O Cisne Negro escrita por anonimen_pisate


Capítulo 4
Capítulo 5




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P.O.V – Alec Volturi

A catedral estava totalmente cheia. Não havia um espaço que estivesse vazio. Nunca se ouvira falar de tantas criaturas de espécies diferentes em apenas um lugar fechado.

Milhares de bruxas se espalhavam unidas em um só canto, os poucos cinco magos discutiam entre si, e os vampiros que estavam em muito maior numero que as outras espécies, se uniam em pequenos aglomerados em conversas ativas.

Todos os bancos foram removidos para darem mais espaço, e as ruínas de uma antiga grande igreja, ribombava o som das vozes mágicas.

Caminhava entre os vampiros, captando partes de conversas, suposições, advertências, e pensamentos. Com minhas mãos apertadas atrás das costas, e minha face impassível, tentava ao máximo mostrar um ar superior e controlado, afinal, eu fora escolhido como porta-voz de meu clã.

Uma vampira nômade, que já passara algum tempo em meu bando – autodenominada Fantine – discutia com Santiago, planos de batalha e estratégias de luta.

-Não Santiago, não entende? O mais pratico e com mais chance de vitoria seria um ataque conjunto. – reclamou. Seus cabelos loiros arruivados formavam um grande véu envolta de seu rosto.

-Fantine, entenda, o melhor seria pequenos grupos, um de cada lado. – balançou a cabeça em sua direção. Ela sorriu em um esgar, mostrando que discordava dele, mas que por hora, não discutiria.

Velhos amantes.

Poucas coisas podiam ser aproveitadas em reuniões inter espécies, geralmente não acertávamos nada, e tudo ficava da mesma forma que estava antes, sem contar que encontros dessa grandeza, muitas brigas e mortes podiam ser causadas. Mas você poderia encontrar velhos amigos.

O clã Cullen estava quieto em um canto, as feições distorcidas entre mistos de emoções, mas na maioria, pensativas e assustadas.

Há alguns anos que os ataques começaram. Criaturas simplesmente apareciam mortas a esmo, na maioria bruxas – o que não irritava parte alguma, a não ser a delas – começaram a acusarem-nos, os vampiros, ate começarem os ataques a outras espécies.

Isabella estava conversando com Edward, à conversa em que apenas ele falava, não precisavam de palavras, eu conversava com Aro do mesmo modo.

-Alec! – uma voz fina e melodiosa me atingiu quando eu já dava as costas aquele bando soturno. Virei-me vendo uma bela menina de cachos cor de cobre e olhos castanhos.

Ao ver aqueles olhos, de um tom sutil de chocolate, senti um tremor percorrer minha espinha. Aqueles olhos me lembravam tanto os olhos dela.

-Ola Renesmee. – cumprimentei-a com um gesto educado de cabeça.

Havíamos virado amigos de longa data depois de nos encontramos por acaso na França. Ela havia se mudado para lá, para estudar em uma faculdade de musica – muitos músicos famosos haviam vindo da paris, inclusive o favorito dela, Debussy.

“(...) Acho que gosto mais dos noturnos. (...) Debussy, Clementi...”

Passei minha mão por meus cabelos, uma mania que eu pegara dela.

Então, eu estava passando um tempo em Londres, havia ido ate Paris para uma missão, e nos conhecemos, viramos amigos, mesmo a contragosto do clã dela.

-Senti sua falta. – me envolveu com seus braços finos e delicados, a sutileza e graça pintando seus gestos de fada, tão diferente da delicadeza humana e inconseqüente dela.

-Faz só três anos. – murmurei devolvendo o abraço com uma distancia segura.

-Muito tempo para uma mestiça como eu. – me analisou.

-Alec Volturi. – a mãe dela pareceu por trás. Pousou as mãos em seus ombros de modo protetor, nada que eu não esperasse de uma Cullen, afinal, eu quase ajudara na morte de sua filha.

-Isabella Cullen. – movia minha cabeça.

-Bella. Bella Cullen.

-Simplesmente Alec. – um silêncio pesado pairou sobre nossas cabeças, e de longe, pude ver o cão de guarda delas me encarar perigosamente.

-Silencio! – Felix gritou dando o sinal.

-Acho melhor eu ir. – curvei meu tronco, e voltei em direção à minha família.

Transformos que formavam uma pequena parte da multidão rosnaram.

Felix respondeu ao rosnado se agachando.

-Parem! – Carlisle gritou junto. – Estamos todos com uma trégua para decidirmos o que fazer! A alguma coisa causando mortes e tragédias em nosso mundo, e precisamos descobrir que coisa é. – atendendo ao chamado do líder do clã Cullen, todos silenciaram.

-Devemos declarar guerra. – um mago disse.

-A quem? – uma bruxa de pele negra deu dois passos para fora de seu circulo. Havia bruxas viventes do mundo oculto e do real, todas vestiam lustrosos vestidos, alguns medievais e mais bem elaborados, outros modernos e mais simples.

-Essa resposta é totalmente obvia. – outro mago respondeu com a voz soberba. – As súcubos. – o silencio se estendeu pelo local, enquanto a voz ecoava áspera pelas abobadas do teto, como se começassem a tocar os sinos.

-Estais a ficar louco? – me sobressai na multidão de Volturi, saindo do lado de Aro que estava na segurança de seus guardas. – Só podem estar todos loucos se querem enfrentá-las.

-Todos sabem que só protege-as, pois é filho de uma delas. – outra bruxa disse. A pequena menção de uma súcubo já me deixara irritadiço, eu nunca imaginaria que eles fossem citá-las, ainda mais tão perigosamente.

Levei meu dedo até um anel negro da minha outra mão.

-Enrole sua língua bruxa, se não quiser que eu mesma arranque ela. – minha irmã disse ameaçadora.

-Não tenho medo de você Volturi.

-Porque crê nisso? – o mago ignorou a discussão delas.

-Conhecem as súcubo! Uma delas pode matar quinze de nos! Elas são caçadoras implacáveis e mortais sedutoras! Vamos todos morrer! – no momento que terminei minha frase, as grandes portas se abriram, e dela entraram quinze das mais belas e perigosas mulheres do mundo. A elite mais antiga e poderosa de todos os tempos.

Todos os presentes prenderam a respiração, e pararam assustados. Nunca haviam visto tantas súcubo juntas, alguns nunca as tinham visto. Demos passos para trás, e abrimos caminho para elas.

Todas usavam os cabelos presos no alto da cabeça, e delas caiam longas e lustrosas tranças bem feitas. Estavam tão apertadas, que chegavam a deixarem seus olhos puxados.

Seus vestidos farfalhavam em tecidos preciosos e elaborados, que apenas nobres poderiam vestir no mundo da onde elas vinham. Faziam mesuras sedutoras para os homens, sorrindo com languidez.

Os cabelos que ainda estavam soltos, iam se modelando magicamente. E as longas saias iam dando lugar a roupas de couro apertadas e de cor vermelho escuro.

Cobriam todo o seu corpo, deixando apenas o rosto de fora, mas eram tão justas que revelavam mais do que escondiam.

Mangas compridas, golas altas, e espartilhos compunham as vestes de guerra que elas usavam. Completamente iguais, apenas se diferenciando em seus colares, cada um possuía uma cor, hora repetida ora não.

Na frente vinha a rainha delas. Seus cabelos escuros presos em uma trança francesa, e ao seu lado vinha à princesa.

Hellena.

Era Hellena, só podia ser ela. Mesmo após mil anos eu poderia reconhecê-la, reconhecê-la-ia ate mesmo de olhos fechados.

Não era a mesma, mas ainda era ela. Eu tinha certeza!

O rosto corado possuía um novo brilho invernal, pálido e o cabelo castanho, possuía novos tons cor de bronze, com um brilho metálico.

Mas o que mais me chamou a atenção foram seus olhos. Seus doces e inocentes olhos cor de chocolate que sempre me atraíram estavam diferentes.

Olhos que pareciam capazes de te hipnotizar com apenas um olhar. Tão profundos e penetrantes como um poço de água escura. Aquele olhar castanho que analisava minuciosamente cada centímetro de todos os presentes.

Pareciam capazes de ler minha alma se olhados fixamente na minha direção.

Uma expectativa de energia latejava em sua boca. Ela analisava a nos como uma águia analisa o próximo roedor de seu cardápio.

As pálpebras dos olhos escuros estavam pesadas, mas aparentavam estarem totalmente despertas. A estranha simpatia sobrenatural, que toda súcubo tem, havia sumido.

Uma brisa mais forte fez os cabelos da jovem valsarem em volta de seu rosto. Novas mechas com um brilho metálico e avermelhado compunham a vasta cascata castanha de seu coro capilar.

Estava linda. Assustadoramente linda.

Não fora apenas a aparência que mudara. Seu andar mudara, passara de um andar humano, barulhento e descuidado para o andar silencioso e totalmente controlado do predador.

Seu corpo esquio possuía uma elegância ofensiva. Sentia-me fascinado e aterrorizado pelo que ela havia se transformado.

Ela cheirava a amoras silvestres, rosas... e havia algo mais... praline, um cheiro que eu não sentia a muito tempo, o cheiro de doces feitos de nozes e calda de açúcar. O cheiro dela.

Era ela, tinha plena certeza disso. Haviam se passado três anos, sim eu também sabia disso, mas aquele rosto eu nunca esqueceria.


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