ela podia ter perdido Quinn, mas não seria Jesse que ficaria do seu lado...

            Cerca de meia hora depois, Quinn entrara desesperada no salão do hotel. Trazia consigo Santana, Kurt, Mercedes, Puck e Finn que vinha empurrado por Sam. Os sete adultos chegaram atraindo a atenção de todos, fosse pelo estado físico de Finn ou pelo desespero com que Santana e Quinn chegaram às recepcionistas.

            As quatro atendentes olharam para as duas assustadas, Quinn parou para retomar o fôlego enquanto Santana tomava as rédeas da situação:

            - Com licença, precisamos falar com Jesse St. James.

            - O Sr. St. James pediu para não ser incomodado, ele está em reunião no momento. – A atendente respondeu educadamente, provocando fúria em Santana, Quinn teve que pisar no pé da latina para que ela não fizesse besteira ali mesmo. A médica deu seu melhor sorriso falsamente simpático e respondeu educada:

            - Tudo bem, nós esperamos.

            - Ok senhoritas, juntem-se a eles então. – A atendente respondeu com um tom levemente irônico enquanto apontava para um grupo de repórteres e fotógrafos que estavam sentados no saguão do único hotel cinco estrelas de Lima. Quinn mordeu o lábio e olhou derrotada para Santana, a latina pareceu reconhecer aquele olhar e murmurou:

            - Não desiste! Ainda não acabou!

            E em seguida, puxou Quinn para perto de onde os demais estavam. Santana aproximou-se de todos e balançou a cabeça negativamente, em seguida, virou-se para Puck e disse:

            - Precisamos que você seduza as atendentes.

            Puck olhou por cima dos ombros de Quinn e Santana e sorriu ao constatar que todas as quatro recepcionistas eram muito bonitas, ele sorriu feliz com a sua missão. Santana virou-se para Sam e ordenou:

            - Corra até a loja de Kurt e pegue alguns modelos.

            - O que? Agora não é hora de trocar o closet, Lopez! – Mercedes disparou confusa enquanto olhava para Kurt que parecia tão confuso quanto ela, enquanto Sam saía correndo dali e Quinn olhava de Santana para os demais, tentando entender o que a latina estava fazendo. Santana revirou os olhos e disse:

            - Precisamos de uma desculpa para subirmos até o andar de Jesse, nada melhor do que oferecer uma camisa de graça

            - Mas como vamos fazer para eu entrar? – Quinn perguntou mal-humorada e observando as caretas de concordância de Kurt e Mercedes. Santana bufou impaciente, mas com aquele sorriso da velha Satan em seu rosto, a latina murmurou venenosa:

            - Porra, você é Quinn Fabray? Quem seria capaz de resistir a você?

            - Todos aqui sabem que eu sou lésbica, Lopez. – Quinn murmurou mal humorada enquanto sentia-se puxada por Santana para fora do hotel, Kurt e Mercedes vieram logo atrás, Kurt estava quase dando chutes em Finn. A latina apontou discretamente para a porta dos fundos e perguntou maliciosa:

            - E quem disse que vamos seduzir homens?

            - Lopez, você não presta! – Kurt murmurou excitado enquanto ria e batia um high five com a latina, Santana sorriu para ele e puxou Quinn em direção a porta dos fundos. Porém, a loira estacou e virou-se para Finn que parecia tentar se esconder, encarou o rapaz friamente e disse:

            - Você pode ir se quiser, a sua boa ação já foi feita. Torça para não ir para o inferno.

            Finn engoliu em seco e ficou observando as duas ex-cheerleaders correrem em direção a porta dos fundos. Kurt e Mercedes imediatamente voltaram para dentro do hotel e o ex-quaterback ficou ali, observando tudo e sentindo-se uma carta fora do baralho. Não lhe restou nada a não ser voltar para casa.

            Meia hora depois, Sam Evans chegava com algumas camisas e uma capa para um terno. Entregou ao noivo e a Mercedes e os três conseguiram passar discretamente pelas atendentes enquanto Puck as seduzia e Mercedes fora rápida ao responder para os seguranças que eram estilistas de Lima querendo dar alguns presentes aos visitantes.

            Pelos fundos, Santana e Quinn jogavam todo o charme que possuíam em cima de uma pobre faxineira que estava em suas primeiras semanas de trabalho. Depois de Quinn prensá-la na parede e Santana roubar-lhe o cartão do elevador dos funcionários, as duas conseguiram se encontrar com Sam, Mercedes e Kurt no décimo andar.

            Os cinco sorriram um pouco aliviados ao notar que o corredor do quarto de Jesse St. James não tinha seguranças, Quinn tomou as roupas dos braços de Kurt e partia desesperada em direção ao quarto. Santana a puxou para um armário de limpeza e tomou-lhe os objetos da mão, dizendo:

            - Deixe que Sam traga-o aqui.

            Quinn, apesar de desesperada, concordou enquanto respirava ofegante. Sam afirmou com a cabeça e apanhou as roupas novamente, dirigindo-se ao quarto com Mercedes e Kurt. Quinn e Santana ouviram quando a porta se abriu, ouviram alguns resmungos e depois, a porta tornando a se fechar. Em seguida, a porta do armário de limpeza se abriu e Sam entrou por ela, segurando Jesse St. James pela gola da camisa.

            Santana fechou a porta, Sam empurrou o rapaz no chão e Quinn, inconscientemente, deu um chute no estômago do rapaz. Sam e Kurt entreolharam-se assustados enquanto Mercedes e Santana riam descontroladamente. A loira agachou-se e fez o rapaz olhar para ela, Jesse tinha o rosto distorcido pela dor, em seguida, ela perguntou ameaçadora:

            - Onde está meu celular?

            Nem precisou perguntar de novo, pois o celular caiu do bolso de Jesse. Quinn apanhou e percebeu que a mensagem ainda continuava lá, só que ela ainda precisava de uma confissão. Sam pareceu ler seus pensamentos e ergueu o corpo contorcido de Jesse, colocando-o sentado em cima de um balde, dizendo:

            - Agora você vai confessar tudo, está bem?

            - Não adianta! – Jesse disse vitorioso enquanto olhava com sarcasmo para a expressão de choro de Quinn. – O empresário dela chegou hoje de NYC e deu um ultimato: ou a carreira dela, ou Quinn. Rachel estava magoada demais para acreditar no que a Fabray sentia por ela.

            Sam afastou o punho, pronto para esmurrar Jesse, o ator tinha até fechado os olhos esperando a dor... Mas Santana segurou o amigo e pediu calma, todos olharam surpresos para ela. A latina respirou fundo, colocou as mãos na cintura e tomou a frente na conversa:

            - Olha St. James, eu posso destruir a sua vida, sabia?

            - Lopez, você não pode me bater, a mídia vai descobrir. – Jesse disse com o ar repleto de ironia e sarcasmo, Santana sorriu para os demais e revirou os olhos. Em seguida, deu leves tapinhas na face de Jesse e disse ameaçadora:

            - Eu sou advogada, St. James. Conheço as piores pessoas que você pode imaginar e não sei, talvez apareça alguma garota alegando ter um filho seu... Afinal, você vive saindo com modelos, não é?

            - Você não seria capaz de fazer isso! – Jesse tentou parecer inatingível, mas o medo em sua voz era aparente. Sam sorriu maldoso e Kurt olhava para Jesse ainda mais enojado do que sentia-se com Finn. Mas nesse momento, ouviram a porta do quarto abrir-se de novo, vozes também foram ouvidas e Quinn reconheceu uma delas.

            A loira saiu correndo do armário de limpeza, sem que ninguém pudesse segurá-la a tempo. Ela pode ver a silhueta pequena de Rachel Berry atrás de si, estava ao lado de um homem alto e de aparência latina. Quinn respirou fundo e gritou:

            - Rachel!

            Os dois se viraram e imediatamente, alguns seguranças saíram de dentro do quarto ao mesmo tempo em que Santana e os demais saíam do armário. A morena olhou para Quinn com os olhos atônitos e a expressão confusa, o homem de aparência latina fez um pequeno gesto e os seguranças ficaram atentos. Quinn se aproximou e rapidamente, os seguranças fizeram um muro entre ela e Rachel.

            - Eu juro que não traí você! Eu consegui recuperar meu telefone agora, ele estava com Jesse o tempo todo! – Quinn disse meio chorosa e meio risonha enquanto ainda se aproximava e sentia as mãos fortes dos seguranças segurarem-na, Rachel baixou a cabeça, parecendo não querer ouvi-la mais. A loira insistiu:

            - Por favor, acredite em mim... Eu nunca seria capaz de trair você!

            Nesse momento, Jesse conseguiu sair do armário e correu para junto dos seguranças que o deixaram passar. Ele olhou vitorioso para seus antigos captores enquanto postava-se entre Rachel e o homem latino. Rachel deu um passo para frente e disse gélida:

            - Eu não quero mais te ouvir, eu te pedi para ficar longe, eu...

            Nesse momento, Quinn conseguiu passar pelos seguranças e seus lábios tocaram os lábios de Rachel por alguns instantes, antes de sentir ser jogada para longe e ver Sam empurrar o segurança que a jogara ao chão. Jesse soltou uma gargalhada e Quinn pode ver Rachel olhar enojada para ele, então, o homem latino aproximou-se dela e ajudou-a a se levantar.

            - Obrigada.

            - Você não tem que me agradecer, garota! – O homem sibilava ameaçador e Quinn pode ver pela sua visão periférica que Sam estava imobilizado e Kurt segurava Santana que queria avançar sobre aquele homem de aparência aristocrática e ditatorial. – O que você tem que fazer é afastar-se da minha pequena diva ou eu vou fazer da sua vida um inferno!

            - Eu posso processá-lo por ameaça! – Santana gritou com dificuldade enquanto Kurt tentava calar a boca dela com as mãos, o homem lançou um olhar irônico para a latina enquanto alisava a gola do terno risca-giz que usava. Ele voltou-se para Quinn e disse:

            - Você não vai destruir a carreira promissora dela, portanto, você vai desaparecer da vida dela e se quiser, eu posso até dar algum dinheiro em troca. Você foi uma aventura de férias e só.

            - Você não vai me comprar, eu não vou desistir dela enquanto ela não me mandar ir! – Quinn disse corajosa e encarando o homem de igual para igual, o homem latino virou-se sugestivamente para Rachel. A pequena, que parecia ainda menor em seu medo, aproximou-se a passos pequenos e amedrontados.

            Assim que ela levantou os olhos, Quinn pode ver lágrimas contidas naqueles olhos castanhos que, por tantas vezes, observaram-na dormir. Rachel respirou fundo, como se aquilo que estivesse prestes a fazer, fosse a sua sentença de morte. Quinn sorriu esperançosa para ela, mas recebeu uma expressão fria e as seguintes palavras:

            - Por favor, Quinn, chega disso. Você está fazendo papel de idiota, o que nós duas tínhamos acabou.

            - O que eles fizeram? Você não pode estar fazendo isso porque quer! – Quinn disse decepcionada, já sentindo as lágrimas rolarem pela sua face. A loira sentiu uma mão envolver a sua e sentiu Kurt apertá-la, dando-lhe força. Rachel balançou a cabeça negativamente, parecendo sair do sério e disparou enérgica:

            - Ninguém fez nada, Fabray! Foi você quem me traiu! E eu que fui idiota, devia saber que uma hora ou outra, isso ia acontecer!

            Quinn calou-se diante daquelas palavras, pela terceira vez, Rachel não acreditara nela. A loira observou Rachel dar-lhe as costas e ser acompanhada pelos seguranças, pelo homem latino e por Jesse que sorria vitorioso para todos eles.

            Quando aquele grupo virou o corredor, Quinn desabou. Ela foi amparada pelos braços frágeis de Kurt Hummel que murmurava palavras de consolo que não entravam pelos seus ouvidos. Sentiu-se abraçar por Sam Evans e por Mercedes Jones que tentavam passar para ela um pouco de coragem.

            Mas Santana Lopez sentiu o celular vibrar, não reconheceu o número e surpreendeu-se ainda mais com o teor da mensagem.

Não deixe de checar seus e-mails quando chegar em casa. Cuide dela – Rach.

            Santana correu até o elevador, mas ele já descera.

***


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Notas finais do capítulo

O que acharam? =/
Eu sei que está muito drama mexicano, mas gente... Eu avisei que as coisas iam ficar tensas daqui pra frente.

Gostaram do Glee (pelo menos parte dele) se reunindo para ajudar a Q? Me diverti MUITO escrevendo a surra do Finn e o plano no hotal *-* Espero que tenham gostado também.

Comentem para eu saber o que vocês acharam, por favor *-*

PS: Santana estava linda nesse capítulo né? Mesmo com canivete e ameaças e tudo o mais HASUAHSUHUASHUASHASU

Bem, COMENTEM! Beijos e até o capítulo 13 x)